Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Nelson de Sá

‘É num ambiente de boa vontade política que Lula desce em Nova York na terça.

Sobre Haiti, o representante americano na ONU, segundo a agência AP, disse que seu governo se sentiu ‘muito encorajado’ pela ‘suave transição’ do comando militar para o Brasil.

Sobre Venezuela, a Voz da América noticiou que o Brasil apóia a presença de observadores estrangeiros no plebiscito.

Até sobre Israel: o site Globes deu que o Brasil pediu a liberação de vôos comerciais diretos.

E tem a embaixadora Donna Hrinak, que esteve no Congresso, segundo a TV Senado, falou com Suplicy, Tasso Jereissati -e elogiou o ‘diálogo franco até quando discordávamos’.

Mas que Lula não espere boa vontade econômica.

O ‘New York Times’ de ontem destacou a condenação dos subsídios ao algodão, ‘um marco’. Enquanto o Itamaraty se dizia ‘muito satisfeito’, um porta-voz americano reagia:

– Vamos defender nossos interesses de todas as formas. Não temos nenhuma intenção de desarmar unilateralmente.

E o ‘Miami Herald’ deu ontem que os produtores de camarão estão na expectativa da decisão do Departamento de Comércio dos EUA, nas ações contra o suposto ‘dumping’ praticado por Brasil, China e Índia.

Para o ‘Wall Street Journal’, em resumo, ‘o domínio dos EUA na agricultura mundial está sob ataque de rivais que atingem um pilar do poderio americano: exportação de alimentos’. Cita Brasil, Índia e China.

Mas nem tudo é conflito.

O ‘Chicago Tribune’ deu ao longo da semana uma série de reportagens com americanos que se mudaram para o Centro-Oeste. O enviado andou por Mato Grosso, oeste da Bahia etc.

Ouviu americanos vindos de Illinois, Indiana, Virgina, atraídos -e satisfeitos- pela miséria que se paga no Brasil por terra e mão-de-obra.

Dos empresários latino-americanos, 42% querem Miami como ‘capital da Alca’, diz o ‘Miami Herald’. São Paulo está em segundo, com 16%. Mas São Paulo, sublinha o jornal, nem se candidatou. Miami, sim.

A ‘surpresa’ foi a ‘falta de entusiasmo’ com a Alca. A ‘maior oportunidade’, para 71%, está no acordo Mercosul/Europa. Para 52%, na Alca. Para 18%, num Mercosul ampliado.

De olho

A ‘Variety’, que cobre a indústria do espetáculo, deu que Silvio Santos pode estar vendendo parte do SBT para a mexicana Televisa. Do título:

– Televisa de olho no Brasil.

A ‘Veja’ afirma que tudo não passou de ‘uma piada’ do apresentador e empresário, ‘no meio de um programa’.

Sobrevôo

A Globo se voltou ontem para Pernambuco e Paraíba, com chuva, barragem rompida -e por fim o desabamento de uma escola. O ministro Ciro Gomes sobrevoou, segundo a Agência Nordeste, e prometeu mundos e fundos em nome de Lula:

– Vamos restaurar em 100% os prejuízos. Todas as famílias serão socorridas. Quem perdeu casa vai receber casa.

Vantagem

A febre aftosa foi destaque ontem nos argentinos ‘Clarín’ e ‘La Nacion’, com pelo menos um título comemorando:

– Brasil perde mercados e Argentina se beneficia.

Lá e cá

Não vão bem as relações de brasileiros e argentinos. Por aqui, o setor calçadista já está em campo, nos jornais, para manter a exportação sem limites para a Argentina.

Lá, a União Industrial Argentina vai ‘atacar novamente o seu alvo favorito: o Brasil’. Segundo o ‘La Nacion’, a UIA convocou protesto para quarta, contra dez anos de Mercosul em que ‘os argentinos cederam mais mercado que o Brasil’.

E são todos, como se sabe, grandes parceiros.

EM CAMPANHA

O site Adital, criado por Frei Betto, arriscava dias atrás que Cisneros ‘é o candidato dos EUA contra Hugo Chávez’, se o plebiscito confirmar novas eleições na Venezuela.

O empresário esteve no Brasil para lançar livro -e suas emissoras cobriram com entusiasmo. Para a Venevisión, o lançamento foi na ‘imponente e dinâmica cidade de São Paulo’. A Univisión, sediada nos EUA, noticiou que ‘Gustavo Cisneros quer converter o Brasil num tigre asiático’. E ele próprio disse: ‘Laços profundos de admiração e afeto me unem a este grande país’.

Mais dele, na Folha:

– Lula quer expandir a economia a um ritmo de 8% ao ano para criar empregos. Com Hugo Chávez, a Venezuela ficou estagnada.

Candidato ou não, ele quer a simpatia do Brasil.

ICEBERG Charge na web mostra Bill Gates, da Microsoft, dizendo que é o ‘rei do mundo’, mas um assessor vê perigo à frente, com os pingüins da Linux

PINGÜIM NO CAMINHO

O jogo entre governo e Microsoft ficou mais pesado, na semana. O site Carta Maior, no UOL, e o ‘Valor’ deram que ‘a empresa de Bill Gates pediu explicações ao funcionário do governo’ que cuida do programa de software livre. Ele teria difamado a Microsoft. O governo nem respondeu, diziam ontem sites sobre internet.

Para piorar, anteontem a Microsoft perdeu contrato em Munique, Alemanha, com a troca do Windows pelo software gratuito Linux. Foi destaque até na Fox News.’

***

‘Reforma corporativa’, copyright Folha de S. Paulo, 18/06/04

‘Os dois principais jornais econômicos do exterior, ‘Financial Times’ e ‘Wall Street Journal’, traziam ontem reportagens nada simpáticas às empresas brasileiras. Do título do ‘FT’, que foi traduzido e destacado também na home do UOL:

– Empresas do Brasil têm que melhorar administração.

Segundo o Instituto de Finanças Internacionais, entidade baseada em Washington (EUA), ‘com exceção de um punhado de empresas de nível mundial, as companhias brasileiras carecem de suficientes transparência, garantias jurídicas e controle independente para atrair investimentos’. E comentou o jornal:

– Enquanto os executivos cul- pam as altas taxas de juros por muitos dos seus problemas, o relatório do instituto diz que muitos deles fazem pouco para reduzir o risco de crédito.

Para o ‘WSJ’, o relatório mostra que ‘as empresas brasileiras precisam melhorar suas práticas corporativas antes que o mercado local de ações possa verdadeiramente se desenvolver’.

Entre os países emergentes, o Brasil estaria na rabeira, quanto à ‘reforma corporativa’.

Do diretor de análises econômicas do instituto, para a Reuters, em despacho reproduzido no site da ‘Forbes’ e outros:

– Há mais confusão no Brasil do que em qualquer outro país que nós analisamos.

Diário da China

Nunca se sabe, nessa história, mas podem ser boas notícias.

A agência Bloomberg deu que o preço da soja na bolsa de Chicago ‘subiu depois de indicações de que a China pode retirar o banimento da maior parte das importações do Brasil’. O site do ‘Valor’ foi na mesma linha.

Uma declaração do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em Pequim, seria uma das ‘indicações’. Ele disse, segundo a Bloomberg:

– Os dois lados podem lidar com a questão com calma e resolvê-la por meio de negociações amigáveis.

CHINA FASHION O ‘Diário do Povo’, jornal chinês, deu reportagem e várias fotos sobre o desfile de modelos chinesas na São Paulo Fashion Week, com criações do estilista chinês Hu Xiaodan

CAPACETES AZUIS O Congresso argentino aprovou o envio de tropas ao Haiti, destacaram jornais locais e a CNN em espanhol. A oposição resistiu, falando em apoio a ‘um virtual golpe de Estado dos EUA’. O ministro da Defesa apareceu na CNN para defender o envio. Além de Brasil e Argentina, segundo o ‘La Nacion’, Chile e Uruguai enviarão tropas a pedido da ONU, ‘pela primeira vez na história’.

Mais uma chance

O Jornal da Band entrou direto do plenário do Senado, no meio da transmissão. O Jornal Nacional esperou pelo intervalo da novela. E uma impassível Fátima Bernardes noticiou a derrota do governo registrando que ele tem ‘nova chance’, de volta à Câmara.

De bate-pronto 1

Franklin Martins, no JN:

– O governo perdeu feio [com votos contrários do PT, PL etc.]. Algumas coisa está errada. Quem é governo ou vota com o governo ou então sai do governo.

De bate-pronto 2

Boris Casoy, na Record:

– O desgaste do governo é brutal. É uma demonstração de fraqueza da base governista. Tudo indica que o PT e o governo vão aprofundar sua crise política.

De bate-pronto 3

Ricardo Noblat, no blog:

– Nem Aldo Rebelo nem José Dirceu perderão pontos junto a Lula. Ele sabe que os dois fizeram tudo que podiam. Não quer dizer que o episódio deixará de ser usado por partidários de um e outro para desgastar um e outro.

Basta

Na reta final, ontem, João Paulo, o presidente da Câmara, deu longa entrevista ao ‘Correio Braziliense’ e pediu que Lula dê ‘um basta’ às disputas palacianas.

O gerente

Mas José Dirceu parecia dar atenção à nova função gerencial. Segundo Luis Nassif, na Folha, ele vai em julho conhecer as idéias do Movimento Gaúcho de Qualidade, o mesmo que ‘virou a cabeça de Luiz Carlos Mendonça de Barros, quando era ministro’.

Mas antes, diz Nassif, é preciso ‘parar com essa autofagia’.

Bilhete e passe

A campanha eleitoral continua. O impacto do bilhete único, em São Paulo, já provoca reação.

O governo paulista, como noticiou a rádio Bandeirantes, lançou o ‘metropass’ e aproveitou para criticar o bilhete da prefeita.

Remédios

A Farmácia Popular também teve troco. José Serra surgiu em comercial, dizendo de sua maior bandeira eleitoral, os genéricos:

– O Brasil mudou o mercado global de produtos farmacêuticos.’

***

‘Toda Mídia’, copyright Folha de S. Paulo, 16/06/04

‘Kerry e o Brasil

Andres Oppenheimer, do ‘Miami Herald’ e da CNN em espanhol, ouviu John Kerry sobre a América Latina.

O presidenciável democrata ainda não delineou sua política para a região, mas disse que vai ‘dar muito mais atenção do que o presidente Bush’.

Vai mesmo ou é só para ganhar votos hispânicos em outubro?, perguntou-se Oppenheimer. Uma declaração de Kerry, que se concentrou todo em Bush:

– Eu nunca vi administração menos focada, menos envolvida, menos diretamente proativa em relação à região. Quero dizer, o desengajamento é incrível.

Mais Kerry contra Bush:

– Em se tratando de Argentina ou Brasil ou a crise venezuelana, a administração não é respeitada nos círculos profissionais como tendo uma política séria.

O que não quer dizer que Kerry vá ter, se eleito. Oppenheimer cita alguns ‘testes reais’:

– Se ele escolher um vice com ligações fortes com a comunidade hispânica ou a América Latina, como Bill Richardson.

– Se ele propuser um acordo especial, no qual os países da América do Sul seriam imunes às pressões protecionistas de seus apoiadores nos sindicatos.

– Se propuser elevar a função do enviado dos EUA à América Latina ao nível ministerial.

Do contrário, diz Oppenheimer, serão ‘palabras al viento’.

Kenneth Maxwell, brasilianista, também falou de Kerry e o Brasil, em entrevista a Pedro Doria, do site Nomínimo. Maxwell:

– As pessoas reclamam que os EUA não dão atenção à América Latina, o que é verdade, mas há uma vantagem: o Brasil tem tido espaço para agir de formas muito inovadoras no cenário mundial. O caso do algodão foi importante. E houve o acordo relacionado à laranja. O Brasil não costumava conseguir essas vitórias. São parte do aumento da importância do país como ator internacional.

Segundo Maxwell, ‘esse grupo que Celso Amorim organizou é eficiente. É um novo fenômeno, o de países em desenvolvimento agindo em conjunto’. À pergunta sobre qual é melhor para o Brasil, Kerry ou Bush, disse:

– Não sei se haverá diferença. Bush se mostrou um presidente vinculado a interesses de grandes empresas. Kerry não será muito diferente. Principalmente se vier a vencer com apoio de Pensilvânia e Iowa, onde sindicatos são fortes, ele será um protecionista.

GRANDES LICITAÇÕES

A Microsoft Brasil questionou o governo brasileiro por privilegiar o software grátis Linux, dias atrás. Anteontem, em reportagens do ‘Wall Street Journal’ e do ‘New York Times’, a IBM, pelo contrário, anunciou um ‘grande programa no Brasil para a venda de sistemas baseados em Linux’. A IBM, que já tem entre seus clientes a Casas Bahia, vai atrás de ‘grandes bancos e entidades governamentais’. É o primeiro passo de um amplo esforço que visa mercados emergentes, ‘incluindo China, Índia e Rússia’.

E ontem a ‘Gazeta Mercantil’ deu que há ‘expectativa’, no setor, ‘de grandes licitações do governo federal para equipamentos e softwares’ no segundo semestre, em áreas como Previdência Social e Correios.

O trem anda

A conversa da locomotiva está de volta. Da manchete do UOL, com dados do IBGE:

– São Paulo puxa crescimento da produção industrial no país.

E o detalhe, na Globo On Line, de que ‘o Rio foi o único a ter um desempenho negativo’.

Em campanha

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi parar num CEU, a marca eleitoral de Marta Suplicy, como se viu na Record, na Band. Mas Lula fez mais, declarando, no registro da Globo On Line:

– Aqui em São Paulo estamos vencendo com trabalho e com perseverança o desafio de dar a todos condições dignas de vida. A cidade recuperou a auto-estima.

E por aí foi, ao lado de Marta.

‘Lula lá’

Segundo ‘O Globo’, Fernando Collor fez uma palestra sobre ‘marketing político’ para 1.500 pessoas, em Natal (RN).

Disse que, na campanha de 89, muitas vezes se pegou ‘cantando o jingle de Lula no banho’.

Promessas

O Jornal da Band vem cobrindo uma outra campanha eleitoral, na Fiesp. O tom é semelhante, com perguntas como ‘o que faria para criar emprego’. E os candidatos ‘prometem criar empregos’.

R$ 1 bi

A Globo já cobre o ‘buzz’, mas a ‘Gazeta Mercantil’ vê outro destaque na São Paulo Fashion Week, que começa hoje.

As vendas devem chegar a R$ 1 bilhão. Estão sendo esperados até ‘20 compradores estrangeiros, representantes de empresas de Mônaco, Dubai, Austrália’.

Soja, o pânico

Dissemina-se o pânico, no caso da soja contaminada.

O ministro Roberto Rodrigues anunciou e adiou, na Globo, uma viagem de técnicos à China.

O governador do Rio Grande do Sul saiu declarando ao ‘Correio do Povo’ e ao ‘Zero Hora’ que também vai para a China.

Até o ministro Luiz Furlan saiu a campo, na Globo News, para tentar acalmar os temores.’



FSP RECONHECE ERRO
Folha de S. Paulo

‘Dados sobre escravidão estavam errados’, copyright Folha de S. Paulo, 18/06/04

‘A Folha errou ao afirmar que, para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), há mais de meio milhão de crianças escravizadas ou trabalhando em condições semelhantes à de escravo no Brasil. A informação foi publicada no dia 11 de junho, na manchete (Primeira Página) e na reportagem ‘Servidão afeta 10 milhões de crianças’ (Mundo, pág. A11).

Falhas de apuração da Folha, má interpretação por parte de uma agência internacional de notícias e imprecisões nos informes da OIT à imprensa contribuíram para a publicação equivocada.

De acordo com relatório da OIT, agência da ONU, o número de 559 mil, destacado na manchete, refere-se a crianças e adolescentes com menos de 18 anos que exercem trabalho doméstico – não necessariamente escravo ou similar à escravidão.

Mesmo esse número, porém, está desatualizado, segundo o IBGE. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2002 mostra que o Brasil tem 482 mil menores empregados em serviços domésticos. Em entrevista ontem à Folha, a OIT disse que, ‘dados o caráter oculto do fenômeno e a extrema dificuldade em monitorar as reais condições de trabalho e moradia, nunca podemos afirmar com alguma certeza se, entre essas crianças no Brasil, uma parte vive em condições similares à escravidão’.

A OIT acrescenta que, ‘nas pesquisas e rápidas sondagens feitas no Brasil, nunca identificamos casos de escravidão infantil, mas, sim, de crianças sob exploração, algumas trabalhando em condições arriscadas’.

Na reportagem do dia 11, também está errada a informação de que ‘cerca de 10 milhões de crianças em todo o mundo trabalham em condições semelhantes à de escravos’. Na verdade, é uma estimativa do número de menores de 18 anos que estão envolvidos em serviços domésticos.

A reportagem foi feita com base no relatório da OIT, em ‘release’ (texto de divulgação feito para jornalistas) da própria entidade e em nota produzida pela agência de notícias americana Associated Press (AP).

O ‘release’ é impreciso e pode levar a uma interpretação errada sobre o que a OIT considera trabalho doméstico infantil. O texto diz que cerca de 10 milhões de crianças estão submetidas a ‘formas ocultas de exploração, freqüentemente envolvendo maus-tratos, riscos à saúde e violência’.

A notícia de que 10 milhões trabalhariam em condição similar à escravidão foi reproduzida da agência AP -jornais no Brasil e no mundo publicaram os dados errados fornecidos pela AP.

Ouvido pela Folha, o repórter da AP que produziu o texto, Jonathan Fowler, disse que o número de 10 milhões foi citado na conferência de imprensa que lançou o estudo, em Genebra.

A OIT confirmou ontem a estimativa de 10 milhões para o total de menores em trabalho doméstico no mundo, mas negou que todos possam ser enquadrados na categoria ‘similar à escravidão’: ‘Não é verdade que todos residam e trabalhem em condições similares à escravidão’.

Os pesquisadores de Genebra acrescentaram que, na coletiva, em 10 de junho, dois dos autores do relatório (Frans Roselaers e June Kane) deixaram clara a não-coincidência.’



FSP CONTESTADA
Painel do Leitor, Folha de S. Paulo

‘Cartas de Leitores’, copyright Folha de S. Paulo

’21/06/04

Plano municipal

‘Solicito a gentileza de que os leitores sejam esclarecidos sobre os equívocos publicados na coluna de Barbara Gancia de 11/6 (‘Você já foi apresentado ao Plano Diretor?’, Cotidiano) diante do evidente desconhecimento em relação ao Plano Diretor Estratégico, transformado em lei em setembro de 2002. O que está em pauta são os Planos Regionais, desdobramento daquela lei para as 31 subprefeituras e que respeita as características de cada região do município. O projeto de lei que se discute na Câmara dos Vereadores é resultado do trabalho dos técnicos da prefeitura e das aspirações dos moradores de cada uma dessas áreas da cidade. Portanto não se pode aceitar a informação de que os Planos Regionais ‘estão sendo discutidos sem que a população se interesse ou tome conhecimento das propostas apresentadas’ nem que neles há mudanças radicais envolvendo restaurantes, bares, casas de shows e casas noturnas, pois esses estabelecimentos poderão funcionar nas vias estruturais e nas centralidades de cada bairro (que é onde eles já funcionam), as quais estão bem definidas nos respectivos Planos Regionais.’ Wilson Roberto Santos, assessoria de comunicação e imprensa da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano (São Paulo, SP)



18/06/04

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), gestor do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), gostaria de esclarecer alguns pontos em relação à reportagem ‘Após atrasos, programa terá mais recursos’ (Brasil, pág. A4, 16/6). A informação de que há previsão de ampliação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) para 1,2 milhão de atendimentos, que consta do texto, não procede. Como informa a reportagem, o ministério ainda está definindo os números para anunciar a expansão.’ Guto Pires, coordenador da assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Luciana Constantino – A previsão de chegar a 1,2 milhão de atendimentos foi feita pelo ministro Nilmário Miranda em entrevista a esta Folha em fevereiro.

Salário mínimo

‘Vicejam, neste momento de discussão sobre o salário mínimo, políticos bem conhecidos por seus discursos de cunho demagógico e populismo entediante, pugnando por um salário mínimo superior ao que o governo pode dar. Melhor serviço prestariam esses parlamentares se exercitassem suas inteligências para reduzir a inflação, o preço da cesta básica, do arroz, do feijão, do ovo, do leite, da batata, dos combustíveis e dos escorchantes juros cobrados pelos bancos. Poderiam pensar em diminuir os seus polpudos salários e retirar destes o ofensivo ‘auxílio-paletó’. Poderiam até pensar em diminuir o contingente de representantes na Câmara e no Senado, até porque o povo está à espera de qualidade, e não de quantidade.’ José Roberto de Paiva (São Paulo, SP)



17/06/04

Prefeitura

‘A reportagem ‘Marta entregará 25% das bases previstas’ (Cotidiano, 14/6) traz equívocos. No início da atual administração, existiam na cidade duas bases comunitárias da Guarda Civil Metropolitana. Com a criação da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, em julho de 2002, 33 bases comunitárias foram instaladas e estão em funcionamento. Das 35 bases existentes, 18 estão em CEUs e 17 estão em centros de bairro. A maior parte está em bairros periféricos e com altos índices de criminalidade, como Campo Limpo, citado no texto como não tendo sido contemplado com uma base comunitária, ao lado de Vila Mariana, onde também há base da GCM. Outras sete bases estão em construção e serão entregues ainda neste ano em bairros periféricos. Somadas às outras seis bases previstas no Orçamento Participativo (Ermelino Matarazzo, Itaquera, Jabaquara, Mooca, Perus e Butantã), no final desta gestão estarão em funcionamento 48 bases, 18 a mais do que a previsão inicial -que era de 30. É importante ressaltar que as bases funcionam 24 horas, diferentemente do que acontece com as bases móveis da Polícia Militar. No processo de ranqueamento das bases comunitárias definidas pelo Orçamento Participativo, o critério utilizado não foi apenas os indicadores de criminalidade, mas a carência de equipamentos da GCM na região. É preciso esclarecer também que as bases comunitárias, diferentemente do afirmado na reportagem, não são o ‘centro de comando das operações da guarda na região’, mas, sim, as 31 inspetorias regionais. As bases são mais um recurso do policiamento preventivo, inibidor de conduta delitiva. Em relação às sete bases no centro da cidade, é preciso ressaltar que elas compõem uma das políticas municipais de requalificação da região central, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que se tem mostrado um exemplo de política preventiva.’ Benedito Domingos Mariano, secretário municipal de Segurança Urbana de São Paulo (São Paulo, SP)

Nota da Redação – Leia abaixo a seção ‘Erramos’.’