Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Morre crítico gastronômico Saul Galvão


Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas. 
 


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 10 de setembro de 2009 


 


SAUL GALVÃO


Josimar Melo


O crítico era um dos maiores especialistas em vinho do país


‘Morreu ontem de câncer, aos 67, o crítico gastronômico Saul Galvão, que nos últimos 30 anos escreveu sobre restaurantes, receitas e vinhos nos jornais ‘O Estado de S.Paulo’ e ‘Jornal da Tarde’.


No Grupo Estado desde 1965, para onde foi atuar como repórter ao abandonar o curso de direito da USP, no largo São Francisco, trabalhou nas áreas de política e internacional.


Estreou na coluna de restaurantes do ‘Jornal da Tarde’, em 1978, substituindo o pioneiro Paulo Cotrim.


Era apaixonado pela cozinha -chegou a fazer estágios na França, nos restaurantes dos estrelados chefs Pierre Troisgros e Roger Vergé, luminares da nouvelle cuisine francesa, nos anos 1980.


Quanto aos vinhos, mais do que apaixonado, Saul era uma das maiores autoridades do assunto no país: dentre seus livros, ‘Tintos e Brancos’ (a primeira edição é de 1992) é uma referência no Brasil. Também é autor de, entre outros, ‘Os Prazeres da Mesa’, ‘A Cozinha e seus vinhos’ e ‘A Essência do Sabor’.


Dono de um texto econômico, até simplório, Saul descrevia sem mistérios os prazeres aos quais o lançava seu ofício.


Gostava de comer e beber. Só não o fazia mais porque também costumava divertir a mesa com seu palavreado solto: entre tiradas bem-humoradas (ou não), pontificava sobre gastronomia, sobre sua cidade natal (Jaú, no interior de São Paulo, local do velório e do enterro), sobre política (um conservador empedernido), sobre música clássica (que ouvia em casa em alto e bom som) e sobre Paris, onde infalivelmente deliciava-se nas férias.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Culpa da natureza


‘Por internet e televisão, manchetes para Santa Catarina e Osasco, não mais São Paulo. Mas o governador apareceu, falou à Folha Online e foi parar no alto do UOL, com o enunciado ‘Para Serra, enchente em SP é culpa da natureza’. Mais precisamente, ‘é culpa da natureza que se rebela, temos que rezar para que não se repita’. Defendeu a ampliação da marginal Tietê, dizendo que ‘todas as árvores que foram retiradas dali foram plantadas em outro lugar’.


Na Folha Online, Gilberto Dimenstein postou ‘O maior erro de José Serra’, dizendo que ‘o caos em que se transformou a cidade ajudou a mostrar o maior erro de toda a gestão Serra: torrar milhões para ampliar a marginal, obra absolutamente estúpida e, suspeito, com fundo eleitoral da pior espécie’.


EUA VS. LULA


O e-mail chegou ao meio-dia, com o selo acima para download, e a ‘Declaração da Embaixada dos EUA sobre a concorrência do FX-2’. Nos enunciados on-line, pouco depois, ‘EUA rebatem Lula e dizem concordar com a transferência de tecnologia na venda de caças’.


Mais algum tempo e Lula brincou, ‘ao ser questionado sobre a oferta’. Na chamada ‘+ lida’ da Folha Online, no meio da tarde, ‘Lula ironiza a disputa entre EUA e França e diz que país receberá caças de graça’.


LULA RECUA


De Fátima Bernardes, entrando no intervalo, ‘O presidente da Câmara, Michel Temer, anunciou agora há pouco que o presidente Lula vai retirar o pedido de urgência dos projetos do pré-sal’, porque ‘foi feito um acordo com os partidos de oposição para que sejam votados em plenário a partir de 10 de novembro’. Na manchete do G1, ‘Lula aceitou retirar urgência’.


Na chamada da Folha Online, ‘Lula recua’, depois do ‘compromisso firmado de colocar a matéria em votação no dia 10 de novembro’.


‘FT’ FESTEJA


Após dias de ataque ao marco do pré-sal, o ‘Financial Times’ saudou no alto da home, ‘Descoberta do Brasil pode ter dois bilhões de barris’. O poço de Guará, com participação da britânica BG, teria ‘o dobro’ da descoberta da britânica BP, no Golfo do México. O britânico ‘FT’ brincou em coluna com a disputa, vantajosa para ambas.


Ao fundo, o presidente da Petrobras detalhou ao ‘Wall Street Journal’ o marco, anunciando avaliadores ‘reconhecidos’ para os direitos sobre a produção.


MAIS FRANÇA


Para além da cobertura do acordo militar, o francês ‘Le Monde’ noticiou ontem que, ‘Diante de um mercado europeu saturado, a Vivendi vai buscar seu crescimento no Brasil’. Foi destaque do Valor Online ao site Teletime, com a oferta de compra da GVT que, no valor de R$ 5,4 bilhões, ‘poderia mudar o setor de telecomunicações no Brasil’ -segundo o ‘WSJ’, que chamou na home. No título da análise do Merril Lynch, ‘Quem iria imaginar?’. Segundo o site Tele.Síntese, ‘analistas aguardam resposta da Telefônica’, agora.


‘QUEM VENCEU?’


Barack Obama discursou na cerimônia em memória de Walter Cronkite, ontem em destaque por ‘NYT’ e outros. Criticou que muito do que passa por jornalismo, hoje em dia, é ‘opinião instantânea, fofoca sobre celebridades e as histórias leves que Walter desdenhava, em vez da notícia e do jornalismo investigativo que defendia’. Muitas vezes na mídia, prosseguiu o presidente americano, ‘O que aconteceu hoje?’ é substituído por ‘Quem venceu hoje?’. Lamentou ‘o momento difícil para o jornalismo’, com ‘redações fechando’ e baixos padrões.


HORA DE VOTAR


Com o discurso de ontem no Congresso e pela TV, Obama procurou encerrar o debate da reforma na saúde -enquanto, nas manchetes on-line nos EUA, a liderança democrata anunciava a votação, com ou sem republicanos, pois ‘chegou a hora’.


‘TESTE MIDIÁTICO’


Já o site Politico destacou que chegou ‘a hora da verdade’ para a capacidade midiática de Obama, com as lideranças partidárias e parlamentares em declínio e a ascensão da opinião via internet, rádio e canais de notícias, que comandou o debate.


‘IGUAIS’, NÃO


O dia foi de pressão, em portais como G1, contra restrições à cobertura na internet, na reforma eleitoral votada no Senado. Mas o destaque no fim do dia, do Congresso em Foco ao ‘Jornal Nacional’, foi que o Estatuto da Igualdade Racial passou na Câmara sem a expressão ‘iguais’, no artigo sobre empregos em publicidade e TV. Sem ‘pontos polêmicos’, no dizer da Globo.’


 


 


AFEGANISTÃO


Associated Press


Jornalista do ‘Times’ é resgatado pela Otan


‘Um repórter do jornal americano ‘New York Times’ feito refém havia quatro dias pelo Taleban foi resgatado ontem no Afeganistão em uma operação do comando britânico da missão da Otan, a aliança militar ocidental, no país. Seu tradutor afegão, um soldado e um civil, no entanto, morreram.


O britânico Stephen Farrel e o tradutor afegão Sultan Munadi haviam sido capturados no sábado por insurgentes do grupo radical islâmico na Província de Kunduz (norte). Eles estavam na região para fazer a cobertura do ataque realizado na véspera pela Otan contra dois caminhões-tanque roubados.


Na ação militar, ao menos 70 pessoas morreram, das quais acredita-se que entre 25 e 40 sejam civis. Ordenado pelo comando alemão da aliança militar, o ataque reviveu a polêmica sobre a morte de não combatentes em ações anti-Taleban, considerada um dos principais motivos para a falta de apoio ao papel da Otan no Afeganistão.


Em junho, outro jornalista do ‘Times’, David Rohde, e um colega afegão, Tahir Ludin, haviam escapado após sete meses em cativeiro. Sequestrados em novembro na capital afegã, Cabul, pelo Taleban, eles foram levados para o vizinho Paquistão, onde fugiram.


O diretor-executivo do ‘Times’, Bill Keller, apenas manifestou alívio por Farrell ter sido resgatado vivo, mas lamentou as mortes decorrentes da operação. O comando britânico não descartou que o tradutor tenha morrido por munição proveniente da Otan.


Segundo Keller, o próprio Farrel relatou que a situação complicou-se durante o resgate, o que desatou fogo cruzado entre a Otan e os insurgentes.


Keller e o diretor-executivo da Comissão de Proteção de Jornalistas, Joel Simon, reconheceram riscos no ofício, mas ressaltaram a necessidade de que a cobertura da guerra no país continue sendo realizada.’


 


 


CIDADE


Clóvis Rossi


São Paulo e a maldição


‘SÃO PAULO – Carlos Eduardo Lins da Silva, o ombudsman desta Folha, é uma pessoa a quem nós, os pré-antigos, trataríamos como ‘cavalheiro de fino trato’, elegante até na linguagem.


Por isso, quando ele, na crítica interna do jornal, chamou São Paulo de ‘cidade maldita’, pensei baixinho: ‘a coisa está muito feia’ Outra demonstração da ‘feiura’ veio no texto de Rodrigo Fiume, editor-assistente de Cotidiano, que lamentava profundamente ter saído de carro apesar da chuva que caiu anteontem e pedia ao prefeito Gilberto Kassab que fizesse ‘algo nesta cidade maluca’.


‘Maldita’, ‘maluca’. Pobre São Paulo, a São Paulo que já foi ‘a cidade que não pode parar’. Lamento desapontá-los, Carlos Eduardo e Rodrigo Fiume, mas sou mais antigo na arte de reconhecer as maldições e maluquices de São Paulo. Exemplo: em 1996, Duda Mendonça, marqueteiro então a serviço do malufismo, enchera a cidade de outdoors dizendo: ‘Não deixe São Paulo parar’.


Parado, completamente parado, nos congestionamentos diários da avenida 23 de Maio, olhava o slogan do grande marqueteiro e pensava: ‘Como São Paulo já parou, essa é a típica propaganda enganosa’.


O problema de São Paulo não é o de parar por causa de uma chuva excepcional como anteontem (parou ontem de novo, pelo menos de manhã, sem chuva extraordinária).


O problema de São Paulo é que parou faz tempo. Antes, o nível de congestionamento que autorizava voltar para casa era inferior a 100 quilômetros. Foi subindo, subindo, e hoje já está em 200, pouco mais, pouco menos.


Está próximo o momento (maldito) em que nem sair do trabalho os paulistanos sairão. Porque não conseguirão chegar.


E nos acostumaremos bovinamente, como ocorreu quando caíram sobre a cidade -e sobre nós- todas as ‘maldições’ anteriores.’


 


 


JOBS


Daniela Arrais


Após 6 meses, dono da Apple reaparece


‘A data de 9 de setembro de 2009 ficou marcada como o dia em que os constantes rumores sobre o retorno de Steve Jobs à Apple se tornaram realidade. O presidente-executivo da companhia subiu ao palco do Yerba Buena Center for the Arts, em San Francisco, para anunciar novas versões de serviços e de produtos, como o iPod Nano, que ganhou câmera de vídeo.


Cinco meses após passar por um transplante de fígado, que o deixou mais magro e abatido, Jobs, 54, voltou ao batente e foi ovacionado durante sua apresentação. ‘Agora tenho o fígado de um pessoa de 20 e poucos anos que morreu em um acidente de carro e foi generosa o suficiente para doar seus órgãos. Eu não estaria aqui sem generosidade. Assim, espero que todos nós sejamos tão generosos e optemos por ser doadores de órgãos.’


Segundo a Reuters, as ações da Apple subiram quase 2% depois da aparição de Jobs -a primeira em mais de seis meses.


Jobs anunciou novas versões de produtos, como o iPod Nano, que agora conta com uma câmera de vídeo e um microfone embutidos. O aparelho, apresentado como o ‘tocador de música mais popular do mundo’, com mais de 100 milhões de unidades vendidas, ganhou novas cores, como cinza, rosa e azul. Continua do mesmo tamanho, mas com tela maior, de 2,2 polegadas, e novas funções como rádio FM e pedômetro para contar os passos.


A Apple anunciou nova redução de preços do produto. A versão de 8 Gbytes passou a US$ 149, enquanto a de 16 Gbytes ficou em US$ 179.


Com 73,8% do mercado de música portátil, a Apple não se preocupou em fazer um grande anúncio para os demais iPods.. Apresentou, apenas, pequenas melhorias e redução de preço.


iTunes


Jobs também apresentou o iTunes 9. ‘Alcançamos mais de 100 milhões de contas de cartão de crédito cadastradas. Isso faz do iTunes uma das maiores lojas da internet’, disse.


A nova versão do iTunes tem novidades como o Genius Mixes, nova versão do programa que gera listas de músicas a partir da coleção do usuário e da biblioteca do iTunes.


Pelo novo iTunes, disponível para download na página www.itunes.com, é possível compartilhar sua lista de música com outros cinco computadores de uma mesma casa.


Jobs anunciou ainda o iTunes LP. ‘Muitos de nós aqui somos velhos o suficiente para comprar de fato discos de vinil.’ O objetivo do iTunes LP é resgatar a cultura do vinil, que incluía não apenas a música, mas a concepção completa dos artistas. Com o LP, é possível ouvir álbuns acompanhados de arte original na capa, fotos, entrevistas, letras e vídeos.


A sincronização de arquivos no iTunes também ficou mais inteligente, disse Jobs. Basta clicar em Apps para visualizar tudo o que está no iPod. Para organizar tudo, arrastar ícones.


Games


A Apple também investiu no iPod Touch como plataforma de games. Por ter mais funções que o iPod tradicional, como acesso à internet e game player, o Touch já vendeu 20 milhões de unidades. Executivos de estúdios como o Ubisoft e o Electronic Arts, anunciaram lançamentos, como o Riddim Ribbon e o Assassin’s Creed.


Com preços em torno de US$ 10, os games são fortes concorrentes dos consoles tradicionais, como Nintendo DS e Sony Play Station, afirmou Jobs.’


 


 


INTERNET


Folha de S. Paulo


‘Economist’ vai cobrar por seu conteúdo on-line


‘A revista britânica ‘The Economist’ passará a cobrar pelo seu conteúdo na internet, em uma medida similar à adotada pelo grupo de mídia americano News Corporation. A informação partiu de Yvonne Ossman, publisher da revista no Reino Inido. Atualmente, a ‘Economist’ dá acesso livre a parte de seu conteúdo no site.’


 


 


TELEVISÃO


Daniel Castro


‘Caminho’ bate recorde, mas fica atrás de ‘A Favorita’


‘Atual novela das oito, ‘Caminho das Índias’ tem batido recordes de audiência nos últimos dias, mas deverá fechar sua exibição, amanhã, como o pior desempenho da Globo às 21h desde ‘Esperança’ (2002).


Anteontem, a trama de Glória Perez marcou 53 pontos de média na Grande São Paulo. Isso não acontecia desde abril de 2006, com ‘Belíssima’.


Mas, na média acumulada desde o primeiro capítulo, ‘Caminho das Índias’ tinha até anteontem 38,6 pontos. A não ser que alcance hoje e amanhã números inimagináveis para o atual momento da Globo, a novela não repetirá sequer o desempenho de ‘A Favorita’, sua antecessora. A história de João Emanuel Carneiro, que decepcionou no Ibope, terminou com 39,5 pontos na Grande SP.


‘Esperança’, cujo autor, Benedito Ruy Barbosa, chegou a ser afastado, fechou com 38 pontos de média.


Desde a recordista ‘Senhora do Destino’, que registrou média de 50,5 pontos em 2005, as novelas das oito da Globo vêm perdendo audiência sucessivamente. De ‘Páginas da Vida’ (2006/07) para ‘Paraíso Tropical’ (2007), houve uma queda de quatro pontos -de 46,8 para 42,8. ‘Duas Caras’, antecessora de ‘A Favorita’, marcou 41,1.


A queda, em parte, se deve ao crescimento da Record. Mas o principal ‘inimigo’ das novelas das oito tem sido o desinteresse do público. O percentual de televisores ligados caiu de 68% em ‘Senhora do Destino’ para 65% em ‘Caminho das Índias’. E, entre as TVs ligadas, significativos percentuais (mais de cinco pontos) migraram para canais pagos e DVDs.


APURO 1


O ‘Repórter Brasil’, o ‘JN’ da TV Brasil, foi anteontem parcialmente transmitido da casa do jornalista Florestan Fernandes. É que, devido às chuvas, os estúdios da emissora em São Paulo ficaram sem energia elétrica.


APURO 2


Localizada na vila Leopoldina, às margens dos rios Tietê e Pinheiros, a filial da TV Brasil foi inundada na terça. As águas invadiram o térreo, onde fica a Redação. Equipamentos foram levados a um mezanino.


HUMILDADE


Depois que a audiência do telejornal desabou, a Record passou a fazer chamadas ao vivo para o ‘Jornal da Record’ no ‘Geraldo Brasil’ e ‘SP Record’.


COBRA CRIADA


Jandir Ferrari interpretará David Nasser na minissérie sobre Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, que a Globo começa a gravar segunda que vem. Estrela da revista ‘O Cruzeiro’, Nasser era também compositor. Ele se aliou a Herivelto Martins na guerra contra Dalva -via imprensa e músicas- quando o casamento acabou.


LENDAS


Na minissérie, Fernando Eiras fará Francisco Alves. E Fafy Siqueira, Dercy Gonçalves.


UPGRADE


Atualmente apresentando telejornal local no Rio, Luiz Bacci passará, a partir de sábado, a cobrir as folgas de Carlos Nascimento no ‘SBT Brasil’, uma vez por mês.’


 


 


Fernanda Ezabella


Em alta, vampiros são tema de mais uma série


‘É uma geleia geral de vampiros, com uma pitada colegial de ‘Dawson’s Creek’. A série ‘The Vampire Diaries’ estreia hoje nos Estados Unidos e deve chegar ao Brasil, pela Warner, entre outubro e novembro.


O clima de ‘déjà vu’ é difícil de evitar com a atual moda sanguessuga. Pipocam comparações como o seriado ‘True Blood’ ou o filme ‘Crepúsculo’, todos derivados de livros populares. ‘The Vampire Diaries’ é baseado na trilogia da escritora L.J. Smith, publicada em 1991, uma década antes das criações de Charlaine Harris (‘True Blood’) e Stephenie Meyer (‘Crepúsculo’).


‘Diários do Vampiro – O Despertar’, primeiro volume da série de Smith, saiu recentemente pela Record, e fãs brasileiros parecem ansiosos com a chegada do programa -criaram até sites para compilar notícias, fotos e curiosidades.


É possível ver no YouTube diversos trailers do novo seriado, que a revista ‘Entertainment Weekly’ avaliou de forma bastante positiva.


Mas a novidade vampiresca vem cercada de curiosidade também por outro motivo: é a volta do produtor e roteirista americano Kevin Williamson, justamente o criador de ‘Dawson’s Creek’, série de sucesso que foi ao ar entre 1998 e 2003, sobre adolescentes descobrindo a vida e os amores numa cidadezinha da costa dos EUA.


A mesma descrição poderia ser feita para ‘The Vampire Diaries’. Aqui, no entanto, o interesse amoroso da protagonista é um vampiro misterioso, que ela conhece no colégio, embora sem saber de início que ele é um imortal -o mesmo enredo também poderia ser aplicado a ‘Crepúsculo’, incluindo rixas de vampiros e mortes bizarras na vizinhança.


‘A premissa é a mesma -garota conhece vampiro- mas depois que passarmos esta premissa, vamos contar histórias sobre uma cidade pequena e sobre esse vampiro’, explicou Williamson, tentando se livrar das semelhanças.


A atriz Nina Dobrev faz a adolescente Elena Gilbert, que se encanta pelo novo aluno Stefan Salvatore (Paul Wesley). Mas Stefan tem um irmão do mal, Damon (Ian Somerhalder, o Boone de ‘Lost’), que não vai facilitar sua vida.


Entre ‘True Blood’ e ‘The Vampire Diaries’, temos duas garotas brancas, bonitas e populares, ambas órfãs e com uma melhor amiga negra. Difícil será ver cenas picantes de sexo de ‘True Blood’ em ‘The Vampire Diaries’, que parece ter mais uma pegada conservadora, como ‘Dawson’s Creek’.’


 


 


LIVROS


Sérgio Dávila


Penguin chega ao país ao lado da Cia. das Letras


‘Em 1935, ao voltar de uma visita à escritora Agatha Christie no interior da Inglaterra, o editor britânico Allen Lane procurou e não achou nas bancas da estação de trem um livro de qualidade para ler na viagem a Londres. Meses depois, saía o primeiro título da editora Penguin, criada por ele, que desde então se especializa em edições bem cuidadas de clássicos a preços acessíveis.


Hoje parte do império de publicação Pearson, com 1,5 mil títulos em seu catálogo de clássicos, R$ 2,7 bilhões de vendas em 2008 e presente em 15 países, o trem da Penguin faz sua próxima parada no Brasil. A editora britânica anunciou ontem em Nova York uma joint-venture com a brasileira Companhia das Letras, a primeira em língua portuguesa.


O novo selo, batizado Penguin Companhia Clássicos, lança seus primeiros títulos em 2010. Espera-se que no primeiro ano saiam 12 livros e que a média chegue a 24 -ou um a cada quinzena- nos anos seguintes, com picos de até quarenta títulos por ano. Serão edições com tiragem inicial de 5 mil exemplares e preços que variarão entre R$ 15 e R$ 35.


Encabeçam a lista inicial ‘O Príncipe’, de Nicolau Maquiavel, que ganha prefácio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um tucano no ninho de pinguins; ‘Memórias de Um Sargento de Milícias’, de Manuel Antônio de Almeida, com introdução e notas de José Murilo de Carvalho; ‘O Brasil Holandês’, organizado por Evaldo Cabral de Mello; e ‘Jorge Amado Essencial’.


O último, com seleção, introdução e notas de Alberto da Costa e Silva, será a versão brasileira da importante subcoleção ‘The Portable’, uma seleção do mais relevante na obra de um autor, que no Brasil se chamará ‘Essencial’.


Além disso, haverá o selo Penguin Companhia, com os clássicos em língua portuguesa que não estão no catálogo da Penguin Classics. Na edição dos dois selos estarão Matinas Suzuki Jr. e André Conti.


A junção das empresas serve a dois interesses. A Penguin procura entrar no mercado potencialmente imenso das economias emergentes e de língua não inglesa. Nos últimos anos, lançou iniciativas semelhantes na China, na Índia e na Coreia do Sul. Agora, chega ao Brasil.


‘O Brasil tem um potencial de crescimento enorme, com muitas oportunidades na área de livros de educação, por exemplo’, disse à Folha John Makinson, presidente e diretor-executivo da Penguin. ‘Faltava achar o parceiro certo, com o enfoque certo.’


Já a brasileira busca ampliar sua participação no mercado dos clássicos, fatia cobiçada pelas editoras pelo custo relativamente barato de produção das obras. ‘Nós sempre nos interessamos pelos chamados livros de permanência’, disse Luiz Schwarcz, fundador da Companhia das Letras.


Instado pela reportagem, Makinson confirma que o projeto da Penguin é expansionista e não deve parar no Brasil nem em formatos tradicionais. Envolve educação e mais presença em leitores eletrônicos como o Kindle, que ele chama de ‘frenemies’, junção das palavras ‘amigo’ e ‘inimigo’ em inglês. ‘Mas lentamente, sem comprometer a qualidade.’


Indagado sobre se não teme ser engolfado por tamanho gigante -o faturamento mundial da Penguin é igual ao faturamento de todo o mercado editorial brasileiro-, Schwarcz diz que não. ‘É uma operação conjunta, um diálogo real, de construir listas título a título.’’


 


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 10 de setembro de 2009 


 


ESTADÃO SOB CENSURA


Taís Gasparian


A demora que produz um dano irreparável


‘Se por um lado já é intolerável a repressão à atividade da imprensa, a demora na reforma de decisão que a institui produz dano irreparável. Caso a decisão que impede O Estado de S. Paulo de noticiar as informações de que dispõe não seja revogada em tempo hábil, se esvairá a atualidade do assunto, ou seja, na prática a decisão terá consequências irreversíveis. A natureza da atividade de imprensa impõe que a informação seja atual, sendo irreparável o dano que tolhe sua divulgação.


Decisões como a que está submetido O Estado de S. Paulo, que proíbem a divulgação de informações de relevante interesse público, são uma afronta à liberdade de expressão, que acabam por descaracterizá-la como uma das mais importantes liberdades civis. A demora no desfecho do caso, por sua vez, traz prejuízos a toda a coletividade, que fica impedida de obter informações de seu interesse.


A informação, para que seja útil à atividade da imprensa, deve gozar de atualidade, e assim atender ao interesse público e jornalístico que justificam e fundamentam a sua divulgação. O jornal, em decorrência de sua atividade, tem urgência na divulgação de matéria jornalística toda vez em que há atualidade e interesse público. No caso específico, o Senado Federal tem frequentado a mídia de todo o País justamente em razão das suspeitas de diversas irregularidades que teriam sido praticadas naquela Casa Legislativa, configurando-se, portanto, mais do que atual e legítima a iniciativa do jornal em divulgar as informações que possui.


Para muito além do interesse particular do veículo de imprensa em divulgar a informação, há também que se considerar o interesse da coletividade em ser informada, que se beneficia não apenas pelo acúmulo de conhecimento, mas sobretudo pelo poder de fiscalização que deve exercer sobre atos que digam respeito à moralidade da administração pública e ao erário. Nesse sentido, veja-se que nos termos do permissivo constitucional contido no inciso LXXIII do artigo 5º, todo e qualquer cidadão tem direito a pleitear, mediante ação popular, a anulação de qualquer ato lesivo à moralidade administrativa ou ao patrimônio público. Assim, mostra-se relevante e urgente o conhecimento das informações de que dispõe a imprensa para fins, inclusive, de eventual contestação por qualquer cidadão.


O argumento de que a Constituição Federal protege a privacidade do mesmo modo que protege a liberdade de expressão não pode fazer com que aquela se sobreponha a esta. Quando há interesse público na notícia, quando as pessoas a que se refere a notícia são agentes públicos ou ainda quando a atualidade do assunto impõe que a notícia seja divulgada, não há dúvida de que a liberdade de imprensa deve prevalecer. E, ainda que não se concorde com essa tese, há de se convir que, quando há confronto constitucional entre um direito que diz respeito à coletividade e outro que diz respeito a uma pessoa, a opção necessariamente deve pender para aquela.


Nos casos de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas, o remédio constitucionalmente previsto é a reparação pelo dano material ou moral decorrente da atividade de imprensa.. Em nenhuma hipótese é admitida, na ordem jurídica vigente, a imposição de cerceamentos, restrições ou censura, de qualquer espécie. Na voz de vários dos ministros integrantes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, a liberdade de expressão é princípio constitucional que não pode ser afastado por decisão judicial. O embaraço imposto pela decisão que impinge ao Estado uma constrição ao exercício da atividade de imprensa é ilegal, inconstitucional e irreversível.


*Taís Gasparian é sócia do escritório Rodrigues Barbosa, MacDowell de Figueiredo, Gasparian Advogados, que advoga para o jornal Folha de S.Paulo’


Liminar do Tribunal de Justiça do DF em ação movida por Fernando Sarney proíbe o jornal de publicar dados sobre a investigação da PF acerca de negócios do empresário, evitando assim que o ‘Estado’ divulgue reportagens já apuradas sobre o caso’


 


 


Sarney aprova voto contra censura à mídia, da Venezuela


‘Em votação simbólica, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aprovou no plenário um voto de censura contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, repelindo as supostas medidas antidemocráticas, entre elas a limitação à liberdade de imprensa.


Há quase um mês, o presidente venezuelano determinou o fechamento de 34 emissoras de rádio e negou renovação de licença à RCTV, a mais antiga emissora de TV do País. Chávez decretou também punição aos jornalistas responsáveis pelo que ele chamou de ‘crimes midiáticos’.


O anúncio das medidas coincidiu com a invasão da TV Globovision, que veicula notícias contra Chávez. A invasão e depredação da TV foi organizada por membros do partido Unidade Popular Venezuelana (UPV), de apoio radical a Chávez.


Há 41 dias o Estado está sob censura em ação movida por Fernando Sarney, filho do presidente do Senado.’


 


 


DISPUTA POLÍTICA


Efe


Partido usa Chapolin em propaganda no Paraguai


‘O principal personagem do programa infantil mexicano Chapolin Colorado tornou-se esta semana o centro de uma disputa política no Paraguai. O problema começou quando o opositor Partido Colorado – que perdeu as eleições presidenciais do ano passado após 61 anos no poder – resolveu espalhar pelas ruas de Assunção cartazes políticos no qual aparecem o símbolo do partido e uma caricatura do Chapolin.


‘Sempre poderá nos defender’, dizia o texto do cartaz, em referência a um bordão do programa. Não demorou muito para outros grupos políticos chiarem. E logo a fundação que representa os direitos do humorista Roberto Gómez Bolaños, criador e intérprete do personagem, ameaçou abrir um processo pelo uso indevido de sua imagem.


‘Estamos avaliando as medidas legais (que podem ser tomadas) para assegurar que a imagem do Chapolin Colorado não seja usada com uma conotação política’, afirmou, em entrevista à imprensa paraguaia, o representante da Fundação Roberto Gómez Bolaños, Jorge Luis Arnau.


Na dúvida, os cartazes começaram a ser recolhidos ontem à tarde. A senadora Lilian Samaniego, presidente do Partido Colorado, admitiu que não pediu autorização para usar a imagem do Chapolin, mas tentou se justificar. ‘Nossa intenção não era lucrar com isso’, disse Samaniego.


Chapolin e Cháves, outro personagem de Bolaños, por muitos anos fizeram parte do imaginário infantil em toda a América Latina. O presidente boliviano, Evo Morales, também os cita com alguma frequência em seus discursos. ‘Não haverá Chapolin Colorado para resolver os problemas da Bolívia’, costuma dizer Evo.’


 


 


APPLE


Reuters


Steve Jobs volta aos holofotes


‘Um Steve Jobs bem mais magro voltou ontem aos holofotes, pela primeira vez em mais de seis meses, ao revelar novos iPods em evento da Apple, recebendo aplausos do público.


As ações da Apple, no entanto, caíram após atingirem seu nível mais alto em um ano, com alguns analistas tendo observado o quão magro estava o presidente executivo da companhia, de 54 anos.


Vestindo seus típicos jeans e camiseta preta, Steve Jobs subiu ao palco e agradeceu a todos da comunidade Apple por seu apoio. Foi a primeira vez que apareceu em público desde que voltou ao trabalho em junho, após seis meses de licença médica, durante a qual o carismático ‘showman’ do mundo corporativo passou por um transplante de fígado.


‘Agora tenho o fígado de uma pessoa de 20 e poucos anos que morreu em um acidente de carro e foi generosa o suficiente para doar seus órgãos. Eu não estaria aqui se não fosse por essa generosidade’, disse Jobs ao público, emocionado e incitando que todos se tornem doadores de órgãos. As ações da Apple inicialmente subiram 1%, mas depois inverteram o rumo e fecharam com queda de 1,03% na Bolsa de Nova York.


BASTÃO


‘Tenho certeza que essa aparência tão frágil (de Jobs) – o cara passou pela cirurgia mais grave que se pode passar – não ajudou as coisas, mas acho que as pessoas já aceitaram que o bastão será passado para outro, é só uma questão de quando acontecerá’, disse o diretor administrativo de negociação de ações dos EUA da Canaccord Adams, Dave Rovelli.


Jobs, que sobreviveu a um câncer de pâncreas há alguns anos, começou o evento de ontem anunciando a nova versão da loja de mídia online da Apple, a iTunes, e a atualização do software do iPhone, o telefone ‘inteligente’ da companhia.


O executivo então revelou as novas ferramentas e cores do tocador de música digital iPod, incluindo o novo iPod nano com câmera de vídeo. Além disso, anunciou cortes nos preços de outros modelos para a temporada de festas de fim de ano, estratégia crucial para as vendas de eletrônicos.


Analistas esperavam que a aparição de Jobs impulsionasse as ações da Apple. Os papéis da empresa chegaram a subir durante a tarde para US$ 174,47, seu nível mais alto desde 28 de agosto de 2008. Mas a alta não se sustentou.’


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


A Toscana é logo ali


‘Conhecido por ambientar suas novelas em São Paulo, Silvio de Abreu escolheu a Toscana para dividir o pano de fundo de Passione, sucessora de Viver a Vida, que estreia na faixa das 9 da Globo em 2010. Não, a Itália não enfeitará somente os capítulos iniciais do folhetim. Segundo o autor, a Toscana será palco de muita história na trama, assim como o Ceasa e os bairros do Tatuapé e Jardim Europa, que terão núcleos importantes na novela. Até uma Toscana cenográfica deve ser providenciada no Projac, em Jacarepaguá.


Com estreia prevista para abril, Passione começa a ser gravada em janeiro na Itália, em locações em Florença, Siena, Lucca, além de cidades pequenas das regiões de Chianti e Maremma.


Já reservados para o elenco da trama estão: Débora Falabella, Rodrigo Lombardi, Alessandra Negrini, Aracy Balabanian, Cleide Yáconis, Marcello Antony, Sérgio Brito, Mariana Ximenes, Cauã Reymond, Tony Ramos, Marcelo Médici, Reynaldo Gianecchini e Fernanda Montenegro.


‘Claudia Raia não vai estar, olha que novidade’, brinca Silvio de Abreu, sobre a atriz que está sempre em seus folhetins.’


 


 


LIVROS


Ubiratan Brasil


Bienal oferece espaços distintos


‘O desafio começa a ser enfrentado hoje, quando os pavilhões do Riocentro, no Rio de Janeiro, estarão abertos para receber cerca de 600 mil pessoas até o dia 20. Nesse período, ocorre a 14ª Bienal Internacional do Livro, o maior evento literário do Brasil, que contará com um total de 67 sessões de debates e 84 apresentações voltadas para o público infanto-juvenil. Uma programação cuidadosamente preparada para preservar uma fórmula ameaçada de extinção – com a profusão de festivais literários pelo País, a maioria em formatos reduzidos e buscando a intimidade entre leitores e escritores, a bienal, antes dominante na divulgação da literatura, perdeu suas características e quase se transformou em uma imensa livraria, desprovida do necessário calor humano exigido pelos leitores.


‘Nosso objetivo é renovar os antigos formatos, dar qualidade aos debates e, principalmente, segmentar as atrações conforme os diferentes públicos que vão frequentar a Bienal’, explica Roberto Feith, presidente da editora Objetiva e vice do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), entidade que organiza a Bienal ao lado da Fagga Eventos. ‘A Bienal quer consolidar sua tradição de formadora de leitores’, completa Sonia Machado Jardim, que preside a Snel.


Assim, de olho tanto no público mais exigente, habituado a eventos como a Festa Literária Internacional de Paraty, como aquele cuja presença cresce no mercado editorial, notadamente das classes C e D, por conta da evolução econômica, os organizadores preparam atividades variadas. Para o leitor mais acostumado com o mundo literário, o Café Literário – espaço destinado a encontros de estilos e gerações – vai apresentar desde autores de uma literatura mais popular (como Bernard Cornwell) até a mais refinada (David Grossman). A intenção é promover debates entre brasileiros e estrangeiros, o que ocorre quando Daniel Piza, editor executivo do Estado, encontrar-se com o americano David Grann, no sábado.


Uma novidade é o espaço Mulher e Ponto. Inspirado no Café Literário, será o ponto de encontro de discussões especificamente femininas – ‘troca de experiências’, no entender da curadora Sonia Biondo. Já crianças e adolescentes, sempre afeitos a novidades tecnológicas, serão brindados com o espaço Floresta de Livros, no qual as árvores ‘falam’, as copas formam palavras e telas de LCD reproduzem o Livro Mágico, cujas páginas podem ser folheadas.


Tantas novidades resultaram em um orçamento de R$ 24 milhões (R$ 4 milhões a mais que 2007), dos quais R$ 1,7 milhão investido só na programação cultural.’


 


 


 


 


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