Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Nelson de Sá

‘O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, cujo candidato enfrenta um petista no Recife, reclamou da presença de Lula. Dele, no site Agência Nordeste:

– O presidente está vindo nos últimos dias que antecedem o primeiro turno. Então, resolvi deixá-lo à vontade com os seus correligionários.

Nem foi recebê-lo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também reclamou, ontem. Dele, segundo a Globo On Line:

– Não há problema no fato de declarar apoio a um candidato. Fazer isso pelo horário eleitoral é normal. O que não é bom para o Brasil é misturar o público com o privado.

Para Alckmin, foi o que fez Lula, ao pedir votos na inauguração. E disse mais:

– Você nunca vai ver o governador aqui, num evento com obra paga por dinheiro público, dizer ‘vote em fulano’.

Os dois governadores nem precisavam questionar os acessos eleitorais de Lula.

Foi o tempo, primeiro, que tratou de expor a inauguração na Radial Leste, em São Paulo. Depois de semanas, choveu demais e veio enchente.

Ontem, lia-se na internet da manifestação dos moradores, queimando pneus. Um deles disse que foi a primeira vez, em décadas, que ‘o barro e a água’ invadiram sua casa.

Segundo, em Pernambuco o próprio Lula expôs a ação eleitoreira, posando com seu candidato, tijolo na mão, um acintoso pedreiro de mentirinha.

A Globo fez um registro mínimo sobre Lula, aliás negativo, no SPTV de anteontem:

– Lula inaugurou a obra e, apesar de ter dito que não participaria da campanha, pediu voto para Marta Suplicy.

Destaque para o discurso inusitadamente populista de Lula, só nos sites do governo, partido e campanha -e alguns outros, próximos do petismo.

Foi a largada, pelo jeito. Para hoje, segundo a Folha On Line, está programado o ministro da Educação, Tarso Genro.

Ele e Marta ‘vistoriam obras da Faculdade de Saúde Pública, na zona leste’. É de esperar mais governo pela frente.

UM CINEASTA EM HOLLYWOOD

Começou com uma entrevista à revista do ‘New York Times’ o lançamento de ‘Diários de Motocicleta’ nos EUA, onde estréia amanhã. Pelo especial que anuncia a hollywoodiana ‘Variety’ e pela entrevista, a cobertura americana se dedicará menos ao ícone Che Guevara do que ao ‘easy rider’ Walter Salles, diretor do filme.

‘Easy rider’ foi o título no ‘NYT’, para descrever não Che, mas o cineasta e sua biografia. Perguntas e respostas trataram de pontos pouco conhecidos, como viver o maio de 68 em Paris, onde morou com o pai diplomata. Outro trecho falou de um conselho de Fellini, logo aceito, para trocar os documentários para TV pelo cinema.

O ‘NYT’ perguntou também sobre o fato de, com seu próximo filme, que está em finalização, ‘Dark Water’, Salles ter desembarcado em Hollywood. E ele:

– Não tão rápido. Meu filme seguinte [após ‘Dark Water’] é uma pequena produção sobre quatro irmãos na periferia de São Paulo. Quando se é um diretor latino-americano, você pode ser curioso e olhar, mas tenha sempre a certeza de ter a passagem de volta.

Mais campanha

Lula fez campanha por aqui e viajou a Nova York, para outra campanha, hoje -a de um fome zero mundial.

Era manchete ontem no site do ‘Le Monde’, que citava o presidente Jacques Chirac e Lula como líderes. Era destaque também no ‘El País’, de onde sai um terceiro líder da campanha, José Zapatero. E no Chile do socialista Ricardo Lagos.

De quebra, o ‘L’Osservatore Romano’ defendia a conferência -e o Vaticano divulgava, pelo porta-voz Joaquín Navarro Vals, que o papa envia seu secretário de estado para se juntar aos anunciados ‘mais de 50 chefes de estado’, hoje.

Como se vê, em âmbito politicamente correto, a campanha parece que vai bem.

Bush, não

Mas aí vem a agência Reuters e acrescenta em seu despacho sobre a conferência do fome zero mundial, em destaque:

– Mas o presidente George W. Bush que estará em Nova York na terça, não vai.

Bush abre amanhã a Assembléia Geral, com tema que adiantou anteontem:

– A comunidade internacional deve se mostrar à altura do momento histórico. E os EUA estão prontos para conduzi-la.

Sem cadeira

E tem mais campanha de Lula em Nova York, com poucas perspectivas, agora pela vaga no Conselho de Segurança.

O ‘Financial Times’ noticiou a ‘pressão’ brasileira e outros, do ‘El País’ ao ‘La Nación’, detalharam como é tarefa difícil para Brasil e os demais.

Pelo que se lia ontem, deve sair uma reforma do Conselho, mas sem os ansiados novos assentos permanentes. Por aqui, Argentina, México e Chile são contra, o que tira de Lula o argumento de liderar a América Latina.’

***

‘Em campanha’, copyright Folha de S. Paulo, 17/09/04

‘Sites japoneses traziam ontem as lágrimas do primeiro-ministro no Brasil. Mas ele já encenava mais, ao lado do atleta Vanderlei Cordeiro.

Segundo a Globo, ‘o premiê japonês fez questão de conhecer um herói brasileiro’.

Junichiro Koizumi está em campanha, como Lula, pela cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Dele, para o site da agência Kyodo, ao embarcar para o Brasil:

– É preciso considerar o que o Japão pode fazer pela paz e estabilidade no mundo. É melhor ser membro permanente, para refletir na comunidade mundial as idéias do Japão.

Veio fechar apoio. E Lula, nos canais de notícia:

– O Brasil e o Japão se apóiam mutuamente.

Não só Brasil e Japão. Segundo o ‘Die Zeit’, em reportagem de anteontem, ‘fontes do governo’ da Alemanha disseram que quatro países apresentam apoio mútuo, terça que vem.

O quarto país é a Índia, cujo ‘Economic Times’ trazia ontem o enunciado ‘Índia, Alemanha, Brasil e Japão vão anunciar em Nova York que apóiam as candidaturas uns dos outros ao assento permanente’.

Daí as viagens teatrais de Lula e Koizumi -e a boa vontade com os reclamos financeiros de nações ao redor do globo.

Fora Brasil e Japão, nenhum país segue a viagem do premiê como a China. A agência Xinhua distribui despachos seguidos, o ‘Diário do Povo’ publica reportagens diárias.

O mesmo ‘Diário do Povo’ trouxe, no início da visita, um artigo de Zhou Yongsheng, do Colégio de Relações Exteriores da China, sob o título ‘Perspectivas ruins para candidatura do Japão’. Um trecho:

– O sonho do Japão vai virar realidade? No curto prazo, é quase sem esperança. Primeiro, o Japão tem seguido os EUA na política externa, o que não o credencia a ser potência política. Não tem como ganhar a confiança da maioria dos países se não mudar tal política.

Elenca outros pontos, numa resistência que faz lembrar a da Argentina, e encerra:

– Em suma, não importa se para Japão, Índia, Alemanha ou Brasil, isso não vai longe sem uma dose de paciência.

Além da China, também nos EUA a estatal Voz da América segue passo a passo a turnê do primeiro-ministro japonês.

EM TURNÊ O premiê japonês, segundo a Globo, ‘impressionou-se com a recuperação de Vanderlei Cordeiro na maratona -e com sua humildade de perdoar o irlandês que o agrediu’

‘Ex-policiais’

Jornal Nacional, Jornal da Record e Jornal da Band deram a boa notícia, afinal, em primeira manchete. Da Record:

– Decretada a prisão temporária para três suspeitos de assassinar moradores de rua. Dois são policiais militares.

Não são, não, diz o secretário de Segurança, no JN:

– São ex-policiais, policiais afastados, pessoal que cuida da segurança…

No palanque

No registro da Jovem Pan, ‘Marta Suplicy contraria as próprias palavras e defende presença de Maluf em seu palanque’. Não só dele, mas, no dizer da prefeita no SPTV, também ‘da Havanir, do Ciro Moura que bate o tempo todo’ etc.

Mas o assunto é Paulo Maluf -e ele segue em sua aproximação com a petista. ‘Posou ao lado de um sósia do cantor Supla’, como mostrou a Globo, e saiu declarando que, ‘se eleito’, vai manter as obras e o bilhete único e tudo mais da colega.

‘Uma mão’

Marta cobrou outra vez, ontem, e ao que parece Lula vai ceder a ela e seu marqueteiro. Segundo a coluna de Claudio Humberto, ele vai ‘dar uma mão’ à prefeita, ‘visitando suas obras’. Mas nada de depoimento na TV, por enquanto.

Salários, não

A recuperação no emprego foi manchete por todo lado, mas o UOL tratou de dar o quadro completo do IBGE:

– Emprego industrial sobe. Salários, não.

Fiesp x Ciesp

Segundo a Jovem Pan, o presidente eleito da Fiesp, Paulo Skaf, criticou o aumento dos juros. Segundo a CBN, o do Ciesp, Claúdio Vaz, fez o mesmo em sua visita a Brasília.

Em concorrência aberta pelos microfones, os dois só fazem concordar, por enquanto.

Pito global 1

Para Alexandre Garcia, ‘se José Dirceu levou um pito de Lula, o presidente fez muito bem’. Era referência à crítica prévia ao aumento dos juros.

A exemplo de Garcia, também a revista ‘Economist’ saiu ontem em defesa da decisão:

– Críticos acusam o Banco Central de ameaçar a recuperação. Mais provavelmente, pode tê-la prolongado.

Pito global 2

Franklin Martins, no JN, aos parlamentares faltosos:

– Se acham que não dá para bater o ponto, que mudem as regras, mas às claras. E para compensar podem acabar com as férias de janeiro e julho!’

***

‘Novidades’, copyright Folha de S. Paulo, 16/09/04

‘O Jornal da Record de Boris Casoy, que há quase um mês faz de longe a melhor cobertura eletrônica do caso, anunciou ontem, em primeira manchete:

– Dois policiais militares são presos por suspeita de participar do assassinato dos moradores de rua em São Paulo.

Foi depois de um dia inteiro de especulação nos programas de televisão, locais e policiais, nas rádios e nos sites.

Desde a manhã se ouvia, como na Jovem Pan, que ‘novidades podem surgir’.

A mesma expressão era usada pelo SPTV, mas, citando até o secretário de Segurança, para o telejornal o caminho era outro, não policiais:

– A polícia tem três suspeitos de terem cometido os crimes, dois são seguranças particulares no centro.

E tome o aviso de ‘novidades para as próximas horas’.

No meio do caminho, ‘mais um’. Da Band News:

– Jovem é detido após atacar mais um morador de rua.

Foi o destaque do policialesco Cidade Alerta:

– Com este, já são 20 os casos de moradores de rua atacados. Nove morreram.

E tome especulação, com as imagens de um Opala que teria sido usado pelos assassinos, nas primeiras mortes.

Até que chegou Boris Casoy e encerrou a especulação, com os PMs ‘chefes de um sistema de segurança clandestino’.

Os dois, vale sublinhar, foram detidos anteontem.

E o secretário de Segurança, vale lembrar, afirmou semanas atrás que não eram policiais os assassinos.

ANARQUIA

A destruição virtual de uma denúncia da CBS de fraude no histórico militar de George Bush -destruição devida a um ‘levante’ de blogs contra suas provas- mexeu com a mídia americana, que não trata de outra coisa. ‘A revolta dos blogs aponta o fim da dominação da velha mídia’ foi o enunciado do site editor&publisher (ilustração acima) para resumir o que se vem escrevendo sobre o caso, ‘inclusive os colunistas’. Já os editores da ‘velha mídia’, ouvidos pelo site, resistem. Por exemplo, para o do ‘San Francisco Chronicle’, ‘os blogs são moda e pode haver outra em seis meses’.

Pode haver, mas o abalo de um ícone do telejornalismo como o ‘60 Minutes’ da CBS é tratado como ponto de inflexão do ‘Washington Post’ à Folha -esta na coluna de Nelson Ascher, na segunda passada. E o ‘New York Observer’ fez reportagem ontem sobre a ‘debandada’ de nomes como James Wolcott, da ‘Vanity Fair’:

– É uma autobahn de gente se dirigindo à web.

Mas o editor do ‘Chicago Tribune’ avisa:

– Você pode atingir uma anarquia de informação.

O debate chegou ao ‘publisher’ do ‘New York Times’, em palestra na segunda, numa universidade:

– É um fenômeno on-line, o levante dos blogs. Esses indivíduos publicam diários que oferecem a narrativa de seus pensamentos. Alguns são jornalistas, mas na vasta maioria são apenas pessoas com alguma coisa na cabeça. Enquanto alguns estão fazendo uma contribuição séria e pensada para nosso diálogo global, muitos -demais- simplesmente contribuem para a sensação de que nós estamos no meio de um vale-tudo.

ANARQUIA À BRASILEIRA

Por aqui, ainda estão distantes a anarquia e o vale-tudo dos blogs americanos. Em política, há poucos, em fase de afirmação. Em cultura, a ‘dominação’ está próxima, com blogueiros como o citado escritor Nelson Ascher, o cineasta Carlos Reichenbach etc. etc.

O que grassa na web brasileira são os sites partidários e estatais, como o monstro de Gushiken. Alguns se dizem ‘agências’ de notícias. O PT tem a sua, o PSDB também e agora é o PFL que passa a dar ‘notícias’. É a ‘anarquia da informação’, mas à moda brasileira.

Má notícia

‘Acabou a TPC’, anunciou o JN, comprando a piada de Lula da tensão pré-Copom. Antonio Palocci surgiu então para dizer que política econômica ‘não é feita só de boas notícias’.

Mas bem que José Dirceu e o PT garantiram seu discursinho eleitoral, contra os juros.

Parece

A diretora do Ibope, ontem na CBN, dizia que Marta Suplicy apresenta ‘crescimento gradual e constante’ e que José Serra ‘cresceu no início da campanha e parece estar se estabilizando’. Segundo turno, portanto.

Ou não, pelo jeito que anda a intenção de voto em 2004.’

***

‘Sem cara definida’, copyright Folha de S. Paulo, 15/09/04

‘É impossível não simpatizar com toda a luta de Jorge Bornhausen para fazer do PFL uma legenda de oposição. Ontem ele foi ao extremo, no esforço de atingir Lula para distanciar dele o partido.

Chamou o presidente de ‘comandado’ de José Dirceu. Comparou Lula, que ‘passou a cooptar por ordem do comandante’, a Waldomiro Diniz, que cooptava ‘até fevereiro’.

Foi o que noticiaram os sites -e na seqüência um blog mais próximo do lulismo já cobrava desculpas do pefelista.

Nada disso. Bornhausen faz o que tem que fazer, para que não voltem a dizer que o PFL está no poder desde 1500.

No comentário de Fernando Rodrigues na home do UOL, o grupo de Bornhausen já ‘teme a perda de poder’ no partido, em ‘crise de identidade’.

Mais do presidente do PFL:

– Só há um caminho, o da oposição. É melhor reduzir que ficar sem cara definida.

O seu questionamento não se dirige tanto a Lula e José Dirceu, mas ao próprio PFL.

Ontem já se espalhava a versão de que, no jantar com a ‘oposição light’, Lula ‘esclareceu que não estava ali para cooptar ninguém e sim para defender projetos importantes’.

Foi o que relatou o blog de Jorge Bastos Moreno. O relato foi quase todo ameno.

Lula disse que vai procurar Tasso Jereissati. Elogiou os antecessores José Sarney e Itamar Franco, mas culpou FHC pelo abandono de estradas e portos, entre outras críticas. E bebeu ‘refrigerante diet’.

Mais ameno, só mesmo o Jornal Nacional, para quem ‘o objetivo do governo é melhorar o clima no Congresso e facilitar a aprovação de matérias importantes que estão paradas como a lei de biossegurança’.

Nada mais.

EM WALL STREET

O conservador ‘The Wall Street Journal’ trouxe ontem uma longa comparação entre os dois anos de Lula e Néstor Kirchner, sob o título ‘Esquerdistas divergem na Argentina e Brasil’. Relatou como Lula ‘surpreendeu os investidores’ com sua política econômica ‘ortodoxa’, enquanto Kirchner ‘antagonizou com os investidores’. Foi só elogios ao brasileiro e quase só críticas ao argentino. De um economista:

– Lula sabe que uma economia em ordem será muito positiva para a sua sorte política. Kirchner não percebeu que o populismo traz vantagem de prazo muito curto.

Mas o petista que não comemore demais o apoio em Wall Street. O ‘WSJ’ encerra sublinhando que ‘os futuros das economias de Mr. da Silva e Mr. Kirchner dependem de muitos fatores que estão além do controle deles’. Por exemplo, o que vai acontecer com a China.

Febre

A uma semana da viagem de Lula à ONU, também o ‘Financial Times’, a exemplo do ‘WSJ’, saiu ontem com elogios ao país numa interminável reportagem intitulada ‘O Brasil amadurece no palco global’.

Uma vez mais, os temas foram o comércio e a política externa. O jornal britânico falou das vendas de ônibus a sapatos, sublinhando que no país ‘as empresas pegaram febre de exportar’. Entre os destaques do ‘FT’, algumas empresas foram premiadas como exemplares: Marcopolo, Iveco e Embraer.

Para o jornal, como se ouve sem parar por aqui, o problema é a ‘infra-estrutura inadequada, como portos e estradas’.

Choque

No que mais parecia um dossiê sobre o país, ontem o ‘Financial Times’ trouxe outra reportagem, em tom mais crítico.

Lembrando que ‘o Brasil liderou a resistência contra as tentativas dos EUA de impor padrões cada vez mais elevados de proteção’ da propriedade intelectual, o jornal destacou em título que vem aí um ‘choque’ entre americanos e brasileiros, no fim do mês, num fórum multilateral.

No esforço

E havia mais, ontem no ‘FT’. Um pequeno editorial cobrou do Brasil uma legislação para transgênicos, em análise há ‘quase uma década’ no Congresso, que ‘falhou’ de novo.’



FSP vs. LUIZ FRANCISCO
Andréa Michael

‘Procurador cita Folha indevidamente’, copyright Folha de S. Paulo, 15/09/04

‘O procurador Luiz Francisco de Souza, do Ministério Público Federal em Brasília, atribuiu indevidamente à Folha dados reproduzidos em ação judicial que propôs contra o banqueiro Daniel Dantas, o grupo Opportunity e outras pessoas no dia 1º de setembro.

A revelação foi feita na última segunda-feira pelo site ‘Consultor Jurídico’, que comparou afirmações incluídas na ação de improbidade administrativa combinada com ação civil pública proposta pelo procurador à reportagem ‘Dez giraram US$ 2,4 bi em 42 contas nos EUA’, publicada pela Folha no dia 21 de agosto.

No texto, os repórteres Rubens Valente e Lilian Christofoletti fazem um balanço sobre as movimentações atribuídas a doleiros e registradas na contabilidade do MTB Bank de Nova York.

Na ação, por três vezes, Luiz Francisco faz referência à reportagem. Em duas delas, no entanto, os dados que compilou e encaminhou à Justiça não estão entre informações publicadas pela Folha.

‘Eu transcrevi apenas quatro linhas da reportagem da Folha. Depois desenvolvi o raciocínio com informações obtidas com pessoas que trabalham na força-tarefa [que investiga prática de lavagem de dinheiro e evasão de divisas] em parceria com a CPI do Banestado. Todos os dados estão corretos’, disse Luiz Francisco.

Sobre a razão de ter atribuído em duas ocasiões tais informações à Folha, afirmou o procurador: ‘Eu me confundi. Na verdade, esses dados foram publicados em algumas edições da revista ‘IstoÉ’. Foi um erro, dois pequenos erros materiais, insignificantes’.

Na ação, Luiz Francisco acusa o grupo Opportunity de fraudar regras do Banco Central para operar fundos de investimento e sonegar impostos.

Em trecho indevidamente atribuído à Folha e incluído na ação, o procurador afirma que cotistas do Opportunity Fund ‘remetiam milhões de dólares para este fundo, onde [sic] não poderia existir brasileiros como cotistas, tal como não poderia este fundo assumir o controle acionário de empresas’.

A Corregedoria Geral do Ministério Público Federal está analisando fatos relacionados à ação contra o Opportunity.’