Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Leila Reis

‘Márcio Garcia é muito bem-sucedido. No auge da fama- o malandro Marcos foi um dos grandes personagens de Celebridade -, Márcio trocou a Globo pela Record para apresentar o reality show Sem Saída e, no futuro, comandar um programa semanal. Aos 34 anos, o filho de um empresário da noite e de uma funcionária pública diz que mudou seu modo de ver a TV depois que o filho nasceu: ‘Pedro é vidrado em TV, ele merece ver coisa boa.’

Estado – Foi dinheiro que o levou a trocar de canal?

Márcio Garcia – Não, foi o desafio de fazer algo novo. A Globo tentou me segurar, mas a proposta da Record foi melhor.

Estado – Por que você mudou de ramo no momento em que estava no auge como ator?

Garcia – É bom mudar quando a gente está nesse momento. Pensei muito nas possibilidades que a Record me oferecia, na oportunidade de fazer programas com conteúdo, mas que também divertem. De a TV oferecer programas que despertem emoções e que ao mesmo tempo sejam dignos. Tem muita coisa na TV que não é digna, que dá vergonha de assistir.

Estado – É verdade que o comportamento dentro do ‘Sem Saída’ tem restrições (a fumar, a cenas sensuais)?

Garcia – O bom senso é que norteia o programa. A TV tem de mostrar boas condutas, dar exemplo. Violência, por exemplo, tem de ser exibida em horário adequado para proteger crianças e jovens. Depois que me tornei pai, minha cobrança em relação à TV mudou muito. Pedro só tem 1 ano e dois meses, mas é vidrado em TV, e ele merece ver coisa boa.

Estado – Os participantes do ‘Sem Saída’ erram muito no teste de conhecimento. Por quê?

Garcia – O nível de conhecimento é baixo, mas eles erram muito por nervosismo.

Estado – Quais foram os piores erros?

Garcia – São muitos: o destino do Titanic foi o oceano. João Paulo II incendiou Roma, o Pacífico banha o Rio de Janeiro, a capital do Japão é a Coréia. Fizemos os piores momentos do Sem Saída para exibir.

Estado – Quais são os planos da Record para você?

Garcia – Estou planejando meu programa semanal e, em algum momento, acho que vou fazer novela.

Estado – Você acha que tem mais talento como ator ou como apresentador?

Garcia – Não sei, tento fazer bem o que está na minha frente. Desde cedo comecei a correr atrás do meu.

Estado – Apesar de jovem, você é muito bom nos negócios. Com quem você aprendeu a administrar sua carreira?

Garcia – Fiz Administração de Empresas durante dois anos e meio. Mas desde cedo eu tive meu negócio. Eu e um amigo comprávamos tecido e dávamos para costureiras fazerem shorts e moletons. Eu vendia na faculdade, na praia, para os amigos. Com 18 anos comprei meu primeiro carro.

Estado – Que outros negócios você tem?

Garcia – Represento os relógios Storm of London, 30% da marca é minha. Tenho uma empresa de outdoor no Rio e estou para inaugurar o portal galáxia.TV. Eu não preciso da televisão para viver, mas não consigo viver sem ela.

Estado – Qual foi o seu melhor papel na TV?

Garcia – Gostei do primeiro, na novela Tropicaliente, e do último, o Marcos de Celebridade.

Estado – Em quem você se inspirou para criar o malandro de ‘Celebridade’?

Garcia – Em todos os cariocas sarados que a gente encontra pela praia, aplicando 171, pegando uma coisinha aqui e ali para sobreviver. Na praia, quem tem dinheiro são os gordinhos carecas, o michê faz pose, finge que está falando ao telefone.

Estado – As pessoas na rua ainda o identificam com o personagem?

Garcia – Muito, me chamam de michê, perguntam da cachorra. Deve ser pior para a Cacau (Cláudia Abreu). Imagine a cena: ela sai para passear com filho, o marido, e tem de ouvir: ‘E aí, cachorra?’

Estado – Qual é a sua maior ambição na carreira?

Garcia – Não tenho muita ambição. Quero trabalhar muito, tenho vontade de fazer cinema, fiz um roteiro com Alexandre Moreira de um romance policial. O protagonista é um policial que renega a profissão e passa a combater a corrupção. Minha ambição é não perder a minha essência. Quero tempo para curtir o meu filho, não posso abrir mão do meu sossego nem da minha paz.’



BIG BROTHER
O Estado de S. Paulo

‘Fórmula do ‘Big Brother’ está longe de se esgotar’, copyright O Estado de S. Paulo, 8/09/04

‘O Brasil está entre os países que mais edições de Big Brother já exibiram na TV. Ao lado dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Itália e da Espanha, o País já está em sua 5.ª edição da atração, que estréia em janeiro, na Globo.

No México, onde os participantes do BB são celebridades, o programa ainda está na 3.ª edição. Austrália, Bélgica e Suécia chegaram à 4.ª edição, enquanto a Dinamarca ainda colhe os frutos do terceiro Big Brother.

Na Inglaterra, onde a 5.ª edição já acabou, o Channel 4 já planeja a 6.ª edição, sem perder o fôlego para criar burburinho. A última edição britânica do reality show atraiu 6 milhões de telespectadores no dia em que exibiu cenas de sexo envolvendo dois participantes. A polêmica não parou por aí. O vencedor do reality foi um travesti chamado Nadia Almada.

Primeira vez – Se na Inglaterra já não há mais novidades na atração, há países aos quais o programa sequer chegou. A TV búlgara NTV acabou de comprar da produtora Endemol os direitos para produzir sua 1.ª edição da atração. É a primeira vez que o país exibe um reality show.

O Big Brother búlgaro seguirá as regras originais da atração – como ocorre no Brasil – e tem estréia prevista para 17 de outubro.

Já a Albânia continuará livre dos Big Brothers, por enquanto, mas não resistiu ao apelo de outro programa da Endemol: o game show Deal or no Deal chega ao país ainda este ano. A atração, que será exibida pela TV Klan, está prevista para ir ao ar diariamente durante um ano completo, sempre no horário nobre. Esse é o primeiro formato internacional a ser transmitido pela TV albanesa.

Deal or no Deal já está no ar em 20 países e tem formato muito parecido com o de Eu Compro Seu Televisor, apresentado por Silvio Santos no SBT. A rede brasileira, por sinal, está sendo processada pela Endemol, sob acusação de plágio.’



TV BANDEIRANTES
Renata Gallo

‘Datena ganha noticiário novo na Band’, copyright O Estado de S. Paulo, 8/09/04

‘Satisfeita com o desempenho de José Luís Datena na Olimpíada de Atenas, a direção da Band deu ao jornalista o comando do Esporte Total, atração que já foi de Jorge Kajuru. Em breve, Datena passará a apresentar o noticiário, que será dividido em três partes e deixará de se resumir ao território esportivo.

‘Vamos ter também um horário local para fazer a defesa dos interesses públicos dos cidadãos, além de mostrar o que está acontecendo nas principais praças do País’, diz o diretor de Jornalismo da Band, Fernando Mitre.

Segundo ele, Datena vai comandar minidebates durante o jornal. A população vai participar ao vivo e, eventualmente, o apresentador estará na rua para acompanhar o problema pessoalmente. O programa irá ao ar entre 11h45 e 1h15 – os 30 minutos finais serão locais.’