Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Nelson de Sá


‘Para a ‘Economist’, Lula ‘ainda pode se recuperar do escândalo que paralisou o seu governo’…


_ Mas o PT nunca mais será o mesmo.


Era uma reportagem sobre a eleição interna, que segundo a revista vai levar o partido mais para a esquerda, para o racha ‘ou ambos.’ A ‘Economist’ ilustra com foto de Lula e Dirceu há 15 anos e avalia:


_ O pragmatismo brutal de José Dirceu deixou o maior par tido de esquerda da América La tina com uma severa crise de identidade.


Dirceu falou à agência France Presse sobre o discurso em que Lula se declarou traído. Sua frase, reproduzida do UOL ao ‘Jornal Nacional’:


_ É o presidente Lula quem tem que responder quem é o traidor.


Foi, ao que parece, reação à pressão de Tarso Genro, apoiado por Lula, para ele desistir das eleições internas. Do ‘Bom Dia Brasil’, ontem:


_ A crise não impede o deputado de continuar assombrando a direção do PT. Dirceu afirmou que não vai abrir mão de estar na chapa.


Mas o presidente petista não desiste e, à Jovem Pan, falou da ‘conversa ótima’ com Dirceu, que ‘aceitou considerar a retirada de seu nome’.


Quanto ao ex-tesoureiro Delúbio Soares, também ele tratou de avisar que não sai do PT _em meio a ‘declarações explosivas’ do depoimento, na manchete do ‘SBT Brasil’.


Falando sem parar em ‘companheiros’, ele chegou perto da ameaça, como Dirceu, ao comentar o discurso em que Lula se disse traído:


_ Não faz parte da minha personalidade delatar ninguém ou questionar opinião. Pode dizer o que quiser.


Mas ele falou mais, ao tratar do caixa 2. Na versão do ‘JN’, Delúbio ‘acabou admitindo essa prática até na campanha presidencial’, ao explicar o saque de um assessor de Ciro Gomes. Do ex-tesoureiro:


– Foi acerto para pagar despesa de imagem que o Ciro teve no segundo turno.


Um pefelista cortou: Mas não teve Ciro no segundo turno. Foi para o Lula.


Quanto ao PT hoje, está no ar uma inserção com o ator Celso Frateschi – que também está em cartaz, curiosamente, num monólogo sobre corrupção. Diz ele, voz rouca:


– O PT é resultado do sonho de muitos daqueles que desejam fazer do Brasil um país justo e ético. O PT só terá futuro se todos os fatos forem investigados até o fim.


Mas ontem mesmo, no Blog do Moreno:


– PSDB fez aliança com PT para derrubar requerimentos de convocação da CPI.


Sobre traições, quem também tem o que falar é Leonardo Boff, no site Carta Maior, no artigo ‘Transformar a decepção em teimosia’:


_ Apesar das traições, as bandeiras suscitadas pelo PT já há 25 anos devem ser defendidas e proclamadas. Não por serem do PT, mas porque valem por elas mesmas.


Não pelo PT, pelas bandeiras.


PELA METADE


A propaganda do PT apela às rimas: _ O poeta nos ensina que exemplo pela metade não é exemplo. Aquilo que é feito por inteiro, até o fim verdadeiro, volta para o nada nas rédeas do tempo


Acabou


Não é o fim do marketing, mas é o fim de uma era do PT. UOL, em manchete:


– Duda Mendonça perde a conta da Presidência.


Lula demitiu Duda, enfim. Ou, na escalada de manchetes do ‘JN’, depois:


– O Planalto não renova o contrato com Duda Mendonça.


É a economia


Em destaque na página inicial da Folha Online, ontem à tarde:


– Superávit nas contas externas do Brasil alcançou US$ 2,592 bilhões em julho. Trata-se do maior valor da história.


E na manchete do Globo Online, naquele mesmo momento:


– Saldo nas contas externas é o maior desde 1947.


De Jefferson


‘O Globo’ deu manchete, Globo Online, CBN e os telejornais da Globo ecoaram. Da última:


– Maurício Marinho, pivô de toda a crise ao ser flagrado recebendo R$ 3 mil de um empresário, mudou o depoimento e admite que havia um esquema de fraudes nos Correios, comandado por Roberto Jefferson.


SCOTLAND YARD


Sir lan Blair, o chefe de polícia de Londres


O cerco se fechou em torno de Ian Blair, o chefe da polícia londrina que primeiro disse que o brasileiro Jean Charles de Menezes era terrorista, depois que ele fugiu quando não devia -e por fim se mostrou, ele, Ian Blair, resistente à investigação independente do assassinato.


Sob fogo da mídia britânica, do Channel 4 ao ‘Guardian’, ele deu entrevista ontem ao tablóide vespertino ‘Evening Standard’, dizendo que não está em ação na Scotland Yard um golpe para esconder o assassinato.


Minutos depois de o jornal chegar às bancas, Sky News e BBC noticiavam que o membro da comissão de investigação que denunciou as ações de Blair para conter o inquérito havia sido suspenso.’



 


INTERNET


O Estado de S. Paulo


‘Google faz um ano de bolsa com planos de captar mais US$ 4 bi’, copyright O Estado de S. Paulo, 19/08/05


‘O gigante da tecnologia Google completa hoje um ano do lançamento de suas ações na bolsa eletrônica Nasdaq com bons motivos para comemorar. Nesse período, o valor das ações mais que triplicou. O lucro da empresa seguiu o mesmo caminho. Mas, longe de se contentar com essa evolução, a empresa anunciou ontem o lançamento de mais 14,2 milhões de ações, o que significa a captação de mais de US$ 4 bilhões para financiar seus investimentos.


O Google foi a primeira empresa do setor a se aventurar no mercado desde a crise nas bolsas que se abateu sobre as empresas de tecnologia, em 2000. Em um ano, o preço da ação passou de US$ 85 para US$ 279,99 (valor de ontem). Chegou a ultrapassar os US$ 300 em julho. O valor de mercado da empresa saltou nesse período de US$ 23 bilhões para cerca de US$ 77 bilhões.


Paralelamente, ‘os ganhos não páram de subir e o retorno sobre os investimentos deixa sem voz as outras empresas do setor’, diz Jim Friedman, analista da SG Cowen. No segundo trimestre, o volume de negócios da companhia simplesmente dobrou, chegando a US$ 1,4 bilhão, enquanto o lucro quadruplicou, ficando em US$ 343 milhões.


No lado da direção, os fundadores Larry Page e Sergey Brin encarnam a imagem dos trintões oficialmente solteiros e bilionários, cada um com uma fortuna pessoal estimada em US$ 7,2 bilhões.


O segredo do sucesso continua sendo o mesmo: a publicidade colocada em um site de acesso gratuito. ‘Incentivamos nossos engenheiros a serem cada vez mais criativos’, disseram Page e Brin há um ano. Os dois se dão ao luxo de selecionar os cozinheiros da sede da empresa por meio de um concurso culinário.


Mas essa prosperidade tem um ponto nebuloso: o crescimento do número de empregados. Eram 4.183 pessoas no fim de junho, o que significa um aumento de 40% em apenas seis meses. ‘Isso poderia exercer uma pressão mais forte que o esperado sobre as margens da empresa’, disse Lauren Rich Fine, da Merrill Lynch.


Em termos de negócios, porém, o Google segue regularmente inquietando seus concorrentes diretos e indiretos. Em sua batalha com a Yahoo!, a empresa já colocou em funcionamento um programa de vídeo e uma ferramenta de buscas especializada em compras, a ‘Froogle’.


Seu último lançamento foi o ‘Google Earth’, que permite dar uma volta pelo mundo virtual visitando diversos locais do planeta. Essa ferramenta compete com uma similar da gigante Microsoft. É um produto representativo do trabalho de imagem do grupo. ‘É uma aplicação simpática, que alimenta a idéia de que o Google faz coisas simpáticas’, diz Gary Price, do site SearchEngineWatch.


E é, acima de tudo, um instrumento de marketing ‘realmente bem concebido’, diz Scott Kessler, analista da Standard & Poor’s. ‘O grupo mostra que sua marca é internacional, uma vez que, no futuro, deve registrar a maior parte do seu crescimento fora dos Estados Unidos.’


Na atual corrida de investimentos na China, o Google também movimentou suas peças, com a instalação de um centro de investigação e desenvolvimento que deve começar a operar em setembro. O grupo também tem alguns conceitos para serem desenvolvidos, entre eles o controverso ‘Google print’, um projeto de digitalização de 15 milhões de livros, para criar a maior biblioteca virtual do mundo. O Google, porém, suspendeu o projeto na semana passada, já que vai precisar primeiro fechar acordos com todos os detentores de direitos das obras.’



Folha de S. Paulo


‘Google venderá mais US$ 4 bi em ações ‘, copyright Folha de S. Paulo, 19/08/05


‘Surpreendendo o mercado, o Google divulgou um plano de vender US$ 4 bilhões em ações no primeiro aniversário de sua Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês), para se beneficiar da triplicação do preço de suas ações nesse período.


O dinheiro levantado pela venda de 14,2 milhões de ações, ou 4,8% do total de ações em poder do público, poderá ser empregado para a realização de aquisições, disse o Google em documento encaminhado às autoridades reguladoras. O Google disse não estar em vias de realizar uma aquisição ‘significativa’.


A venda sinaliza que o Google poderá concretizar aquisições maiores a fim de se expandir para além das funções que o tornaram a maior ferramenta de busca da internet. Os serviços de busca, de mapas e de e-mail oferecidos pelo Google atraíram usuários, anunciantes e investidores e fizeram com que o Yahoo! modernizasse seus produtos. O Google pretende gastar mais para contratar funcionários, comprar computadores e abrir escritórios.


O Google, que vendeu ações ao público pela primeira vez há um ano, a US$ 85, está aproveitando o apetite dos investidores por suas ações, desencadeado pela disparada da demanda por publicidade via internet e pela quintuplicação de seus lucros.


O Google, que computou um lucro líquido de US$ 968 milhões no período de um ano encerrado em junho, tem cerca de US$ 2,95 bilhões em dinheiro e compromissos financeiros de longo prazo de US$ 95.500. A empresa aumentou por duas vezes neste ano sua previsão de investimentos em bens de capital para o ano de 2005, para mais de US$ 700 milhões, depois de reforçar seu quadro de funcionários em 20% no último trimestre e de decidir abrir um centro de desenvolvimento na China, em julho.


Brasil


O Google abrirá filial no Brasil até o final de 2005, disse Sergey Brin à Folha em junho. Em julho, a empresa comprou a brasileira Akwan Information Technologies, empresa de tecnologia de busca na rede, que será o centro de pesquisa e desenvolvimento do Google na América Latina.’



O Globo


‘Nova praga eletrônica começa a perder fôlego’, copyright O Globo, 19/08/05


‘O mais recente ataque de pragas eletrônicas, que teve início no sábado, começou a perder fôlego. O Brasil foi um dos países mais atingidos, segundo a consultoria especializada em segurança Trend Micro. A empresa acredita que, nos próximos dias, vão continuar surgindo variantes dos worms (vermes, que se replicam sozinhos e se propagam pela internet) como o Zobot, que já está na versão ‘.F’.


Apesar de o ritmo de contaminação ter-se reduzido, mais de 250 mil sistemas corporativos em todo o mundo já foram infectados, segundo a Computer Associates International.


Ao todo, foram identificadas 11 variantes desses vermes, que atacam basicamente redes de grandes empresas que usam o sistema operacional Windows 2000, da Microsoft. Eles se aproveitam de uma falha no dispositivo Plug and Play do Windows, que facilita o acesso à internet.


Na terça-feira, o alvo do ataque foram empresas de mídia, como as redes de televisão CNN e ABC, e o jornal ‘The New York Times’. Ontem foram registradas ocorrências na Boeing, na SBC Communications (de TV a cabo) e na American Express. O Departamento de Registro de Veículos do estado de Massachusetts também foi afetado. As empresas asseguraram que os computadores infectados foram isolados e o serviço não foi prejudicado.


Segundo Hernan Ambruster, diretor Comercial da Trend Micro na América Latina, há diversas versões, com características distintas. Ele explica que o Zobot.C, por exemplo, provoca o envio de e-mails em massa a partir do computador infectado, acelerando a propagação do vírus.


As empresas de segurança ressaltam que, apesar da amplitude do ataque, o estrago será inferior ao dos vírus Blaster e Sasser, de 2004.’