Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Folha de S. Paulo

FUTEBOL
Ruy Castro

Na latinha, após o jogo

‘RIO DE JANEIRO – Repórter: ‘Fulano, como você explica essa derrota por 10 a 0, que afundou ainda mais o [preencha o nome do clube] rumo ao rebaixamento?’.

Jogador: ‘Com certeza. A gente sabia que eles eram perigosos, e o professor já tinha avisado que eles iam explorar o nosso desespero. Nossa equipe começou antenada, mas demos uma dormida, tomamos um gol aos 15 segundos e aí fica complicado. Mas temos outro jogo na quarta-feira e agora é levantar a cabeça e trabalhar para ganhar três pontos e buscar o nosso objetivo, que é escapar do rebaixamento e lutar por uma colocação no Brasileirão e, quem sabe, uma vaga na Sul-Americana’.

Repórter: ‘Como você vê a cobrança da torcida? Ela está pegando no pé do Fulaninho?’.

Jogador: ‘Com certeza. A torcida paga ingresso e tem direito de cobrar. Mas Fulaninho é um grande jogador e está nos ajudando muito. O grupo é guerreiro, tem qualidade, e é continuar mantendo a pegada que os resultados vão aparecer. Ainda tem muito jogo pela frente e vamos buscar o nosso objetivo, que é uma colocação no Brasileirão e lutar por uma vaga na Sul-Americana e, quem sabe, na Libertadores’.

Repórter: ‘Agora são 20 jogos seguidos sem ganhar. É a pior campanha na história do clube. Dá para sonhar com alguma coisa que não seja escapar ao rebaixamento?’.

Jogador: ‘Com certeza. Todo mundo aqui é homem, tem vergonha na cara, fomos nós que botamos o clube nessa situação e só nós podemos tirar. O grupo está de parabéns e temos que honrar essa camisa. É pôr o coração na ponta da chuteira para buscar o nosso objetivo, que é entrar no grupo da Sul-Americana e lutar por uma vaga na Libertadores e, quem sabe, o título do Brasileirão’.

Juro a você, adoro ouvir essas entrevistas após o jogo!’

 

INCLUSÃO
Elvira Lobato e Julio Wiziack

Internet ‘popular’ de Serra não passa em critério da ONU

‘O pacote de banda larga ‘popular’ anunciado anteontem pelo governador de São Paulo, José Serra, não passaria pelo critério de banda larga definido pela UIT (União Internacional de Telecomunicações), órgão ligado às Nações Unidas.

A instituição considera banda larga a velocidade de transmissão de dados superior a 256 Kbps (kilobits por segundo). Pelo decreto do governador, a oferta de banda larga para a baixa renda admite velocidade mínima de 200 Kbps.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) não tem uma norma definindo a velocidade mínima da banda larga. A agência considera usuários de banda larga todos aqueles com acesso acima de 64 Kbps, velocidade das conexões discadas.

No entanto, a Anatel envia para a UIT informações destacadas sobre o total de usuários acima de 256 Kbps para as estatísticas internacionais.

Em nota, o governo do Estado afirma que ‘o Brasil não tem regulamentação que indique qual a velocidade mínima para uma conexão ser classificada como banda larga’ e que a definição da UIT é polêmica. Nos EUA, diz a nota, a Federal Communications Commision ‘define banda larga como o serviço de transmissão de dados com velocidade a partir de 200 Kbps’. O governo diz ainda que a velocidade de 200 Kbps é a mínima estipulada pelo programa Banda Larga Popular, e pode chegar a 1 Mbps.

Debate

O descasamento entre a velocidade mínima do decreto de Serra e o admitido pela UIT veio à tona a partir de uma declaração pública do vice-presidente da Abrafix, associação que representa as teles fixas, João de Deus, durante debate no Futurecom, evento de tecnologia e telecomunicações encerrado ontem em São Paulo.

O executivo citou relatório da UIT que define banda larga como o serviço acima de 256 Kbps, para defender as teles e a qualidade do serviço prestado no país. Ele disse que a velocidade média para baixar arquivos (download) no Brasil é superior à dos demais países com renda per capita similar.

A Telefônica, primeira a aderir ao programa de Serra, lançou um pacote com velocidade de 250 Kbps. Na prática, segundo o presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, é a mesma velocidade do mínimo definido pela UIT.

Ainda segundo Valente, existe uma polêmica no mundo sobre a velocidade mínima da banda larga. ‘Ainda se discute se 256 Kbps é banda larga. É apenas uma referência.’

Ontem, a Telefônica deu detalhes sobre o pacote de internet popular que estará à venda a partir de 9 de novembro. O serviço só poderá ser contratado por assinantes de seu serviço de telefonia fixa.’

 

TELEVISÃO
Mônica Bergamo

‘Estou com dó do Suplicy’

‘A apresentadora Sabrina Sato, do ‘Pânico na TV’, convenceu o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) a vestir uma sunga vermelha por cima da calça e desfilar pelo Congresso como o ‘Super-Homem do Senado’. Ela diz que ele não devolveu a fantasia e afirma ter medo de que a repercussão do caso prejudique o político.

FOLHA – Como convenceu o senador Suplicy a vestir a sunga?

SABRINA SATO – Fiquei com dó dele hoje, falaram que saiu em todos os jornais, né? Eu adoro, amo, amo o Suplicy. Ele sempre fala com a gente. Fala dos projetos dele, daquela bolsa lá dele [o programa de renda mínima defendido pelo senador], mas também participa das brincadeiras. Tem uns senadores que são muito bacanas. Uns aceitam brincadeiras, outros não.

FOLHA – E foi ele que falou do Super-Homem?

SABRINA – A gente queria falar dos heróis e dos vilões do Congresso. Como o Senado é o Poder Legislativo e todo político gosta de poder, queria ver quais são os poderes deles. Eu disse: ‘Trouxe uma coisa aqui que é só para você, que nenhum outro senador vai poder usar: a sunga do Super-Homem’. Ele colocou e saiu voando comigo. Não sei se isso é quebra de decoro. Acha que ele corre algum risco? Ele falou que estava preocupado com isso e disse: ‘Só vou fazer porque é pra vocês’. Aí eu falei: ‘O senhor está acima do bem e do mal!’ Ele foi supergentil. E nem devolveu a sunga, ficou lá com ele.

FOLHA – Tentou convencer outros senadores a usarem a sunga?

SABRINA – Não, a sunga era pra ele. O [senador Marcelo] Crivella [PRB-RJ] falou: ‘Se você conseguir que o Suplicy coloque essa sunga vermelha, você pode eleger um presidente da República’. Eu falei: ‘O senhor duvida dos meus superpoderes?’. O Flávio Arns [PSDB-PR] disse: ‘Eu o conheço há mais de dez anos, ele não vai pôr’. Mas combinou: depois do cartão vermelho, a sunga vermelha. Teve um deputado que imitou o Tarzan.

FOLHA – Qual?

SABRINA – O Sandy Junior [Sandes Junior (PP-GO)]. Ele chama Sandy Junior, juro por Deus! O Flávio Arns homenageou o Super-Homem também, por tudo o que o ator [Christopher Reeve] passou. E teve um que cantou a música do He-Man, abriu a espada e tudo.

FOLHA – E como era a espada do deputado?

SABRINA – [Risos] A espada fui eu que levei. Mas não coloca isso, senão não me deixam mais entrar com coisas escondidas lá!

FOLHA – Como você avalia os senadores?

SABRINA – Acho que tem muitos senadores que não são comprometidos com o país e, por isso, não brincam. Os que trabalham direito falam com a gente. O Suplicy, o Cristovam [Buarque (PDT-DF)], o Demóstenes [Torres (DEM-GO)], o Heráclito [Fortes (DEM-PI)]. Eles são coerentes com as ideias deles e trabalham pra caramba. Os que não devem, não temem. No Twitter, falaram que o Suplicy fez errado. Eu não acho. Errado é o que eles fazem escondidos, não na frente do ‘Pânico’.

FOLHA – Quem ainda foge?

SABRINA – O Sarney nunca falou comigo. Anda com 15 pessoas em volta, dez capangas e os outros senadores puxa-sacos do lado dele. A gente coloca a música do ‘Poderoso Chefão’ quando ele passa e não fala com a gente. Ele e o Renan. Falo que eles são o Batman e Robin. ‘Robin’! [rindo e fazendo um trocadilho com ‘roubem’].

FOLHA – Colocaria uma cueca no Renan?

SABRINA – Ele não permitiria isso nem receberia tanta atenção nossa. Não deixa a gente brincar.

FOLHA – Foi difícil convencer o Pedro Simon [PMDB-RS] a dançar valsa com você?

SABRINA – Todo mundo conhece o ‘Pânico’. Peguntei qual era o talento dele e se ele sabia dançar. Ele disse: ‘Danço valsa bem’. Aí dançou. O Arthur Virgílio [PSDB-AM] lutou jiu-jitsu comigo, quase caiu no chão.

FOLHA – O Heráclito Fortes ficou bravo quando apertou as bochechas dele?

SABRINA – Imagina, o senador Heráclito é muito gentil! Tem muito humor, é muito bacana. Agora que ele fez operação de estômago, está emagrecendo e não vai mais ter bochecha para eu apertar. Ele me ajuda muito lá, chama os outros senadores para falarem comigo. Não tem nada a esconder, fala sobre tudo.

FOLHA – E o Demóstenes, que você chamou de careca?

SABRINA – Ele sempre brinca. É culto, inteligente, coerente. Já conversei com ele sobre música, cinema… e política, claro. Mas você não vai querer me prejudicar, me fazendo entregar os senadores, né?’

 

Folha de S. Paulo

ABC vai exibir série de ator de ‘Friends’

‘A ABC levou a disputa para exibir a nova série do ator Matthew Perry, conhecido por sua participação em ‘Friends’.

A rede rivalizava com a NBC, que exibiu a comédia estrelada por Perry na TV.

Ainda sem nome, a série é uma criação de Perry, inspirado em sua experiência de fazer 40 anos. O ator interpretará um homem que reavalia sua vida ao chegar à meia-idade.

Ele também ajudará a produzir e escrever a série. Thomas Schlamme, que trabalhou com Perry em ‘Friends’, irá dirigir o programa. A ABC já exibe ‘CougarTown’, série com Courteney Cox, outra protagonista de ‘Friends’.

O acordo ainda está sendo finalizado.’

 

Folha de S. Paulo

Pôster de ‘Lost’ trará pistas do programa

‘Um cartaz promocional da sexta e última temporada do seriado ‘Lost’, que irá ao ar em janeiros nos Estados Unidos, deu origem a especulações sobre o fim da série.

O pôster traz alguns personagens das cinco últimas temporadas que já deixaram a trama, como Ana Lucia, Boone, Eko, Libby e Shannon, o que pode indicar a volta deles ao programa. Ouvido pelo site TV Guide, o porta-voz da rede ABC, que produz o seriado, afirmou que o pôster divulgado na internet foi criado para a feira Comic-Con e ainda não é o oficial, que deve ser divulgado em breve.

A série de J.J. Abrams gira em torno de um grupo de sobreviventes de um acidente de avião em uma misteriosa ilha.’

 

Nina Lemos

‘ER’ é marco de época do ‘sangue, soro e lágrimas’

‘Sangue, salas de emergência lotadas de médicos, enfermeiras que contam até três para tirar um paciente da maca e colocá-lo na cama, grandes acidentes, mortos e feridos. Há 15 anos acompanhamos essa rotina avidamente em ‘ER’, também conhecido como ‘Plantão Médico’, um dos programas de maior sucesso da TV dos últimos tempos. ‘ER’, que tem sua última temporada exibida pela Warner em outubro, é um clássico dos anos 90-00, assim como ‘Swatt’ e ‘As Panteras’ o foram nos anos 70. George Clooney é uma Farrah Fawcett contemporânea. E dá para imaginar que, daqui a algum tempo, falaremos: ‘Lembra da época de ‘ER?’.

A época de ‘ER’ é um tempo em que saúde e, principalmente, a longevidade, viraram obsessões. E, com isso, a hipocondria. Ao assistir ao seriado, tomamos contato com doenças variadas, remédios e formas avançadas de ressuscitação. Nos sentimos os próprios doutores, capazes de fazer diagnósticos e, quem sabe, salvar vidas.

Engraçado perceber que justamente quando mais achamos que vamos viver para sempre, mais ficamos com mania de ver gente quase morrendo ou batendo as botas de fato, nas telas da TV. Sim, porque ‘ER’ é tão importante que lançou uma moda de programas de pronto-socorro. A Globo já exibiu ‘Mulher’, entre 98 e 99, no auge da febre ‘Plantão Médico’.

E hoje, os órfãos de ‘ER’ podem se consolar com ‘Scrubs’ (uma versão comédia da primeira) e ‘Grey’s Anatomy’ (também mais engraçado que o seriado clássico, mas mesmo assim com direito a mortes e protagonistas com câncer). E, é claro, o programa de médico ‘tendência do momento’, ‘House’, em que um doutor ‘excêntrico’ lida com casos escabrosos de maneira inusitada.

Quem tem mais estômago pode ver também reality shows de pronto-socorro. Em que o bicho pega de verdade. Um desses programas é ‘Pronto-Socorro, Histórias de Emergência’, exibido pelo Discovery Channel. Trata-se da rotina real de um PS. O programa é contra-indicado para pessoas sensíveis. Difícil é saber quem não é sensível aos gritos de dor (reais) que ecoam da televisão.

Poucas coisas são mais assustadoras do que se imaginar sozinho em um pronto-socorro. E morrer de câncer é um pavor tão grande que existem livros e dietas para evitar ‘a doença maligna’. Mesmo assim, gostamos de ver gente sofrendo e gritando de dor. Por mais que a TV seja um entretenimento, vez ou outra paramos o controle remoto em programas que mostram a chegada da ‘senhora da foice’ de forma cruel (e existe outro?). Ver sangue e remédios nos entretém.

E por isso os fãs de ‘ER’ já se preparam para assistir, com direito a ‘festinha’ e a pipoca, ao último capítulo da série, que vai ao ar no dia 28 de outubro aqui no Brasil. Mas eles não ficarão abandonados. A época de ‘ER’, pelo jeito, não está perto de acabar. E quem quiser ver sangue, soro e lágrimas (e um remedinho para rebater) não vai ter muitas dificuldades em saciar sua sede. É só mudar de canal. Simples assim.

ER

Quando: o último episódio será exibido no dia 28/10, às 21h

Onde: no Warner Channel

Classificação indicativa: não informada’

 

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