Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Mônica Tavares


‘O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse ontem que o Brasil poderá adotar parte do sistema de TV digital japonês. Segundo ele, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso os japoneses se comprometeram a não cobrar pelo uso de ferramentas de informática. Ele disse que este foi o único sistema que ofereceu alguma vantagem. Ele também apontou diferenças técnicas entre o padrão europeu e japonês.


– O padrão japonês, aproveitando os erros cometidos por americanos e europeus, reforçou o seu sistema.


O ministro destacou que o padrão americano foi desenvolvido pensando quase exclusivamente na imagem de alta definição. O sistema europeu, acrescentou, deixou de priorizar a capacidade de transmitir a imagem fixa (das TVs que os consumidores têm em casa), preferindo as transmissões móveis (aparelhos levados no carro, por exemplo). Já o sistema japonês faz transmissões na mesma qualidade para as imagens fixas e móveis.


Costa afirmou que a intenção de fazer as primeiras transmissões de TV digital durante a Copa do Mundo de 2006 é quase uma questão de marketing:


– O que não tem data não acontece.


Essas transmissões acontecerão em São Paulo, mas existe a possibilidade de o serviço ser estendido ao Rio.


O governo poderá editar um decreto designando novos canais, para que as emissoras transmitam a programação com sinais analógicos e digitais ao mesmo tempo durante um período de transição. Costa acredita que será estabelecido um prazo de funcionamento de dez anos. Na modificação da TV em preto-e-branco para a colorida, o prazo de transição foi de 20 anos. Ao final, as TVs terão que devolver os canais analógicos para o governo.’



Isabel Sobral


‘Costa admite preferência por TV digital do Japão ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 10/11/05


‘O ministro das Comunicações, Hélio Costa, revelou ontem que o consórcio que detém a tecnologia digital das transmissões de TV no Japão ofereceu ao Brasil suas ferramentas de informática sem a cobrança de royalties, como estímulo para que o País adote esse sistema na implantação da TV digital. Para escolher o padrão digital mais adequado à realidade brasileira, o governo avalia entre os modelos americano, europeu e japonês e, segundo Costa, ‘o Japão foi o único a oferecer isso’. Ao dar essa informação em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, sem ter sido questionado sobre o assunto, o ministro deu a entender ser esta sua preferência.


A adoção do sistema japonês tem sido defendida por empresas de radiodifusão porque permite interatividade dos espectadores, mas conta com algumas travas à transmissão de imagens pelos aparelhos celulares.


A competição das operadoras de telefonia móvel preocupa as emissoras de TV. Costa informou que a oferta japonesa foi feita em carta à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), quando a agência ainda estava sob o comando de Renato Guerreiro, no governo de Fernando Henrique Cardoso.


O ministro pediu que os técnicos do governo apressem os estudos, para que haja uma proposta oficial a ser debatida com as emissoras de TV na primeira semana de janeiro. A intenção, segundo ele, é que as transmissões digitais experimentais ocorram em junho de 2006, durante os jogos da Copa do Mundo da Alemanha, para São Paulo e, talvez, Rio e Brasília.


Para a transição entre os sistemas analógico e digital, o governo ‘emprestará’ outro canal às emissoras. Segundo Costa, haverá uma legislação específica garantindo que não haverá ônus financeiro para as empresas. Ao final da transição, estimada em dez anos, as emissoras terão de devolver o segundo canal ao poder público.


Convidado a debater com os deputados também sobre os contratos de concessão para a telefonia fixa, que serão renovados em 1º de janeiro de 2006 por mais 20 anos, o ministro afirmou não haver mais como alterá-los. Ele chegou a defender há alguns dias um adiamento no prazo da entrada em vigor dos contratos, mas sua proposta esbarrou na lei.


Segundo Costa, a implantação do telefone popular, com a assinatura reduzida, é um dos pontos dos novos contratos. Porém, falta definir as regras, já que há um impasse entre ministério, Anatel e operadoras. Ele voltou a dizer que aposta na finalização de um acordo na semana que vem.


Costa foi bastante pressionado pelos deputados a explicar por que o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), criado em 2000 para financiar programas que ampliem o acesso da população carente aos serviços de telecomunicações, não teve nenhuma liberação de recursos até hoje. Estima-se que o Fust tenha cerca de R$ 4 bilhões.’



O Estado de S. Paulo


‘NET eleva receita, mas tem prejuízo no 3.º trimestre ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 10/11/05


‘A NET Serviços de Comunicação, maior operadora de TV por assinatura do País, com 1,498 milhão de assinantes, teve prejuízo de R$ 20,6 milhões no terceiro trimestre, ante um lucro de R$ 1,15 milhão no mesmo período do ano passado. A principal explicação da empresa para a queda são as perdas cambiais nas compras de moeda estrangeira futura para pagar dívidas em dólares. Ainda assim, a empresa indicou que pretende manter ritmo agressivo de crescimento.


As vendas brutas de novas assinaturas de TV paga no período mostraram crescimento expressivo de 42,5% na comparação anual, ou 120,7 mil. A taxa de desligamento dos últimos 12 meses também revelou uma melhora, passando de 13,9% no terceiro trimestre de 2004 para 12,9% este ano.


‘A melhor performance das vendas é resultado de um novo posicionamento estratégico da companhia, que visa a capturar novas oportunidades de crescimento no mercado de TV por assinatura com o objetivo de acelerar seu crescimento orgânico’, informou a empresa em relatório.


A receita líquida da NET no trimestre foi de R$ 409,9 milhões, uma elevação de 13% na comparação com o mesmo período do ano passado. ‘Isso demonstra que a melhora no desempenho operacional, refletida pela alta na base de assinantes, vem sendo implementado sem perder o foco na rentabilidade’, afirmou a companhia.


A base de assinantes em setembro, de praticamente 1,5 milhão, reflete crescimento de 7,4% em 12 meses. O crescimento se dá, segundo a empresa, basicamente na classe de renda intermediária, o que levou a uma redução de 47,6% para 42,7% da fatia de pacotes mais caros no mix de assinaturas.


Os custos operacionais subiram 3%, alcançando R$ 206 milhões no trimestre em decorrência de aumento no custo de programação por causa de reajustes de contratos e gastos mais elevados com manutenção de rede e marketing. As despesas gerais aumentaram 42,5%, para R$ 97 milhões, principalmente por gastos com marketing e propaganda.’



Folha de S. Paulo


‘Ministro mostra preferência pelo padrão japonês’, copyright Folha de S. Paulo, 10/11/05


‘O ministro das Comunicações, Hélio Costa, sinalizou ontem que o padrão japonês de TV digital (ISDB) é o seu preferido na definição do modelo brasileiro.


Costa revelou que o consórcio japonês detentor da tecnologia para a TV digital encaminhou ao governo brasileiro, ainda na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, carta comprometendo-se em autorizar a liberação do uso de ferramentas sem a necessidade de pagamento de royalties, o que não foi oferecido pelos outros padrões.


O ministro reafirmou que o governo deverá escolher o padrão na primeira semana de janeiro.’



NET EM CRISE


O Globo


‘Net teve prejuízo de R$ 20 milhões no 3 trimestre’, copyright O Globo, 10/11/05


‘A Net Serviços, maior operadora de TV por assinatura do país e provedora de acesso à internet, teve prejuízo de R$ 20,6 milhões no terceiro trimestre, contra lucro líquido de R$ 1,2 milhão no mesmo período de 2004. O resultado, segundo a empresa, deveu-se a perdas em operações no mercado futuro de câmbio, que serviram de garantia para a reestruturação das suas dívidas, concluída em março.


De janeiro a setembro, a Net acumula prejuízo de R$ 5,2 milhões, muito abaixo das perdas de R$ 153,3 milhões no mesmo período de 2004.


Já a receita líquida foi de R$ 410 milhões no trimestre, 12,9% acima dos R$ 363,1 milhões de julho a setembro de 2004. Nos nove primeiros meses do ano, a receita ficou em R$ 1,160 bilhão, uma alta de 10,8% frente a 2004. Esse avanço foi puxado pelo aumento de 7,4% na base de assinantes, para 1,498 milhão.


A receita do Vírtua (internet em banda larga) também cresceu, para R$ 55,5 milhões no trimestre, 97,4% acima do mesmo período de 2004. A base de assinantes saltou 92,5%, para 302 mil. Em setembro, a dívida líquida da Net somava R$ 370,3 milhões (queda de 68%).’