Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Jairo Marques

‘Qualquer propriedade rural ou agroindústria do país já pode ter acesso à internet rápida, esteja localizada onde estiver.

Pelo menos 3.000 fazendas já adotaram o recebimento de sinal de acesso à rede mundial por banda larga (rápida). A tecnologia ganha espaço no campo devido à diminuição dos custos e à viabilidade técnica.

Além do acesso por rádio ou cabo, é possível optar pelo uso do sistema satelital para navegar na internet a partir de uma fazenda. Essa opção, por enquanto, tem sido mais difundida entre clientes corporativos de médio e grande portes da região Sudeste.

Granjas com produção em escala, empresas de fertilizantes, usinas de açúcar e fazendas que promovem leilões de gado e outros animais estão entre os atuais usuários da internet rápida.

Essa tecnologia tem sido usada para interligar unidades, facilitar o contato com clientes e fornecedores, fazer cotações e exibir produtos, como animais que são vendidos on-line.

‘Um novo uso que as agroempresas têm feito com o acesso à internet é promover o treinamento de funcionários à distância. Um exemplo é quando uma empresa precisa difundir uma nova forma de manejo para todas as suas fazendas’, afirmou Zaima Mendes Oliveira Milazzo, analista de desenvolvimento de produtos da CTBC, operadora com sede no Triângulo Mineiro.

Antena

A expansão da internet no campo só está sendo possível devido aos avanços tecnológicos que permitem que mais usuários compartilhem um espaço no satélite. A compactação do tamanho das antenas receptoras (de até dois metros de diâmetro, em média, para 75 centímetros de diâmetro) também ajuda.

‘As grandes fazendas estão em localidades não-atendidas pelos sistemas tradicionais de acesso à internet. Mas os empresários do campo querem agilizar seus negócios, ganhar mais e ter mais informações diretamente no local da produção. A solução, então, tem sido o uso do satélite, que ficou com custo até 50% menor do que há dez anos’, diz Claudio Frugis, da Nera, uma das empresas que comercializam os equipamentos no Brasil.

Afora a antena que receberá o sinal de satélite, que pode ser mantida por uma placa de energia solar, e o modem satelital, que levará as informações para o computador ou para a rede de computadores, não há diferença na navegação em relação à conexão convencional.

O serviço para as propriedades rurais pode funcionar 24 horas, sete dias por semana, dependendo da necessidade, e tem regularidade do sinal -de acordo com os fabricantes da tecnologia- até superior ao sinal por cabo.

As empresas que exploram a tecnologia de internet via satélite negociam com o governo federal para oferecer o serviço em escolas rurais, que poderiam se integrar na rede de ensino à distância.’



Revista Reportagem

‘O dono do campo’, copyright Revista Reportagem, 31/10/04

‘A internet gira em torno de dois aparatos básicos: 1) a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), uma entidade sem fins lucrativos que representa governos, organizações e tratados internacionais, sediada em Marina Del Rey, na Califórnia, EUA, responsável, entre outras coisas, pela distribuição de números de Protocolo de Internet (IP) e pelo Sistema de Nomes de Domínio (Domain Name System, DNS) que traduz os números de IP em uma seqüência de letras (o nome do domínio) e permite aos usuários encontrar seus pontos de destino na rede; 2) um computador no Departamento de Comércio dos EUA que contém a ‘lista telefônica’ da internet, pela qual se pode ter acesso a qualquer outro computador ligado à rede: A Icann tem vínculo com o governo americano, sob a forma de um contrato de pesquisa que remonta aos primórdios da internet, nos anos 80.

Em setembro, em uma reunião internacional em Genebra visando a formação de um grupo de trabalho da Organização das Nações Unidas com a tarefa de propor ações para o controle e o gerenciamento da rede, a lcann anunciou por meio de um dos seus vice-presidentes, Paul Verhoef, que até novembro de 2006 pretende desvincular-se completamente do governo dos EUA. A partir de então, prestaria contas somente à comunidade global.

A teoria Bush na rede

A delegação brasileira no encontro de Genebra defendeu a desvinculação ainda mais cedo, até novembro de 2005. 0 Brasil lidera campanha por um modelo multilateral para administrar a rede e a representação do país interpretou o anúncio como um passo positivo, porém insuficiente para a efetiva democratização do controle da internet, conforme relatou o correspondente do jornal Valorem Genebra, Assis Moreira. Antecipada para 2005, a autonomia da Icann coincidiria com a próxima etapa da Cúpula Mundial da Sociedade de Informação, na Tunísia, quando 192 países examinarão o futuro da internet, a questão do software livre e outros assuntos relacionados com as novas tecnologias da informação e da comunicação. Mas o problema crucial da internet é o do comando da infra-estrutura, hoje centralizado no Departamento de Comércio dos EUA.

Lá, um computador reproduz os endereços para outros 12 servidores – nove deles nos EUA e os outros na Suécia, Inglaterra e Japão. ‘É por essa rede que se pode, inclusive, desconectar um país da rede mundial, apagar ou incluir endereços, páginas etc.’, escreveu Moreira ao informar que circulavam na reunião de Genebra cópias do diário lnternational Herald Tribune do dia 20 de setembro com a notícia de que o Pentágono bloqueara o site do federal Voting Assistance Program, que orienta eleitores americanos fora dos EUA, sob o pretexto de defendê-lo do ataque dos hackers. Essa era a explicação de um porta-voz daquele órgão do governo americano. Ou seja, o Pentágono praticava na rede mundial de computadores os exatos termos da atual política externa dos EUA, a do direito ao ‘contra-ataque’ com a simples presunção da existência de um inimigo.

O Brasil deve insistir

A notícia mostra de modo bastante claro que o controle da infra-estrutura da internet significa o controle total da rede e dá razão ao brasileiro Sérgio Amadeu, presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), que defendeu em Genebra a posição de que o sistema deve ter um controle político, sim, e o mais democrático possível. Do modo como se opera hoje a internet, o governo dos EUA tem o poder de desconectar não apenas um site, mas um país inteiro ou toda uma região do mundo, quiçá o mundo inteiro. Por essa razão o Brasil tem encarado o assunto como questão de segurança nacional e reivindica a instalação de um servidor principal na América Latina. 0 governo dos EUA resiste à proposta e a protela baseando-se em argumentos técnicos que não convencem boa parte dos especialistas e provavelmente nem a si próprio. Com certo constrangimento, os americanos já cederam alguma coisa ao concordarem em fazer e fornecer cópias dos endereços arquivados nos servidores principais – os chamados DNS root name servers -, admitindo a possibilidade de queda total da rede.

É sensato supor que a democratização do controle da infra-estrutura não se fará com um estalar dos dedos e que a autonomia da Icann é, de fato, apenas um passo nesse sentido. Um grupo de trabalho com representantes de governos, de empresas e de organizações mais independentes será nomeado pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para coordenar o debate. 0 Brasil deve insistir na sua participação, ao lado da China, índia, África do Sul e alguns ricos como a Noruega, que defendem a ‘governança multilateral’ da internet. E será preciso fazer frente à posição hegemónica dos EUA também no que diz respeito à ‘filosofia’ de operação da rede, em que as inovações, a expansão dos serviços e recursos e a própria abrangência da internet só tem sentido em um ambiente de mercado ‘pró-negócios’ -, com pouca ou nenhuma regulamentação. Afinal, proteção da dados, segurança na rede, conteúdo, custos de interconexão e propriedade intelectual são assuntos de interesse de todos os países.’



REDE TV!
Daniel Castro

‘Banco acusa Rede TV! de má administração’, copyright Folha de S. Paulo, 13/11/04

‘Sócio da Rede TV!, o Banco Rural Investimentos está acusando a emissora de má administração em uma ação judicial que corre na 16ª Vara Cível de São Paulo.

Na ação, o banco pede para ser excluído da sociedade com Amílcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho, sócios majoritários da Rede TV!. No final de 2002, a emissora formalizou a entrada do Rural em sua composição acionária. Dívidas de R$ 50 milhões da Rede TV! com o banco foram transformadas em quotas, equivalentes na época a 9,3% da sociedade.

O banco, no entanto, tentou vender sua participação para a Midiacred, mas Dallevo e Carvalho, argumentando desconhecer essa empresa, não aceitaram. O Rural entrou então com ação judicial para ser excluído da sociedade. Já conseguiu uma liminar.

O banco afirma na Justiça que os sócios majoritários da Rede TV! constituíram uma empresa paralela (Mídia TV Comercial) para receber o faturamento da sociedade. Em nota, o Rural afirma que Dallevo e Carvalho ‘estavam administrando a TV Ômega [razão social da emissora] de forma que inviabilizaria o negócio’.

A Rede TV! retruca. Diz que ‘o banco Rural está tentando fugir de suas responsabilidades e deveres de sócio da TV Ômega’. Afirma ainda que ‘o negócio da TV Ômega é totalmente viável e está sendo excelentemente administrado, conforme se pode constatar pelos seus bons resultados’.’



TV NO CELULAR
Cidade Biz

‘Série 24 Horas terá episódios para celulares em 23 países’, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.ig.com.br), 12/11/04

‘A série 24 Horas, exibida no Brasil pela Fox, vai realizar epísódios exclusivos para celulares. Cada um terá duração de 60 segundos.

A nova série estará disponível para os assinantes de um novo serviço de conexão rápida oferecido pela Vodafone. Os episódios começarão a ser exibidos em janeiro na Inglaterra, data da estréia da quarta temporada da série.

Segundo o especializado Magnet, por razões contratuais entre as redes e operadoras de TVs por assinatura, vários programas americanos – como a nova ‘Battlestar Galactica’ – são exibidos antes na Inglaterra.

Os ‘mobisódios’ (corruptela ao estilo corporativo para ‘episódios móveis’ ou ‘para celular’) depois estarão disponíveis para outros 23 países através da joint venture Verizon, incluindo os Estados Unidos. É provável que a série faça parte do serviço Vodafone Live! para celulares 3G, que também contará com clipes musicais e filmes.

Recentemente as operadoras começaram a investir pesado em conteúdo streaming para manter as pessoas o maior tempo possível olhando para a tela de seus aparelhos – seja através de mensagens de texto, serviços de áudio ou minigames. O anúncio marca o início dos planos da Vodafone, que comprou mais licenças de banda pública, para oferecer serviços de conexões de alta velocidade.

Depois da Inglaterra, a Fox irá introduzir o serviço em telefones celulares de alta velocidade de outros 23 países. A série 24 Horas ficou famosa por se passar em tempo real. Cada episódio descreve uma hora na vida de seus personagens.’