Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Ministra da Comunicação Social prega liberdade de imprensa


Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.


 


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


IMPRENSA & GOVERNO


Leonencio Nossa e Rafael Moraes Moura


Ministra recorda ‘efeitos nefastos de censura’ e prega liberdade


Com discurso conciliador, a jornalista Helena Chagas assumiu ontem a Secretaria de Comunicação Social. Na posse, reafirmou declarações da presidente Dilma Rousseff em defesa da liberdade de imprensa. ‘É desnecessário lembrar aqui as numerosas vezes em que a presidente Dilma demonstrou seu profundo apreço por esse importante pilar da democracia’, disse. ‘Abrir mão da liberdade de imprensa é impensável também para a minha geração, que é aquela que cresceu durante o regime militar.’


Helena afirmou que, num governo democrático, a comunicação social deve passar sempre pela ‘rigorosa e intransigente’ defesa da liberdade de imprensa. Ressaltou que, no cargo de ministra, manterá a postura de jornalista, que na avaliação dela tem a função de garantir às pessoas informações suficientes para formar sua própria opinião e ter uma postura autônoma.


Ao lado de Franklin Martins, seu antecessor, Helena contou que conheceu Luís de Camões nas edições censuradas do Estado, durante a ditadura militar. ‘Conheci cedo os efeitos nefastos da censura. Eu lia quase diariamente os grandes poetas, Camões, Os Lusíadas, nas capas do Estadão, onde meu pai trabalhava’, disse, sorrindo. ‘Por ser criança, demorei para entender que a poesia estava ali para substituir matérias censuradas.’


Helena elogiou o trabalho de Martins e disse que dará continuidade a ações do ministro, garantindo que manterá ‘critérios técnicos’ na distribuição das verbas publicitárias.


Em sua despedida, Franklin disse que não faria um discurso político, mas pessoal, pois tinha ‘brigado muito’ nos últimos anos. Diante de uma plateia de jornalistas, desabafou: ‘Você vai precisar de sorte, porque as feras aqui são muito simpáticas porque é um momento de posse. Depois disso, sai de baixo.’


Foi diplomático ao comentar a relação ‘excepcionalmente tensa’ da área de comunicação social do governo Lula com a imprensa. Avaliou que a criação da TV Pública, uma de suas ações no governo, enfrentou ‘olhos mesquinhos, preconceitos rasos e ressentimentos’. Mas ressaltou que Helena Chagas tem capacidade e experiência para assumir a pasta.


 


 


Lu Aiko Otta e Karla Mendes


‘Empresas têm obrigação de prover internet popular’, diz Bernardo


Ligadíssima em novas tecnologias, a presidente Dilma Rousseff quer massificar o acesso à internet. A oferta de serviços de banda larga a preços populares, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), é o que ela chama de ‘xodó 2.0’. O primeiro xodó é o programa Luz Para Todos.


‘Ela acha que isso poderá, num prazo razoavelmente curto, significar um aumento muito grande da produtividade do trabalho, melhor aproveitamento da estudantada na escola, melhor desempenho dos professores, as empresas serão altamente beneficiadas’, diz Paulo Bernardo, em entrevista ao Estado.


Bernardo, que hoje toma posse no Ministério das Comunicações, foi incumbido de mapear, na indústria nacional, quem é capaz de fornecer equipamentos para o setor de informática e comunicações. Dilma quer que a nova classe média possa comprar tablets a prestação. Medidas de incentivo na forma de crédito e tributação favorecidos poderão ser adotadas.


Também por orientação de Dilma, toda a diretoria dos Correios será mudada hoje. A regulamentação da mídia, tema polêmico conduzido no governo passado pelo ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins, agora ficará sob responsabilidade de Bernardo. Ele acha que é preciso acalmar os ânimos e ampliar o debate, mas garante: não haverá censura.


O Ministério das Comunicações será ‘refundado’, como defendeu Franklin Martins?


Percebi, pela conversa da presidente, que ela tem uma expectativa grande. Falou uns 20 minutos sobre a incorporação de milhões de pessoas ao uso de novas tecnologias. Acha que isso poderá, num prazo razoavelmente curto, significar aumento muito grande da produtividade do trabalho, melhor aproveitamento da estudantada na escola, melhor desempenho dos professores, as empresas serão altamente beneficiadas. A verdade é que a internet é absolutamente imprescindível.


Quais serão suas prioridades?


A prioridade premente que é a discussão do Plano Geral de Metas de Universalização da telefonia que foi adiado de 1.º de janeiro para 2 de maio e prevê ampliação de acesso à banda larga.


Como fica a Telebrás nessa discussão de acesso à banda larga com preços populares?


Há uma parte que as empresas privadas vão fazer e outra que a Telebrás vai fazer. O presidente Lula falou, e a Dilma concorda, que o mercado deveria ter resolvido isso. A experiência mostrou que não. Então, estamos entrando para empurrar o setor. Mas as empresas têm obrigação de fornecer o serviço, elas são concessionárias, ganham dinheiro com serviço público. Elas têm corresponsabilidade. Querem o quê? Fornecer para a classe média que ganha R$ 10 mil por mês? E o povão do Morro do Alemão vai ficar sem serviço? A verdade é que o setor fez opção de oferecer o serviço caro para poucos. E a banda é meio larga, porque a Coreia está discutindo um acesso de 1 giga, enquanto nós falamos de 1 mega.


É atendimento para a nova classe média?


Tem uma classe média ascendente no País. Este ano, o número de passageiros novos em aviões chegou a 9 milhões. Essas pessoas também compram um desktop no varejo por R$ 799. Não faz sentido pagarem R$ 120 para ter acesso à internet. A Dilma falou assim: ‘chama os produtores nacionais de computador e faz uma negociação com eles para fornecer tablets com preço mais popular’. Preço popular seria R$ 400, R$ 500, algo que a prestação caiba no bolso.


E os Correios? O aparelhamento da estatal pelo PMDB acabou com a credibilidade dos serviços. Como fazer para recuperá-la?


A orientação que a Dilma deu foi a seguinte: no primeiro dia, nomear a diretoria e dar metas claras para melhorar a gestão. Ali há alguns problemas prementes. Por exemplo, o concurso, que está pendente há dois anos. Temos também um conflito em torno das franquias. E a licitação não concluída para transporte aéreo. O governo gasta R$ 300 milhões por ano com esse serviço, deveria ser um cliente mais do que vip.


Os Correios vão ter aquela empresa de logística?


Isso é algo que está sendo discutido. Vamos propor uma medida legal para permitir que os Correios tenham empresa subsidiária. Mas, se vai ter uma empresa de aviação ou não, isso é outro problema. Hoje estamos com dificuldade para comprar caixa para carregar carta (por causa do processo de licitação). Como é que vai comprar peça de avião? Neste momento, não teremos empresa de avião.


E sobre regulação de mídia?


Primeiro, estamos falando da regulação de mídia eletrônica, não estamos falando dos jornalões. Entendo que é assunto sensível. Mas ninguém no governo Lula falou de censura, tampouco no governo da Dilma. A gente deveria colocar a bola no chão para discutir com tranquilidade. A Constituição prevê que a mídia tem de ter conteúdo nacional, produção de caráter regional, não pode fazer apologia ao racismo, não pode veicular mensagens de caráter discriminatório. Acho que é bem razoável se falar em porcentual de produção nacional. Quem faz jornalismo tem de fazer produção local. O Franklin cita um dado muito interessante, que mostra que o faturamento das teles é 14, 15 vezes maior que a radiodifusão. Se você deixar resolver no mercado, pode ser que o resultado seja péssimo. Em vez de aumento da produção nacional, vamos ter menos produção, pois vai ficar mais cômodo comprar tudo lá fora.


Vai ter agência de regulação?


Todos os países desenvolvidos do mundo têm agência. E ninguém vai lá xeretar o que você vai falar. Depois que você falou, se fez alguma propaganda incitando a pedofilia ou o racismo, por exemplo, ela olha aquilo e toma providências. Faz uma advertência para o difusor, e é isso.


Discute-se limitação de capital estrangeiro na mídia. Como fica?


Isso já tem regulamentação. Hoje um órgão de comunicação pode ter 30% de capital estrangeiro. A dúvida que se tem é se um portal na internet é um órgão de comunicação ou não, faz jornalismo ou não. Essa é a briga.


Qual a sua opinião?


Eu acho que se deveria aplicar para eles a mesma regra dos órgãos de comunicação: pode ter 30% de capital estrangeiro. E acho que deveria ter um corte, quantos por cento de produção própria para ser considerado um órgão de jornalismo, digamos assim. Tem de ver como resolve isso, pois alguns sites só repetem e outros têm um porcentual de produção próprio.


Em relação à concessão de rádio, vai mudar alguma coisa?


Há muitas críticas sobre o fato de políticos receberem concessão. Essa proposta está em discussão. Eu acho que isso deveria acabar: político não deveria ter concessão de rádio nem de TV. Mas precisa de aprovação do Congresso. E hoje é mais fácil fazer um impeachment do presidente do que fazer a cassação de uma concessão de rádio.


 


 


Karla Mendes


Dilma criará Secretaria de Inclusão Digital


Preocupada em levar adiante sua proposta de campanha de dar prioridade a programas de acesso à banda larga e a novas mídias, a presidente Dilma Rousseff criará a Secretaria de Inclusão Digital, vinculada ao Ministério das Comunicações. De acordo com informações obtidas pelo Estado junto a uma fonte do governo, o mais forte candidato à vaga de secretário é André Barbosa, assessor da Casa Civil.


Ele foi um dos responsáveis pelo processo de internacionalização do padrão nipo-brasileiro de TV digital. Outro destino possível para Barbosa é a chefia da Secretaria Telecomunicações. As mudanças, segundo a mesma fonte, refletem a volta do efetivo controle da área de comunicações para o ministério, que havia perdido espaço para a Casa Civil.


Barbosa também já foi cotado para ser conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no lugar de Antonio Bedran, indicado pelo PMDB na gestão de Hélio Costa. O mais provável, porém, será deixar para o PMDB, mais uma vez, a indicação do conselheiro.


Genildo Albuquerque Neto, ex-chefe de gabinete do Planejamento, será o secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica. Conforme antecipou o Estado na sexta-feira, Cezar Alvarez, ex-assessor de Lula na Presidência, irá para o Ministério das Comunicações, no cargo de secretário executivo. / Colaboraram Lu Aiko Otta e Vera Rosa


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


Globo sacrifica ‘O Clone’ para resgatar ibope


Para sustentar a classificação indicativa ‘Livre’ de O Clone, que reestreia no Vale a Pena Ver de Novo em uma semana, a Globo há de decepar o mote que mais notoriedade deu à novela, há quase dez anos: a abordagem sobre drogas. Não veremos a Mel (Débora Falabella) tomando perfume nem Lobato (Osmar Prado) admitindo que cocaína é uma tentação. Desde 2009, quando Senhora do Destino rendeu advertências do Departamento de Classificação Indicativa, a Globo não escala para o Vale a Pena uma novela produzida originalmente para a faixa das 20h. Mas Nazaré (Renata Sorrah), mesmo sob camisa de força, emplacava de 25% a 29% no Ibope, e a atual reprise, Sete Pecados, esbarra em 12%.


Flashback


Logo se verá um dos ataques de fúria de Saulo (Werner Shünemann) contra Arthurzinho (Julio Andrade) em Passione. O patrão diz que o mordomo foi contratado para vigiar Stela (Maitê Proença) e não cumpre o seu dever


US$ 604,8 mi foi o que a DirecTV anunciou ter pago à Globo por 18,9% de ações da Sky no Brasil. A Globo ainda se mantém sócia da operadora em 7%


‘Juntos, nós vamos fazer uma televisão de primeiro mundo’ Hebe Camargo, entusiasmada, em sua primeira aparição na RedeTV!, cena gravada e exibida na virada do dia 31


Já estavam no Youtube no mesmo sábado, dia 1º, as imagens do bispo Edir Macedo cumprindo o ritual shake hands, muito à vontade, com Dilma Rousseff, durante a recepção a convidados e chefes de Estado no Palácio do Planalto, por ocasião da posse da presidente em Brasília.


A postagem do vídeo no site é associada a fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).


Edir Macedo foi à posse de Dilma escoltado pelo staff da TV Record. Estavam com ele o presidente da emissora, Alexandre Raposo (que quase atrapalhou a imagem principal, ao se posicionar na frente de Dilma e Macedo, obstruindo o ângulo de fotógrafos e cinegrafistas), o presidente de relações corporativas da Record, Marcos Pereira, e o vice-presidente de Jornalismo, Douglas Tavolaro.


Alheia a todo o mise-en-scène da posse no DF, Marília Gabriela foi até Paris para virar o ano. Deixou entrevistas gravadas para a temporada a seguir, no SBT e no GNT.


Exibido como especial de fim de ano da Record, o conto As Mãos de Meu Filho, produção da Contém Conteúdo, sai ainda neste semestre em Blu-ray, com selo da Record Entretenimento.


O AXN prevê só para fevereiro ou março a estreia de novas safras e séries no canal. Quem espera por uma 2ª temporada de The Border, título de ação, pode cochilar.


Zico Góes ainda aparecia nos créditos dos especiais de fim de ano do GNT como diretor de Conteúdo do canal. E já é aguardado na MTV, onde volta a comandar a programação, a partir de hoje.


Dennis Carvalho mal parou para as ceias de fim de ano. Recupera o tempo perdido com a troca dos protagonistas de Insensato Coração, próxima novela das 9 da Globo, confirmadíssima para o dia 17.


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


ESPORTE


Internet levanta suspeita de plágio da logo da Rio-2016


Mal a logomarca dos Jogos do Rio-2016 foi lançada, uma onda de suspeita de plágio se espalhou pela internet.


Anteontem pela manhã, dia seguinte ao lançamento, blogs e mensagens no Twitter alertavam para as semelhanças entre a marca olímpica do Rio e a logo da Telluride Foundation, uma instituição filantrópica dos EUA.


Ainda segundo alguns blogs, a marca da fundação foi inspirada no quadro de Henri Matisse chamado ‘A Dança’. A suspeita de plágio em relação à logo da Telluride Foundation é maior quando comparada com a marca usada para promover o Carnaval de Salvador de 2004. O desenho é muito parecido.


Os três logos e a pintura invadiram a internet em apenas dois dias. Ontem, em uma busca no Google usando os termos ‘plágio’, ‘logo’ e ‘2016’, o site registrava cerca de 45 mil resultados.


A logo da Rio-2016 foi concebida pela agência Tátil.


O idealizador da marca, Fred Gelli, disse que o Comitê Organizador do Rio-2016 e o COI (Comitê Olímpico Internacional) se precaveram para evitar suspeitas de plágio.


‘O Comitê Rio-2016 e o COI realizaram extensa busca mundial de marcas que tivessem elementos presentes na marca da Rio-2016. E avaliaram que as marcas encontradas não apresentavam conflito com a dos Jogos.’


 


 


TELEVISÃO


Samia Mazzucco


Record estreia minissérie bíblica em alta definição


A Record estreia amanhã uma das mais caras produções de dramaturgia da TV brasileira. Cada um dos 16 capítulos da minissérie ‘Sansão e Dalila’, baseada na história bíblica, custou R$ 800 mil, o dobro de um capítulo da novela das 21h da Globo.


E, como possui menos capítulos do que uma novela -que tem cerca de 200-, significa também menos tempo para reaver o que foi investido.


A emissora afirma, no entanto, que o investimento já foi pago com o que recebeu de patrocínios e comerciais e que conta ainda com o dinheiro das vendas internacionais da série e de DVDs.


Entre os itens que tornaram os episódios quase milionários, estão uma produção toda filmada com câmeras HD (alta definição) e cenas externas gravadas em quatro Estados: Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte e Rio.


Devido à alta resolução das imagens, cada detalhe, como tecidos e maquiagem, foi testado antes das gravações, que começaram em julho e foram até dezembro.


Na adaptação, o autor Gustavo Reiz optou por antecipar a chegada da filisteia Dalila (Mel Lisboa) à vida do hebreu Sansão (Fernando Pavão), guerreiro cujo segredo da força incomum são seus longos cabelos.


‘No fim, tudo culmina para uma história de amor’, resume o diretor da série, João Camargo.


Mesmo com o foco na relação do casal, a promessa é de que em cada capítulo haja ao menos uma passagem clássica da história original, como a vitória de Sansão ao lutar com um leão e a retirada das portas de Gaza.


A preparação do elenco, que conta com 30 atores, começou dois meses antes das gravações, com aulas de um historiador sobre os costumes da época.


‘Foi para o grupo entender como era viver 3.000 anos antes de Cristo, com essa falta de água e com o calor’, contou Camargo.


A preparação depois se mostrou essencial durante as gravações no calor do Nordeste. ‘Isso [calor] realmente ajudou a compor os personagens’, disse o diretor.


Para Camargo, a diferença entre ‘Sansão e Dalila’ e ‘A História de Ester’, minissérie de época que foi ao ar em 2010 no canal, é que a deste ano tem mais aventura.


‘É mais shakespeariano, remete mais às produções da Disney’, compara.


É esperar para ver quanto o investimento milionário vai influenciar na produção e nas atuações da série.


NA TV


‘Sansão e Dalila’


Estreia da série


QUANDO amanhã, às 23h, na Record


CLASSIFICAÇÃO 10 anos


 


 


INTERNET


Álvaro Pereira Júnior


O Twitter e os extraterrestres


FELIZ 2011. Pronto, fiz a social. Vamos aos trabalhos.


Sempre que vejo alguém tuitando compulsivamente, contando a vida, fazendo foto de qualquer tranqueira, lembro de um de meus livros preferidos, ‘O Mundo Assombrado pelos Demônios’, autobiografia do astrônomo Carl Sagan.


No capítulo sobre os supostos avistamentos de óvnis, Sagan diz algo do seguinte tipo: ‘Não se pode subestimar a miséria humana’. Ele se refere especificamente às pessoas que dizem ter visto discos voadores, ou que afirmam ter tido contato com ETs.


Diante da total falta de prova científica de que extraterrestres visitem a Terra, Sagan volta o olhar para a psicologia. E o que ele enxerga são pessoas de vidas comuns, medíocres, sem horizonte ou perspectiva, em busca de alguma autoimportância. Esse povo, na análise de Sagan, precisa desesperadamente se sentir especial. Assim, dizem que foram sequestrados por ETs, viram naves multicoloridas, tiveram chips implantados não sei onde etc. etc.


Acho que, graças ao Twitter, o número de ‘avistamentos’ e ‘contatos’ com seres espaciais vai diminuir. Porque agora esse povo de vidinha besta encontrou nos posts de 140 caracteres um jeito de se expressar e ser alguém. ‘Estou tomando uma cerveja com meu primo’, ‘veja esta foto da maçaneta do meu carro’…


Mas calma, jovem leitor! Não incluo você nessa. Sei que existe uma geração para quem o Twitter, blogs etc. são simplesmente mais uma forma de expressão. Para essa galera, é normal se manifestar a todo instante pela internet. É segunda natureza, como se diz.


Mas coroas que contam cada detalhe da vida, que tentam transformar as coisas mais triviais em grandes acontecimentos e deitam regras sobre tudo no Twitter, esses eu não perdoo, não.


 


 


 


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