Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Gary Rivlin


‘Por anos, o Vale do Silício esperou por uma empresa poderosa o bastante para derrotar a Microsoft. Agora, surgiu um sério candidato: o fenomenalmente bem-sucedido Google.


Mas, em lugar de receber o Google como salvador, muitas empresas da região temem seu tamanho e seu poder. Preocupam-se com a possibilidade de que a força que transformou o Google em fenômeno no mundo das buscas o esteja afastando da cultura empreendedora que o ajudou a nascer e até mesmo fazendo da empresa uma ameaça.


Um ano depois da abertura do capital, as pessoas que trabalham para o Google aprendem da forma mais árdua o que representa ser o líder numa cultura acostumada a torcer pelo mais fraco. E enfrentam uma torcida local que em geral se rebela contra qualquer coisa que classifique como ‘comportamento corporativo’.


Hoje, quando especialistas em capital para empreendimentos, empresários e líderes da tecnologia se reúnem no Vale do Silício, um dos mais assuntos mais comuns são queixas a respeito do Google e de tudo que o grupo faz, do assédio aos melhores engenheiros ao tratamento que dá aos seus parceiros e potenciais parceiros. A palavra ‘arrogância’ é usada com muita freqüência.


A notícia, na semana passada, de que o Google planeja vender 14 milhões de ações adicionais só servirá para gerar novas queixas.


‘Eu definitivamente tenho percebido o ressentimento’, diz Max Levchin, fundador do PayPal, o serviço de pagamentos on-line agora controlado pelo eBay. ‘Tornaram-se uma grande empresa e fazem coisas que as pessoas não esperavam que fizessem.’


Bill Gates certamente percebe semelhanças entre o Google e sua empresa. No segundo trimestre, à ‘Forbes’, o presidente do conselho da Microsoft disse: ‘O Google é mais parecido conosco do que qualquer outra empresa com a qual tenhamos concorrido’.


O sucesso do Google já levou a Microsoft a desenvolver um sistema próprio de busca, mas o Google tem engenheiros trabalhando em projetos próprios que podem desalojar a Microsoft da posição de destaque que ela ocupa desde o começo dos anos 80.


Evidentemente, o Vale do Silício já viu outros pretendentes ao trono no passado. A Netscape, que abriu seu capital há dez anos e seu browser, o Navigator, supostamente derrubariam a Microsoft, mas foi a primeira que acabou alijada do mercado. E, embora o Google esteja no pico do sucesso, as pessoas que acompanham a empresa dizem que ela está longe de ser considerada invencível -preços inflados para as ações, desejo de competir em setores demais simultaneamente ou simples arrogância podem causar um tropeço, dizem. Até mesmo a Microsoft, afinal, teve de enfrentar dificuldades legais.


Ainda assim, as semelhanças entre Microsoft e Google são evidentes aos olhos dos empresários locais, como Steven I. Lurie, que trabalhou na Microsoft entre 1993 e 1999, e Joe Kraus, fundador do Excite, um serviço de busca na web criado na década de 1990.


‘Eles têm a mesma atitude de pensar grande com relação aos problemas e às oportunidades’, diz Lurie, que visita freqüentemente o Google, em Mountain View, para conversar com amigos que trabalham para a empresa.


Gigante gentil


Para colocar o Google no contexto, Kraus ofereceu uma breve aula de história. Nos anos 90, ele disse, a IBM era em larga medida vista como um ‘gigante gentil’, uma empresa com a qual era fácil trabalhar em parceria, enquanto a Microsoft era percebida como ‘extraordinariamente temível, uma empresa competitiva que desejava entrar em tantas áreas quanto possível e com talento de engenharia suficiente para implementar qualquer coisa’.


Agora, na opinião de Kraus, ‘a Microsoft está se transformando na IBM e o Google está se transformando na Microsoft’. Kraus é fundador e presidente-executivo da JotSpot, uma empresa iniciante do Vale do Silício que espera vender ferramentas editoriais e para blogs a grandes empresas.


Da mesma maneira que a Microsoft foi vista ao longo dos anos como empresa agressiva e concorrente provida de recursos quase ilimitados para atrair talentos, as empresas iniciantes do Vale do Silício se queixam de que, praticamente toda vez que tentam contratar um programador respeitado, a pessoa já recebeu uma proposta de trabalho do Google.


O Google, diz Reid Hoffman, fundador de empresas de internet, causou ‘inflação geral da ordem de 20% a 25% no salário dos engenheiros do Vale do Silício’.


David C. Drummond, vice-presidente de desenvolvimento corporativo do Google, reconhece que a empresa era ‘muito competitiva’ em sua busca de talento, mas acrescenta: ‘Somos muito sensíveis com relação à maneira pela qual as pessoas nos percebem. Acreditamos que o ecossistema do Vale do Silício seja essencial para o sucesso do Google’.


O Google já tem um serviço gratuito de e-mail, um site agregador de notícias on-line e um sistema de administração de fotos digitais em sua carteira de produtos, o que o coloca em competição com pelo menos dois rivais em cada um desses mercados. Nesta semana, anunciou planos para um sistema de mensagens instantâneas.


‘No passado, costumávamos ouvir sempre que a Microsoft era o império do mal’, diz Brian Lent, presidente da Medio Systems, empresa iniciante de Seattle que trabalhava em buscas para telefones móveis. ‘O Google é o novo império do mal, porque estão em posição tão poderosa em termos de controle. Tem um potencial de controle monopolista sobre o acesso à informação.’


‘Gosto dos caras do Google, e os respeito’, disse. ‘Mas seu objetivo final, digamos, parece ser ‘Google acima de tudo no céu e na Terra’.’ Tradução de Paulo Migliacci’



Renato Cruz


‘TVA vai oferecer WiMax, internet rápida sem fio ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 25/08/05


‘Somente 5,6% das residências brasileiras têm acesso ao serviço de internet rápida. Uma tecnologia chamada WiMax, de banda larga sem fio, promete começar a mudar este cenário a partir do ano que vem. Ontem, a Intel – maior fabricante de processadores do mundo e grande interessada em promover a tecnologia – assinou um contrato com o Grupo Abril. A TVA, operadora de TV paga da Abril, planeja iniciar um piloto do WiMax em São Paulo no primeiro trimestre de 2006.


Uma antena de WiMax tem raio de até 50 quilômetros de cobertura. A velocidade de comunicação chega a 75 Megabits por segundo (Mbps), o que equivale a mais de 1,3 mil conexões discadas de internet. ‘Em 2006, nosso foco será banda larga sem fio, educação digital e conteúdo’, explicou Leila Loria, diretora-geral de Distribuição Eletrônica do Grupo Abril.


Para 2007, a empresa planeja oferecer também telefonia móvel. ‘Seremos um quadruple play’, explicou Leila, referindo-se às empresas que oferecem imagem, voz, dados e mobilidade. A empresa ainda não decidiu se oferecerá telefonia via WiMax – em que a voz é transportada pelo protocolo de internet (IP, na sigla em inglês), como acontece na telefonia via cabo – ou no modelo Mobile Virtual Network Operator (MVNO), ou operadora de rede móvel virtual, para o qual ainda não existe regulamentação no País. Grandes empresas fora do Brasil, como a Virgin e a Disney, adotaram o modelo MVNO, em que compram capacidade de rede no atacado de operadoras móveis, e a revendem no varejo, com a sua marca e seus pacotes comerciais.


A TVA está investindo US$ 10 milhões para digitalizar seu serviço de MMDS, televisão por assinatura sem fio, via microondas, em São Paulo e no Rio de Janeiro. O investimento permitirá aumentar o número de canais de 28 para 120 e abrirá espaço na faixa de freqüência para a instalação do WiMax. ‘O WiMax é uma tecnologia disruptiva, que vai mudar o mercado’, afirmou Ronaldo Miranda, diretor de Marketing e Vendas da Intel para a América Latina.


SOFTWARE


A Oracle aposta no modelo de software como serviço, em que o cliente paga uma mensalidade, no lugar de comprar licenças de uso. A empresa fechou um acordo com o Grupo Abril, que contratou software de relacionamento com clientes para 500 atendentes de call center. O sistema será hospedado em um centro de dados da Oracle em Austin, nos Estados Unidos. Segundo a Abril, o custo será 40% menor do que se software, equipamentos e serviços fossem comprados de fornecedores separados. De acordo com o IDC, o mercado de software como serviço no Brasil passará de US$ 10,5 milhões em 2004 para US$ 31,4 milhões em 2009.’



O Estado de S. Paulo


‘Google lança serviço para concorrer com Messenger ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 25/08/05


‘O gigante da internet Google lançou ontem sua ferramenta ‘Google Talk’, que permite a comunicação instantânea, por escrito e por voz, via computador. Com isso, a empresa passa a concorrer diretamente com os serviços MSN Messenger, da Microsoft, AIM e ICQ, da AOL, Yahoo! Messenger e Skype. A iniciativa é parte da estratégia do site, a ferramenta de busca mais usada na internet, para ampliar seus serviços, conquistar novos usuários e atrair mais anunciantes.


Uma versão de testes do serviço, em inglês, está disponível no site www.google.com/talk. Mas quem quiser utilizá-lo terá de ter uma conta de Gmail, o serviço de correio eletrônico do Google. Como vantagem ante seus concorrentes, o Google disse que seu serviço poderia permitir a comunicação de outros sistemas abertos, como o Trillian, da Apple Computer, e o sistema EarthLink, atualmente em testes.


Mas, como os serviços de mensagens de texto e voz requerem uma conta prévia do Gmail, o Google busca ampliar significativamente a base de assinantes desse sistema. O serviço combinado de mensagens de texto e voz coloca o Google numa competição direta com o serviço popularizado pela Skype, que tem 51 milhões de usuários no mundo, metade deles na Europa. A America OnLine, com suas marcas AIM e ICQ, soma 40 milhões de usuário apenas nos Estados Unidos. O serviço do Yahoo tem 20 milhões de usuários no país, enquanto o MSN Messenger, da Microsoft, totaliza cerca de 14 milhões de usuários.’



O Globo


‘Google Talk: o caçula da mensagem instantânea’, copyright O Globo, 25/08/05


‘A Google Inc., dona do site de buscas mais usado da internet, lançou ontem um software que permite aos usuários enviar mensagens instantâneas e fazer ligações telefônicas a partir de seus computadores. O novo programa chega para concorrer com produtos semelhantes da Microsoft Corp., da Yahoo! Inc. e da Skype Technologies S.A.


Batizado de Google Talk, o serviço é gratuito e permite que quem tem conta de e-mail da Google se comunique com outros internautas utilizando um microfone e alto-falantes, ou um fone de ouvido com microfone acoplado, explicou Georges Harik, gerente de Produto da Google. Mas não será possível ligar para telefones fixos.


O lançamento de um serviço de chamadas de voz por computador (o chamado VoIP) reflete a estratégia da Google de diversificar suas operações e deve pressionar as concorrentes Microsoft, Yahoo! e Skype. O número de usuários de serviços de chamada de voz via Internet nos Estados Unidos deve chegar a 27 milhões de usuários em 2009, frente aos 3,1 milhões deste ano, segundo a consultoria IDC.


– A Google é o azarão neste mercado e ela está tentando forçar sua entrada – disse Greg Sterling, analista do Kelsey Group Inc. – Para a Google, esse mercado é o contrário do de buscas, que é dominado por ela.


À semelhança do MSN, da Microsoft, o Google Talk aparece como uma pequena janela na tela do computador e exibe uma lista com os amigos do usuário que estão online. Os internautas podem clicar em seus amigos e enviar mensagens de texto para eles ou iniciar uma ligação de voz por meio do computador.


As contas do Google Talk já estão disponíveis, desde ontem, para os usuários cadastrados no G-mail nos Estados Unidos, disse Harik, acrescentando que não serão exibidos anúncios no novo serviço.


O serviço de mensagem instantânea da Yahoo! tinha 78,8 milhões de usuários em julho, o MSN, 189,7 milhões, e o AOL Instant Messenger,64,4 milhões, segundo a ComScore Networks Inc. Já o VoIP da Skype – que permite a ligação para telefones fixos – tem hoje mais de 47 milhões de clientes.’



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‘AOL faz acordo de US$ 1,25 milhão com estado de NY’, copyright O Globo, 25/08/05


‘A America Online Inc. (AOL), o maior provedor de internet do mundo, vai pagar US$ 1,25 milhão em multas e custas judiciais, e fará mudanças em seu serviço aos clientes, para encerrar uma investigação do procurador geral do estado de Nova York, Eliot Spitzer. Cerca de 300 consumidores se queixaram à Procuradoria de que a AOL ignorava pedidos de cancelamento do serviço.


A empresa, que tem 21 milhões de assinantes só nos Estados Unidos, premiava os funcionários que conseguissem manter clientes que ligavam para cancelar sua assinatura. Segundo a Procuradoria, a AOL estabelecia percentuais mínimos de retenção de clientes que deveriam ser cumpridos pelo serviço de atendimento.


Estes poderiam receber bônus de milhares de dólares se conseguissem dissuadir metade dos clientes que ligassem para cancelar a assinatura. Isso fazia com que os atendentes colocassem todos os obstáculos possíveis ao cancelamento, explicou o porta-voz de Spitzer, Brad Maione.


Como parte do acordo, a AOL concordou em eliminar qualquer percentual mínimo de retenção de clientes para que os funcionários de seu serviço de atendimento tenham direito a bônus, além de gravar todos os pedidos de cancelamento. Estes serão monitorados por uma empresa terceirizada. A AOL, que cooperou com a Procuradoria, não admitiu ter adotado conduta incorreta.


A AOL também vai reembolsar o valor equivalente a quatro meses de assinatura, para os clientes de Nova York que não conseguiram cancelar o serviço.’



RÁDIO


O Globo


‘Rádio digital entra no ar em setembro’, copyright O Globo, 25/08/05


‘A partir do fim de setembro, 12 emissoras de rádio do Rio de Janeiro e de São Paulo começam a fazer suas transmissões pelo sistema digital. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse ontem que a decisão com relação ao padrão digital a ser adotado ficará a cargo das emissoras. Ele afirmou ainda que não haverá problema, porque a tecnologia americana Iboc e a européia DRM são compatíveis. A estimativa é que o custo de instalação dos equipamentos digitais para as rádios fique entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.


– O sinal da rádio digital é perfeito, é como se você estivesse ouvindo um CD – disse o ministro.


Para Hélio Costa, o preço do rádio ao consumidor não deverá ser muito alto. A transição total da rádio analógica para a digital, segundo o ministro, levará dez anos. Para fazer os testes da rádio digital, a emissora terá que conseguir uma autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que regula e fiscaliza o setor.


Ministro descarta uso de Fust para baratear telefone


O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), José Inácio Pizani, que se reuniu com o ministro, afirmou que a indústria brasileira já começa a se preparar para lançar no mercado receptores digitais. Ele acredita que antes do Natal a fabricante Gradiente estará comercializando os aparelhos digitais.


– O sistema digital é robusto e atende às necessidades dos radiodifusores – disse Pizani, destacando que em setembro o rádio brasileiro faz 84 anos.


Pizani afirmou ainda que a implantação de uma nova tecnologia é fundamental para que as emissoras melhorem a qualidade e ampliem recursos de suas transmissões. Segundo ele, o setor, que congrega cerca de 3.500 emissoras, já chegou ao limite da possibilidade da tecnologia analógica.


O ministro Hélio Costa descartou ontem o uso de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para subsidiar parte do custo da assinatura básica mensal de telefonia fixa, como querem as empresas do setor.


– Se esta proposta chegar aqui, vou devolver sem olhar – disse o ministro.


De acordo com Costa, a legislação do Fust não permite que os recursos sejam usados dessa maneira. Atualmente, o fundo tem saldo de aproximadamente R$ 3,6 bilhões.’



PUBLICIDADE


O Globo


‘Script e Publicis na Revista O Globo’, copyright O Globo, 25/08/05


‘As agências de publicidade Script Comunicação e Publicis Brasil foram as vencedoras do concurso de criação de capas para a Revista O Globo, em comemoração ao primeiro ano da publicação. A disputa envolveu agências de publicidade do Rio e de São Paulo, vencedoras na categoria Grand Prix nas oito edições do Prêmio de Propaganda O GLOBO, além da agência de publicidade Giovanni,FCB, responsável pela comunicação da revista.


As capas criadas pela Script e pela Publicis Brasil serão publicadas, respectivamente, nas edições da Revista O Globo dos dias 4 e 11 de setembro. Além das vencedoras, a revista mostrará as reproduções dos trabalhos dos finalistas. Também participaram da disputa as agências Contemporânea, Giovanni,FCB, Age, VS, DM9, DPZ, NBS, Almap, Doctor, Quê/Next e ID&A. A comissão julgadora foi formada por editores, fotógrafos e representantes do departamento de arte do GLOBO.


Ação reconheceu o talento dos profissionais


O presidente da Associação Brasileira de Propaganda (ABP) e sócio da agência Giovanni,FCB, Adilson Xavier, elogiou a iniciativa da Revista O Globo por estimular a criatividade dos profissionais de publicidade e propaganda na criação de capas para a publicação:


– A iniciativa foi bastante interessante, pela oportunidade dada às agências de propaganda de praticar um exercício diferente do que estão acostumadas, com a criação de capas para a revista. Foi possível trabalhar com total liberdade de criação. A idéia da Revista O Globo foi muito boa porque, além de marcar o aniversário de um ano, abriu espaço para uma maior aproximação dos publicitários com este veículo, que tem a cara do Rio – disse Xavier.


Segundo a gerente geral de Marketing da Infoglobo, Sandra Sanches, a ação, além de celebrar o primeiro aniversário da Revista O Globo, foi também uma forma de reconhecer o talento dos profissionais de criação das agências de propaganda do Rio e de São Paulo.


– Promovemos a ação para marcar o aniversário de um ano da Revista O Globo. É uma forma de reconhecer o talento dos profissionais de criação das agências de publicidade do Rio e São Paulo. A resposta foi expressiva, com trabalhos de excelente qualidade. Acho que o ineditismo da iniciativa motivou a participação dos profissionais das agências. Os leitores poderão constatar o resultado nas edições da Revista nos dias 4 e 11 de setembro.’