Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Jovem executivo compra
o The New York Observer


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Globo


Terça-feira, 1° de agosto de 2006


EUA / MERCADO EDITORIAL
O Globo


Jornal ‘The New York Observer’ é comprado por executivo de 25 anos


‘Do New York Times – NOVA YORK. O semanário nova-iorquino ‘The New York Observer’ foi comprado por Jared Kushner, de 25 anos, por cerca de US$ 10 milhões, segundo uma fonte próxima às negociações. Apesar de sua pequena tiragem – apenas 50 mil exemplares por dia – o ‘Observer’ tem grande influência nos círculos políticos e de mídia de Nova York. Jared é filho de Charles Kushner, um rico empreiteiro de Nova Jersey condenado à prisão, ano passado, por evasão fiscal.


Jared Kushner disse ter comprado o jornal porque a publicação era um nome de peso na capital mundial da mídia. Ele também ressaltou que a oportunidade de comprar um jornal não surge com freqüência. Jared disse que o ‘Observer’ é uma boa marca e pode, um dia, render muito dinheiro, apesar de, atualmente, ter prejuízos anuais em torno de US$ 2 milhões.


Para editor do jornal, Jared representa o século XXI


Os detalhes da operação não foram divulgados. Não se sabe quem está financiando a compra nem qual o percentual de participação adquirido por Jared Kushner. Mas Arthur Carter, que era o dono do ‘Observer’, manterá uma participação e aconselhará o novo proprietário.


O nome Kushner é bem conhecido dos leitores dos jornais nova-iorquinos, que fizeram ampla cobertura do processo contra Charles Kushner. Ele foi condenado em 2005 a dois anos de prisão, com 18 acusações de evasão fiscal, coação de testemunha e doações ilegais a campanhas. Charles Kushner confessou ter contratado uma prostituta para seduzir seu cunhado, e depois mostrou um vídeo do encontro a sua irmã. Ele queria se vingar por ela ter colaborado em uma investigação das autoridades federais.


Um porta-voz da imobiliária de Charles Kushner disse que Jared trabalhou na empresa até pouco tempo atrás. Jared garantiu ter orgulho de seu pai, mas afirmou estar por sua própria conta:


– Eu amo meu pai. Mas lutei para desenvolver uma identidade distinta, em projetos diferentes – disse, prometendo ficar longe do processo editorial. – Cabe aos editores e repórteres decidir o que será publicado.


Peter Kaplan, editor do ‘Observer’, também disse que Jared não vai interferir nas decisões editoriais. Para Kaplan, Jared representa o século XXI na indústria jornalística:


– Nesse sentido, sua idade é um grande ativo. Ele não está contido pelas ruínas da sabedoria convencional.’


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‘LA Times’ tem três interessados


‘LOS ANGELES. Três bilionários estão interessados em comprar o jornal ‘Los Angeles Times’. Segundo notícia do próprio jornal, os nomes dos três foram rejeitados pela controladora do diário, a Tribune Co. O trio, que tem interesse em adquirir o jornal em parceria ou individualmente, é formado pelo empreendedor imobiliário Eli Broad, pelo empresário do setor de supermercados Ron Burkle e por David Geffen, co-fundador do estúdio DreamWorks.


Eles se apresentaram como potenciais compradores sabendo que a companhia está sob pressão dos acionistas para valorizar as ações e que enfrenta dificuldades com a redação, por causa de possíveis cortes de pessoal.


Segundo reportagem publicada no jornal, os diretores da Tribune avaliaram as propostas em reunião realizada em 19 de julho. Em carta aos proponentes, disseram que ‘não estão preparados para negociar a possível transação’.’


PUBLICIDADE
O Globo


Revista O Globo lança novo concurso de capas


‘Para festejar seu segundo aniversário, a Revista O Globo relança o desafio feito no ano passado com um novo concurso entre agências de publicidade, para criarem capas para a publicação. As vencedoras serão conhecidas nas edições dos dias 3 e 10 de setembro. Este ano, o GLOBO convidou 12 agências do Rio e de São Paulo que não estavam entre as 16 que participaram em 2005.


– Acho que esse concurso, além de estimular a criatividade, aproxima o mercado publicitário da expectativa do público final, que é o leitor da Revista – afirmou o presidente do Grupo de Mídia de São Paulo, Angelo Franzão.


Para ele, a iniciativa só traz benefícios para todos:


– Esse concurso atrai uma maior atenção do mercado para suas ações. Ganha o mercado, que recebe um maior estímulo à sua criatividade, ganha o GLOBO e ganha o leitor/consumidor, que vê refletidos nos resultados a atenção e o desafio que cercam seu produto.


Para ele, a Revista, em seus dois anos de existência, caminha para se tornar um grande canal de comunicação:


– A Revista se posiciona como um veículo alternativo, complementar, com seu ciclo de leituras diferenciadas, com vida útil mais longa, com mais informações. Ela está se firmando e, com a força e a sinergia do GLOBO, acredito que de alternativo se tornará um importante canal de comunicação.


As 12 agências convidadas são Agência 3, Binder, McCann, Y&R, JWT, Africa, W/Brasil, Lew Lara, Talent, Lowe, MPM e Ogilvy. Os temas das duas edições já foram distribuídos e elas terão prazo até 11 de agosto para mandar no máximo cinco capas. A comissão julgadora será formada por editores, fotógrafos e representantes do Departamento de Arte do GLOBO. As capas finalistas – pelo menos uma de cada agência – também serão publicadas pela Revista.


A gerente geral de Marketing da Infoglobo, Sandra Sanches, diz que a ação do ano passado foi tão bem-sucedida que se decidiu repetir o desafio:


– A inscrição de peças de alto nível e o grande envolvimento dos concorrentes nos levaram a promover de novo o concurso, dando oportunidade a novas agências.’


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 1° de agosto de 2006


GUERRA NO ORIENTE MÉDIO
O Estado de S. Paulo


Mesmo sem sede, TV do Hezbollah não sai do ar


‘A direção da televisão do Hezbollah, a Al-Manar – um dos primeiros alvos dos bombardeios de Israel no Líbano – garante que os ataques só interromperam até agora por dois minutos sua programação. O edifício-sede da Al-Manar, de cinco andares e situado num bairro no sul de Beirute, foi completamente destruído pela aviação israelense. Mas a TV continua transmitindo de lugar secreto e seus jornalistas entram em contato com colegas de outros órgãos de comunicação para acompanhar a evolução da guerra.


Farhat diz que ele mesmo ignora o local para aonde foram transferidas as transmissões, mas afirmou que as equipes coordenam o trabalho por meio de celulares, internet ou pessoas encarregadas dos contatos. O primeiro bombardeio dos escritórios e estúdios ocorreu no dia 13, um dia depois de o Hezbollah invadir território de Israel, capturar dois soldados e matar outros três. ‘Houve dois feridos’, explica Ibrahim Farhat, de 42 anos, encarregado das relações exteriores. ‘Percebemos que os israelenses voltariam e tomamos precauções. Por isso, quando o edifício foi totalmente destruído (dois dias depois do primeiro bombardeio), só uma pessoa ficou levemente ferida’, disse.’Quando a antena de Baalbeck (a 100 quilômetros de Beirute) foi destruída, a de Hermel (50 quilômetros mais distante) tomou seu lugar.’Segundo Farhat, a Al-Manar ainda consegue atingir 80% do país e transmite normalmente via satélite. Desapareceram os programas de entretenimento, novelas, jogos e a publicidade. O noticiário da guerra domina a programação. AFP’


HQ


Flávia Guerra


Periferia em quadrinhos


‘‘Tudo que eu queria era ver um gibi legal na banca. Pensei em todas as vezes que quis ler um quadrinho ‘da hora’, como o que fizemos, e não encontrava. Só havia ou gibis de humor ou de super-heróis, muito distantes da nossa realidade’, respondeu Reginaldo Ferreira da Silva, o Ferréz, quando questionado sobre o que pretendia e o que espera de Os Inimigos não Mandam Flores, sua primeira incursão pelo universo das HQs. ‘Os Inimigos é um quadrinho adulto, bem-acabado, que conta uma história real e simples. É tudo que sempre quis fazer na vida. Tive de dar a volta na literatura para poder fazer quadrinhos’, declara Ferréz, autor de Capão Pecado, Manual Prático do Ódio, obras que hoje são referência por trazerem a periferia para o primeiro plano das letras.


Os Inimigos não Mandam Flores (Pixel Media, 56 págs., R$ 29,90) tem texto de Ferréz, ilustrações de Alexandre de Maio e será lançado no dia 9 de setembro, com show dos Racionais e Chico César, em Sapopemba. ‘Quando vir Os Inimigos nas livrarias e bancas, vai ser o dia mais feliz da minha vida. Acho que vou chorar, mano’, conta o criador de Igordão (protagonista de Os Inimigos) e que é fã de Constantine, Sin City, Lourenço Mutarelli. ‘Transubstanciação é um dos que sempre releio. Faz pouco tempo também li o Anti-Herói Americano. Mas Constantine é o melhor de todos, é herói humano demais, que até fuma’, diz o garoto que juntava dinheiro para comprar gibi. ‘Cresci lendo tudo que chegava à minha mão. Os quadrinhos me ensinaram muito mais do que os livros. Lembro do meu pai me dizendo: ‘Mas já acabou este gibi? Já quer outro novo? Lê esse aí de novo.’ Mas, tirando Mauricio de Sousa e tirinhas de humor, eram heróis importados, nada tinham a ver com o Brasil.’


Igordão, como seu criador, foi criado na periferia de São Paulo. Ferréz mudou-se ainda criança para Capão Redondo, zona sul da cidade, onde vive até hoje e de onde não pretende sair. Igordão é mais um anjo torto na obra do escritor. O personagem vive uma trilogia de inferno e purgatório. ‘Trilogia dá muito trampo pra fazer. Mas eu queria contar a saga de um cara comum, que é vítima, mas também é ator de sua vida. Fala de crime, mas não só. Não é um quadrinho só para a periferia. É para quem curte uma boa história.’ Da periferia paulistana também vem Alexandre de Maio, editor da revista Rap Brasil e aficionado por quadrinhos, responsável pelas belas ilustrações da graphic novel, que segue a tendência dos quadrinhos adultos.


É nas graphic novels que a Pixel pretende investir cada vez mais. Além dos lançamentos internacionais, como Corto Maltese, a Pixel lança em breve o inédito O Curupira, de Flávio Colin, morto em 2002. ‘É um material diferente do que estamos acostumados, é sofisticado’, comenta Odair Júnior, editor-chefe da Pixel: ‘Apesar de ser trilogia, cada livro pode ser lido separadamente. O público de Os Inimigos não se restringe ao tradicional de quadrinhos, mas a quem aprecia cultura popular.’


Esta não é a primeira vez que o underground das grandes cidades brasileiras ganha os quadrinhos. Mas a periferia chegar em graphic novel às prateleiras das grandes livrarias do País é inédito. Salvo O Vira-Lata (de Paulo Garfunkel e Libero Malavoglia), lançado no fim dos anos 80 como parte da histórica Animal, que misturava trabalhos de artistas brasileiros, europeus e americanos, nada parecido havia sido publicado no Brasil.


O Vira-Lata fazia uso de uma prosa adulta, evocava mitos do candomblé, do cinema noir, de Corto Maltese de Hugo Pratt para contar as agruras de um justiceiro que vagava pela violenta noite paulistana. Igordão é diferente. Nada tem de fascinante, mítico ou sedutor à primeira vista. ‘Ele se vê às voltas com o crime, é preso e condenado. Na cadeia, piora. Entra para o tráfico. Nesse meio tempo, se vê às voltas com a Central do Crime Organizado. Até que sai da cadeia e completa sua saga’, adianta Ferréz.


Central do Crime Organizado? Ferréz faz questão de esclarecer que qualquer semelhança com o PCC é mera coincidência. O escritor foi ameaça do após fazer declarações em seu blog sobre as chacinas paralelas aos conflitos de maio entre a polícia e a facção criminosa e decidiu passar uma semana longe de casa. Agora, Ferréz prefere não dar mais declarações. ‘Reservei essa entrevista à Trip (edição que está nas bancas) para falar tudo que penso a respeito da violência na cidade. E não vou falar mais disso. Quando houve aquele pânico em maio, um tanto de gente ligou aqui pedindo declaração. Não tenho culpa se os jornalistas não conhecem ninguém da perifa.’


E como os garotos do seu bairro receberão Os Inimigos…? ‘Acho que vão gostar. Faremos preços promocionais para os ‘muleque’. Vou pôr à venda na minha loja e doar para as bibliotecas que já ajudamos a manter aqui’, diz Ferréz, que criou grife 1DASUL para poder estampar frases de seus livros em camisetas. Para o segundo e terceiro números, ele diz sentir-se mais seguro. ‘O primeiro escrevi em prosa, depois o Alexandre desenhou. O segundo já estou fazendo em forma de roteiro. No segundo me soltei mais, começo a brincar e ironizar os heróis clássicos. O personagem cagüeta, por exemplo, é o Batman’, diz Ferréz, que adora o homem-morcego e Homem-Aranha. ‘Já o Super-Homem não dá. Pensei em ver o filme novo, mas não agüento. É muito politicamente correto pro meu gosto.’


E, já que há enxurradas de camisetas com os heróis americanos, que tal estampar Igordão nas camisetas da 1DASUL? ‘Não é que é uma boa idéia?’.


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‘Minha preocupação é com o real’


‘Alexandre de Maio era daqueles alunos que passavam as aulas desenhando nos cadernos em vez de anotar as lições. Mas, como a maioria da garotada brasileira que não encontra futuro profissional no talento para o desenho, acabou sendo obrigado a deixar o dom de lado e se dedicar a outras funções, como ser balconista e trabalhar em oficina.


Hoje, aos 28 anos, esse filho de pai camelô e mãe ajudante-geral, aguarda o lançamento de sua primeira graphic novel: O s Inimigos não Mandam Flores, com texto de Ferréz. ‘Quando estiver nas bancas, eu e o Alexandre temos de nos encontrar para chorar junto’, diz o escritor.


De fato, Alexandre tem motivos para comemorar. Paulistano de 28 anos, hoje vive na zona norte, mas já morou em várias regiões da cidade, incluindo a Cidade Tiradentes, no extremo leste. Seu primeiro quadrinho criou quando morava na Parada Inglesa, zona norte. ‘Um dia, aconteceu um crime na frente da minha casa. Uns caras, envolvidos com o tráfico, foram assassinados. E escrevi sobre isso’, conta Alexandre, que, em seguida, começou a desenhar inspirado nas letras do Racionais. ‘Já curtia Rap e criei uns desenhos para as letras deles. Mandei para o Mano Brown, que curtiu e ficou de me ajudar a encontrar quem publicasse. Mas a gente não conhecia ninguém’, relembra ele, que enveredou pelo jornalismo e hoje edita a revista Rap Brasil.


Na revista, pôde finalmente desenhar. ‘Tinha gente que comprava só por isso. Mas acabei tendo de interromper os quadrinhos. Até que o Ferréz comentou que tinha a idéia de lançar uma revista de HQ’, conta ele, que cursou até o ensino médio. ‘A escola é muito distante da realidade. Eu poderia ter estudado mais, mas o desenho me dizia mais. E fui fazer cursos de desenho. Saí dos cursos e fui trabalhar em pequenas agências, fazendo panfletos’, declara ele, que não gostava dos super-heróis politicamente corretos e sempre preferiu figuras como Sandman, X – Men, Sin City e o mestre Lourenço Mutarelli.


Em Os Inimigos, Alexandre produz um quadrinho altamente realista. Apliques de fotos reais, detalhismo extremo, cores, perspectiva e traço sofisticado dão a personalidade visual à graphic novel. ‘Assim como o texto do Ferrez, tenho preocupação com o real. O quadro da favela, por exemplo, deu um trampo danado, levou dias para ficar pronto’, conta esse fã de Larry Clark( Kids) e Tarantino. ‘Quadrinhos é muito mais cinema que artes plásticas. E não podemos copiar os americanos, que já fazem isso bem. Temos de criar a nossa história.’


E a história aqui é séria. ‘Nossa preocupação era pôr a ‘perifa’ em primeiro plano. Mas não chamar de coitadinho nem condenar. Mas entender o contexto, como um cara comum vira um Igordão.’’


TELEVISÃO
Etienne Jacintho


Rockstar tem formato inovador


‘O People + Arts se transformou em um canal de reality shows. O problema é que todos – com exceção de O Aprendiz – são internacionais e não permitem uma interatividade do público. Essa possibilidade de o telespectador interferir no programa é o grande atrativo de Rockstar: Supernova, no ar às terças, às 22 horas, e aos domingos, às 21 horas. Apesar de ser uma atração americana, brasileiros, asiáticos e latinos podem ajudar a ditar os rumos da competição.


Rockstar é como um Ídolos, porém mais objetivo. Os jurados são os músicos Tommy Lee, ex-Mõtley Crüe, Jason Newstead, ex-Metallica, e Gilby Clark, ex-Guns n’ Roses. Eles formam a Supernova, banda que precisa de um vocalista. Aí começa a competição. Roqueiros cantam e fazem cara de maus na esperança de ser vencedor.


No palco, nada de miscelânea musical. Só dá rock ou pop-rock. E os participantes têm de ter jogo de cintura, pois recebem críticas bem duras dos jurados e não podem ficar calados. O que não deixa de ser um deleite para quem assiste ao programa. Afinal, Tommy Lee já teve seu próprio reality show, foi casado com Pamela Anderson e é um showman, assim como o apresentador do programa Dave Navarro (Red Hot Chilli Peppers).


Aqui do Brasil, qualquer pessoa pode votar no seu cantor favorito após a apresentação dos finalistas às terças-feiras. O canal disponibiliza link da votação em seu site www.peopleandarts.com.br – que, aliás, precisa de cuidados em sua tradução meio ‘portunhol’ – e também por SMS. Depois, é só conferir o resultado no domingo, dia da eliminação. A votação é feita no site oficial que disponibiliza vídeos e um reality dos competidores na mansão onde estão abrigados. Essa é a segunda edição da atração. A primeira, regional, lançou o vocalista do INXS.


entre-linhas


Na onda do Dança dos famosos, a Record lançou o quadro Dança sobre Patins no Tudo É Possível, de Eliana.


Enquanto Band e Globo se estapeiam pela cobertura das eleições, com direito a anúncios nos jornais, o SBT, planejado como sempre, informou apenas ontem que esta semana Ana Paula Padrão recebe os principais candidatos à presidência no seu SBT Brasil. Por essas e outras é que a Record avança.


Cobras & Lagartos obteve no sábado sua maior média de audiência desde sua estréia: 46 pontos de ibope.’


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 1° de agosto de 2006


ELEIÇÕES 2006
Janio de Freitas


Palavra mal-empregada


‘A MAIORIA dos comentaristas de política assegurou que a eleição presidencial seria marcada por fogo muito grosso da oposição, municiada com fartura pelos vários escândalos, mas o que há de grosso, até agora, vem da produção verbal de Lula.


Cada pronunciamento seu traz um ataque grosseiro ou uma provocação sempre muito acima do tom dos adversários, exceto, nem precisaria dizer, a senadora-candidata Heloísa Helena.


Aos tijolos que lança um tanto a esmo, porém, Lula junta algo mais indigesto: são as bazófias ditas com a sem-cerimônia dos demagogos mais deploráveis. Mas atribui as inverdades aos outros. É o caso, por exemplo, de um escapismo que já usou mais de uma vez e repetiu, agora, na entrevista a Heródoto Barbeiro para a CBN. É um escapismo preventivo, porque sabe que a criação insuficiente de empregos é um dos pontos fracos do seu governo. Diz ele:


‘Se pegar o programa de governo que fiz em 2002, dizia que o Brasil precisava criar 10 milhões de empregos. Não tem lá, em nenhum momento, eu dizendo que ia criar. Fazem [sic] 44 meses que o emprego cresce todo santo mês’. Ou seja, mente quem se referiu ou se refere à promessa.


Por variadas razões, de citação dispensável, pode-se afirmar que Lula não escreveu o seu programa de 2002. Leu-o, como você e eu. Foi Lula em pessoa, no entanto, quem disse, com voz e rosto ofertados a todo o país no seu programa eleitoral de TV, que criaria 10 milhões de empregos. Não foi uma afirmação única, emitida na empolgação, até por serem as suas falas no programa predeterminadas e, depois da gravação, repassadas e montadas convenientemente pela equipe de Duda Mendonça. Quem tenha dúvida a respeito, Lula inclusive, pode consultar as gravações.


E quantas pessoas receberam o programa escrito? Nem como profissional o recebi, só o lendo por procurá-lo. Mas as promessas e compromissos dos programas de TV eram recebidos por dezenas de milhões de eleitores.


O adendo do ‘emprego que cresce todo santo mês’ foi feito, na entrevista, quando Lula já tinha, pelo menos desde a véspera, a informação de que o desemprego voltou a subir no mês passado. Tanto que, no mesmo dia da entrevista, a subida do desemprego o levava a oferecer juros privilegiados às montadoras de carros se, em troca, mantiverem os empregos.


Com Fernando Henrique, era esquecer o que escreveu. Com Lula, é esquecer o que disse. Ao eleitor, resta esquecer o que sonhou.


Correspondência


Aos gentis eleitores que se deram ao trabalho de me mandar seus insultos, a propósito do artigo sobre a guerra que o governo de Israel faz ao Líbano, peço que aceitem como resposta a notícia da morte de 37 crianças em Qana.’



Thiago Reis


Pela 2ª vez, TRE proíbe manchete contra Sarney


‘Pela segunda vez consecutiva, a manchete semanal da ‘Folha do Amapá’, que novamente fazia alusão ao senador José Sarney (PMDB-AP), foi retirada do ar por determinação do TRE (Tribunal Regional Eleitoral).


O juiz-auxiliar Luiz Carlos considerou que a reportagem sob o título ‘Sarney importa mão-de-obra para campanha’ teve o objetivo de ‘denegrir a imagem do candidato [à reeleição]’. Segundo o desembargador, há ‘opinião contrária a ele [Sarney], o que é vedado pela legislação eleitoral’.


O pedido foi feito pela coligação União pelo Amapá, formada por PDT, PMDB, PP, PV, PSC e Prona. O juiz estipulou como pena multa diária de R$ 5.000 em caso de descumprimento. A reportagem foi retirada do ar, e o jornal já recorreu da decisão.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Record proíbe reportagens sobre cinema


‘Está proibida a exibição de reportagens sobre cinema na Record, a não ser de filmes da Universal Pictures. A ordem foi baixada em comunicado na semana passada e atinge todos os telejornais e programas jornalísticos da emissora (como o ‘Tudo a Ver’, que já teve uma coluna sobre o assunto).


A Record deixará agora de noticiar grandes lançamentos. Os últimos foram o novo ‘Superman’ e ‘Piratas do Caribe 2’. Quando houver alguma notícia sobre um filme (como uma polêmica), o fato poderá ser divulgado, mas sem imagens do longa-metragem. Também continuam liberadas entrevistas com astros de Hollywood, desde que eles não falem só sobre o filme em que atuam.


O veto, confirmado pela assessoria de imprensa da Record, só tem, aparentemente, motivos comerciais. A rede detectou que as distribuidoras de filmes têm verbas razoáveis para divulgar seus ‘arrasa-quarteirões’, mas não fazem anúncios em TVs que publicam generosas reportagens sobre os longas. A preferência sobre cinema agora será do departamento comercial, que tentará vender às distribuidoras espaços nos intervalos da rede.


A proibição exclui os produtos da Universal porque a empresa é parceira da Record, que tem o direito de exibir seus filmes. O cinema nacional já não tem espaço na Record, porque a emissora não divulga longas apoiados pela Globo Filmes.


SILVIO SANTOS VEM AÍ 1 Silvio Santos passou o final de semana gravando ‘Topa ou Não Topa’, a versão brasileira do game ‘Deal or No Deal’, cujo formato foi comprado pelo SBT da Endemol Globo. O programa é uma disputa por prêmio milionário escondido em uma de 26 malas de dinheiro.


SILVIO SANTOS VEM AÍ 2 ‘Topa ou Não Topa’ estréia já no próximo dia 9, no horário que era ocupado por ‘Ídolos’ (que terá uma última edição especial amanhã). Às quintas, no lugar do ‘reality show’ musical, entrará a série ‘Invasão’.


À ESPERA DA DANÇA O game das malas de dinheiro acabou ‘atropelando’ o ‘reality’ ‘Dançando por um Sonho’, que deveria estrear no início deste mês, mas que ainda está em pré-produção.


NOVO NICHO A FremantleMedia, que licencia ‘O Aprendiz’ e ‘Ídolos’, está se preparando para virar co-produtora no Brasil. Segundo Flavia da Matta, gerente regional, a idéia é tornar-se sócia das emissoras, injetando dinheiro na produção e apertando o controle de qualidade.


IH! DEU ZEBRA 1 Superintentende comercial da Record, Walter Zagari envia toda segunda-feira, há alguns meses, um e-mail aos principais nomes do mercado publicitário comemorando os feitos da emissora no Ibope.


IH! DEU ZEBRA 2 Na semana passada, pela primeira vez no ano o SBT ganhou da Record no horário nobre. ‘Ihhh…! Deu zebra! E que zebra!’, escreveu Zagari no e-mail que disparou ontem à tarde.’


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