Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Laura Mattos


‘Foram mais de 50 mil inscritos, segundo a Record, mas nenhum dos 16 candidatos selecionados para a segunda edição de ‘O Aprendiz’, que estréia hoje, fez faculdade na USP ou na FGV. São poucos os que se graduaram em universidades ‘top’, com conceito A no último Provão. A maioria tem diploma de cursos nota C.


O ‘reality show’ é apresentado por Roberto Justus, dono de uma das maiores agências de publicidade do país, e se vende como uma aula de seleção de executivos. O vencedor receberá salário de R$ 250 mil/ano para atuar em uma das cinco empresas do publicitário. Apesar da ‘bolada’, há apenas quatro notas A dentre os aprendizes: um fez direito na PUC de Minas, duas se formaram em administração pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e uma pelo Mackenzie (SP).


Na turma menos privilegiada, há três de uma faculdade de Osasco (Fieo, Grande SP), três da Unip e uma da Fiam (capital). A maior parte é administrador de empresas, mas concorrem ainda um químico graduado na Baixada Fluminense (Duque de Caxias) e uma engenheira da Faap (SP).


O levantamento realizado pela Folha teve como base o Exame Nacional de Cursos (Provão) de 2003 -com conceitos de A, para os melhores, até E-, já que em 2004 o Ministério da Educação alterou critérios e focou a avaliação em faculdades da área da saúde.


Formado em administração pelo Mackenzie (nota A), Roberto Justus afirma ser uma ‘coincidência’ o fato de a maioria ter cursos nota C. ‘Dentre os quase 60 mil inscritos certamente havia gente da USP e da FGV.’ Segundo ele, os formados pelas melhores universidades podem não ter sido escolhidos ‘por não demonstrarem aptidões importantes para a televisão, como ser extrovertido e ter facilidade de comunicação’.


Justus considera a procedência do diploma de graduação ‘importante, mas não excludente’ em um processo seletivo. ‘É claro que prefiro o melhor dos mundos, mas não podemos nos esquecer de que isso é um programa, e o estilo da pessoa conta muito.’


O publicitário lembra que a maioria dos aprendizes tem também no currículo cursos de pós-graduação -da ESPM, Mackenzie, FGV do Rio, entre outros- e fluência em inglês. ‘Já vi gente medíocre de universidade ‘top’. Quem faz a faculdade é o aluno.’


Ele cita a vencedora de ‘O Aprendiz 1’, Vivianne Ventura, formada em administração pela Unip (nota C). ‘Ela é ótima.’


Na primeira versão de ‘O Aprendiz’, veiculada no ano passado pela Record, a seleção não foi muito diferente da atual.


No ‘reality show’ original, apresentado pelo milionário norte-americano Donald Trump, há participantes da Harvard e outras famosas, mas a maioria também não tem diploma ‘de grife’.


A ‘headhunter’ (caça-talento do mundo dos negócios) Patrícia Epperlein afirma que a faculdade ‘é muito importante’ no processo seletivo e que grandes companhias só analisam os currículos de graduados nas melhores do país.


‘É possível encontrar um alto executivo formado em universidades com notas baixas no Provão, mas é uma exceção. Se não tiver formação de primeira linha, o candidato terá de demonstrar muito esforço para suprir isso, com boas especializações e uma ótima experiência profissional’, diz a sócia-diretora da Mariaca & Associates, especializada em recrutamento de executivos.


‘Algumas empresas vão às universidades ‘top’ oferecer estágio a fim de segurar os melhores.’


Ibope e faturamento


Além da estréia hoje (às 22h15), ‘O Aprendiz 2’ terá outros 15 episódios, às terças e quintas. A primeira edição obteve média de 11 pontos de audiência (cada ponto equivale a 52,3 mil domicílios na Grande SP), e a Record espera um crescimento de 30% no Ibope.


O novo ‘Aprendiz’ já faturou R$ 31 milhões com publicidade, contra R$ 11 milhões do primeiro.’



AMÉRICA


Flavia Guerra


‘Wilker evita aparecer em ‘América’ ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 23/06/05


‘Glória Perez aproveitou a ida de Betty Faria ao 9º Festival de Cinema Brasileiro de Miami para recolocar a vilã Djanira Pimenta em América. A idéia era pôr em cena algumas personalidades lá presentes, mas a mais cotada delas fugiu do ‘set’. Presente na ocasião como diretor da Rio Filme, José Wilker entraria em cena como ele mesmo. À amiga, ele se se justificou: ‘Betty, acabei de fazer uma novela (Senhora do Destino). Melhor não aparecer tão cedo na telinha.’


A atriz esteve lá para o filme Bens Confiscados, protagonizado e produzido por ela. A cena para a gravação da novela levou Betty ao Jackie Gleason Theater em uma Mercedes SL500 conversível. No corpo, um vestido pink de Rogério Guimarães, trazido do Brasil, na mala. ‘Eu não podia perder a chance de usar esses babados todos. Este vestido é a cara de Miami.’


Na falta dos galãs globais, Pimenta, que é chefe dos atravessadores ilegais de imigrantes para os Estados Unidos, ganhou a companhia de um ator improvisado: Marcelo Coltro, vice-presidente de vendas da MGM Latin America. Com ar de Roberto Justus, Coltro contou que é ‘muito amigo da Glória (Perez)’. ‘Toda vez que ela precisa de um figurante aqui em Miami, me chama. Até já salvei a Sol quando ela fugiu da prisão. Mas não sou ator. Só me divirto’, falou o empresário, que é também membro do júri do festival de cinema.


Na ausência de Wilker, Pimenta contracenou com a diretora do festival, Adriana Dutra, Luana Piovani e Alexandre Borges, que estavam no evento. A direção foi de Mariozinho Vaz.’



FSP CONTESTADA


Painel do Leitor, FSP


‘Cartas de Leitores’, copyright Folha de S. Paulo, 23/06/05


‘‘Em relação ao texto ‘Valério amplia contratos no governo Lula’ (Brasil, 19/6), o Banco do Brasil lamenta que a Folha não tenha publicado informações essenciais que estavam disponíveis para os jornalistas. Conforme já amplamente noticiado pela imprensa, inclusive pela Folha, a carteira de crédito para pessoas físicas do BB aumentou 21,7% em 2004. Tal crescimento foi impulsionado pela criação de duas novas subsidiárias (o BB Consórcios e o Banco Popular do Brasil), por novas linhas de financiamento, pela oferta de produtos e serviços e também pela segmentação de clientes por diferentes faixas de renda. É o caso dos escritórios BB Private e agências BB Estilo – esses dois últimos voltados para a alta renda. O BB Consórcios, que tem 180 mil cotas vendidas, é líder na modalidade eletroeletrônicos. O Banco Popular do Brasil iniciou suas operações em 2004 e encerrou o ano com mais de um milhão de clientes e cerca de 5.500 pontos de atendimento. A base de clientes do BB (pessoas físicas e pessoas jurídicas) cresceu 18,1% no ano passado. Esses índices demandam estratégias de negócios que, obviamente, requerem expressivos investimentos do banco, inclusive em publicidade. Vale destacar que as oportunidades para ações estratégicas de publicidade aumentam em ano de Olimpíadas, como foi 2004, considerando que o Banco do Brasil é parceiro do esporte nacional há 14 anos. O vôlei, especialmente, trouxe três medalhas -duas de ouro e uma de prata. As agências licitadas pelo BB são remuneradas sobre as verbas destinadas à veiculação de campanhas na mídia, por exemplo. Os percentuais estão estabelecidos em contrato. A participação de cada agência na administração da verba publicitária do BB também obedece a parâmetros contratuais. A própria Folha informa que a DNA Propaganda ‘administrou um terço do valor’ da verba do BB destinada às três agências. Finalmente, o texto da Folha não registra, ao mencionar a aquisição dos ingressos para o show de Zezé di Camargo e Luciano, a decisão por unanimidade dos ministros do TCU, datada de 8/12/ 2004, que determina o arquivamento do processo referente ao assunto.’ Henrique Pizzolato, diretor de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil (Brasília, DF)


Educação


‘Em relação às afirmações do secretário municipal de Educação, José Aristodemo Pinotti (carta ‘Educação em SP’, ‘Painel do Leitor’, 21/6), cabem reparos. A atual gestão recebeu a Escola Técnica da Cidade Tiradentes com um prédio terminado e recursos disponíveis para a compra de equipamentos no valor de R$ 2,7 milhões, transferidos à conta da prefeitura pelo Ministério da Educação em junho de 2004. O plano de trabalho foi readequado pelo MEC em dezembro. Todos os processos para a compra de equipamentos estavam prontos para licitação na Secretaria de Educação. A gestão anterior contratou a Fundação Vunesp, em setembro de 2004, para a realização de concurso que selecionaria professores e funcionários em janeiro deste ano. Seus resultados foram divulgados em fevereiro. Também foi feito ‘vestibulinho’ em janeiro. Os secretários de Saúde e Educação da gestão Marta e os signatários desta deixaram todas os procedimentos administrativos concluídos para o início das aulas em março e comunicaram formalmente as equipes da nova administração. Seis meses é tempo longo demais para que dessem passos tão simples -ainda sem a desculpa da falta de recursos. Lamentamos o desrespeito com os 7.600 candidatos que participaram do processo seletivo e com todos os interessados em trabalhar num projeto voltado para a formação profissional e o acesso ao emprego do jovem da zona leste.’ Branislav Kontic e Mariana Bittar, coordenadores do Programa de Desenvolvimento Econômico da Zona Leste na gestão Marta Suplicy (São Paulo, SP)


Copa na TV


‘Não é verdade que a TV Globo tenha optado pela exclusividade na transmissão da Copa do Mundo de 2002. Basta recorrer ao noticiário da época para verificar que a emissora correu o risco de ter comprado os direitos quando o Brasil nem sequer estava classificado -e chegou a estar ameaçado de ficar de fora. Garantida a classificação, a TV Globo ofereceu a transmissão às emissoras concorrentes, permitindo até a formação de pool, e não houve interesse. A comercialização da próxima Copa, que envolve bem mais que a simples transmissão, ainda não teve definição sobre valores e critérios.’ Luis Erlanger, Central Globo de Comunicação (Rio de Janeiro, RJ)


Resposta do jornalista Daniel Castro – Na prática, a ‘abertura’ da Globo às concorrentes em 2002 não ocorreu. Os direitos só foram oferecidos oficialmente quando faltavam três meses para o início do Mundial, tempo considerado curto para conseguir anunciantes. O preço pedido inicialmente foi de US$ 60 milhões.’