Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

No Mínimo

SEXTO NAS BANCAS
Santiago P. Fusco

E a filha do Ciro, hein?, 12/09/06

“Setembro é um mês complicado. Se você gastou mais do que tinha planejado em bandeirolas verde-amarelas para o desfile de 7 de setembro e só lhe sobrou grana para uma das revistas que se oferecem nas bancas de jornal do mês, com sua nudez tentadora em embalagens hermeticamente fechadas, não se preocupe – isso é normal na vida dos bons patriotas. Você só precisa agora exercitar seu discernimento para não fazer a escolha errada e terminar com o ânimo cívico a meio-mastro. É preciso ter cuidado porque a escolha óbvia, este mês, é a escolha errada: as aeromoças da ‘Playboy’. Esqueça-as.

Se o dinheiro estiver sobrando, tudo bem, vale conferir. Você descobrirá então que a melhor coisa do ensaio de Juliana Neves, Sabrina Knop e Patrícia Kreusburg já estava definida muito antes de seus uniformes beijarem o carpetinho empoeirado do avião. A melhor coisa, talvez a única que realmente empolgue, é a sacada marqueteira de tirar a roupa de três ‘comissárias de bordo’ (como faz questão a novilíngua politicamente correta) recém-demitidas da Varig e, dessa forma, saciar a velha fantasia masculina com (agora faço questão eu) aeromoças.

E por que não dá certo? Juliana, Sabrina e Patrícia são mulheres bonitas. Não se pode dizer que as fotos de Fábio Heizenreder economizem na nudez. De onde virão então aquela frieza, aquela assepsia, aquela caretice, aquele – melhor dizer logo – mau gosto? Será que ficou no passado o irresistível apelo sexual das aeromoças, o mesmo passado em que dorme para sempre o glamour de tantas companhias aéreas hoje falidas? Ou a culpa é apenas de uma produção pobre, que espremeu as pobres mulheres num corredor estreito de jatinho e jogou sobre elas uma luz chapada de saguão de aeroporto, confiante demais nos milagres do Photoshop para consertar os defeitos? Seja qual for a explicação, não decola.

O que, convenhamos, tem até um lado bom: você poupa seu dinheiro e não corre o risco de se irritar com a ‘definitiva’ lista de ‘50 melhores discos da música brasileira’ assinada por Jardel Sebba, com ‘Secos & molhados’ em primeiro lugar, Ronnie Von em 9o, Paulo Vanzolini em 15o – e sem lugar para Dorival, Elizeth, Chico, Gil, Melodia, Novos Baianos e mais um monte de gente. Nem para ‘Cabeça dinossauro’, aliás, o que não é menos absurdo.

Tudo bem: você poupou a grana que sobrou das bandeirolas. Mas onde investi-la, afinal? Isso depende do gosto, mas, de minha parte, aplicaria tudo na filha de Ciro Gomes – sem um segundo de dúvida. Fotografada por J.R. Duran para a ‘Trip’, Lívia Saboya Gomes, filha do ex-ministro com a senadora Patrícia Saboya, esbanja aquela carnalidade que falta nas plastificadas aeromoças da ‘Playboy’. Beleza cearense, brejeira, brasileiríssima, olhos negros, bocão petulante, coxas com discreta penugem. Lívia é daquelas que fazem a página bidimensional sonhar que é curva. Dá vontade de pegar. Leva o troféu Sexo nas Bancas de setembro e fim de papo.

Aqui cabe uma ressalva importante: se você acha que dinheiro gasto com ensaios meramente sensuais é dinheiro jogado fora, Lívia não é para o seu bico. Sim, é uma lástima, leitor amigo, mas a filha do Ciro, se nos deixa ver uma extensão de pele maior do que a que se costuma encontrar nos ensaios da ‘Vogue Homem’ e da ‘UM’, faz questão de nos sonegar os biquinhos dos seios e os pêlos pubianos, sempre escondidos atrás de algum pedaço de pano ou, ah, das mãos… É mais ou menos o que faz outra morena de tirar o fôlego, Amanda Françozo, no também apetitoso ensaio de capa da ‘Vip’.

Falando em ‘UM’ e ‘Vogue Homem’, registre-se que nenhuma das duas está num mês particularmente feliz, embora a primeira leve a melhor com o ensaio sadomasô da bela modelo Caroline Bittencourt – aquela que enlouqueceu a Cicarelli no dia do casamento, lembra? Seja como for, nada muito memorável. Apenas o suficiente para superar em sensualidade as fotografias de uma magérrima Fernanda Tavares produzida como pin-up na ‘Vogue Homem’. Mas isso, cá entre nós, não é tão difícil.

Agora, se o negócio do distinto leitor é nudez, nudez mesmo, do tipo que só não mostra o DIU, então o mês de setembro não tem mistério: compre a ‘Sexy’ e vá, feliz, curtir as 21 páginas de fotos generosas da louraça Ivonete Liberato, a dançarina campeã do quadro ‘Dança dos Famosos’ do Faustão. A moça é um caso sério: borboletinha tatuada no púbis, é bonita, saudável, forte, desinibida e aparentemente naturalíssima. Negócio de doido. Se a filha do Ciro não fosse tão bom partido, não sei não…”



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