Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Folha de S. Paulo

JORNALISTA SEQÜESTRADO
Sergio Costa

O ovo da serpente

‘RIO DE JANEIRO – As aspas abaixo foram tiradas de uma carta do PCC apreendida pela polícia em um presídio carioca:

‘É chegada a hora de um megaevento nacional com objetivos claros e definidos. Um megaevento que vai beneficiar todos os presos do Brasil, que vão sair para a rua com uma dívida de consciência para com o PCC e o CV (Comando Vermelho)’.

‘Vamos colocar a sociedade em xeque e dividi-la ao meio. O importante é fazer a sociedade se autoquestionar e forçá-la a tomar uma decisão de que algo tem que ser mudado para melhor em relação aos presidiários (…). Irmãos, estamos em época de eleição, os deputados da oposição vão nos apoiar e demolir os governos estaduais que só pensam em reprimir em vez de reeducar os presos(…)’.

‘Na rua, temos que acionar os soldados do partido [PCC] em coligação com os soldados do CV para seqüestrar, uns dias antes [do megaevento], deputados e senadores do partido do governo e os que o apóiam. Também peguem uns jornalistas e repórteres da Globo para obrigá-los a divulgar nossas reivindicações’.

Os trechos reproduzidos são de 2002, retirados da correspondência entre um dos fundadores do PCC, Misael Aparecido da Silva, o Misa, preso em São Paulo, para Geleião e Cesinha, também do PCC, e que na época estavam em Bangu 1, no Rio. Misa foi morto uma semana depois. A carta foi descoberta à época pelo tarimbado repórter policial Lúcio Natalício, de ‘O Dia’.

De lá para cá, polícia e governos só fizeram chocar o ovo da serpente ao superlotar presídios e enxugar gelo no combate ao crime. Quatro anos depois, só não estamos no mesmo ponto porque o descaso geral com a segurança nos deixou pior e até o plano de ‘pegar uns jornalistas da Globo’ se concretizou.’



TELEVISÃO
Daniel Castro

Globo infla ‘Big Brother’ e elimina sorteio

‘A próxima edição de ‘Big Brother Brasil’ terá um número recorde de participantes. Serão 16, contra 14 nas últimas edições e 12 nas primeiras. Apesar do inchaço, o ‘reality show’ da Globo terá a mesma duração dos anteriores (12 semanas).

Segundo J.B. de Oliveira, o Boninho, diretor-geral do programa, serão introduzidas muitas ‘surpresas’ em ‘BBB 7’. Ele ainda não adianta quais, mas, como o número de participantes aumentará e a duração será a mesma, pode-se presumir que haverá novidades na forma de eliminação dos participantes: em algumas semanas, mais de um concorrente poderá ter que deixar o programa.

Todos os 16 participantes serão escolhidos pela produção. Logo, não haverá sorteios promocionais. A idéia é evitar o desnível entre participantes.

Neste ano, por exemplo, entraram por sorteio dois ‘intrusos’ (a baiana Mara, vencedora do programa, e o carioca Agustinho), ambos totalmente fora do ‘padrão’ dos demais 12 participantes. Os ‘intrusos’ quase sempre são mais pobres e estão acima do peso ideal _no ano passado, uma participante que entrou por sorteio foi excluída após sofrer um acidente vascular cerebral. Os selecionados pela produção são mais jovens, bonitos e sarados.

O sétimo ‘BBB’ ainda não terá celebridades, recurso que a Globo não descarta usar nas próximas edições. As inscrições começam em setembro.

GENTE NOVA A primeira novela das seis da Record, que não se chamará mais ‘E, Aí’, terá um elenco jovem e pouco conhecido. Um dos poucos ‘famosos’ será o modelo Rodrigo Hilbert, ex-namorado de Fernanda Lima. Ele fez uma ponta em ‘América’ _como um surfista que teve um caso com a personagem de Cissa Guimarães.

DANÇANDO NA CHUVA Prometido para agosto, o ‘reality show’ ‘Dançando por um Sonho’ deverá estrear no SBT em outubro. O programa já entrou em produção. No elenco, estarão Valéria Valenssa, a ex-Globeleza, Sidney Magal e Lucas Poletto (‘Ídolos’).

CAMPANHA CÍVICA Os apresentadores da Rede TV! gravaram vinhetas defendendo o voto consciente.

ACERTO DE ROTA 1 Um dos programas pré-aprovados para serem testados como especiais de fim de ano da Globo, o projeto de série ‘Dom’, sobre um jovem com poderes paranormais, sofrerá ajustes no roteiro.

ACERTO DE ROTA 2 É que o protagonista de ‘O Profeta’, próxima novela das seis, também terá poderes sobrenaturais _prevê acontecimentos, mas não consegue evitar que se concretizem.

PONTE AÉREA Márcia Goldschmidt, que agora mora em Miami, está montando uma minibase de produção em Nova York. É que seu prometido novo programa na Band vai se dividir entre essas duas cidades americanas. Será uma coluna social eletrônica, digamos, internacional.’

Leonardo Cruz

Série invade bastidores da televisão americana

‘Imagine a cena: em um programa de humor ao vivo na TV, o produtor do show invade o estúdio e atira contra o próprio pé. ‘O show de hoje não será bom. Mude de canal. Ou melhor, desligue a sua televisão’, esbraveja o produtor. Assim começa, com um ataque às grandes emissoras americanas, ‘Studio 60 on the Sunset Strip’, seriado que traz de volta Matthew Perry, astro de ‘Friends’, e que já provoca barulho na mídia dos EUA, antes mesmo de estrear.

O pai de ‘Studio 60’ é Aaron Sorkin, criador e produtor-executivo de ‘The West Wing’, série que por sete temporadas contou histórias do cotidiano da Casa Branca, sempre sob a ótica de um presidente democrata bem mais à esquerda do que Bill Clinton.

Em seu novo rebento, Sorkin usa o show de humor como pano de fundo para mostrar os bastidores de uma grande rede, a fictícia NBS. E o tal produtor boquirroto, Wes Mendell, é o porta-voz do veneno de Sorkin contra a apatia e o acriticismo do sistema, com petardos como: ‘Nós todos estamos sendo lobotomizados pela mais influente indústria deste país’ e ‘Pessoas disputam competições para ficar iguais a Donald Trump [‘O Aprendiz’]’.

Obviamente, Mendell é demitido, e o desenrolar de sua saída leva à cena os verdadeiros protagonistas de ‘Studio 60’.

Amanda Peet, dos filmes ‘Melinda e Melinda’ e ‘Syriana’, é a nova presidente da emissora, que tem a missão de limpar a imagem do show de humor. Para tanto, vai atrás de Matthew Perry, que interpreta um famoso roteirista, e de seu parceiro, Bradley Whitford (ex-’West Wing’), produtor com tendências cocainômanas, evidente alter ego do próprio Sorkin.

‘Studio 60’ só estreará na rede americana NBC em setembro, mas o piloto está disponível em uma cadeia de locadoras de DVDs dos EUA. Para os fãs tupiniquins, já caiu na internet, em programas de troca de arquivos como o Emule.

A première pode ainda estar longe, mas o seriado já movimenta a guerra pela audiência. A NBC reposicionou ‘Studio 60’ em sua futura programação após as rivais ABC e CBS anunciarem que exibiriam os blockbusters ‘Grey’s Anatomy’ e ‘CSI’ às 21h das quintas. Previsto inicialmente para esse horário, o programa foi deslocado para as segundas, às 22h.

E provocou frisson na internet no início do mês, quando o piloto foi parar no YouTube e lá ficou por poucas horas, até que fosse tirado do ar a pedido da NBC. Em julho, quando o primeiro episódio ainda nem estava finalizado, blogs e fóruns sobre TV traziam opiniões -positivas e negativas- sobre a série. Tudo com base em um clipe de seis minutos que circulava pela rede. As críticas ao piloto têm sido, em geral, benevolentes.

No Brasil, ‘Studio 60’ deve ser exibido na TV paga, no canal Warner, mas ainda não há previsão de estréia. Colaborou LUCAS NEVES, da Reportagem Local’

Lúcio Ribeiro

Fox volta a exibir seriado sobre presídio de segurança máxima

‘Com um assunto já bastante familiar nos noticiários, mas desta vez no ‘jeitão Hollywood’ de mostrar, o canal pago Fox retoma amanhã, às 22h, os episódios da primeira temporada da badalada série americana ‘Prison Break’, que envolve presos, cadeia superlotada e conflitos governamentais.

O seriado conta a história de dois irmãos que lutam para fugir de um presídio de segurança máxima nos arredores de Chicago. O primeiro, mais velho, está sendo condenado à cadeira elétrica por um crime que não cometeu e que envolve o alto escalão da presidência americana. O segundo, um mauricinho nerd, simula um assalto para, da cadeia, executar uma fuga planejada.

No Brasil, ‘Prison Break’ continua a ser exibida a partir do episódio 14 (a temporada tem 23 nos EUA). Os 13 capítulos anteriores foram exibidos no segundo semestre do ano passado, mas foram interrompido porque a Fox queria a série para o lugar de ‘24 Horas’, que acabou na semana passada.

Enquanto isso, também amanhã, nos EUA, ‘Prison Break’ começará sua segunda temporada. O final do primeiro ano na TV americana registrou grande audiência para o seriado, com mais de 8 milhões de telespectadores. Isso aumentou ainda mais a fama do novato Wentworth Miller, que de participações desimportantes em outros seriados, ganhou fama de novo galã da TV, graças ao papel do irmão salvador que na trama camufla a planta da penitenciária em uma tatuagem que toma seu corpo.

‘Não estou nem aí para a fama repentina que eu estou conseguindo, a não ser que ela abra portas para a minha carreira, portas essas que sempre estiveram bem fechadas’, disse Miller à Folha. O ator, de 34 anos, ganhou o papel no último instante, quando os produtores de ‘Prison Break’ estavam quebrando a cabeça para encontrar alguém para o irmão do condenado Lincoln (Dominic Purcell).

Trama interna

‘Prison Break’ é gravada em Chicago. A série tem intensa trama interna, mas mantém uma história forte fora da cadeia. Como ‘24 Horas’, eleva a tensão com cenas de ação no limite. Como ‘Lost’, monta o quebra-cabeça dos personagens com revelações paulatinas de cada um deles.

Originalmente prevista para uma curta vida de nove episódios, ‘Prison Brake’ deu tão certo que a série sairá de Chicago e ganhará seqüências em Dallas, Miami e Nova York.

O jornalista LÚCIO RIBEIRO viajou a convite da Fox

PRISON BREAK Quando: às segundas, às 22h Onde: Fox’

Laura Mattos e Rafael Cariello

‘Páginas’ muda, mas depoimentos continuam

‘‘Páginas da Vida’ entra na segunda fase a partir de amanhã, e o autor, Manoel Carlos, decidiu não retirar do ar os depoimentos reais que encerram cada capítulo da novela.

A Globo cogitou acabar com a novidade após o sexto episódio, quando foram veiculadas as polêmicas declarações de uma mulher de 68 anos a respeito de orgasmo atingido com masturbação, ao som de ‘Côncavo e Convexo’, de Roberto Carlos.

À época, a cúpula da emissora avaliou que a transição para a segunda fase, quando a história saltará de 2001 para 2006, seria uma oportunidade para abandonar os testemunhos. Desde então, o cuidado com o conteúdo dos relatos foi redobrado e o tom mudou. A ordem é emocionar, jamais escandalizar (veja quadro). Nessa linha mais ‘light’, eles sobreviveram.

Renato Janine Ribeiro, professor de filosofia da Universidade de São Paulo, pode comemorar. Para ele, os relatos ao final de cada capítulo são uma iniciativa, antes de tudo, ‘democratizadora’. ‘É a primeira vez que a gente vê depoimentos populares desse tipo no ar.’

‘Aquela senhora pode ter ido um pouco longe demais ao falar da masturbação, mas, independentemente disso, o que está em jogo é o discurso de pessoas que são totalmente anônimas.’

Ao que parece, em sua opinião, ‘a idéia é justamente dar voz a quem não tem voz, a quem não aparece na TV, nunca tem lugar nesse espaço’.

O discurso é semelhante ao do autor da novela. ‘Os depoimentos foram pensados pelo Jayme Monjardim [diretor] e por mim para fazer com que a voz das ruas chegasse à novela e, conseqüentemente, ao público que vê televisão’, afirmou à Folha Manoel Carlos.

A escritora e pesquisadora da USP Renata Pallotini (autora de ‘O que É Dramaturgia’), no entanto, embora reconheça que a intenção possa ter sido ‘trazer a vida real para perto da ficção’, afirma crer que o objetivo não tenha sido cumprido.

‘A própria ficção já traz a opinião do autor e, com o depoimento, reforça demais, pesa demais. É redundante, o telespectador tem a capacidade de, pela história, chegar a suas próprias conclusões. Essa idéia de levar a gente a concluir algo ficou pesada, ‘over’, avaliou.

Manoel Carlos afirmou, sem conhecer a opinião de Pallotini, que o sentido dos depoimentos é o de reforçar a ligação da vida ‘real’ com o que se passa nos capítulos. ‘Ao encerrar a novela com os depoimentos, é como se eu perguntasse aos telespectadores: ‘Gostaram dessas cenas de ficção que acabaram de ver? Pois então agora fiquem com uma cena real, que foi vivida por uma pessoa comum’.’

Para Janine Ribeiro, é natural que esse tipo de depoimento popular surgisse em uma telenovela. ‘As novelas são o que de melhor a televisão brasileira criou e terminaram por se tornar um espaço privilegiado de discussão pública no país.’

Para o professor da USP, a novela foi, durante muito tempo, mais realista do que o ‘Jornal Nacional’ e ainda é mais progressista e menos reacionária que os programas de humor.

‘O Dono do Mundo’

O psicanalista Tales Ab’Sáber acredita que a polêmica em torno dos depoimentos reais de ‘Páginas da Vida’ tenha sido acalorada porque as novelas ‘ocupam um lugar privilegiado na atenção das pessoas e na construção de seu universo imaginário’. ‘Muitos acharam um escândalo uma senhora negra e velha ter contado a primeira vez que gozou. O mais curioso é que esse tipo de discurso sobre a sexualidade pode no outdoor, pode antes e depois da novela, mas na novela não pode. Esse espaço da teledramaturgia, de fato, não é banal. Ele agencia questões e convoca a vida imaginária das pessoas. Algumas, talvez, só tenham vida imaginária aí’, defendeu.

Ele vê no evento do relato ao som de ‘Côncavo e Convexo’ uma reação semelhante, embora em menor escala, à que outra novela, ‘O Dono do Mundo’, provocou no público em 1991.

Em artigo publicado no caderno ‘Mais!’, da Folha, em 2003, Ab’Sáber havia chamado a atenção para o fato de que muitas pessoas desligaram a TV ou mudaram de canal no capítulo em que o protagonista e vilão da trama, Felipe Barreto (Antonio Fagundes), tirava a virgindade da personagem de Malu Mader. Ela era a mocinha da trama e, segundo a história, estaria sendo levada a trair seu noivo com o vilão. A ação de Felipe Barreto, segundo Ab’Sáber, revelava ‘o poder sádico e cínico de parcela da elite’ brasileira. Esse retrato, inesperado numa novela em sua opinião, teria provocado um ‘curto-circuito na esfera pública’.’

Bia Abramo

Ovos, tomates e votos

‘A MTV botou no ar uma campanha (leia-se: vinhetas de cerca de um minuto nos intervalos da programação) a propósito das eleições. O tom é crítico, tanto em relação ao governo quanto em relação à oposição, e algo agressivo (‘prepare seu saco, os ovos e os tomates’). Entidades estudantis (UNE e Ubes) interpretaram que a emissora estaria conclamando ao voto nulo e fizeram uma carta aberta.

Embora a reação de UNE e Ubes tenha algo de paranóica -a MTV não fala em voto nulo, e sim sugere que a campanha eleitoral vai ser de uma chatice ímpar- e a paranóia quase sempre seja indicativa de um grande e profundo medo de revelação, não interessa aqui discutir se há alguém com maior ou menor razão.

Afinal, trata-se do confronto entre duas posições políticas legítimas no sistema democrático e é isso que interessa, no fundo, certo? O que parece que pode ser um objeto mais rico de discussão são os formatos utilizados por um e outro lado nesse conflito de opiniões. A MTV, bem ou mal, tornou-se uma espécie de laboratório de experimentação da linguagem televisiva ‘jovem’ que pode ser absorvida e utilizada pelo mercado mais amplo de publicidade.

No fundo, por ampliada que tenha sido a programação nesses 25 anos, a vocação da MTV é original e profundamente publicitária, e aí temos um problema com essas campanhas cidadãs. Quando a discussão é mais ou menos simples e unânime, como no caso do uso da camisinha para prevenir o vírus HIV (ok, a Igreja Católica é contra, alguns pais se arrepiam, muitos jovens hesitam na hora de usar, mas há mais consenso do que dissenso), o tom impositivo da propaganda funciona.

A propaganda, por definição, reduz o mundo a proposições simples. Como a MTV está combatendo a propaganda eleitoral com o mesmo armamento, trata-se de jogar querosene para combater o fogo.

Já as entidades estudantis falam a linguagem do alarme e da indignação. Atropelaram o sentido ‘rebelde’ dos filmetes e viram um caráter negativista que não estava exatamente lá. Ao mesmo tempo em que atribuem à MTV um peso exagerado, exigem uma circunspecção que a emissora não tem a menor obrigação de observar. Pareceria piada, se tivesse alguma graça. De um lado, a MTV com suas armas sofisticadas de propaganda.

De outro, entidades estudantis com seus métodos tradicionais de manifestação. No meio disso tudo, jovens sendo disputados a tapa por uns e outros. O de sempre.’

Inácio Araujo

Série revê grandes poetas brasileiros

‘O documentário nos vende a suposição de que o que registra é ‘a verdade’. Para a poesia, ao contrário, tudo começa por ser quimera. O encontro paradoxal dessas duas formas é o que podemos ver hoje em ‘É Tudo Verdade’ (Canal Brasil, 16h).

O que Amir Labaki descolou é precioso: os documentários do escritor Fernando Sabino sobre alguns dos principais poetas brasileiros.

O primeiro sai de uma parceria de Sabino com David Neves e nos traz um Carlos Drummond de Andrade ora maroto, ora devoto às amizades, conversador e ao mesmo tempo reservado. E Drummond ao primeiro olhar parece simples.

O segundo, sobre Manuel Bandeira, tem o bom senso de absorver o documentário de estréia de Joaquim Pedro de Andrade, ‘O Mestre de Apicucos’. Joaquim Pedro capta no poeta a sincera alegria de um viver modesto, materialmente, e voltado para uma imaginação tão fértil quanto sintética.

O filme dedicado a João Cabral de Melo Neto não se beneficia dessa intimidade. Trata-o com solenidade. É abaixo do que se poderia esperar. Já o de Vinicius de Morais sofre um pouco com a mistura de poemas e canções. Afinal, conhecemos bem o Vinicius da música. Sua poesia, uma bela lírica, acabou até um tanto soterrada. De todo modo é com Vinicius que a série mostra sua face mais real: é o adeus a um Rio capital que viveu nesses homens e, aos poucos, desaparece.’



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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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