Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Globo recusa crédito
para a TV Digital


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 4 de abril de 2007


GOVERNO LULA
Fernando Rodrigues


Apagão informativo


‘Hoje é dia 4 de abril e os brasileiros já foram informados sobre o crescimento da economia no ano passado duas vezes. Primeiro, anunciou-se um avanço de 2,9% no PIB. Em seguida, o IBGE fixou o percentual em 3,7%.


O governo Lula é curioso. Foi rápido ao anunciar um número tão complexo como o do PIB. Mas quando se trata de um cálculo mais prosaico o país continua a conviver com um apagão informativo.


Até hoje não se sabe o valor gasto com publicidade pelo governo federal em 2006. O balanço do ano passado ainda permanece inédito, embora uma nova propaganda já esteja na praça.


O plano virtual PAC aparece em comerciais pelo Brasil inteiro nas TVs. Um locutor afirma que os investimentos para as obras estão garantidos ‘do início ao fim’ (sic). O valor total do PAC passa dos R$ 500 bilhões. Essa brincadeira na TV, uma evidente inutilidade pública, custará espetaculares R$ 7,8 milhões -só para veiculação.


Não faz muito tempo, as TVs mostraram propaganda do governo federal informando que o passaporte emitido pela Polícia Federal estava reformulado. Mais seguro. E daí? Daí alguma agência de publicidade ficou mais rica e algumas TVs engordaram seu orçamento.


Há algum ganho para sociedade quando o governo gasta dinheiro fazendo propaganda sobre o novo formato do passaporte? E o anúncio de um programa de aceleração (sic) do crescimento cujas obras são todas velhas e algumas mal começaram a andar? Quem fala sobre a lentidão do PAC é a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pois admitiu que parte das ações não estão num ritmo ‘adequado’.


Há décadas a comunicação do governo é uma mistura de desperdício de verbas com proselitismo rastaqüera. Lula não parece se importar. Segue firme no modelo que um dia ele e o PT tanto criticaram.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Congonhas, Congonhas


‘De uma hora para outra, a crise em Congonhas deu lugar à chuva em Congonhas. A Record surgiu ao vivo de helicóptero com imagens e locução dos hangares e do fechamento das ruas. Depois veio a Globo, também em seu helicóptero, desde a ‘região do aeroporto às escuras, Congonhas funciona com gerador próprio’. Na home page e nos ‘+ lidos’ da Folha Online, ‘Chuva causa falta de luz e destelha hangares no aeroporto’.


PROMESSAS


Na manchete da Folha Online ao longo da tarde, ‘Controladores prometem não fazer paralisação na Páscoa’. O problema é o verbo, prometer. De um despacho da Reuters, ‘analistas dizem que o caos pode retornar ao sistema’. E ao menos uma promessa já se foi, com certeza, aquela que o ‘Financial Times’ destacou, ‘o governo brasileiro prometeu uma rápida solução da crise, para hoje’, melhor dizendo, ontem.


NA ARGENTINA


O ‘Valor’ deu que a Argentina também vive uma crise nos aeroportos, mas o noticiário de lá, curiosamente, destaca o Brasil, em jornais como ‘La Nación’ ou ‘Página 12’. O ‘Clarín’ voltou a questionar ontem como a Aeronáutica iniciou ‘queda-de-braço’ com Lula e ‘piorou a crise’.


SLIM E O BRASIL


Em destaque no ‘Wall Street Journal’ e no ‘FT’, a tentativa do bilionário mexicano Carlos Slim de comprar a Telecom Italia rende enunciados como ‘A oportunidade brasileira de Slim’, no segundo, e ‘Proposta é feita para agarrar a liderança no Brasil’, na Reuters. Diz o ‘FT’, citando analista, que a eventual aquisição é ‘uma oportunidade que só aparece uma vez na vida’. A Claro, já de Slim, e a TIM formariam ‘a maior operadora de celular do Brasil’.


SLIM E O MÉXICO


Por coincidência, em entrevista ao ‘FT’, o novo ministro das comunicações do México fez ontem ‘forte ataque’ ao regulador (a agência) do setor no país, que acusou de defender ‘interesses das corporações gigantes’. A Telmex, de Slim, é um virtual monopólio.


QUEM GANHA E QUEM PERDE


O site do ‘New York Times’ destacou dois mapas ontem. O primeiro com o título ‘Os países industrializados são os mais responsáveis pelos gases que causam aquecimento global’ (esq.). O segundo com o título ‘Mas os países pobres mais próximos dos trópicos, apesar de menos responsáveis, vão sofrer mais’ (dir.). Os primeiros são também ‘Os vencedores’, os segundos, ‘Os perdedores’.


Em Malawi, vila contaminada


RICOS E POBRES


A inesperada decisão da Suprema Corte, de que a agência de meio ambiente pode e deve regular a emissão de gases por automóveis nos EUA, ‘uma das mais importantes em anos’, foi manchete no ‘NYT’, ‘WSJ’ e ‘Washington Post’. Em destaque logo abaixo na capa do ‘NYT’, longa reportagem trouxe ‘relatos de quatro frentes na guerra contra o aquecimento’ global. É ‘a divisão climática’: sem perspectiva em Malawi e na Índia, mas com projetos em andamento -e promissores- na Austrália e na Holanda.


‘HAPPY FEET’


Com pingüins, ‘Time’ e ‘Atlantic’ priorizam as respostas ao aquecimento. A segunda arrisca ‘quem perde e quem ganha’. Os mesmos.


PAPA E O CASTIGO


O espanhol ‘El País’ destacou ontem que ‘O castigo a Jon Sobrino faz sombra à viagem de Bento 16 ao Brasil’. É o teólogo da libertação já defendido, em sites como Adital, por Frei Betto e Leonardo Boff. Ontem, no ‘El País’, quem saiu em sua defesa, vigorosamente, foi ‘o mítico bispo d. Pedro Casaldáliga’.


PAPA E O CARDÁPIO


Mas despachos de agências como AFP, em sites por toda a América Latina, têm outras prioridades sobre a visita. Por exemplo, de ontem mesmo, ‘No Brasil, servirão comida alemã a Bento 16’. Será ‘um cardápio simples’, mas ‘saboroso’, diz a reportagem, que ouviu a nutricionista, o ‘chef’ e o superior do convento.


As ‘prisões para jovens’


‘NO INFERNO’


O francês ‘Le Figaro’ deu longa reportagem sob o título que ‘No Brasil, no inferno das prisões de adolescentes’, ontem. Apresentou o sistema carcerário como ‘um dos mais rudes do mundo’, com ‘unidades de jovens delinqüentes’ que seriam ‘escolas do crime’. Relata episódios, processos etc. A BBC Brasil destacou e, no fim do dia, veio e-mail da Fundação Casa, ex-Febem, afirmando que o ‘Figaro’ usou ‘fatos do passado’, ‘dados defasados’ -e ‘não há superlotação’.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Próxima novela das oito será produzida em alta definição


‘A próxima novela das oito da Globo, ‘Duas Caras’, de Aguinaldo Silva, será toda produzida em tecnologia digital de alta definição (HDTV). Será a primeira produção de grande porte da TV digital brasileira.


A Globo anunciou ontem, em evento para jornalistas, que iniciará as transmissões digitais comercialmente no dia 2 de dezembro, no canal 18 da Grande São Paulo. ‘Duas Caras’ entrará no ar um pouco antes, no final de outubro. Até 2 de dezembro, ela será toda produzida em HDTV, mas transmitida apenas em sinal analógico.


Depois de 2 de dezembro, será transmitida em sinal analógico (no canal 5 de SP) e em HDTV no canal 18. O canal 18 irradiará todos os programas do canal 5, com qualidade digital, mas, inicialmente, só a novela das oito será em HDTV.


A HDTV é um dos principais aspectos do modelo de TV digital escolhido pelas redes brasileiras. Sua resolução será superior ao dos atuais DVDs. O formato de tela terá a proporção igual à do cinema. Inicialmente, no entanto, poucos telespectadores terão acesso à tecnologia, devido ao alto custo dos televisores de alta definição.


No início do ano que vem, a Globo pretende transmitir um segundo programa em HDTV. Depois, passará a exibir também filmes e eventos esportivos em alta definição.


Depois de São Paulo, a Globo levará a TV digital para o Rio, ainda no primeiro trimestre de 2008, anunciou Octávio Florisbal, diretor-geral da emissora. Até o final de 2008, Belo Horizonte, Recife, Brasília e as maiores cidades brasileiras terão sinal digital da Globo. Segundo Florisbal, a Globo vai investir US$ 100 milhões por ano em tecnologia até 2009.


O evento da Globo de ontem teve uma inédita apresentação do departamento comercial da emissora. O diretor da Central Globo de Marketing, Anco Saraiva, exibiu a jornalistas números que normalmente só mostra a publicitários, dando conta da massacrante liderança de audiência da Globo.


A exposição de Saraiva foi uma clara demonstração de reação da Globo ao excessivo marketing da Record. ‘A palavra liderança é tão mal usada hoje em dia’, alfinetou o diretor, numa alusão ao slogan da Record (‘A caminho da liderança’), à qual ele se referia durante sua fala como ‘rede C’.


No evento, que teve um high-tech telão côncavo, a Globo também apresentou sua ‘nova’ programação de 2007. As novidades são a microssérie ‘A Pedra do Reino’ (12 de junho), os musicais ‘Por Toda a Minha Vida’ e ‘Som Brasil’, o humorístico ‘Toma Lá, Dá Cá’ e a série ‘Ó Paí, Ó’ (não citada ontem).


O diretor-geral, Octávio Florisbal, anunciou ainda que a Globo irá crescer 7% em 2007, que contratará entre 300 e 400 novos profissionais neste ano e que começará a produzir telefilmes no início de 2008.’


DISNEY / ANIMAÇÃO
Pedro Butcher


A reinvenção da Disney


‘Walt Disney morreu há 41 anos, mas a marca Disney continua aparentemente imbatível. Sua permanência no mundo do entretenimento, no entanto, é uma saga mais próxima de um novelão como ‘Dallas’ do que de uma fábula como ‘Branca de Neve’.


Hoje um imenso conglomerado que inclui um dos maiores estúdios de Hollywood, 11 parques temáticos e vários canais de televisão -incluindo a americana ABC-, The Walt Disney Company começou em 1923 como um pequeno estúdio de curtas de animação.


Essa trajetória de acúmulo de dinheiro e poder sofreu profundos abalos, principalmente a partir da morte de Walt Disney -o homem que deu significado à marca-, em 1966. Mas a capacidade de reinvenção, pelo menos por enquanto, tem prevalecido.


‘A Família do Futuro’, a mais nova produção da Disney, é o melhor exemplo. O filme, que arrecadou, na estréia, nos EUA, US$ 25,1 milhões, está hoje em pré-estréia em São Paulo e entra em cartaz amanhã em circuito maior. Ao mesmo tempo em que dá um passo importante em direção à mais avançada tecnologia (o formato 3D digital estereoscópico), o filme é uma homenagem ao Disney empreendedor e parece ter sido construído como uma grande (e suave) metáfora dessa trajetória.


‘Vi nessa história reflexos de características que admirei em Walt Disney, principalmente no final de sua vida. Quando me deparei com essa frase dita por ele -’Aqui nós não olhamos para trás por muito tempo. Continuamos seguindo em frente, abrindo novas portas e fazendo coisas novas’-, fiz questão de incluí-la no filme, que é, antes de tudo, uma celebração de Walt Disney e de sua capacidade de se reinventar, mesmo nos piores momentos’, disse à Folha o diretor Stephen J. Anderson, no lançamento do filme, na EuroDisney, na França.


Pixar


Ironicamente, Anderson foi atropelado pela mais recente reestruturação da Disney. ‘A Família do Futuro’ é a primeira realização do estúdio depois da compra da Pixar. Sob o comando de John Lasseter, a Pixar revolucionou a animação computadorizada com ‘Toy Story’ (1995). Lasseter tinha um acordo de distribuição com a Disney, mas virou, ele mesmo, um gigante no ramo -a ponto de a Disney não ver outra saída para sua sobrevivência a não ser absorvê-lo. O negócio foi fechado em janeiro de 2006, por US$ 7,4 bilhões. Lasseter virou um dos executivos principais da Disney.


‘Um ano atrás, quando já tínhamos 85% da animação pronta, Lasseter e o pessoal da Pixar trouxeram um olhar fresco e novas idéias, que só contribuíram para o filme’. As palavras do diretor suavizam uma crise mais profunda. Na verdade, Lasseter preparou um amplo relatório com várias notas, sugerindo mudanças. Conta a produtora Dorothy McKin: ‘Entreguei o relatório a Stephen e lhe dei uns dias para pensar, enquanto continuamos a trabalhar no que podia ser feito. Ele pegou o relatório e, a partir dele, fez suas próprias observações, adaptando as sugestões à sua visão do filme’.


Segundo Dorothy, nenhum personagem foi retirado ou adicionado, mas nada menos que 60% do filme foi refeito. ‘As observações de Lasseter trouxeram mais emoção para a história, alterando, principalmente, o terço final do filme’, conta.


‘Meu papel foi proteger Steve e garantir que sua visão fosse preservada. Ao mesmo tempo, fiquei extremamente empolgada quando Lasseter entrou no projeto, porque, para mim, ele é o Walt Disney de hoje’.


O crítico PEDRO BUTCHER viajou a convite da Buena Vista International.’


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Adotado, diretor Stephen J. Anderson se identifica com drama de protagonista


‘‘A Família do Futuro’ marca a estréia de Stephen J. Anderson, 36, como diretor de um filme de animação. Funcionário da Disney desde 1999, ele foi desenhista de ‘story board’ em ‘Tarzan’ e supervisor artístico em ‘A Nova Onda do Imperador’ (2000) e ‘Irmão Urso’ (2003). Veja trechos da entrevista do diretor à Folha. (PB)


FOLHA – ‘A Família do Futuro’ tem elementos novos para um filme da Disney. Como eles foram trabalhados para ficar no padrão do estúdio?


STEPHEN J. ANDERSON – As viagens no tempo foram difíceis. Podíamos fundir a cuca das crianças, então tivemos cuidado para que elas estivessem bem amarradas na história e não precisassem de explicações científicas. Os personagens, mesmo sendo muitos, são divertidos e guardam fortes características próprias. São o melhor do livro de William Joyce e não poderiam ficar fora do filme. Quanto ao vilão, Cara do Chapéu-Coco, ele é uma espécie de síntese de outros vilões, com o diferencial de ter um passado que explica sua condição. Em razão disso, será o primeiro vilão em muitos anos a circular ‘pessoalmente’ como uma atração dos parques.


FOLHA – Como sua experiência pessoal, como uma criança adotada, influenciou na realização do filme?


ANDERSON – Quando o roteiro chegou às minhas mãos, em 2002, a identificação foi imediata. Lewis, enquanto espera ser adotado, quer saber quem é sua mãe e entender por que ela desistiu dele. Quando meus pais me contaram que eu havia sido adotado, as mesmas questões de Lewis passaram pela minha cabeça. Eles me disseram que eu poderia procurar minha mãe biológica ao completar 18 anos, e esse era meu objetivo. Mas, cinco anos atrás, quando já tinha mais de 30, percebi que tinha me esquecido disso. Não era mais importante. Estava vivendo minha vida, construindo o futuro que gostaria de ter. Mas minha identificação com Lewis vai além. O que ele tem de amor pela ciência e pela invenção eu tenho pelos cartuns, desde pequeno.


FOLHA – Como o sr. sentiu a interferência de John Lasseter no projeto?


ANDERSON – Foi importante, porque Lasseter e sua equipe trouxeram um olhar fresco e novas idéias. O trabalho em um filme de animação dura anos e, para nós, que estamos envolvidos, a capacidade de enxergar certas limitações desaparece.


FOLHA – Por que não há celebridades fazendo as vozes?


ANDERSON – Não queria associar vozes e rostos já conhecidos aos personagens do filme. Fui atrás de atores especiais, capazes de exagerar com talento. Procurei principalmente comediantes, alguns veteranos do rádio, como Harland Williams, que faz o robô Carl.


FOLHA – Você mesmo faz a voz de três personagens…


ANDERSON – No começo do processo de todos os filmes de animação, fazemos uma ‘voz guia’ provisória para orientar os animadores. Nessa etapa, fiz a do Cara do Chapéu-Coco, a do vovô Bud e da prima Tallulah, e minha voz acabou ficando na versão final. Foi natural, parte do meu envolvimento no desenvolvimento dos personagens. Só foi mantido porque os produtores aprovaram. Não foi capricho meu, garanto.’


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Animação cria novo enfoque sobre a família


‘Sutilmente, ‘A Família do Futuro’ contrabandeia várias novidades ao enrijecido padrão Disney. Começando pela questão da adoção, que, aliás, não está presente em ‘A Day with Wilbur Robinson’, livro de William Joyce que originou o roteiro. Até alguns anos atrás, não haveria possibilidade de Lewis, nosso herói órfão, terminar o filme sem reencontrar sua mãe verdadeira e perdoá-la. A família como algo que se constrói se sobrepõe à família como um dado natural. Não é pouco.


Lewis e seu amigo Wilbur Robinson passeiam pelo futuro e pelo passado pilotando uma máquina do tempo que poderia estar no mais moderno videogame. O futuro é lindamente ‘retrô’. Todo seu visual é inspirado no design futurista dos anos 20 e 30, incrementado pela fantasia que só os filmes de animação podem ter.


Em vários sentidos, ‘A Família do Futuro’ é um filme que recusa o ressentimento. Bonito e ágil, alcança uma emoção profunda, rara nos filmes infantis de hoje.


Se possível, vale a pena conferir a versão 3D, disponível apenas em duas salas (no Cinemark Eldorado, em SP, e no Kinoplex UCI NorteShopping, no Rio). É um grande barato.


A FAMÍLIA DO FUTURO


Produção: EUA, 2007


Direção: Stephen J. Anderson


Quando: pré-estréia hoje; em cartaz amanhã no Eldorado, SP Market e circuito


Avaliação: bom’


TV PÚBLICA
Folha de S. Paulo


Maria Rita Kehl e Eugênio Bucci debatem a TV


‘A psicanalista Maria Rita Kehl e o jornalista Eugênio Bucci participam hoje, às 19h30, no teatro-auditório da Unidade Provisória Sesc Avenida Paulista (av. Paulista, 119, Paraíso, tel. 0/xx/11/3179-3700), de debate sobre o livro ‘Videologias – Ensaios sobre Televisão’ (Boitempo), de ambos. O encontro faz parte do projeto Sempre um Papo. A entrada é gratuita e a retirada dos ingressos começa às 19h.’


O SEGREDO
Marcelo Coelho


O triunfo da picaretagem


‘NÃO CONSEGUI ver mais que dez minutos de ‘O Segredo’, DVD de auto-ajuda que mereceu uma ruidosa capa na ‘Veja’ desta semana, além de boa dose de crítica nas páginas internas da revista. A idéia do documentário, até onde pude acompanhar, parece ser a de que se você quiser muito, mas muito mesmo, ganhar na Mega-Sena, isso vai acabar acontecendo. Se não acontecer, é porque você não teve fé o suficiente.


Desse modo, mesmo o insucesso das estratégias propostas no DVD termina confirmando, se quisermos, a tese original -e aos céticos nada mais resta do que ridicularizar a tese, sem ter como provar o seu absurdo. Pode-se apenas (e como são fracas as luzes da razão!) dizer que uma teoria dessas não tem nenhuma consistência científica, pormenor que não interessa minimamente a seus adeptos.


Acalentei por alguns instantes a esperança de ganhar, eu mesmo, na Mega-Sena. Seria, dado o meu negativismo, um desmentido enfático às teorias do DVD. Mas é claro que não funciona assim.


Meu negativismo seria visto como uma simples película de auto-engano a recobrir meu intenso poder de realização espiritual. E, se não for o meu, há de ser o da nora que eu nunca tive, e que talvez nem tenha nascido ainda, mas que já está em algum lugar cuidando do patrimônio dos meus netos no futuro.


Não adianta pensar muito sobre o caso. Acho apenas curioso que só agora, depois de muitas décadas de livros de auto-ajuda, esse tipo de coisa tenha passado para a linguagem audiovisual. Apesar de cético, sou moderadamente otimista. Espero que os DVDs de auto-ajuda terminem diminuindo a quantidade de livros a respeito, deixando a página impressa um pouco menos carregada de tanta empulhação.


O problema, sem dúvida, é que os livros têm ainda certa vantagem nesse mercado. Um documentário impressiona mais e exige menos esforço cerebral para ser absorvido; entretanto, esquece-se com facilidade. E a auto-ajuda depende de muita repetição. É necessário que nossa voz interior repita, a cada parágrafo, os truísmos publicados; auto-ajuda é auto-convencimento, e dificilmente um DVD terá esse poder.


Um livro ainda guarda, talvez, certa credibilidade intelectual que filmes e programas televisivos não possuem; nestes, a ficção predomina e os efeitos visuais podem, por si mesmos, substituir a imaginação do espectador. Já a palavra, quando escrita, quando transmitida do rádio ou do púlpito, mobiliza melhor a crença de cada um. Expectativas, medos e projetos correm melhor em nossa mente se não carregarem consigo imagens concretas. Afinal, trata-se de invocar o futuro, que não tem forma definida.


Mesmo assim, o DVD é um su- cesso. Se a auto-ajuda tinha até agora mais afinidade com o livro impresso, tudo indica que os tempos estão mudando e que, para adotar um tom profético, o fim das livrarias de shopping está mais próximo do que nunca.


Enquanto isso (volto ao meu otimismo básico) parece haver sinais de alguma reação por parte dos defensores da ciência e do racionalismo. O livro de Richard Dawkins, ‘The God Delusion’, está para ser traduzido no país de frei Galvão.


Outro livro corajoso acaba de ser publicado pela editora Record. Trata-se de ‘Como a Picaretagem Conquistou o Mundo’, do jornalista britânico Francis Wheen. Ele é dos tais que, com razão, encontra mistifórios e lorotas (‘mumbo-jumbo’ é o termo do original inglês) onde quer que ponha os olhos.


O primeiro capítulo ataca os mitos econômicos da era Reagan; o segundo investe contra Hillary Clinton (que teve conversas espíritas com Gandhi) e Tony Blair (que se entregou a rituais mágicos no México).


O livro de Wheen traz a auto-ajuda de que todo racionalista andava precisando nos últimos tempos. O problema é que a agressividade de Francis Wheen, além de pregar aos convertidos, mistura tudo no mesmo saco: Deleuze e Deepak Chopra, desconstrucionistas e contestadores do Holocausto, todos são tratados com igual velocidade, incompletude de argumentos e humor bastante pesado.


Nessa linha, o melhor é ficar com um livro mais antigo, informativo e bem dosado na ironia: ‘Ilusões Populares e a Loucura das Massas’, de Charles Mackay (1814-1889). Foi publicado originalmente em 1841 e saiu no Brasil, pela Ediouro, em 2001, isto é, 160 anos depois. Como eu disse, não se deve perder nunca a esperança.’


INTERNET
Folha de S. Paulo


Comunidade virtual desbrava caminhos para novos negócios


‘O caldeirão entorna seu caldo também para o ‘mainstream’. A segunda maior gravadora do mundo, a SonyBMG, anunciou que não receberá mais gravações demo de bandas interessadas em assinar contrato com a empresa.


Desde a última segunda, o selo passou a exigir que o conteúdo dos artistas seja enviado pelos sites www.columbiademos.co.uk ou www.rcademos.co.uk, nos quais os músicos poderão publicar canções, fotos e vídeos.


O movimento é um eco do que começou com a comunidade MySpace, que se tornou referência na divulgação on-line de novos artistas, e se mantém com sites como o Sellaband, de Amsterdã, na Holanda, e o Bebo, de San Francisco, nos EUA, novos expoentes na difusão de talentos emergentes.


A estratégia de usar uma comunidade on-line como base de lançamento se mostra particularmente interessante para as bandas que não têm contrato com nenhuma grande gravadora e que encontram dificuldade em surtir impacto nessas grandes companhias enviando apenas um CD ou uma fita gravada com seu trabalho.


A Universal Music, a maior do ramo em todo o mundo, também acena para o mundo on-line. A empresa lançou um catálogo com mais de 100 mil canções de jazz e música clássica e inaugurou um canal em que artistas podem fazer upload de suas produções para uma espécie de catálogo on-line.


Democracia


O Sellaband, lançado em agosto passado, funciona de forma parecida. Os artistas fazem upload de suas composições e estas passam a poder ser ouvidas pelos usuários do site. Se o internauta gostar, pode fazer uma doação no valor de US$10.


A banda que conseguir US$ 50 mil em doações terá um disco produzido pelo Sellaband. Os doadores ganham um CD gratuito da banda que apoiaram ou, caso a banda não chegue à marca dos US$ 50 mil, têm seu dinheiro reembolsado.


Os artistas ficam com 60% do lucro da venda dos discos. O total de bandas já chega a 2.700 e ao menos quatro já coletaram US$ 50 mil: Nemesea, Cubworld, Second Person e Clemence.


Já a Cisco Systems, peso pesado das empresas de tecnologia, anunciou seus planos de comprar a comunidade Tribe.net.


O intuito da companhia é ajudar seus clientes a desenvolver serviços que misturem rede social e recursos multimídia, como os oferecidos pelo MySpace e pelo YouTube.


Outro a esticar os olhos para esse nicho é o co-criador do Netscape, Marc Andreessen, que está por trás do desenvolvedor de comunidades Ning (www.ning.com), que permite organizar grupos em torno de quaisquer temas e ainda fazer uso de vídeos, fotos, fóruns de discussão e blogs.


Investimento em rede social também foi feito pela Amazon, com o Shelfari (www.shelfari.com), em que membros debatem livros, compartilham gostos literários e organizam clubes do livro. Meses atrás, o Google se uniu à Nike para formar a comunidade Joga.com, que parece ainda não ter atraído um número significativo de usuários.’


Kátia Arima


Blogueiros usam interação social como forma de ganhar dinheiro


‘Tem gente largando o emprego para se dedicar ao seu blog. São os chamados ‘probloggers’, blogueiros profissionais que obtêm renda suficiente para seu sustento por meio de anúncios do site.


Quando percebeu que ganhava mais dinheiro com seu blog do que no seu emprego, em agosto de 2005, o analista de sistemas Edney Souza pediu demissão. Ele não revela as cifras, mas dá pistas. ‘Vivo bem, melhor do que se tivesse seguido minha carreira’, diz. Souza construiu em fevereiro um ‘condomínio de blogs’ (www.interney.net/blogs), onde estão hospedados 21 blogs. Ele fica com 20% da receita gerada e ainda obtém dinheiro com anúncios de empresas como Buscapé, Google e Mercado Livre, que pagam por clique efetuado pelos visitantes ou por ações que eles realizarem em seus sites.


Serra Pelada


As histórias de sucesso dos ‘probloggers’ podem empolgar, mas eles alertam que não é fácil manter um blog e atrair visitantes. ‘As pessoas acham que o blog é um campo dos sonhos’, diz Carlos Cardoso, 37, que mantém o www.contraditorium.com, e o www.carloscardoso.com.


Edney Souza tem a mesma percepção. ‘Muita gente vem me perguntar como ganhar dinheiro com o blog, como se fosse uma nova Serra Pelada’, diz. ‘É uma ilusão achar que é só escrever qualquer coisa em um site gratuito e enchê-lo de anúncios.’ Segundo Souza, um blog de sucesso precisa ter conteúdo exclusivo e de qualidade, um bom layout e uma boa estrutura tecnológica.’


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 4 de abril de 2007


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Globo recusa crédito


‘O início da transmissão da TV digital no Brasil, agendado para 2 de dezembro, foi um dos focos da apresentação que a Globo promoveu ontem para a imprensa sobre planos em 2007. A data é válida para todos os canais de São Paulo – no Rio, deve ocorrer no primeiro semestre de 2008 e nas demais capitais, se estenderá até 2009.


Diretor-geral da Globo, Octavio Florisbal reconhece a importância das linhas de crédito disponibilizadas pelo BNDES para os investimentos demandados pelas emissoras na digitalização, mas informa que a Globo não pretende utilizá-las. ‘No caso da Globo, vamos atuar com recursos próprios.’


Não é pouca coisa. Segundo Florisbal, os investimentos da Globo para este triênio (2207, 2008 e 2009) serão da ordem de US$ 100 milhões por ano (só como comparativo, até a crise financeira da Globo em 2000, sob controle desde o ano passado, a emissora vinha gastando de US$ 35 a US$ 40 milhões por ano em investimentos).


Mas nem toda essa bolada vai para a TV digital. Florisbal enumera uma série de obras em andamento, em especial no Projac, que terá de duplicar seus centros de produção e serviços.’



Marili Ribeiro


Eldorado se une à ESPN no futebol


‘A parceria entre a Rádio Eldorado, do Grupo Estado, e a ESPN Brasil, canal esportivo vinculado à rede internacional ESPN, para a transmissão de partidas de futebol, rompe um paradigma. Como destaca a diretora-executiva da Rádio Eldorado, Miriam Chaves, ‘nunca a Eldorado, em seus 49 anos de atividade, transmitiu uma partida de futebol’. Apenas esportes diferenciados, em modalidades como náutica, aventura e automobilismo, apareciam na grade da programação. Mas agora, a partir do dia 14, haverá 30 horas semanais de futebol.


O projeto Eldorado ESPN reúne o time de profissionais dos dois canais de comunicação para a cobertura de aproximadamente 140 jogos por ano, divididos entre as seguintes competições: Campeonatos Paulista e Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Copa Sul-Americana. Também entram nessa conta os amistosos da seleção brasileira. As transmissões do projeto estão disponíveis na freqüência AM 700 kHz para a cidade de São Paulo, por meio do novo site da ESPN e pelo site da Rádio Eldorado.


‘Acreditamos no rápido sucesso da investida, porque reúne um veículo de alta credibilidade, a Eldorado, com um veículo de tradição em esportes, a ESPN’, diz Germán von Hartenstein, diretor-geral da ESPN Brasil. ‘Mas, mais do que isso, tanto o ouvinte como o telespectador terão a alternativa de acessar toda a programação através dos nossos sites na internet. Esse cruzamento de mídias para a mesma programação é um facilitador para o anunciante falar com o seu público.’


O fato de a programação estar disponível em três canais ao mesmo tempo e ser comercializada em um único pacote comercial foi aplaudido pelo publicitário Washington Olivetto. ‘É uma ótima idéia essa ação de comercialização e desmistifica a competição entre as mídias’, diz ele. ‘Num mundo em que se propõe a comunicação em 360 graus, os diversos canais de comunicação devem somar sinergia, o que facilita em muito a abordagem aos anunciantes interessados em falar com esse público’.


Apaixonado por futebol, Olivetto também comemora a entrada da Eldorado nas transmissões futebolísticas. ‘Sou ouvinte desde jovem da emissora e, naquela época, como a Eldorado tinha um rígido padrão de voz para seus locutores, brincávamos que, se um dia fosse transmitir futebol, seria uma narração de terno e gravata.’


PADRÃO


Como diz Miriam, a Eldorado muda de padrão com a iniciativa. Mas muda a pedido dos ouvintes e dos anunciantes. ‘ Ambos buscavam alternativas para conviver com um esporte que deixou de ser apreciado apenas por um segmento. O público de futebol se ampliou.’


Há seis cotas sendo negociadas pelas equipes comerciais dos dois canais, cada uma delas pelo valor de tabela de R$ 3 milhões. ‘Quem abraçar o projeto estará apostando na maior equipe de esportes já reunida por uma rádio no Brasil’, ressalta Hartenstein.


A ESPN estudava a idéia de ver sua programação em rádio há pelo menos três anos. Há três meses diz ter achado na Eldorado a parceira ideal para o perfil de público que assina seus serviços em tevê paga.


No exterior, a marca ESPN está presente em projetos similares ao assinado com a Eldorado em 13 países, como Argentina, Austrália, Costa Rica, Colômbia, México, Peru, Taiwan e Venezuela, entre outros. Nos Estados Unidos, a ESPN Radio é a maior rede esportiva de rádio, fornecendo programação para mais de 720 afiliadas em todo o país.’


Julia Contier


Eliana bate o mestre com folga


‘Já que Silvio Santos alardeou que a concorrência iria tremer diante de sua volta aos domingos, a Record tem feito questão de gritar aos quatro ventos que o programa Tudo É Possível, de Eliana – aliás, criada sob os domínios de Silvio Santos – , vem batendo o Rei Majestade, Topa ou não Topa, Tentação e até o início do Domingo Legal, de Gugu Liberato. Na média consolidada do mês de março, Eliana ficou com 10 pontos de média, ante 7 do SBT. O placar do domingo passado foi de 9 a 6 pontos de média, de novo com vantagem da Record.


entre-linhas


Longe de Portugal desde que a Record tomou a vaga do GNTP no cabo local, a Globo voltará ao país no segundo semestre, como Globo Internacional. E sem as novelas que seguem para outros países, dado o acordo com a SIC, que as exibe lá quase em simultaneidade com o Brasil.


Por Toda a Minha Vida, especial de fim de ano em 2006, volta à grade da Globo com quatro edições: Renato Russo, Leandro (da dupla com Leonardo), Gonzaguinha e Clara Nunes.


A Cultura exibe amanhã, às 23h40, Caatinga Viva, com depoimento de Ariano Suassuna.’


INTERNET
Renato Cruz


Orkut, o criador do site, vive dias de fama no Brasil


‘A primeira pergunta que mais fazem a ele é por que o Orkut faz tanto sucesso no Brasil. A segunda é se seus pais o batizaram em homenagem ao site. É claro que é brincadeira. Ele criou o site de relacionamentos que leva o seu nome. Aos 32 anos, o engenheiro de software Orkut Buyukkokten, de origem turca, vive dias de astro pop no Brasil. ‘Sou reconhecido na rua’, disse ontem, em São Paulo, o gerente de produtos do Google. ‘Às vezes as pessoas ficam olhando. No geral, são bastante gentis e educadas.’


O tratamento que ele recebe aqui não é o mesmo que tem nos Estados Unidos. O Brasil é maioria no Orkut, com 56% dos 43 milhões de usuários. Nos EUA, serviços como MySpace, da News Corp., e Facebook são mais populares. ‘O Orkut tem uma presença mais internacional’, apontou Buyukkokten, que pelo menos se veste como astro pop. Ontem, usava um terno branco brilhante e sapatos claros de camurça. Na semana passada, que passou no Rio de Janeiro, desfilou uma coleção de camisas com cores extravagantes.


Os EUA vêm em segundo lugar no Orkut, com 19%, e, em terceiro, está a Índia, com 14% e crescendo rapidamente. Apesar de o motivo da popularidade no Brasil ser a pergunta que mais fazem a ele, a explicação de Buyukkokten ainda é um pouco vaga. Ele disse que os brasileiros gostam de se comunicar, que aderiram cedo ao Orkut, que o site é fácil de usar e que houve uma espécie de competição, onde as pessoas incentivaram os amigos a aderir ao serviço para que o Brasil se tornasse dominante. Durante a visita ao Brasil, que vai durar três semanas, o gerente do Google se reúne com usuários do Orkut, para saber, entre outras coisas, porque gostam do serviço.


Buyukkokten criou o site em 2001, quando era somente um engenheiro do Google, nos 20% do tempo que a empresa de internet permite que os seus funcionários se dediquem a projetos pessoais. ‘Pesquiso redes sociais desde que era um estudante em Stanford.’ Ele percebeu como, na universidade, era difícil de fazer amigos. Era preciso ser apresentado por outra pessoa para se aproximar de alguém. Se tentasse falar com uma garota na cafeteria, ela pensaria que era assédio. Se tentasse falar com um rapaz, pensaria que ele era gay. ‘Com um site de relacionamentos, fica mais fácil, porque as pessoas podem ver se têm interesses e amigos em comum.’


Em seu perfil no Orkut, Buyukkokten tem 591 amigos. Não é pouco? ‘Só aceito acrescentar como amigo quem encontro pessoalmente’, explicou o engenheiro. ‘E recomendo que outras pessoas façam o mesmo. Se começarmos a identificar desconhecidos como amigos, o conceito de rede de relacionamentos perde o sentido.’ Existe uma comunidade no serviço, chamada ‘Orkut não quis ser meu amigo!’, formada por 2.265 pessoas que tiveram recusado seu pedido para ser amigo de Buyukkokten.


Ele não quis dizer se ficou rico com o Orkut.com. ‘Prefiro não comentar este assunto’, disse Buyukkokten, acrescentando, porém, que o Google costuma recompensar quem desenvolve serviços de sucesso.


Até agora, o Google não ganhou dinheiro com o Orkut. A empresa começa a fazer testes com publicidade. ‘Queremos saber se os usuários receberão bem’, explicou Buyukkokten. Ele não quis adiantar novidades para o serviço, mas disse que a mobilidade, com serviços formatados para celulares e computadores de mão, é uma tendência da internet. ‘Ainda é muito cedo para saber qual será a estratégia para o Brasil. A estratégia depende da cultura e da economia locais.’


A primeira versão do Orkut.com foi criada pelo próprio Buyukkokten. ‘Depois, descobrimos que, do jeito que eu tinha feito, o serviço não conseguia ganhar escala e tivemos que reescrever tudo’, explicou.


Hoje, Buyukkokten dá uma palestra no evento Marketing Show, em São Paulo. Ele passa o fim de semana em Salvador e depois segue para Belo Horizonte, onde o Google tem um centro de pesquisa e desenvolvimento. Nas horas vagas, o engenheiro gosta, entre outras coisas, de dançar ritmos como rumba e salsa. ‘Meu maior hobby é passar um tempo com os amigos’, disse o engenheiro. Diferentemente dos tempos de Stanford, ele pode escolher entre os 43 milhões de amigos que participam do Orkut.’


CNN
O Estado de S. Paulo


Mulher é baleada e na sede da CNN


‘A americana Clara Riddles, de 22 anos, foi baleada e morta por um homem ainda não identificado no complexo que abriga a rede de TV CNN, em Atlanta, na Geórgia. Funcionária do Hotel Omni, no mesmo prédio, Clara chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. Um segurança atirou no criminoso que, segundo policiais, era ex-namorado de Clara. Médicos do hospital onde ele foi internado afirmaram que seu estado é crítico.’


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