Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Lula defende fim da
concessão da RCTV


Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 8 de junho de 2007


VENEZUELA
Clóvis Rossi


Ato de Chávez ao fechar TV foi ‘democrático’, diz Lula


‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o fato de seu colega venezuelano Hugo Chávez não renovar a concessão da emissora RCTV foi tão democrático quanto teria sido a eventual renovação.


‘Eu acho que não dá para ideologizar essa questão da televisão. O mesmo Estado que dá uma concessão é o Estado que pode não dar a concessão.


O Chávez teria praticado uma violência se tivesse, após o fracasso do golpe [contra o venezuelano em 2002], feito a intervenção na televisão’, disse.


Apesar de defender Chávez, Lula afirmou que seu colega será prejudicado pelas críticas ao Senado brasileiro. ‘Quando você erra na política, quem é que perde? É quem erra. Por quê?


Porque o acordo para a entrada da Venezuela no Mercosul vai ter que passar pelo Senado, e quero crer que o Chávez deve perceber que vai ficar muito mais difícil agora. Vai exigir muito mais esforço nosso para convencer que um mal-entendido ou uma agressão verbal não pode colocar em risco um projeto para a região.’


Em entrevista concedida à Folha, na embaixada brasileira em Berlim, Lula falou só sobre política externa. Durante a campanha à reeleição, no final da sabatina a que foi submetido pelo jornal em outubro de 2006, o então presidente-candidato havia prometido à Folha uma entrevista só sobre o tema. Foi essa a condição.


A conversa de 80 minutos aconteceu pouco antes de reunir-se com o grupo chamado ‘outreach’, ou seja, o grupo externo ao G8 que participará hoje da sessão final da cúpula do mundo rico. O grupo é formado por África do Sul, China, Índia e México, além do Brasil.


Lula lembra ainda que Chávez deveria ter em mente que, quando houve o golpe contra ele, em 2002, logo abortado, ‘o Senado brasileiro tirou uma moção em defesa do Chávez, contra o golpe’.


FOLHA – O sr. disse a Chávez que o Senado brasileiro o defendeu quando houve o golpe contra ele?


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Não conversei com o Chávez depois. Certamente devemos nos encontrar no Paraguai, no dia 27 ou 28. Nesses quatro anos de mandato, já vi muitas brigas entre países latino-americanos. E eu tenho comentado com eles que precisamos tomar cuidado com o discurso porque às vezes a radicalização verbal atrapalha muita coisa. Você dá uma declaração num lugar e, dependendo do interesse local, a imprensa dá uma manchete e cria-se uma animosidade nacional numa coisa que não precisaria. A nota que o Senado brasileiro fez em relação à televisão do Chávez é uma nota branda. É um apelo, não tem nenhuma agressão. Agora como é que chegou a ele, eu não sei.


FOLHA – Pouco antes da primeira posse, o sr. enviou Marco Aurélio Garcia à Venezuela, para ajudar a diluir uma crise que poderia até desembocar em outro golpe, com apoio claro da mídia local. Portanto, para ajudar, a soberania [alegada para não criticar a cassação da RCTV] não é tão ‘imexível’. Mas, na hora de criticar, o sr. parece ter medo de criticar Chávez, talvez por temer um destempero dele.


LULA – Isso está resolvido na nota. Eu já viajei do Brasil para a Colômbia para evitar um conflito entre o Chávez e o [Álvaro] Uribe [presidente da Colômbia] por conta dessas coisas verbais. Já vi o Chávez e o Lagos ficarem atritados por causa de coisa verbal. Não acho que o Brasil tenha que se portar assim. Eu quero sentar direitinho, conversar, encontrar as palavras certas para falar as coisas.


FOLHA – Inclusive a questão da TV o sr. falaria para ele?


LULA – Eu falo o que faria no Brasil. Eu acho que não dá para ideologizar essa questão da televisão. O mesmo Estado que dá uma concessão é o Estado que pode não dar a concessão. O Chávez teria praticado uma violência se tivesse, após o fracasso do golpe, feito a intervenção na televisão. Não fez. Esperou vencer a concessão. No Brasil vencem concessões sempre e que passam pelo Senado para que haja renovação. Nos Estados Unidos, há concessões. Algumas são renovadas. Vai da visão que cada presidente tem da situação.


FOLHA – Quando o sr. diz que no Brasil a relação é democrática e consolidada, a inferência possível é que, na Venezuela, apesar de tecnicamente estar tudo nos conformes, não é democrático…


LULA – O fato de ele não renovar a concessão é tão democrático quanto dar [a concessão]. Não sei porque a diferença entre dois atos democráticos. A diferença com o Brasil é que conseguimos colocar na Constituição que isso passa pelo Congresso. Não é uma decisão unilateral do presidente. Lá é. Faz parte da democracia deles. Agora o que acho engraçado é que você pega um cara como o [Gustavo] Cisneros [dono de um dos mais importantes grupos de mídia da Venezuela e da América Latina], que era tido como o maior inimigo do Chávez, está de acordo.


FOLHA – Mas aí é que está o problema: venceram ambas as concessões, mas a do Cisneros foi renovada, o que torna claro que foi uma resposta política, embora os argumentos formais possam ser corretos.


LULA – Não sei qual foi o critério que ele adotou para dar as concessões. O dado concreto é que ele utilizou a legislação que vigora no país e tomou essa decisão. Por que eu, presidente do Brasil, vou ficar dizendo se ele fez certo ou errado. Quem tem que julgar isso é o povo da Venezuela, não sou eu.


CRISE DE 2002


Lula talvez minimize a força que pode ter sobre Chávez. A crise do fim de 2002, meses após o golpe de curta duração de abril, foi diluída graças à criação do chamado ‘Grupo de Amigos da Venezuela’, uma invenção do brasileiro.


Durante a posse de Lúcio Gutiérrez no Equador, Lula chamou Chávez e disse que o grupo deveria forçosamente incluir países como Estados Unidos e Espanha, que haviam apoiado o golpe contra Chávez.


O presidente venezuelano teve que viajar para Nova York antes de definido o grupo. Foi então a vez de Fidel Castro descer à suite de Lula para reclamar que, com essa composição, o grupo levaria à destruição da Venezuela, porque os inimigos de Chávez tomariam conta.


Lula argumentou que o grupo não era de amigos de Chávez, mas da democracia venezuelana, o que só poderia funcionar se houvesse nele países que a oposição tinha como referência. Fidel não gostou, mas Lula insistiu com Chávez, convocado a Brasília. O presidente da Venezuela disse que não estava de acordo mas aceitava assim mesmo a proposta. A crise morreu, em parte pela ação do grupo. Resta saber, no entanto, se Chávez aceitaria gestões do gênero agora que está forte.’


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Moderação: após críticas ao Senado, Chávez elogia presidente da Câmara


‘Após as ameaças de senadores brasileiros de bloquear a entrada da Venezuela no Mercosul, o presidente Hugo Chávez (Venezuela) disse anteontem que ‘é preciso colocar os interesses nacionais acima das diatribes políticas’ e elogiou o presidente da Câmara, o petista Arlindo Chinaglia, que defendeu o ingresso daquele país no bloco porque ‘isso é positivo para o Brasil’. Na segunda-feira, o PT divulgou nota apoiando a decisão de Chávez de não renovar a concessão da RCTV alegando que a emissora apoiou o golpe de 2002.’


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Globovisión passa a exibir à tarde noticiário da RCTV


‘Fora do ar há quase duas semanas, a RCTV voltou a ser transmitida ontem pela Globovisión, o único canal atualmente crítico ao governo Chávez. O programa de notícias ‘El Observador’, que já podia ser visto pela internet (http://elobservador.rctv.net), passou a ser transmitido diariamente às 16h30 locais. O governo do presidente Hugo Chávez não renovou a concessão da RCTV, a emissora de TV mais antiga do país, sob a justificativa de que ela participara da tentativa de golpe de Estado contra ele em abril de 2002.’


RODRIGUES NA FSP
Folha de S. Paulo


Ex-ministro Roberto Rodrigues passa a escrever coluna na Folha


‘O engenheiro agrônomo e agricultor Roberto Rodrigues, 64, ministro da Agricultura no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passa a assinar, a partir de amanhã, coluna quinzenal aos sábados no caderno Dinheiro da Folha.


‘Escrever sobre o agronegócio em um jornal com a penetração da Folha abre a oportunidade de comunicação com um público formador de opinião, o que poderá ajudar a influenciar por políticas favoráveis para o campo, beneficiando o país’, diz Rodrigues.


‘O agronegócio é o mais importante setor econômico do país: 29% do PIB, gera 37% de todos os empregos e responde por 92% do saldo da balança comercial. Mesmo assim, ainda não tem o indispensável respaldo da opinião pública urbana, como acontece nos países desenvolvidos’, completa.


Rodrigues, produtor de cana-de-açúcar e de grãos, foi secretário da Agricultura do Estado de São Paulo e presidente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), da SRB (Sociedade Rural Brasileira) e da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness).


Atualmente, é presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Fiesp, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e professor de economia rural da Unesp-Jaboticabal.


Ao lado do presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o colombiano Luís Alberto Moreno, e do ex-governador da Flórida Jeb Bush, comanda a Comissão Interamericana do Etanol, criada para promover o uso do álcool combustível.’


CRÔNICA & JORNALISMO
Nelson Motta


Polaróides históricas


‘Com todo o respeito e gratidão por alguns colegas que nos informam e divertem com suas crônicas, sinto muito, sentimos todos, a falta de mestres do cotidiano como Rubem Braga, Fernando Sabino, Antonio Maria, José Carlos Oliveira, Sérgio Porto, Nelson Rodrigues, que, com humor e ironia, registraram os personagens, os dramas e as comédias do Brasil de seu tempo e deram grandeza e leveza à crônica como gênero literário.


O grande diferencial deles, além da qualidade do texto, é que abordavam os mais variados temas, pessoas e situações. Mas, se escrevessem hoje, coitados, como todos nós, os melhores e os piores, não escapariam da vala comum dos escândalos e da política, de roubos e falcatruas, de mentiras e sem-vergonhices de parlamentares, funcionários, policiais e juízes corruptos e de bandidos em geral.


O drama da crônica, para eles, era a falta de assunto. Hoje eles abundam, mas são os mesmos para todos, quase obrigatórios. Se vivessem hoje, os mestres teriam que rebolar para encontrar um ponto de vista diferente, porque não poderiam ignorar o cardápio de acontecimentos nem engoliriam calados o prato feito do noticiário.


Que falta faz o que Nelson Rodrigues escreveria sobre sem-terras, feministas e ambientalistas, sobre Lula, Delúbio e Zé Dirceu, mas principalmente sobre patéticos dramas político-passionais.


Hoje, os jornais, revistas e blogs estão cheios de cronistas, que tentam fazer sua parte, registrando o nosso turbulento cotidiano. Alguns são talentosos, escrevem muito bem e poderiam, como os velhos mestres, nos divertir e informar melhor sobre nosso tempo e lugar, sobre nós mesmos. Mas todos só escrevem variações sobre os escândalos políticos e policiais. Inclusive o signatário. Pobres leitores.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Band leiloa roupas e cenários de novela


‘Em um lance inédito, a Band levará a leilão segunda-feira todos os figurinos e objetos de cenografia da novela ‘Paixões Proibidas’, que acaba hoje.


O leilão será uma forma de ‘exorcizar’ a novela, que custou mais de R$ 25 milhões e foi um fracasso de audiência _não passou dos dois pontos no Ibope na Grande SP e, ainda no início da exibição, mudou da faixa das 22h para a das 17h30. É também uma declaração de que a Band não voltará a fazer novelas de época, pois as peças poderiam ser guardadas. A emissora já decidiu retomar a produção de novelas musicais, como ‘Floribella’. A próxima será inspirada em ‘Flashdance’ e ‘High School Musical’.


Oficialmente, a Band diz que fará leilão porque não tem onde guardar o material, que ocupa um bom espaço em um estúdio alugado no Rio de Janeiro.


Segundo o pesquisador de telenovelas Mauro Alencar, é a primeira vez que uma TV faz leilão de cenografia e figurino.


Alguns lotes estão expostos no site de leilões Superbid, que até o início da tarde de quarta já tinha recebido lances on-line que totalizavam R$ 125.390.


O site diz que será um ‘leilão de antigüidades do século 19’. Há desde um piano com lance mínimo de R$ 12.500 até um conjunto de 25 peças de casacos masculinos, a partir de R$ 1.250. Ao todo, são 124 lotes em leilão. O maior deles tem 130 peças, entre sapatos, botas e acessórios militares.


HUMOR 1 A Record tem planos de produzir um seriado cômico, na linha das sitcoms americanas. Ainda neste mês, grava no Rio o piloto de ‘Tudo na Mais Perfeita Desordem’, com texto de Rosane Lima e direção de Flávio Colatrello. Nesta semana, foram feitos testes de elenco.


HUMOR 2 Segundo Rosane, o programa será sobre uma família moderna, composta de filhos de vários casamentos de seus pais. O elenco fixo terá dez atores.


DIA DO FICO Depois de quase seis meses de negociação, Rodrigo Santoro finalmente chegou a um acordo com a Globo e renovou contrato, anteontem à tarde. Seu próximo trabalho deverá ser ‘Capitu’, microssérie do projeto Quadrante.


TÚNEL DO TEMPO A HBO comprou a série ‘Life on Mars’, drama de sucesso da BBC, e deve exibi-la no segundo semestre no Brasil. O seriado é sobre um detetive, Sam Tyler, que volta até os anos 70 e precisa solucionar crimes sem a tecnologia de hoje.


VELÓRIO A HBO anunciará em breve a produção da segunda temporada de ‘Filhos do Carnaval’, série brasileira dirigida por Cao Hamburguer. Com a morte de Jece Valadão (1930-2006), um dos pilares da série, a nova temporada deve começar justamente com seu enterro.


ALFACE Vilã da próxima novela das sete da Globo, ‘Sete Pecados’, Cláudia Raia mantém o corpinho comendo apenas quatro fatias de peito de peru no almoço.’


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 8 de junho de 2007


CASO VAVÁ
Denise Chrispim Marin e Jamil Chade


Lula reclama de pergunta sobre ligações de seu irmão com máfia


‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu se esquivar e reagiu com certa irritação, ontem, ao ser indagado sobre as novas revelações da Polícia Federal sobre o envolvimento de seu irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, o Vavá, em tráfico de influência e sua vinculação com empresários do jogo investigados na Operação Xeque-Mate.


‘Não acho justo, depois de uma reunião com cinco países importantes para tratar de um assunto dessa magnitude, você me perguntar uma coisa que eu poderia falar com você na segunda-feira, em São Paulo, na terça-feira em Brasília, na quinta-feira no Rio de Janeiro, onde você quiser perguntar’, rebateu Lula ao ser indagado sobre o assunto. ‘Eu, hoje e amanhã, quero falar exatamente do G-5 e do G-8. Na segunda-feira, você pode me perguntar o que você quiser da política interna que lhe responderei de peito aberto e de coração muito aberto.’


Depois de sua enfática declaração em Nova Délhi, na terça-feira, de que não acreditava nas suspeitas que recaíam sobre Vavá, o presidente esquivou-se da imprensa na quarta-feira e preferiu escapar da abordagem direta de ontem. Seguiu, portanto, a estratégia montada pelo Palácio do Planalto, que tenta preservá-lo das denúncias que envolvem seu irmão.


GRAVAÇÕES


A pergunta sobre o caso Vavá havia sido acertada, em comum acordo, pelos jornalistas brasileiros. Girou em torno de uma posição do presidente sobre as novas denúncias publicadas ontem pelos principais jornais brasileiros. A primeira dá conta de que a PF dispõe de gravações nas quais Vavá cobra cifras de R$ 2.000 a R$ 3.000 do empresário do jogo Nilton Cezar Servo. Em troca, prometia conseguir benefícios para Servo – preso na Operação Xeque-Mate – em órgãos públicos federais. A segunda denúncia indica que o empresário espalhava a versão de que era amigo do presidente da República, conforme investigação da Polícia Federal.


O secretário de Comunicação, Franklin Martins, mostrou-se visivelmente contrariado ao ouvir a pergunta e manteve a cabeça baixa enquanto Lula a respondia. Horas antes, na porta da Embaixada do Brasil em Berlim, onde o presidente estava hospedado, Franklin havia reagido ao interesse dos jornalistas em obter informações sobre o caso, sob o argumento de que a denúncia contra Vavá ‘está morrendo por inanição’ – ou seja, por falta de fatos novos expressivos. Jornalista experiente, o ministro criticou a imprensa por não fazer uma investigação paralela à da PF e supostamente aceitar o material fornecido por suas fontes sem questionamento nem averiguação.


Dois dias antes, em Nova Délhi, Franklin tivera papel decisivo em favor da entrevista de Lula sobre o mesmo episódio. No saguão do luxuoso Taj Mahal Hotel, o presidente repetira várias vezes que não acreditava que seu irmão estivesse envolvido em tráfico de influência e relatou seu ‘carinho extraordinário’ por ele. Na ocasião, afirmara também esperar novidades sobre as apurações. Em contrapartida, fez insistentes elogios ao trabalho da PF, assinalou que o inquérito prosseguirá sem interferências e pediu ‘seriedade’ na investigação.


DEFESA


Edson Inácio Marin da Silva, filho de Vavá, disse ontem que a família não agüenta mais a pressão com as acusações contra seu pai. Segundo ele, Vavá lhe jurou que nunca pediu dinheiro a Servo. ‘Isso não existe, disse meu pai hoje (ontem). Ele não recebe e nunca recebeu. Ele me perguntou por que iria mentir. Disse ainda que conversou várias vezes com o Nilton e até teria falado sobre dinheiro uma vez ou outra. Pode ter acontecido, mas não se lembra quando, e disse que nunca recebeu nada. Ele jura que nunca negociou para fazer isso ou aquilo a favor de algum empresário’, afirmou Edson. E argumentou: ‘Qual a amizade que ele tem na Justiça para favorecer o pessoal do jogo?’


Hoje, a família de Vavá deve constituir um advogado criminalista para defendê-lo em Campo Grande. O atual, Benedicto de Tolosa Filho, é amigo pessoal de Edson e atua na área administrativa. ‘Um criminalista vai ser melhor’, disse ontem o filho, que aguarda para hoje o acesso ao processo judicial. ‘Só assim saberei do que meu pai é acusado. Creio que, se houvesse uma gravação incriminadora, já teria vazado.’’


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Publicidade na web bate novo recorde


‘Os gastos com publicidade na internet nos Estados Unidos bateram recorde no primeiro trimestre de 2007, chegando a US$ 4,9 bilhões, número 26% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo a Interactive Advertising Bureau (IAB) e a PricewaterhouseCoopers. Em todo o ano de 2006, a receita foi de US$ 16,9 bilhões nos EUA, segundo o IAB. O país é responsável por quase metade do mercado mundial de publicidade na internet.’


DOW JONES À VENDA
O Estado de S. Paulo


Surge um novo interessado na compra da Dow Jones


‘Reuters – O magnata Rupert Murdoch, dono da News Corp., deve ganhar rivais na disputa pela compra do grupo de mídia Dow Jones, que edita o Wall Street Journal. O presidente-executivo da Philadelphia Media Holdings, Brian Tierney, afirmou que está interessado em fazer uma proposta, junto com outros parceiros, pela Dow Jones.


Tierney, que lidera um grupo de investidores que comprou os jornais Philadelphia Inquirer e The Philadelphia Daily News no ano passado, também indicou que pode estar disposto a pagar pelo menos os US$ 5 bilhões oferecidos pela News Corp. ‘Não acreditamos que a News Corp. esteja pagando demais’, disse Tierney em comunicado por e-mail. ‘É uma das maiores empresas jornalísticas já criadas.’


A News Corp. apresentou uma oferta de US$ 60 por ação pelo controle da Dow Jones, o que representava um prêmio de 65% sobre o preço da ação quando a proposta foi revelada, no mês passado. O alto preço tinha por objetivo evitar ofertas rivais, segundo analistas.


A família Bancroft, controladora da Dow Jones, que inicialmente rejeitou a oferta, encontrou-se com Murdoch pela primeira vez esta semana para discutir um possível acordo. Mas um sindicato representando cerca de 2 mil funcionários da Dow Jones ainda se opõe a uma aquisição por Murdoch e está buscando novos potenciais interessados, incluindo os investidores Ron Burkle e Warren Buffett.


Burkle já demonstrou interesse em trabalhar com o sindicato, segundo a Associação Independente de Funcionários das Editoras (IAPE, na sigla em inglês). Buffett afirmou no mês passado ser ‘muito, muito improvável’ que ele fizesse uma oferta pela Dow Jones, como investidor independente ou junto com sua companhia Berkshire Hathaway, citando a alta proposta de Murdoch.’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Olodum & TVE Bahia


‘Em pleno debate sobre a futura TV pública nacional, e enquanto a Cultura se anuncia como ‘modelo de TV pública no Brasil’, a TVE da Bahia dá vazão à promessa de resgatar raízes regionais.


Foi assinado esta semana um contrato de dois anos entre a emissora e o Grupo Cultural Olodum. O primeiro fruto é uma minissérie sobre a Revolta de Búzios. Presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues endossa que ‘pouca gente sabe que, sem Búzios, o 2 de julho (de 1823, Independência da Bahia) não seria possível’.


A direção será de Joel Zito Araújo e de Antonio Godi. Para o elenco, João Jorge espera contar com Lázaro Ramos, Camila e Antonio Pitanga e Ruth de Souza.


A TVE Bahia cravou outras parcerias com TVs estrangeiras: TPA, de Angola, RTP, de Portugal, e, mais recentemente, BBC – a co-produção de um documentário sobre a presença dos ingleses na Bahia está na pauta.


Ainda no espírito de intercâmbio, o cineasta português Luiz Costa dirige um especial sobre Padre Vieira em Salvador, a convite da TVE Bahia, com elenco baiano. Em 2008, completam-se 400 anos de Padre Vieira no Brasil.


Na moda


De passagem pelo Brasil para participar do lançamento da nova coleção da Colcci, Gisele Bündchen recebeu Angélica no Copacabana Palace e lá registrou uma conversa para o programa de sábado da loira na Globo, o Estrelas. Falaram sobre saúde, beleza e praticaram ioga.


Entre-linhas


Grazielli Massafera anda faturando no exterior. Não são poucos os convites para a loira estrelar campanhas publicitárias em Portugal. Tudo por obra do sucesso de Páginas da Vida, que está na reta final no canal SIC.


Sem o contracheque da Globo desde o mês passado, Rodrigo Santoro nunca esteve tão presente nos intervalos comerciais da TV. Compensa a ausência do salário com excelentes cachês.


Em tempo: o fato de Rodrigo Santoro não ter renovado contrato com a Globo neste momento foi opção do ator.


O canal de pay-per-view Première Combate promove uma volta aos áureos tempos da luta livre com a estréia do Combate Fun, a partir de amanhã, às 11 horas. A atração vai mostrar, durante 14 fins de semana, uma sucessão de hilários combates de tele catch.


O Universal Channel exibe hoje, às 21 h, o episódio de Heroes em que Mohinder (Sendhil Ramamurthy) encontra um novo herói e Claire (Hayden Panettiere) descobre quem é seu pai.


O ator Miguel Magno grava na semana que vem uma participação em A Diarista.


O canal Fox estréia em 25 de julho a terceira temporada da série Justiça Sem Limites.


Todo o processo de criação da microssérie A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, que estréia na terça, mereceu a criação de um site pela Globo.’


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