Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Markun será candidato único na TV Cultura


Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 20 de abril de 2007


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


A cor do colarinho


‘Na manchete da Folha Online, ‘Após operação da Polícia Federal, Justiça veta o funcionamento de bingos em São Paulo’. Logo abaixo, ‘Justiça bloqueia bens de supostos envolvidos com a máfia’. Para quem andou com saudades, o comentário do âncora Boris Casoy no novo ‘Telejornal do Brasil’, da JBTV:


– O aspecto bom do caso é que Justiça, Ministério Público e Polícia Federal têm trabalhado de maneira extremamente positiva no combate ao crime, não se importando com a cor do colarinho do bandido. O aspecto grave é saber a que ponto o crime organizado se entranhou nos altos escalões da sociedade. É um sinal grave de apodrecimento moral do Estado.


‘DEATH GARDEN’


É o Jardim da Morte, anunciou a Reuters em longo despacho, postado em sites pelo mundo, noticiando as 1.300 rosas vermelhas espalhadas pela praia de Copacabana para recordar os assassinados no Rio, só neste ano.


No ‘Washington Post’, que dedicou mais de metade da primeira página dias atrás para a violência no Rio, o correspondente Monte Reel voltou ao assunto com os 19 mortos da ‘batalha’ por favelas. E destacou as cifras do site Riobodycount, que faz a ‘contagem de corpos’.


Já o ‘Miami Herald’ falou das ‘imagens chocantes’ da batalha nas ruas, notando que a violência sobe às vésperas da visita de Bento 16 e dos Jogos Pan-Americanos.


MASSACRE, O FILME


Do site do ‘New York Times’ à CNN, a especulação de ontem sobre o ‘manifesto multimídia’ do assassino da Virginia Tech foi a possível inspiração das imagens, que correram o mundo, no filme sul-coreano ‘Oldboy’. Duas em especial, a do martelo e a da pistola na cabeça.


Da polícia às famílias das vítimas, por outro lado, a ampla veiculação das imagens estimulou críticas e ‘revolta’ contra a mídia, o que mereceu manchetes da BBC e, por aqui, do ‘Jornal Nacional’.


DESTRUIÇÃO, O FILME


A ‘Variety’, especializada em cobertura de Hollywood, deu que o diretor Luc Besson e o fotógrafo Yann Arthus-Bertrand, ambos franceses, iniciam na semana que vem a filmagem de ‘Boomerang’. E começam pelo Brasil, em uma plantação de soja ‘onde a floresta tropical está sendo destruída para produzir grãos para alimentar o gado no mundo desenvolvido’.


O filme passará por outros países e terá distribuição gratuita, em ‘ação inusitada’, depois de cobrir custos.


CORRIDA


‘Financial Times’, ‘Wall Street Journal’ e despachos das agências Bloomberg, AP e UPI destacaram ontem que a Embraer, ‘líder mundial na produção de jatos regionais de passageiros’, na descrição do ‘FT’, estuda desenvolver um jato de transporte militar, o C-390. Seria sua ‘entrada no transporte militar’ e bateria de frente com um modelo da americana Lockheed, o C-130. O projeto tomou forma depois que a empresa brasileira perdeu contrato com o Departamento de Defesa dos EUA, no ano passado.


O FMI DE CHÁVEZ


O ministro Guido Mantega elevou a voz no debate sobre o Banco do Sul, projeto de Hugo Chávez, e avisou, nas agências Dow Jones e Reuters, que o ‘Brasil não vai aderir a nada’. Que só poderia participar ‘em condições de igualdade’.


De sua parte, o francês ‘Le Monde’ saiu perguntando, com certa ironia, ‘os latino-americanos vão matar o FMI?’. Sinais de que o Brasil poderia se juntar ao projeto levaram o artigo a alertar para os riscos de um organismo que não poderia, por exemplo, questionar as estripulias financeiras de Chávez.


MAIS PARAPOLÍTICA


‘Miami Herald’, ‘FT’ e outros destacavam ontem que o Senado ‘bloqueou a ajuda dos Estados Unidos às forças colombianas’, os fundos do Plano Colômbia, e cobrou a ‘investigação de abusos dos direitos humanos e supostas vinculações das forças com grupos paramilitares’.


Segundo a ‘Economist’, ‘o escândalo ‘parapolítica’ se aproxima ainda mais do presidente Álvaro Uribe’. O texto é baseado na denúncia de que duas fazendas de sua família teriam sido usadas como bases para operações paramilitares de execução.’


MASSACRE NA VIRGÍNIA
Denyse Godoy


Redes de TV e especialistas defendem a exibição do vídeo


‘A decisão da rede de TV NBC de divulgar, anteontem, os vídeos e fotos enviados por Cho Seung-hui -criticada pela polícia e por pessoas ligadas às vítimas na Virgínia-, foi defendida por entidades de imprensa e de jornalismo dos EUA.


‘O que todos indagam sobre o massacre é: ‘Por quê?’. A atitude da NBC foi apropriada. É importante divulgar informações do assassino’, afirmou Christine Tatum, presidente da Sociedade de Jornalistas Profissionais. Não existe nenhuma regra, na imprensa americana, sobre como proceder nesses casos. ‘É preciso usar o bom senso’, diz.


Com as reações negativas, a própria NBC se defendeu em comunicado e resolveu restringir o uso do vídeo na programação, mas defendeu a decisão de levá-lo ao ar. ‘Acreditamos que assim ajudamos a responder à pergunta: ‘Por que esse homem cometeu esses horríveis assassinatos?’, diz o texto.


Outras redes pararam de exibir o vídeo. ‘Não vemos motivo para continuar agredindo o público com essas imagens dementes’, disse a Fox News.


Para Kelly McBride, do Instituto Poynter, voltado à formação e ao treinamento de jornalistas, foi correta a atitude da NBC de não esconder informações. ‘A NBC é uma empresa séria. Não é fácil tomar uma decisão como essa, e podemos ter certeza de que houve muita discussão antes. Não gosto dessa idéia de esconder informações’, disse McBride.


Para ela, em ocasiões semelhantes, o mais indicado é apresentar o material acompanhado de análises de especialistas, a fim de dar aos espectadores subsídios para que compreendam o exibido e façam o seu julgamento. ‘Foi assim que a NBC agiu, então não há nada que repreender na sua conduta.’


Scott Bosly, diretor da Sociedade Americana de Editores de Jornais, classificou como ‘responsável’ a ação da NBC: ‘Nos EUA cada empresa tem a liberdade de fazer o que acha ser o mais conveniente e confiamos no seu discernimento’.


Celebridade póstuma


Especialistas ponderam que o vídeo sozinho não é suficiente para inspirar novos massacres -apenas apontaria uma possibilidade para alguém que já tem oropensão a atos de violência.


Ainda assim a irritação dos parentes das vítimas também se deve, segundo eles, à sensação de que o estudante conseguiu a exposição que queria e ‘teve a última palavra’ sobre o episódio no campus.


‘A motivação de pessoas que cometem atos do gênero é, muito claramente, o desejo de se tornar celebridade. Preferem ser um morto célebre a um vivo desconhecido. Ao mandar o material para a TV, ficou evidente que Cho queria publicidade’, aponta o sociólogo Ralph Larkin, professor da Escola John Jay de Justiça Criminal da Universidade de Nova York e autor de ‘Comprehending Columbine’ (Entendendo Columbine, inédito no Brasil).


‘Ele se via como vítima dos ‘garotos ricos’ e se colocava como defensor de uma minoria. Como os garotos de Columbine, ele se achava superior, puro, a ponto de decidir quem vive e quem morre’, explica Larkin.’


INTERNET
Folha de S. Paulo


Lucro do Google cresce 69% no 1º trimestre


‘O Google obteve um lucro de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 69% em relação ao mesmo período de 2006. Segundo a empresa, a venda de publicidade foi o principal fator para o bom resultado.


O montante foi muito próximo ao do último trimestre do ano passado: US$ 1,03 bilhão. ‘Estamos assombrados com o resultado’, disse o presidente Eric Schmidt.


Nos três primeiros meses de 2007, o faturamento da empresa de tecnologia se expandiu em 63% na comparação com o período de janeiro a março do ano passado. A receita passou de US$ 2,25 bilhões para US$ 3,66 bilhões. O aumento foi de 14% ante o quarto trimestre de 2006.


As receitas vindas de fora dos EUA continuaram a se aproximar do faturamento obtido no país-sede da empresa. No primeiro trimestre deste ano, elas representaram 47% do total: US$ 1,71 bilhão. Entre outubro e dezembro de 2006, elas eram 44%, e nos três primeiros do ano passado, 42%.’


TELEVISÃO
Tatiana Resende


Banda larga puxa crescimento de TV paga


‘O número de assinantes de banda larga, via operadoras de TV paga, chegou a 1,19 milhão em 2006, com crescimento de 89% com relação ao ano anterior. Já a quantidade de assinantes de TV paga aumentou 15% no período, alcançando os 4,72 milhões, segundo dados da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura).


Os pacotes de serviços, com a venda conjunta de telefone fixo, banda larga e TV por assinatura, ajudaram no crescimento.


‘A banda larga é hoje um produto indispensável. Não é mais considerado supérfluo’, afirmou Alexandre Annenberg, presidente da entidade. A demanda vem aumentando ao longo dos anos, com crescimento significativo também em 2005 (71%) e 2004 (81%).


Além do cenário econômico favorável, que aqueceu o mercado e vem alavancando o crescimento de vários setores, o avanço da tecnologia, que permitiu o aumento da velocidade da banda larga, foi um dos atrativos apontados pelo executivo.


O presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, Eduardo Tude, prevê uma grande expansão no número de assinantes de banda larga, já que a densidade é muito pequena, inferior a cinco conexões a cada 100 habitantes. Na telefonia móvel, segundo os últimos números divulgados pela Anatel, há 53,8 celulares a cada 100 habitantes.


Eduardo Parajo, da Abranet (Associação Brasileira dos Provedores de Acesso), lembra que há vários locais que não oferecem o serviço de banda larga, concentrado ainda nos grandes centros. ‘O Brasil tem mais de 30 milhões de internautas. E ainda há uma grande parte da população que não tem acesso à internet. Ainda há muito espaço para crescer’, analisou.


O segmento de banda larga representou 11% do faturamento bruto do setor, que fechou em R$ 5,54 bilhões em 2006, 18% superior ao ano anterior. A maior fatia (84%) ainda se deve à mensalidade da programação da TV paga.


O presidente da ABTA ressaltou o fortalecimento dos canais de TV por assinatura nos últimos anos, inclusive dos canais públicos, como o da Câmara e o do Senado, que passaram a ter mais audiência com os escândalos políticos. Em 2004 (6%) e 2005 (8,8%), o crescimento de assinantes havia sido menor.


‘Os 4,7 milhões de assinantes em 2006 são domicílios. A TV paga atinge cerca de 20 milhões de pessoas’, calculou Alexandre Annenberg. No último perfil divulgado pela ABTA, referente a 2005, 78% dos assinantes de TV paga eram das classes A e B e a maioria (35%) tinha entre 35 e 54 anos.’


Elvira Lobato


Lucro da Net no 1º trimestre é de R$ 25 milhões


‘A Net Serviços obteve lucro de R$ 25 milhões no primeiro trimestre. O resultado ficou aquém do esperado pelos analistas financeiros, que projetavam valor duas vezes maior. Mesmo assim, o lucro cresceu 247% em relação ao apurado no primeiro trimestre do ano passado, de R$ 7,2 milhões.


O presidente da empresa, Francisco Valim, atribuiu o fato a um procedimento contábil: a depreciação dos ativos. Segundo ele, a convergência dos serviços de voz, dados e imagem exige renovação tecnológica, que acelera a obsolescência dos equipamentos existentes. O lançamento contábil dessa desvalorização reduziu o lucro.


Sem a depreciação, o lucro seria duas vezes maior e teria correspondido às expectativas dos analistas. Segundo o presidente da companhia, o patamar de depreciação dos ativos deve se manter nos próximos meses.


Assinantes


O balanço trimestral da Net mostra explosão do mercado de banda larga (acesso à internet em alta velocidade). O número de assinantes do Net Vírtua cresceu 84% em relação ao primeiro trimestre de 2006, passando de 451,6 mil para 830,3 mil. Em comparação ao trimestre anterior, findo em dezembro, o aumento foi de 14,2%.


No segmento de TV por assinatura, onde está a origem da atuação da Net, o aumento da base de assinantes foi de 18% na comparação entre o primeiro trimestre de 2007 e o mesmo período de 2006, e de 4,2% em relação ao final de dezembro.


O serviço de telefonia pela rede de TV a cabo também se multiplica. Pelos dados divulgado pela empresa, o número de assinantes do Net Fone passou de 21,7 mil em dezembro de 2006 para 182 mil em março, correspondendo a aumento de 42%. A estimativa é que chegue a 500 mil até o final do ano.


À medida que a empresa gere lucro, a previsão é que consumirá o R$ 1,4 bilhão em créditos tributários acumulados ao longo de sua existência.


Vivax


No ano passado, a Net fez proposta de compra do controle acionário da Vivax, segunda maior empresa de TV a cabo do país. A aquisição ainda está sob exame na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Valim disse que a demora na tramitação é justificável pela complexidade do negócio.’


Daniel Castro


Justiça livra Globo de pagar R$ 100 mi a Ecad


‘A Globo conseguiu anteontem no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decisão que derruba sentença de primeira instância que a obrigava a pagar pelo menos R$ 100 milhões por ano ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), pelos direitos autorais das músicas executadas em sua programação.


A decisão, à qual cabe recurso, é da 11ª Câmara Cível. Desde o final dos anos 90, o Ecad e as redes de TV vêm travando batalhas judiciais em torno do valor a ser pago por elas. Até 1999, as emissoras pagavam uma quantia fixa. A partir de então, o Ecad passou a impor o recolhimento de 2,5% sobre a receita bruta das emissoras, o que, no caso da Globo, que já fatura mais de R$ 4 bilhões por ano, ultrapassa R$ 100 milhões.


A Globo fez um acordo com o Ecad, que se encerrou no início de 2005, pelo qual pagava R$ 6 milhões anuais ao órgão. Não houve acerto nas novas negociações, e o Ecad partiu para a Justiça, pedindo 2,5%. Para a Globo, o percentual é abusivo e, indiretamente, transforma os compositores associados ao órgão em sócios da rede.


Segundo a Globo, no julgamento de anteontem o desembargador Claudio de Melo Tavares reconheceu que os 2,5% são abusivos e determinou novas negociações, sugerindo a cobrança de um valor anual preestabelecido, como antes.


O Ecad não se manifestou até a conclusão desta edição.


LIÇÃO DE MORAL 1 Em nota redigida por Silvio Santos e divulgada em seu site, o SBT está passando um pito nos autores Benedito Ruy Barbosa, Glória Perez e Walter Negrão, que chama de ‘infratores’. Em 1995, com contratos na Globo, eles assinaram com o SBT, mas não cumpriram.


LIÇÃO DE MORAL 2 O SBT entrou na Justiça com ações contra os três. Negrão, sem ter mais como recorrer, acaba de depositar em conta do SBT quase R$ 18 milhões.


LIÇÃO DE MORAL 3 O SBT acredita que terá sucesso também contra Glória e Barbosa, afinal, ‘contratos devem ser respeitados e, quando isso não acontece, os infratores pagarão na Justiça pelas irregularidades’. Negrão e Globo não comentaram.


CULPA MEXICANA 1 Vem ganhando força no SBT a corrente de executivos que defende que o contrato com a mexicana Televisa, por telenovelas dubladas, não seja renovado no ano que vem.


CULPA MEXICANA 2 São as novelas mexicanas que estão derrubando a audiência da emissora, avaliam. Vêm dando no máximo quatro pontos. Já os programas exibidos depois delas vão bem melhor. Anteontem, ‘Ídolos’ deu 10, e o telejornal ‘SBT Brasil’, em ascensão no Ibope, 9.


ZECAMANIA A MTV convidou Zeca Pagodinho para a apresentar um quadro semanal de um minuto e meio no ‘Jornal da MTV’. O músico aceitou na hora. Será uma coluna sobre o universo musical, inclusive rock e pop.’


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 20 de abril de 2007


TV CULTURA
Jotabê Medeiros


TV Cultura oficializa escolha de Markun


‘A Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) divulgou nota oficial ontem informando que o atual presidente da emissora, Marcos Mendonça, desiste de disputar as eleições marcadas para o dia 7 de maio em favor do jornalista Paulo Markun, que deverá ser candidato único.


Paulo Markun é o nome escolhido previamente pelo governo do Estado, mantenedor da TV Cultura – o Estado aporta cerca de R$ 80 milhões anuais na emissora pública, que teve um orçamento total de aproximadamente R$ 160 milhões no ano passado. O principal articulador da troca de comando na TV Cultura foi o atual secretário de Estado da Cultura, João Sayad. Ele disse ao Estado, em entrevista na terça-feira, que Markun é ‘a cara da TV Cultura’ e que seu nome era do agrado do governador José Serra.


O acordo que culminou com a desistência de Mendonça foi celebrado anteontem com a presença de 16 dos 47 conselheiros da fundação (além do presidente do conselho, Jorge da Cunha Lima, e do próprio Mendonça).


Mendonça sai depois de cumprir três anos de mandato, o que quebra uma tradição. Seus antecessores, Roberto Muylaert e Jorge da Cunha Lima, foram reconduzidos diversas vezes. Ele foi diplomático em sua nota, mas deixou o entendimento de que houve pressão decisiva que pesou em sua decisão, embora não a explicite.


‘É público, tendo inclusive sido amplamente divulgado na imprensa, a predileção por outro nome para a direção da FPA (Fundação Padre Anchieta)’, afirmou. ‘Sendo assim, avalio que hoje, tendo concluído o trabalho de saneamento, modernização e ampliação da produção, convém para a Fundação Padre Anchieta que eu não dispute a eleição. Considero que uma disputa neste momento poderia se transformar em obstáculo ao necessário e fundamental entendimento entre a fundação e seu principal patrocinador.’


(O termo ‘patrocinador’, que o presidente da FPA usou, não é correto – o governo do Estado é mantenedor da emissora, não um patrocinador.)


Ontem, falando ao Estado, Paulo Markun informou que não pretende fazer comentários sobre eventuais planos para a presidência pelo menos até que esteja ratificada a decisão do conselho. Até lá, disse, não pretende falar sobre nenhum aspecto da vida da emissora, administrativo ou artístico.


Seguindo o rito eleitoral da fundação, Markun foi convidado para, na segunda-feira, dia 23, às 10 horas, ser sabatinado pelo conselho. O jornalista deverá apresentar um documento com uma súmula de sua proposta de gestão para a instituição.


Ele deverá obter sua indicação com o aval de pelo menos oito membros efetivos do conselho. No dia 7, em ‘eleição secreta’, segundo diz a nota, seu nome deverá ser sufragado.


Marcos Mendonça disse que desistia da disputa ‘apesar das inúmeras manifestações de apoio recebidas, não só por parte de conselheiros, mas também de personagens eminentes do mundo cultural e até mesmo de membros do governo (…), torno pública a minha decisão e agradeço a todos que me ajudaram nesta jornada’ . A nota também fala da ‘inconveniência de uma disputa’, mas não explicita no que residiria essa inconveniência.


Paulo Markun tem 54 anos e é autor de nove livros, como O Sapo e o Príncipe e Meu Querido Vlado (Editora Objetiva). Nesse último, conta a história de seu ex-colega da Cultura, o jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar. Markun apresenta o programa Roda Viva há oito anos.


FRASE


Marcos Mendonça


Presidente da TV Cultura


‘É pública, tendo inclusive sido amplamente divulgada na imprensa, a predileção por outro nome para presidir a FPA. Uma disputa poderia se transformar em obstáculo para o entendimento entre a fundação e seu principal patrocinador’’


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Sob pressão do Google, Microsoft lança projeto para países emergentes


‘Agências Internacionais, Pequim – A Microsoft anunciou ontem, na China, uma substancial redução no preço do seu pacote de aplicativos Office – que inclui softwares como o processador de textos Word e a planilha Excel – para países emergentes. O pacote será vendido a US$ 3 aos países que adquirirem computadores baratos para estudantes, como o Classmate PC, da Intel. A iniciativa faz parte do projeto Potencial Ilimitado, e tem o objetivo, segundo a empresa, de atingir pelo menos 1 bilhão de usuários até 2015.


Apesar de ter sido apresentado pelo presidente do conselho da Microsoft, Bill Gates, como um projeto educacional destinado à inclusão digital de estudantes pobres, o programa mostra também o esforço da Microsoft para não perder mercado. Principalmente para o atual grande rival no mercado tecnológico, o Google, que lançou no ano passado seu programa gratuito Docs & Spreadsheets, que traz um processador de textos e uma planilha de cálculos.


Em fevereiro, o Google anunciou que entraria em outra área dominada pela Microsoft. Passou a vender para empresas um pacote chamado Apps-Premier Edition, que inclui serviços como correio eletrônico, processador de textos e planilha, com um custo anual de US$ 50 por funcionário.


Esta semana, o Google disse ainda que concluirá, até o início do segundo semestre, seu pacote de aplicativos para concorrer com o Office. O último programa do pacote será um rival do PowerPoint, que permite criar apresentações. Na terça-feira, o presidente do Google, Eric Schmidt, disse que, apesar disso, a empresa não estava tentando tirar clientes da Microsoft. ‘Tenho certeza que a Microsoft terá uma resposta.’


A resposta pode ter vindo na forma do programa anunciado ontem. Segundo Orlando Ayala, vice-presidente do grupo de desenvolvimento para mercados emergentes da Microsoft, o projeto é uma oportunidade de negócios muito importante para a empresa. ‘Essas pessoas, se conseguirmos incorporar, serão os consumidores do futuro.’


De acordo com Ayala, a Microsoft demorou 35 anos para atingir 1 bilhão de usuários no mundo – em sua maioria, usuários corporativos dos países desenvolvidos. Os próximos 1 bilhão viriam com esse projeto.


Em muitos mercados emergentes, a empresa viu seu software sofrer pirataria e ser vendido por uma fração do preço do produto genuíno. Por isso mesmo, a Microsoft diz que o setor de tecnologia precisa adaptar seu modelo de negócios aos países em desenvolvimento. ‘Há um aspecto de interesse da Microsoft, não é caridade’, diz Ayala.


Para Bill Gates, porém, o projeto tem sim um lado filantrópico. ‘Todos os seres humanos merecem a oportunidade de atingir seu pleno potencial. Levar os benefícios da tecnologia a 5 bilhões de pessoas (número final que o projeto pretende atingir) vai requerer novos produtos, que satisfaçam as necessidades das comunidades desassistidas’, disse.


Para o analista Clive Longbottom, da companhia de pesquisas britânica Quocirca, essa é uma iniciativa muito inteligente por parte da Microsoft. ‘Se todas as pessoas dentro de uma comunidade estão aprendendo com as ferramentas da Microsoft, isso significa, claro, que as empresas que atuam nessas regiões estarão mais propensas a também escolherem as ferramentas da empresa’, diz.


Simon Yates, analista da Forrester Research, chamou a iniciativa de ‘meio filantropia, meio autopreservação’. ‘O tamanho do plano de investimentos da Microsoft provavelmente não fará uma diferença muito grande para resolver o problema, mas pelo menos manterá a empresa ligada à perspectiva de negócios com as instituições desses países.’


GOOGLE


O Google anunciou ontem um salto de 69% no lucro líquido do primeiro trimestre, superando expectativas dos analistas. O lucro subiu de US$ 592 milhões para US$ 1 bilhão. O faturamento bruto subiu 63%, chegando a US$ 3,66 bilhões.’


MASSACRE NA VIRGÍNIA
Patrícia Campos Mello


Difusão de imagens causa revolta


‘A veiculação, anteontem, do manifesto multimídia do estudante sul-coreano Cho Seung-hui por várias emissoras de TV causou revolta em pais e amigos das vítimas do massacre da universidade Virginia Tech. Parentes que iam participar do programa matutino da NBC, o Today, cancelaram presença porque estavam contrariados com a decisão da rede de veicular as imagens de Cho – que matou 32 pessoas segunda-feira no campus da universidade e se suicidou em seguida.


A NBC foi a TV que recebeu o pacote do estudante, na quarta-feira de manhã, com 43 fotografias, 27 arquivos de vídeos e 23 páginas de textos. Posteriormente, a rede distribuiu as imagens para outras emissoras. ‘Estou decepcionado com a decisão da NBC de pôr o manifesto no ar’, disse Steve Flaherty, chefe da polícia de Virgínia, que na véspera havia elogiado a atitude da emissora de ter entregado o material original para o FBI. ‘Que pena que todos foram expostos a essas imagens.’


No material, Cho fala sobre religião e de seu ódio aos ricos olhando diretamente para a câmera. Ele também posou para fotos portando as armas supostamente usadas no massacre. O pacote foi postado às 9h01 de segunda-feira na agência de correio da universidade.


‘O vídeo era muito perturbador, não acho que as pessoas devessem ver aquilo’, afirmou Jeremie Baylon, treinador de cheerleaders da universidade. ‘É de extremo mau gosto mostrar aquelas imagens enquanto há muitas famílias de luto pelo massacre.’


Peter Read, pai da estudante morta Mary Karen Read, quer que as pessoas se lembrem de sua filha, não do rosto transtornado de Cho. ‘Pelo amor de nossos filhos, parem de mostrar essas imagens – concentrem-se na vida de nossos filhos e na luz que trouxeram ao mundo, em vez de focar na morte.’


A NBC justificou sua decisão de mostrar as imagens, dizendo que era a melhor maneira de entender a mente do assassino. ‘Todas as redes de TV do mundo decidiram mostrar o vídeo’, disse a emissora em comunicado. ‘Nós cobrimos a notícia com extrema sensibilidade e nos esforçamos para lembrar e honrar as vítimas e os heróis desse terrível incidente.’


Para a concorrência, foi uma decisão difícil. ‘Achei que foi pertinente para entendermos por que o massacre aconteceu’, declarou Jon Klein, presidente da CNN. ‘As imagens têm grande valor enquanto notícia’, afirmou Jeffrey Schneider, porta-voz da ABC. ‘Mas, se continuarem a ser repetidas exaustivamente, tornam-se praticamente uma pornografia.’


As redes de TV prometeram limitar o uso das imagens. No campus, os alunos estão revoltados contra a mídia em geral. ‘Virginia Tech, fique firme – Mídia, fique longe’, diz um dos cartazes fixados na universidade. Diante do Norris Hall, onde o sul-coreano Cho assassinou 30 pessoas durante as aulas de alemão e francês, os alunos montaram um memorial para as vítimas. De um lado, 33 pedras decoradas com flores e as iniciais VT, que simbolizam a universidade, além de velas e coroas de flores. A uma pequena distância dali, alunos e amigos escrevem seus recados para as vítimas em grandes cartolinas brancas. Em um folheto, um texto sobre Ryan Clark, o monitor do dormitório que morreu no primeiro ataque. Clark, chamado de Stack por seus amigos, era ‘leal, de confiança, tinha um bom abraço e conversas profundas’, dizia um colega.


Ao redor do memorial, o assédio dos jornalistas indignou os estudantes. ‘É claro que estamos irritados com a mídia, o que você esperava, depois de mostrarem aquelas imagens horríveis e ficarem aqui nos incomodando?’, afirmou, entre lágrimas, uma aluna que tinha acabado de fazer uma dedicatória para os mortos.


O porta-voz da universidade, Larry Hincker, anunciou que as aulas recomeçam na segunda-feira, mas Virginia Tech decidiu conceder diplomas até para os alunos que resolverem não ir mais às aulas pelo resto do semestre, que termina no início de junho. ‘Os estudantes poderão decidir como vão terminar o semestre – para quem não quiser voltar, o trabalho feito até agora será suficiente para completar o semestre’, disse Hincker. Todos os alunos mortos no massacre vão receber diplomas póstumos na cerimônia de colação de grau.


O chefe da polícia estadual, Steve Flaherty, anunciou que as investigações continuam, mas não devem ser divulgados muitos fatos novos nos próximos dias. Ele também espera a conclusão dos trabalhos do grupo de investigação convocado pelo governador da Virgínia, Tim Kaine, para determinar se a universidade tomou todas as previdências possíveis ou se algo mais poderia ter sido feito para evitar a tragédia.


FRASES


Jeremie Baylon


Treinador de ginástica


‘O vídeo era muito perturbador, não acho que as pessoas devessem ver aquilo.’


Jon Klien


Presidente da CNN


‘Achei (que a exibição) foi pertinente para entendermos por que o massacre aconteceu.’


Steve Flaherty


Chefe de polícia


‘Estou decepcionado com a decisão da NBC.’


COM REUTERS E AP’



Bill Carter


Pacote forçou emissora a tomar decisões difíceis


‘O pacote que chegou quarta-feira à sede da NBC, em Nova York, foi imediatamente declarado suspeito assim que percebeu-se que fora enviado de Blacksburg, Virgínia, e identificava o remetente como A. Ishmael. Na noite de quarta-feira, o âncora do programa The NBC Nightly News, Brian Williams, qualificou o material de ‘manifesto multimídia’ e disse que ele fora enviado por Cho Seung-hui, identificado como o assassino de 32 pessoas no campus de Virginia Tech.


Executivos da NBC não entenderam por que a rede foi escolhida para receber o material. Nada no pacote mencionou alguém especificamente na NBC. A chegada do envelope deu início a um intenso processo de tomada de decisões, em grande parte liderado por Steve Capus, presidente da NBC News.


Um segurança da emissora, Brian Patton, abriu o pacote. Capus disse que Patton e todos os funcionários da NBC que manusearam o material original usaram luvas. Ele contou que só viu o conteúdo depois que cópias foram feitas. ‘Eu soube do conteúdo pouco antes do meio-dia’, afirmou. Capus e outros funcionários viram que o envelope havia sido postado numa agência de Blacksburg, às 9h01 de segunda-feira, mostrando que Cho visitara o correio no período entre os primeiros dois assassinatos e o segundo massacre.


A NBC entrou rapidamente em contato com o FBI e a polícia da Virgínia. Funcionários do FBI de Nova York foram buscar o material no Rockefeller Center. Capus disse que o pacote continha um DVD e 23 páginas de um texto intercalado com fotografias. ‘Cho não fez nenhuma referência a pessoas ou a atos específicos’, afirmou Capus. O estudante não mencionou os assassinatos cometidos no alojamento e nem disse que estava prestes a continuar o massacre.


Segundo Capus, a NBC esperou para divulgar a história à noite, no noticiário de Williams, porque a direção da rede precisou tratar com as autoridades e decidir que parte do material poderia ser transmitida pela TV. Numa entrevista concedida ainda na noite de quarta-feira, Williams afirmou que a rede estava preocupada com o efeito da divulgação do material. ‘Foi muito ruim levar ao ar esse material’, disse.’


ORIENTE MÉDIO
Folha de S. Paulo


Repórter da BBC está vivo, diz Abbas


‘O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, disse ontem em Estocolmo que seus serviços de inteligência confirmaram que o jornalista britânico Alan Johnston está vivo. Abbas também disse que sabe qual grupo o mantém como refém. Johnston, correspondente da BBC, foi seqüestrado em 12 março em Gaza. No domingo, um grupo desconhecido disse que havia matado o repórter para pressionar pela libertação dos presos palestinos em Israel.’


TELEVISÃO
Michelly Teixeira e Aline Cury Zampieri


Net critica liminar para a TVA


‘O presidente da Net Serviços, Francisco Valim, criticou a concorrente TVA por sua tentativa de impedir que a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) se manifeste sobre a compra da TVA pela espanhola Telefônica. ‘A ABTA é o fórum razoável e legítimo para essa discussão. Não é só a Net que está descontente com isso’, disse Valim.


Na quarta-feira, a TVA conseguiu uma liminar contra a ABTA – da qual a TVA e a Net fazem parte – para que a entidade deixe de se posicionar contra a venda de participação da empresa para a Telefônica. A TVA diz que a ABTA defende interesses da Net, cujo capital é controlado pela Globo e pela Telmex, do grupo de Carlos Slim. A mexicana controla a Embratel.


Para Valim, a discussão não pode ser reduzida a uma competição entre Telefônica e Telmex. ‘Transformar isso numa competição quase conspiratória atende a alguns interesses’, opinou Valim, dizendo que compete igualmente com Brasil Telecom, Telemar e Telefônica e oferece em todo o País os mesmos produtos e preços. ‘Não há distinção particular na região em que a Telefônica opera. Além disso, não somos a Telmex, apenas temos a empresa como nosso acionista.’


Sobre o interesse da Telefônica em negociar conteúdo com a Globo, Valim disse que este é um acerto de um de seus acionistas e um assunto do qual não participa. ‘É uma negociação entre Globosat e Telefônica.’


Para Valim, a negociação não prejudica a Vivax, adquirida em outubro pela Net. ‘A Vivax não trabalha com conteúdo da Globosat e, mesmo assim, tem fundamentos financeiros sólidos, como a Net.’ A Net aguarda a aprovação da operação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Questionado se a agência estaria demorando para dar sua posição sobre o negócio, Valim disse entender ‘que a operação é complexa’, já que envolve a cobertura a um grande número de cidades.


BALANÇO


A Net registrou lucro líquido de R$ 25 milhões no primeiro trimestre de 2007, com aumento de 250% sobre os R$ 7,2 milhões de igual período de 2006. A receita líquida cresceu 28%, para R$ 561,2 milhões, e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 30%, para R$ 151,6 milhões.


O resultado financeiro líquido negativo caiu 56,95%, para R$ 18,532 milhões. A dívida líquida somava R$ 460,7 milhões, com alta de 27%. Os domicílios cabeados aumentaram 2%, para 7,185 milhões, e a base de clientes de TV por assinatura aumentou 18%, para 1,887 milhão. A base de usuários de vídeo digital aumentou 729%, para 257,1 mil, e a de clientes banda larga cresceu 84%, para 830,3 mil.’


Beatriz Coelho Silva


Globo aposta na madrugada


‘A Globo estréia na sexta-feira que vem, após o Programa do Jô, o Som Brasil (nenhuma relação com o dos anos 90). A idéia é trazer os clássicos da MPB com roupagem nova e o programa de estréia tem Gal Costa, Bossa Cuca Nova, Chico Pinheiro, Marcel Powell e o grupo de hip-hop Crioulo Doido interpretando as canções de Vinicius de Moraes. Caetano Veloso será o tema do programa de maio e, até dezembro, virão mais oito edições. Noel Rosa (cantado por Maria Bethânia), Milton Nascimento e Gilberto Gil são cogitados para os próximos meses.


A criação é de Luiz Gleiser (que fez o Fama nesta década e Chico & Caetano nos anos 80). ‘Queria saber por que uma canção se torna clássica, que atrativo tem para várias gerações que a visitam e encontram sempre novos elementos. Então, juntamos os grandes compositores brasileiros com músicos de hoje’, diz Gleiser.


Para ele, enfrentar a madrugada é vantagem. Gleiser discorda da idéia de que música não dá certo no horário nobre porque poucos artistas atingem todo tipo de público. ‘Com Fama e Chico & Caetano não foi assim. Trouxemos Cazuza cantando Cartola, Astor Piazzolla e outros e a audiência foi excelente. A vantagem da madrugada é poder ousar mais, sem ligar para a audiência. Além disso, é um novo espaço a ser conquistado.’


Som Brasil, ele aposta, vai abrir uma faixa de público, como aconteceu com o Altas Horas nas madrugadas de sábado e com Malhação nos fins de tarde da semana. ‘Antes, o horário era ocupado por filmes e séries estrangeiras. Agora, a audiência está consolidada’, garante. ‘Além disso, hoje em dia as pessoas chegam mais cedo em casa e não têm nada para fazer nesse horário. Será muito bom ocupá-lo com boa música. E isso o Brasil tem de sobra.’


entre-linhas


O SBT informa em seu site que recebeu R$ 17 milhões pela quebra de contrato com o autor de novelas Walter Negrão, dez anos atrás. Ele assinou com a casa e foi imediatamente resgatado pela Globo, que assumiu o pagamento da conta. Outros dois autores resgatados pela Globo, Benedito Ruy Barbosa e Glória Perez, ainda não tiveram suas pendengas resolvidas com o SBT.


‘Contamos com a compreensão de todos neste momento de necessário recolhimento’: o tom quase fúnebre encerra a nota divulgada ontem pela assessoria de Eliana sobre sua separação de Eduardo Guedes.’


MERCADO EDITORIAL / EUA
Katharine Q. Seelye e Richard Perez-Pena


Mudança de comando no WSJ


‘THE NEW YORK TIMES – A competição pelo cargo mais poderoso do jornalismo econômico acabou na quarta-feira, quando Marcus W. Brauchli foi indicado para diretor de redação do The Wall Street Journal em substituição a Paul E. Steiger, que detém o cargo máximo da redação desde 1991. Brauchli, de 45 anos, entrou na Dow Jones, a empresa que publica o The Wall Street Journal em 1984 como revisor, foi correspondente internacional do jornal durante muito anos e, desde dezembro de 2005, é subdiretor de redação. Steiger, que atinge a idade para aposentadoria obrigatória de 65 anos ainda este ano, deve se tornar repórter especial. Ambas as nomeações serão efetivadas em 15 de maio.


Brauchli assume o comando de um jornal que tem mantido sua primazia no mundo do jornalismo econômico, embora o próprio jornal esteja em dificuldades financeiras. A migração da publicidade para a internet, que tem prejudicado todo o setor, também causou prejuízos para o jornal. Na terça-feira, a Dow Jones registrou uma queda de 1,8% na receita publicitária do jornal no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, citando uma queda nos anúncios de automóveis e tecnologia. O grupo voltado para o consumidor da empresa, que inclui o Journal, teve uma margem de lucro de apenas 2,7% no trimestre, escassa mesmo comparada com outros jornais.


Ultimamente, porém, o jornal também tem tomado medidas que desafiaram tendências do setor, como lançar uma edição de sábado com esperança de ampliar sua base de anunciantes além da esfera econômica e exigir dos leitores pagamento pelo acesso ao seu site na internet. Segundo a Dow Jones, seu crescimento online e de outras operações eletrônicas ultrapassaram seus declínios na edição impressa.


L. Gordon Crovitz, o diretor-responsável do jornal, disse, na quarta-feira que escolheu Brauchli porque ele tem um passado de realizações como um agente de mudanças que entende perfeitamente a era digital e as oportunidades para organizações noticiosas como o The Wall Street Journal.


APOIO


Segundo vários funcionários do jornal, Brauchli conta com o apoio esmagador da redação, assim como o suporte de Steiger, cujo prestígio aumentou esta semana quando o The Wall Street Journal ganhou mais dois Prêmios Pulitzer, o que eleva o número de Pulitzers durante a gestão de Steiger para 16.


Com a iminente aposentadoria de Steiger, a questão da sucessão vem sendo discutida no jornal há algum tempo. Paul Ingrassia, de 56 anos, que durante muito tempo foi tido como o preferido para o cargo, foi nomeado vice-presidente de estratégia noticiosa da Dow Jones em julho último.’


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