Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Maurício Stycer

‘O seu apelido é Baixo, mas assim também é a forma que Fernando Faro usa para se referir, carinhosamente, a todo mundo, não importa a altura do interlocutor. Miúdo fisicamente, esse sergipano de Laranjeiras é um dos gigantes da tevê brasileira. Sempre nos bastidores, criou e dirigiu dezenas de programas, em todas as emissoras, nos mais diversos gêneros – jornalismo, dramaturgia e musicais.

Como ocorre com o trabalho de outros pioneiros da televisão, o legado de Faro, na sua maior parte, só sobrevive na memória dos espectadores. Há hoje poucos registros intactos de programas como Divino Maravilhoso (TV Excelsior), Móbile (Tupi) ou TV de Vanguarda (Tupi), para citar apenas três momentos significativos dos anos 60 que contaram com a sua participação.

Aos 77 anos, Faro lamenta o descaso com a memória da tevê brasileira, mas festeja uma iniciativa destinada a preservar aquela que talvez seja a marca maior de sua produção: os programas MPB Especial e Ensaio. Uma associação da TV Cultura, da gravadora Trama e da empresa de finalização TeleImage levou ao lançamento em DVD de um histórico programa de Faro com Elis Regina. Se tudo certo, será o primeiro de uma série.

Com a série Ensaio, até hoje exibida pela Cultura, Faro criou uma forma original e inimitável de programa musical. A marca maior é o fato de Baixo entrevistar os seus convidados ao longo da atração, mas o espectador não ouvir as perguntas, apenas as respostas. O curioso efeito foi descoberto por Faro por acaso, no fim dos anos 50, enquanto entrevistava um criminoso numa delegacia.

Atrás do pano.

‘Elis estava vivendo na minha casa. Ela se escondia de alguém’, conta Faro

Outra marca do Ensaio é a forma de enquadrar os artistas, em closes de detalhes do corpo (boca, olhos, uma mão etc.), levando ao pé da letra a idéia de desconstrução dos personagens que se exibem no programa. Nas contas de Faro, são cerca de 500 programas, cujas cópias em vídeo ele conserva em sua casa, na Granja Viana, em São Paulo, que mereceriam ser preservados de uma maneira mais profissional:

CartaCapital: O senhor se preocupa com a conservação deste material?

Fernando Faro: Claro. O material não está em bom estado. E a fita, naturalmente, com o passar do tempo, solta ácido, fica ‘dropada’, com ‘caroços’. A idéia do Sesc, em 2001, de fazer uma série de CDs com o Ensaio foi legal porque, pelo menos, o áudio vai durar mais. Agora, com o DVD, a durabilidade é ainda maior, de áudio e vídeo.

CC: Há material perdido?

FF: Sim. No programa da Elis, mesmo, há um trecho que se perdeu. Deteriorou. Não lembro exatamente o quê. Sei só que uma parte dele não está como eu me lembro. Fiz dois programas com os Novos Baianos, um deles se perdeu completamente por falta de atenção. Alguém vai gravar um programa e diz: ‘Olha, tem aqui uma fita dos Novos Baianos, já foi pro ar. Então, vamos gravar em cima’. Coisas assim. A Cultura tem de tomar mais cuidado com isso.

CC: Como foi a gravação desse programa com a Elis?

FF: Elis e Cesar (Camargo Mariano) estavam vivendo na minha casa. Ela estava se escondendo não sei de quem. À noite, Elis pediu: ‘Baixo, deixa eu ouvir aquela fita do Lupicínio Rodrigues que você tem’. Pus a fita, e ela disse: ‘Acho que vou cantar isso’. Era Cadeira Vazia. Não sei se ela cantou no programa e se perdeu (canta): ‘Entra, meu amor, fica à vontade/ E diz com sinceridade, o que desejas de mim/ Entra, podes entrar, a casa é tua… Mas, de uma coisa podes ter certeza/ o teu lugar aqui na mesa/ Tua cadeira ainda está vazia’. Outra música, essa eu tenho certeza que estava no programa, era Alô, Alô, Taí Carmen Miranda, do Silas de Oliveira. Não sei o que aconteceu.

CC: Ela não parece muito feliz no programa.

FF: Ela volta e meia lembrava do Agostinho dos Santos, que tinha morrido naquele ano.

CC: Também fala muito de Ciro Monteiro.

FF: Também tinha morrido naquele ano. Vinicius dizia dele: ‘É um grande abraço em toda a humanidade’. Era um cara amigo de todos.

CC: E ela fala com uma segurança de uma mulher muito experiente, apesar de ter menos de 30 anos na época.

FF: Incrível. Incrível. Ela tinha opiniões, posições, muito firmes a respeito de muitas coisas.

CC: E o Cesar Camargo Mariano quietinho…

FF: O Cesar não fala. É bom que não fale, porque toca muito. Gênio. O (maestro) Erlon Chaves uma vez me disse: ‘Pra mim, é a maior mão esquerda da música brasileira’. O Ari Barroso também tocava assim.

CC: São quantos programas?

FF: São mais de 500. O Ensaio começou em 1969, primeiro na TV Tupi. Quase ao mesmo tempo, na Cultura, comecei a fazer o MPB Especial. Saí da Tupi e fiquei só na Cultura até 1976. Aí veio, né: Bandeirantes, Record, Abril, até que voltei para a Cultura. Me lembro que, almoçando com Roberto Muylaert, ele me convidou para voltar, ‘fazer aquele programa que você fazia’. Eu disse: ‘Não é a mesma coisa, porque agora é em cores’. Aí voltei.

CC: Faz falta o preto-e-branco?

FF: Gosto muito do preto-e-branco. Nas edições dos programas feitos hoje, volta e meia eu tiro a cor. Não todo o programa, senão o cara, em casa, vai pensar que a televisão dele está com defeito.

CC: Li uma frase sua uma vez que dizia: ‘Fico muito irritado quando você aparece na tevê e você não é você’.

FF: Todo aquele que se apresenta na tevê não é mais ele: é um chavão, um rascunho. Fiz experiências incríveis nesse sentido. Colher a pessoa de surpresa, de repente, devolve a ela o seu lado humano. O erro é muito rico, o processo é muito mais interessante que a coisa pronta, acabada. Quando o apresentador chega e diz ‘senhoras e senhores, boa noite’, já não é ele, é um clichê.

CC: João Gilberto nunca foi ao Ensaio?

FF: Fiz programa com ele, mas no Ensaio nunca levei. Pelo seguinte: porque eu sou amigo dele, conheço bem. O João toca uma música hoje, daqui a três meses toca aquela mesma música e você diz: ‘Você mudou’. E ele: ‘Pois é, mudei’. Eu acho que o João não gostaria de fazer o Ensaio.

CC: Uma coisa que o senhor aprecia no programa, o processo, o erro, não agradaria ao João?

FF: Não. O João quer a coisa acabada. ‘Eu vou no programa? Mas eu estou sem gravata, Baixo!’ ‘Não tem problema, vamos assim mesmo.’ ‘Sabe quem me deu essa camisa? Vinicius.’ ‘Vamos com ela, João.’ ‘Mas, Baixo, cantar sem gravata?’ Porque os cantores antigos, dos anos 40 e 50, apresentavam-se sempre de gravata. Aquela coisa respeitosa. Gosto muito do João. É de uma sabedoria incrível.

CC: Gil também nunca foi?

FF: Temos sempre problemas de agenda. Desencontros. Mas gosto muito do Gil. Fui o primeiro a apresentar os baianos.

CC: E o Gil ministro?

FF: Acho a pessoa certa. Essa eloqüência, essa coisa verbal, é muito boa.

CC: Quais programas o senhor gostaria que fossem lançados em DVD?

FF: Todos. Johnny Alf, Carmen Costa, Dick Farney… tem tanta gente…

CC: Até Engenheiros do Havaí foi no Ensaio…

FF: Tem tudo. Coisas boas e ruins. E isso é que é legal. Silvio César, Paulinho da Viola, Lupicínio, Jamelão… Outro que gostei muito de fazer foi o Miltinho (sambista, intérprete de Mulher de 30). Ele é um cantor de gravata, entende? Sabe aqueles cantores que iam de mesa em mesa? Um cavalheiro…

CC: Os artistas recebem cachê?

FF: No MPB Especial, no início, recebiam. Era uma porcaria de dinheiro, tanto que nesse programa que eu fiz com Elis, eu disse: ‘Tem uma verbinha’. E ela: ‘Dá para os músicos’. Porque era uma coisa tão tola. Era assim. O Ensaio não tem cachê.

CC: Alguém deixou de fazer por isso?

FF: Não.

CC: Roberto Carlos nunca foi?

FF: Não. Eu queria Roberto, Hebe Camargo e Rita Lee. A Hebe: ‘Eu adoro, mas não posso ir. Não tenho mais idade para enfrentar aqueles closes’. Roberto não tenho nenhum contato. Rita eu tive muito contato. Lembro muito dela no tempo dos Mutantes.

CC: O que acontece com as gravadoras hoje?

FF: É um novo quadro. Os artistas procuram caminhos próprios, não querem mais se submeter às gravadoras. Fazem discos independentes e as gravadoras vêm apenas como distribuidoras. Mas eu acho que o Ensaio mostra que o horizonte da música brasileira é muito largo. Fiz programas com Alvarenga e Ranchinho, Tonico e Tinoco e, na outra ponta, com André Abujamra. E pelo meio, tem Chico, Caetano, Gal, Bethânia, Elis, Vinicius. Tudo isso é Brasil.

CC: O senhor fala de um verdadeiro patrimônio. Olhando para a frente, o que o senhor vê?

FF: Há novos veios. O Lenine, por exemplo, Chico César, Pedro Luís… Sabe com quem vou fazer um programa? Com a dona Maria, viúva do Donga, noventa e tantos anos. Então, é essa coisa… vai pra lá e vem pra cá… Fiz um programa com o maestro Koellreuter, com aquelas partituras que não são partituras, fiz com o Uakti, com o (Walter) Smetak. O que eu digo é o seguinte: cabe tudo.

CC: Mas quem liga o rádio ou a tevê, não vê quase nada disso. As gravadoras também não parecem interessadas nessa diversidade.

FF: Veja o que acontece no Nordeste. Tem coisas lá que são um sucesso e que a gente aqui não toma conhecimento. Uma vez, o Toninho Moraes comprou uma gravadora no Recife. Eu fui como diretor artístico. Estava terminando o contrato de um cantor local, que vendia 100 mil discos. A capa tinha uma foto dele, da mulher grávida e uma criança pequena segurando na mão. No disco, o órgão era desafinado, a bateria parecia solta. Lembro que falei para o Magro, do MPB-4, que a gente tinha de trocar o órgão por umas cordas, chamar o Elifas Andreato para pensar um projeto gráfico… De repente, me dei conta: quem sou eu, para vir lá do Sul, e dizer aqui para 100 mil pessoas: vocês estão errados? Então, renovamos o contrato.

CC: O senhor assiste televisão?

FF: Muito. Gosto principalmente de futebol.

CC: O senhor gosta de ver futebol na tevê?

FF: Demais. Vejo tudo de jogo. Desde soçaite até 11 contra 11.

CC: É o que tem de melhor na tevê?

FF: É. Parece a mesma coisa, mas não é. É como o programa que eu faço. Parece o mesmo, mas não é. Sabe aqueles caras antigos, que procuravam ouro? Os alquimistas… Quem tem olhos e ouvidos vai ver que não é a mesma coisa, um programa do outro.

CC: Na média, a tevê é muito clichê?

FF: Acho que foi (Marshall) McLuhan quem disse que todo veículo de massa é redundância, que as pessoas querem ver aquilo que já viram, que conhecem.

CC: O Ensaio desmente essa idéia.

FF: Pois é. As pessoas perguntam por que não tem apresentador. Porque a informação é aquela; o resto é ruído. Um apresentador seria um excesso.

CC: O senhor gosta de dizer que Ensaio é um programa cubista.

FF: Falo sempre que esse negócio de fechar a câmera e ficar mostrando orelha, mão, dedo, nariz, nos anos 10 já tinha uns rapazes que faziam isso. Picasso, Dalí…

ONDAS DO MERCADO

Na visão de João Marcello Bôscoli, as gravadoras só querem ganhar dinheiro

O resgate do programa de Elis Regina, gravado em 1973, é uma espécie de piloto de um projeto mais ambicioso, mas ainda longe de se concretizar. O acordo da gravadora Trama com a TV Cultura prevê o lançamento de dez DVDs, mas nenhum ainda está acertado.

A gravadora informa ter uma lista de 18 programas que gostaria transformar em DVDs, mas ainda não concluiu a negociação com nenhum artista ou com os detentores de seus direitos. São eles: Adoniran Barbosa, Vinicius e Toquinho, Tom Jobim, Baden Powel, Nara Leão, Velha Guarda da Portela, Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Paulinho da Viola, Dominguinhos, Djavan, Gonzaguinha, Eumir Deodato, Martinho da Vila, Hermeto Pascoal, Roberto Menescal e Gal Costa.

A obra.

O programa com Elis inclui 17 canções e tem duração de 99 minutos (R$ 50)

A negociação para a realização do DVD de Elis foi facilitada pelo fato de ser um negócio em família. João Marcello Bôscoli, diretor-artístico da Trama, é filho da cantora (com Ronaldo Bôscoli) e tem boas relações com os músicos Pedro Mariano e Maria Rita, também filhos de Elis (com Cesar Camargo Mariano). ‘Mesmo assim, tivemos dificuldades em conseguir autorizações. Um dos músicos que tocam no programa hoje mora no Japão’, diz Bôscoli.

Pelo ritmo de produção do DVD de Elis, o projeto ainda vai precisar de tempo para deslanchar. Segundo Bôscoli, o trabalho de restauração das imagens e do som do Ensaio levou quase um ano. ‘Limpamos quadro a quadro’, conta.

Muitos programas foram gravados em Quadruplex, o primeiro sistema de videotape usado no País – substituído, já nos anos 70, por sistemas mais modernos e simples. São fitas largas, com uma bitola de cerca de 5 centímetros, que nem sempre foram conservadas de maneira adequada. ‘Muitas estão em avançado estado de oxidação’, informa Bôscoli. ‘Algumas se rompem no momento em que são colocadas na máquina para ser vistas’.

O lançamento do Ensaio com Elis Regina em DVD ocorre num momento em que a maioria das gravadoras demonstra ter acordado para o potencial desse segmento. Só para se ter uma idéia, a EMI acaba de colocar à venda três DVDs de Marisa Monte numa embalagem de luxo e a Sony vai lançar neste Natal, com o tradicional CD de todo ano, um DVD de Roberto Carlos.

‘Havia uma demanda reprimida por DVDs’, diz Bôscoli, antes de ironizar seus concorrentes: ‘O pensamento das gravadoras é o seguinte: `Tá dando dinheiro, vamos nessa´. Eles não têm uma estratégia’. Bôscoli recorre a Hilary Rosen, a americana que dirigiu por alguns anos a Recording Industry Association of America, a associação das empresas do setor: ‘Ela uma vez escreveu que, se os donos de gravadora fossem executivos da Coca-Cola, a empresa estaria até hoje vendendo apenas refrigerante em garrafa, de um único tamanho’.’



ENTREVISTA / FERNANDA YOUNG
Leila Reis

‘Fernanda Young: ‘As pessoas me adoram ou me odeiam’’, copyright O Estado de S. Paulo, 18/11/04

‘Fernanda Young, de 34 anos, tem seis romances publicados, assina duas séries – Os Normais e Os Aspones -, os roteiros dos filmes Os Normais e Bossa Nova, tem um livro que está sendo adaptado em Hollywood (A Sombra das Águas) e está terminando um monólogo (A Idéia), que adoraria dar para Regina Casé encenar. Ela ganhou notoriedade no Saia Justa, do GNT. Em dezembro, abandona as colegas e nega que a deserção tenha a ver com desentendimentos com Marina Lima.

De que papel você gosta mais: escritora, roteirista, debatedora ou mulher polêmica?

Se eu fosse herdeira rica, seria somente romancista. Gostaria de me dedicar à literatura como fazia antes das meninas nascerem.

Não dá para viver só de livro?

Lancei seis livros que nunca dei xaram de vender, mas o dinheiro é pouco para quem tem duas meninas de 4 anos, mora em São Paulo e é tão consumista como eu.

Qual é a semelhança entre o ambiente de `Os Aspones´ e do `Saia Justa´?

Todas as relações são de amor e ódio. Elas se esgotam porque são intensas como no casamento.

Que saia-justa fez você desistir do `Saia Justa´?

Não desisti, saio em dezembro quando termina o contrato. Tenho vontade de ficar quieta depois de ter me exposto tanto. Quero dar um tempo, ver meu cabelo crescer sem as pessoas darem palpite. Sou grata ao Saia Justa, fiz grandes amigas. Não tinha idéia do quanto ia me tornar conhecida.

As pessoas param você na rua para conversar?

Muito e sei que nem todo mundo gosta de mim. Isso já me fez so frer, mas percebi que não posso me importar com ódio de gente que não me conhece. Sempre fui assim: as pessoas me adoram ou me odeiam.

Você e Marina Lima continuam amigas?

Continuamos, claro.

Por que ela mudou de lugar?

Ela não quis sentar no lugar de Rita Lee. Essa briga é coisa de jornalista. Saiu no O Globo e ficou pipocando. Disseram também que estou saindo por causa de dinheiro. Não é isso, ganho muito bem.

É bom trabalhar com marido?

Eu e Alexandre somos grandes parceiros profissionais. Partirmos de uma idéia, escrevemos separados e ele dá a redação final. Ele é melhor roteirista, então é o chefe.

Você já se arrependeu de coisas que disse?

Já, quando falei da intimidade da minha mãe e do meu padrasto. Outra vez disse que acreditava em alma gêmea e que a minha era gorda. Fui deselegante com o Alexandre. Me arrependo de ter debochado de gente que deu depoimento.

Qual é o seu sonho na TV?

Queria transformar meu livro Aritmética em minissérie.

Qual é o sonho na TV na frente das câmaras?

Queria fazer um talk-show com os desvalidos: entrevistar os não-incríveis, que ninguém conhece ou acha interessante.

Você vai se emocionar no último dia do `Saia Justa´?

Já estou emocionada, mas não posso fazer a mesma coisa sempre. A única coisa que quero para sempre é ficar casada com o Alexandre.’



JORNALEIRO DE PRESTÍGIO
O Estado de S. Paulo

‘Morre o jornaleiro mais famoso de Fortaleza’, copyright O Estado de S. Paulo, 22/11/04

‘Considerado um patrimônio de Fortaleza, morreu sábado, aos 74 anos, o jornaleiro mais famoso da capital cearense: José Amaro Sobrinho. Bodinho, como era conhecido, foi jornaleiro por 44 anos na Praça do Ferreira, no centro. Figura folclórica, ele foi sepultado no fim da tarde de sábado. Há oito meses, sofria de anemia profunda. Bodinho era uma referência em Fortaleza, pois dava opinião sobre tudo, principalmente quando os assuntos eram futebol e política. Era conhecido internacionalmente, pois os turistas faziam parada obrigatória na sua banca, que virou atração.’