Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Folha de S. Paulo

INTERNET
Ruy Castro

É tudo Brasil

‘RIO DE JANEIRO – Vanusa, a musa do iê-iê-iê, anda sendo massacrada por ter cantado em público o hino nacional errando tudo: melodia, harmonia, ritmo e letra. O fato, já velho de meses, se deu numa cerimônia da Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas só agora, via YouTube, o país, pasmo, o está assistindo.

Na semana passada, Sasha, 11 anos, filha de Xuxa, também foi para o castigo por escrever no Twitter uma mensagem dizendo que estava filmando e ia fazer ‘uma sena com a cobra’ -ela queria dizer ‘cena’. E, há poucos dias, a apresentadora (e bióloga em disponibilidade) Ana Maria Braga, ao cometer uma receita de bolo em seu programa de TV, louvou a castanha-do-pará como uma delícia da ‘fauna brasileira’.

Seria fácil listar essas ratas produzidas por três (perdão, ouvintes) ícones da cultura e vergastar a indigência mental em que vive o Brasil. Ou acreditar nas justificativas oferecidas para dois dos casos. Segundo seu agente, Vanusa teria se atrapalhado com a música por estar sob o efeito de um remédio para labirintite. E, segundo Xuxa, Sasha não sabe escrever direito em português porque foi alfabetizada em inglês.

Pois ouso pensar diferente. Vanusa, farta de ouvir o hino nacional tocado compulsoriamente antes de cada competição esportiva em São Paulo, queria apenas fugir da patriotada e da cafonice. Daí tentou emprestar ao hino um caráter quase jazzístico, quebrando o ritmo, embaralhando a letra e alterando a melodia. E, quando ia partir para o ‘scat’, foi cortada sem piedade pelo locutor do evento.

Quanto à menina Sasha, seu erro foi insignificante para alguém que, admitido pela própria mãe, é analfabeta em sua língua. E, interpretando um possível raciocínio de Ana Maria Braga, e daí se a castanha-do-pará vem da flora ou da fauna? ‘É tudo Brasil, não?’.

Sim. É tudo Brasil.’

 

ELEIÇÕES
Fábio Zanini

Relator irá propor regra apenas para debate on-line

‘Um dos relatores da reforma eleitoral, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) reconheceu ontem que os senadores votaram ‘sem perceber’ o artigo que cria obstáculos à cobertura da internet, e prometeu apresentar emenda limitando as restrições apenas a debates entre candidatos.

‘Não tenho receio de recuar quando necessário, mas nesse caso estou apenas esclarecendo um ponto que havia sido aprovado pela Câmara e passou despercebido pelos senadores’, afirmou.

Ele se refere à sessão conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça do Senado, na última quarta-feira, em que foi mantido texto da Câmara submetendo a cobertura eleitoral da internet às mesmas regras impostas a TVs e rádios -que são concessões públicas.

Por essa regra, sites, portais e blogs noticiosos não poderiam emitir opinião durante a campanha nem realizar entrevistas individualizadas com candidatos. Também poderiam ter problemas ao exibir charges.

Azeredo agora deve apresentar emenda liberando mais o trabalho da internet, com exceção de debates transmitidos em vídeo e áudio na rede mundial de computadores. Nesses casos, o sites teriam de seguir as regras de TVs e rádios: candidatos de partidos com no mínimo dez parlamentares no Congresso teriam de ser obrigatoriamente convidados.

Mesmo essa restrição pode cair. O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), propôs emenda autorizando totalmente a cobertura eleitoral pela internet. Também propõe que seja eliminada a regra pela qual sites e blogs de candidatos e partidos têm de sair do ar 48 horas antes da eleição.

Uma terceira emenda do petista pretende acabar com a exigência de que institutos de pesquisa sigam metodologia fornecida pelo IBGE.

A votação no plenário do Senado deve ocorrer na terça-feira. Como haverá modificação com relação ao texto da Câmara, o projeto novamente será votado pelos deputados, que, em tese, podem novamente mudar tudo.

Para que isso não ocorra, Azeredo e o relator da reforma na Câmara, Flávio Dino (PC do B-MA), já estão conversando para tentar chegar a um consenso. ‘É importante buscarmos um marco regulatório da internet, como têm as outras mídias.’’

 

PRÊMIO
Mônica Bergamo

Ondas do rádio

‘A Rádio Justiça ganhou o prêmio do Unicef por ter apresentado o melhor projeto no Dia das Crianças na Mídia, quando emissoras do mundo todo dedicam parte de sua programação aos pequenos. Quatro ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) receberam nos estúdios menores em conflito com a lei e responderam várias questões formuladas por eles. O prêmio será entregue no dia 10 de novembro, em NY.’

 

TELEVISÃO
Folha de S. Paulo

MTV estreia hoje faixa de documentários sobre música

‘Com documentários nacionais e internacionais sobre histórias do mundo da música, a MTV Brasil estreia neste sábado uma nova faixa em sua programação.

Começando por ‘Titãs: A Vida Até Parece Uma Festa’, documentário dirigido por Oscar Rodrigues Alves e por Branco Mello, às 23h30, oito filmes serão exibidos até 24 de outubro.

O festival Recbeat, de Recife, é o tema do segundo filme, ‘Rec and Beat’. ‘Ruído das Minas Belo Horizonte’, terceiro documentário, mostra o heavy metal na capital mineira.

Em seguida, o quarto filme, conta a trajetória de oito anos até Brian Wilson lançar o seu disco ‘Smile’ em 2004. A cena tecnobrega de Belém é o tema do quinto documentário, ‘Brega S.A.’.

‘1991: The Year That Punk Broke’, de David Markey, acompanha Sonic Youth e Nirvana em uma turnê.

Axl Rose, do Guns n’ Roses, é o apresentador de ‘Queen: Days of Our Lives’, que conta a história da banda de Freddie Mercury. Os melhores covers do mundo são o tema de’Mundo Tributo’.’

 

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