Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Notícias ruins e a tranqüilidade de Karzai

 

Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.

 

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Folha de S. Paulo

 

Sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

 

DAVOS

Clóvis Rossi

 

Lula, Karzai, Nehru

 

‘Hamid Karzai preside um país, o Afeganistão, que é uma permanente usina de notícias ruins, muito ruins.

 

Por isso Karzai surpreende imensamente pela tranqüilidade e auto-confiança que exibe, tema de reportagem que o leitor encontrará algumas páginas adiante.

 

Até brinquei com ele, dizendo que, para o presidente de um país ensangüentado há anos por guerras, terrorismo, pobreza etc., ‘o senhor parece um monge budista’. Resposta, talvez desconfiada: ‘O budismo é uma bela religião’.

 

Karzai depois se descontrai. Comenta que ficou sabendo em Davos que o Brasil fabrica aviões, bons aviões. ‘Mas são muito caros para um país pobre como o Afeganistão’, emenda.

 

Brinco que vou sugerir ao presidente Lula que doe um avião ao Afeganistão. É o gancho para Karzai fazer ao presidente brasileiro um elogio que nunca ninguém neste mundo alguém lhe fez: ‘Lula lembra muito antigos políticos indianos’.

 

‘Ghandi?’, pergunto. ‘Nehru’, responde Karzai (Jawaharlal Nehru, pai da independência da Índia).

 

Lula, prossegue o líder afegão, ‘tem uma visão, não apenas para o Brasil, mas para o mundo’, impressão que Karzai adquiriu de cinco ou seis encontros com o presidente brasileiro nas Nações Unidas.

 

Quando comecei a trabalhar em jornalismo, já faz 45 anos, Afeganistão era apenas verbete de aula de geografia: Afeganistão, capital Cabul. A globalização aproximou-o até do remoto Brasil. E, definitivamente, Davos torna o mundo ainda menor.

 

PS – A pedido de um punhado de leitores, perguntei a Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro dos EUA, se ele repetiria para o dólar enfraquecido a piada que fez em 1999 sobre o real (‘uma moeda virtual’, não real). Resposta: ‘Talvez. Certamente é uma moeda menos forte’.’

 

 

 

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Bin Laden não pode estar no Afeganistão, diz Hamid Karzai

 

‘Hamid Karzai, o presidente do Afeganistão, exibe uma confiança e uma tranqüilidade totalmente insólitas para o governante de um país que é uma permanente usina de más notícias nos últimos muitos anos.

 

Exemplo talvez definitivo dessa autoconfiança é a sua afirmação taxativa de que ‘Osama bin Laden não pode estar no Afeganistão’, sublinhando com força o ‘não pode’.

 

Por que não pode? ‘Porque não pode se esconder no Afeganistão’, uma frase que enfatiza a sua crença de que todo o território do Afeganistão está sob controle das autoridades, as nacionais ou as forças de ocupação estrangeiras.

 

Aliás, ‘ocupação’ é uma palavra que ele rejeita. ‘A grande diferença entre Afeganistão e Iraque é justamente o fato de que, no Afeganistão, as tropas estrangeiras não são tidas como forças de ocupação. Tanto é assim que diz ser constantemente procurado por líderes comunitários com um pedido: ‘Presidente, o senhor não poderia mandar forças da coalizão [internacional] para o nosso vilarejo?’.

 

Para esse graduado em ciência política e relações internacionais em uma universidade da Índia, há seis de seus 50 anos no poder, todos os problemas do Afeganistão estão além-fronteiras, mais exatamente ‘nos países vizinhos’ (na verdade, refere-se ao Paquistão).

 

Nem os membros do Taleban são um problema feito em casa, diz o presidente. ‘A versão nativa dos membros do Taleban não é extremista. São estudantes de escolas religiosas.’

 

Karzai passa por cima do fato de que as madrassas (as escolas religiosas) são tidas como centro de doutrinação extremista.

 

Para ele, a doutrinação é também culpa de estrangeiros. Primeiro, dos países ocidentais, que estimularam jovens afegãos (e de outros países) a combater a invasão da União Soviética, como parte do jogo de poder durante a Guerra Fria.

 

Depois, veio o ‘uso político do extremismo’ por parte dos ‘países vizinhos’, ou seja, pelo Paquistão.

 

Por isso mesmo, Karzai conversou ontem com seu colega paquistanês, Pervez Musharraf, e saiu relativamente otimista. ‘Encontrei um reconhecimento mais claro dos problemas que temos nos dois países e uma disposição para combater o crescimento do extremismo e do terrorismo no Paquistão.’

 

O afegão acrescenta: ‘Se o Paquistão der um passo, o Afeganistão dará muitos mais’.

 

A sua obsessão com o vizinho leva-o a insinuar que Osama bin Laden, que ele chama de ‘criminoso número 1 do mundo’, pode estar escondido no Paquistão. ‘Ele está onde pode se esconder para sempre’, diz.

 

Mas emenda: ‘Algum dia, vamos pegá-lo’.

 

A confiança de Karzai faz com que ele descreva um país que não aparece em nenhuma mídia do planeta, um país ‘em que há mais alegria que tristezas, em que as pessoas se casam e festejam, saem e festejam’. Um país em que há 3.000 jornais só na capital, Cabul, em que há 14 emissoras privadas de televisão, um país que ‘voltou a ser o lar de todos os afegãos’, em alusão ao retorno dos refugiados da guerra civil e do governo do Taleban, que chegaram a ser 5 milhões, de uma população total de 30 milhões.

 

Karzai festeja em especial o que considera dois dos grandes feitos de seus seis anos de governo. Primeiro, uma pesquisa da universidade John Hopkins (EUA) que diz que os afegãos encontram a no máximo cinco quilômetros de casa um serviço de saúde acima do básico.

 

Segundo, o fato de que ‘as mulheres afegãs retornaram à vida pública’.

 

Como é óbvio, o presidente não nega os ‘fracassos’ desses seis anos de governo (e da ocupação que ele não chama de ocupação, mas de ‘libertação’): um é o terrorismo. Mas, de novo, culpa por ele ‘santuários e suporte’ que não estariam no Afeganistão, mas nos países vizinhos. O outro fracasso é a ‘dificuldade para sustar o cultivo da papoula’ (matéria-prima para o ópio).

 

A culpa, nesse caso, pelo menos para o surgimento do problema, foi do abandono dos cultivos tradicionais pelas pessoas que fugiam da guerra, da violência ou do Taleban. ‘Os que ficaram eram insuficientes para manter cultivos tradicionais’ (come um figo e diz: ‘O Afeganistão produz figos melhores’).

 

Karzai acha que não há a menor discussão no país sobre ‘a legitimidade do presente sistema’. Prova, segundo ele: ‘Os sobreviventes de atentados não fogem para o Paquistão nem procuram o Taleban. Vêm a mim’.

 

Conta a história de um homem que perdeu 19 membros da família em um atentado (sobreviveu só uma neta) e foi procurá-lo no palácio. Chorava quando Karzai o encontrou. ‘Entendo sua dor’, disse o presidente. ‘Não estou chorando por essa dor imensa. Mas porque você não me encontrou, eu é que tive que encontrá-lo.’

 

A história demonstra o maior problema do Afeganistão, terrorismo e papoulas à parte: ‘A máquina administrativa e os serviços não podem ainda chegar a todo o país, por falta de recursos humanos’, diz o presidente.’

 

 

 

TODA MÍDIA

Nelson de Sá

‘De emergência’

 

‘No destaque de BBC Brasil, Agência Brasil e outras, a culpa do desmatamento foi dividida com Rondônia, Mato Grosso, o agronegócio. Por UOL, Terra e outros, manchetes para as medidas ‘de emergência’, como o envio de policiais ou o corte de financiamento a quem desmata. No ‘JN’, Marina Silva e mais ‘emergência’.

 

A operação de ‘emergência’, de mídia ao menos, ecoou de imediato pelas agências vinculadas aos sites de busca -após o choque das cifras de desmatamento e cenas de satélite, pela manhã, do inglês ‘The Times’ ao chinês ‘Diário do Povo’ e da Al Jazeera à BBC.

 

ETANOL MORTAL

 

A Bloomberg TV deu ontem nos EUA ‘Mistura mortal: o pedágio humano do etanol’, com bóias-frias presos aqui por greve etc.

 

FIDEL & LULA

 

O ‘Granma’ deu a tortuosa primeira parte da ‘reflexão’ de Fidel sobre Lula. ‘Nunca foi um extremista de esquerda’, como tantos que ‘depois se passaram para o império’ etc.

 

Leia a íntegra em www.folha.com.br/080248

 

‘ALCATÉIA’ Sob o enunciado ‘Wolf pack’, a ‘Economist’ atacou a escolha de Edson Lobão ou ‘Big Wolf’, pai de ‘Little Wolf’, para o ‘cargo importante’ de ministro de energia. Destacou a carreira à sombra da ditadura e da ‘dinastia feudal’ de Sarney, que sobrevive pela TV no Maranhão.

 

OS BILHÕES NO COLCHÃO

 

Na análise do ‘WSJ’, ‘Os cinco grandes’ (Brics mais África do Sul)

 

Sob o título ‘Emergentes enfrentam avaliação’, a capa do ‘Wall Street Journal’ deu longa análise para concluir que ‘estão bem menos frágeis, mas não o bastante para escapar da dor da desaceleração’ nos EUA. Sublinhou o ‘colchão de US$ 185 bilhões’ das reservas brasileiras.

 

Já noutro texto do ‘WSJ’, ‘o apetite dos investidores pelos emergentes parece inabalável’. Ou, em manchete do UOL, à noite, ‘Bovespa tem a maior alta desde 2002’.

 

ESCÁRNIO

 

O ‘New York Times’ deu em título o ‘escárnio’ (scorn) de que os EUA são alvo em Davos. O analista Nouriel Roubini, por exemplo, diz que o país age ‘como emergente’ e que o Brasil fez ‘trabalho melhor’ em sua economia.

 

E REAÇÃO

 

O mesmo ‘NYT’, em blog, e a Bloomberg deram que os presidentes de bancos dos EUA como o JP Morgan se reuniram ‘a portas fechadas’ com executivos dos fundos soberanos de Rússia etc. para cobrar ‘transparência’.

 

‘COPYCAT’

 

Sem explicar a razão, o editor de opinião do ‘Times’ postou análise de pesquisas novas e antigas, sobre a influência do noticiário -e agora da web- no estímulo a mais suicídios’

 

 

 

FRANÇA

Folha de S. Paulo

Namorada de Sarkozy posa nua e nega rumores de casamento

 

‘Botas, um anel. E só. Assim a cantora e ex-modelo Carla Bruni, 40, posou para edição de fevereiro da revista espanhola ‘DT’. O ensaio, diz o ‘El País’, foi feito nos intervalos das viagens com o namorado, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e os compromissos da carreira.

 

Assinadas por Mario Testino, as fotos da ‘DT’ podem ser a estréia de uma primeira-dama em nus. Bruni, porém, nega que o romance com Sarkozy já tenha culminado em casamento secreto, como noticiado na imprensa.’

 

 

 

INTERNET

Folha de S. Paulo

YouTube abre todo o acervo para celulares

 

‘O YouTube, do Google, está abrindo todo o seu acervo de vídeos caseiros e de programas de TV para os usuários de celulares. Até hoje, os usuários de celulares só tinham acesso a um volume limitado do conteúdo do YouTube.’

 

 

 

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Murdoch diz que site do ‘WSJ’ não será todo gratuito

 

‘O novo proprietário da Dow Jones, Rupert Murdoch, afirmou que somente os assinantes continuarão a ter acesso a parte do conteúdo do site do ‘Wall Street Journal’ (www.wsj.com). Desde que ele começou a negociar a compra do grupo controlador do jornal econômico , em maio do ano passado, especulava-se que seria gratuito o acesso ao seu material na internet, e o próprio Murdoch sinalizou que isso aconteceria.

 

‘Nós vamos aumentar e melhorar a parte grátis do ‘Wall Street Journal’, mas ainda haverá uma forte oferta para os assinantes’, disse o empresário em Davos (Suíça), onde participa do Fórum Econômico Mundial. ‘As coisas realmente especiais ainda serão um serviço por assinatura e, me perdoem por dizer isso a vocês, provavelmente serão mais caras.’

 

Anteriormente, Murdoch havia sinalizado que poderia tornar gratuito o acesso a todo o material do ‘Wall Street Journal’ e que as perdas financeiras com o fim do serviço de assinatura seriam compensadas com o aumento dos ganhos com publicidade on-line -resultado de um provável crescimento do número de visitantes na internet.

 

O site do ‘Wall Street Journal’ é considerado um dos raros casos bem-sucedidos de conteúdo pago de jornal na internet. A assinatura anual do material on-line custa US$ 79.

 

Os acionistas da Dow Jones -grupo que controla o ‘Wall Street Journal’- aprovaram no mês passado a venda da empresa para o grupo de comunicação News Corp., de Murdoch, em um negócio avaliado em mais de US$ 5 bilhões.

 

Com agências internacionais’

 

 

 

TELECOMUNICAÇÕES

Folha de S. Paulo

Acionistas da Oi e da BrT querem trocar participações

 

‘Acionistas da Telemar Norte Leste (Oi) e da Brasil Telecom pretendem trocar as participações que detêm uma na outra.

 

A transação poderá facilitar uma fusão entre as duas operadoras de telefonia.

 

Segundo o plano, a Zain Participações e a Argolis Participações, holdings com participações indiretas em ambas as operadoras de telefonia, trocarão ativos entre si para que as duas possam concentrar seus investimentos em uma única empresa, disseram as companhias em documentos encaminhados às autoridades reguladoras na noite de anteontem.

 

A transação aumenta as especulações de que os acionistas da Oi Telemar estão perto de adquirir a Brasil Telecom, disse o analista do setor de telecomunicações Alex Pardellas, da Banif Investment Banking.

 

Os acionistas da Oi Telemar disseram no dia 10 de janeiro que estavam negociando a compra da Brasil Telecom.

 

O governo federal não se opõe à fusão, por avaliar ser benéfica a criação de uma empresa nacional grande o suficiente para competir com estrangeiras que investem no setor de telefonia no país.

 

Transferência

 

A Zain, que controla indiretamente 35% das ações com direito a voto da Brasil Telecom, transferirá sua participação na Argolis, que controla indiretamente a Telemar, para os acionistas da Argolis, disseram as empresas nos documentos.

 

Em troca, a Argolis transferirá suas ações na Zain para os acionistas da Zain.’

 

 

 

TELEVISÃO

Daniel Castro

Globo estréia quatro novas séries até junho

 

‘Testados no final do ano, os especiais ‘Guerra e Paz’, ‘Dicas de Um Sedutor’, ‘Faça Sua História’ e ‘Casos e Acasos’ foram aprovados pela cúpula da Globo e terão pelo menos uma temporada na programação de 2008 da emissora. Todos estrearão entre abril e junho.

 

Com os novos seriados, a Globo quer renovar sua chamada segunda linha de shows _os programas exibidos após ‘Casseta & Planeta’, ‘A Grande Família’ e ‘Globo Repórter’.

 

Das atrações dessa faixa em 2007, só ‘Toma Lá, Dá Cá’ será mantida, mas deve migrar das terças para os domingos. Assim, há vagas para três novos programas simultâneos.

 

Integrante da segunda linha de shows, ‘Linha Direta’ ainda não é dado oficialmente como extinto. Pode voltar no segundo semestre, no lugar de uma das novas séries.

 

Já ‘Os Amadores’, que foi testado pela terceira vez em dezembro e era dado como certo a partir de julho, poderá não vingar em 2008. O problema é a dificuldade de sincronizar a agenda dos protagonistas.

 

Dirigido por José Lavigne, ‘Dicas de Um Sedutor’ será estrelado por Luiz Fernando Guimarães. ‘Guerra e Paz’, escrito por Carlos Lombardi, terá Danielle Winits e Marcos Pasquim à frente do elenco. A comédia ‘Casos e Acasos’ tem Ricardo Tozzi e Humberto Martins. Stepan Nercessian, como um taxista, funciona como narrador de ‘Faça a Sua História’.

 

DONA JURA Juliana Paes fará uma aparição especial em ‘Duas Caras’. Será ela mesma, como uma atriz do Projac que vai ao restaurante de Bernardinho (Thiago Mendonça).

 

REVOLUÇÃO 1 De Aguinaldo Silva, em seu ‘bombadérrimo’ blog: ‘Em ‘Duas Caras’, em vez de Ibope, o que eu queria era dar a minha contribuição para a renovação do gênero. Essa era uma aposta de alto risco, da qual não desisti nem mesmo nos momentos de maior crise’.

 

REVOLUÇÃO 2 Silva, no entanto, não deixa claro o que há de tão novo em sua novela. Seriam os musicais à la ‘Zorra Total’ da ‘uisqueria’? Ou a escalação de uma mocinha sem sal com um vilão de novela das seis?

 

VACÂNCIA A Globo ainda não decidiu quem comandará sua programação infantil a partir de abril. À frente de ‘BBB’ e ‘Mais Você’, J.B. de Oliveira, o Boninho, pediu para ficar fora dessa. Roberto Talma também.

 

MAIS PRESSÃO Ana Maria Braga fará uma paella na casa de ‘BBB’ amanhã. Mas só a turma da ‘alimentação luxo’ e dois da ‘xepa’ terão direito ao almoço. Espera-se que isso cause intrigas.

 

DEU ZEBRA As duas novelas da Record, ‘Amor e Intrigas’ (14 pontos) e ‘Caminhos do Coração’ (21), bateram seus recordes de audiência anteontem. Exibido depois, o filme ‘Deu Zebra’ foi líder no Ibope. Marcou 16 pontos e bateu o ‘Jornal da Globo’ e a série ‘24 Horas’.’

 

 

 

Mônica Bergamo

 

Plebe

 

‘Não foi fácil para a revista ‘Caras’ juntar todas as apresentadoras da Band em uma foto, anteontem, no almoço em que a emissora divulgou a programação do ano. De um lado, cercada de fotógrafos por todos os lados, estava Daniella Cicarelli; do outro, no ostracismo, o resto. Bya Barros teve de pedir: ‘Vem logo, Daniella!’.’

 

 

 

Thiago Ney

 

Concurso do É o Tchan inspira Bonde do Rolê

 

‘Entre 2006 e 2007 eles deram a volta ao mundo tocando nos maiores festivais de música pop e lançaram um disco por um dos mais prestigiosos selos do planeta. Em 2008, para escolher a nova vocalista, a fonte de inspiração para o Bonde do Rolê não é um artista que esteja em revistas descoladas, mas o grupo de axé É o Tchan.

 

Se em 1998 Sheila Mello foi escolhida a substituta de Carla Perez por meio de um concurso no ‘Domingão do Faustão’, a próxima cantora do Bonde será conhecida em concurso que está sendo promovido pela MTV.

 

No final do ano passado, durante um show em Londres, a vocalista Marina Ribatski brigou com os outros integrantes (Rodrigo Gorky e Pedro D’Eyrot) e deixou a banda.

 

‘A inspiração veio com o Faustão, com a escolha da loira do Tchan’, conta Pedro D’Eyrot à Folha. ‘E, como sempre tivemos contato com a MTV, apresentamos a idéia do concurso, e eles gostaram.’

 

O primeiro requisito para participar é não ser homem. ‘Pode ser mulher ou travesti’, diz Pedro. ‘E maior de idade, para poder viajar sem ter de pedir autorização, além de desinibida e animada.’

 

As candidatas devem mandar, até 15 de fevereiro, uma performance em vídeo para o MTV Overdrive (www.mtvoverdrive.com.br). Já é possível ver algumas das candidatas no site.

 

Após uma pré-seleção feita por um grupo de jurados e uma série de provas, a vencedora será escolhida e estreará internacionalmente em show em Miami, em abril, e no megafestival Coachella, na Califórnia.

 

Estresse emocional

 

Segundo Pedro, a principal causa da saída de Marina da banda foram as exaustivas turnês que o Bonde do Rolê fez nos dois últimos anos, algumas para promover ‘With Lasers’ (Domino Records), que traz faixas como ‘Solta o Frango’, ‘James Bonde’ e ‘Office Boy’.

 

‘O que aconteceu é que houve um estresse causado pelas turnês e ela não teve preparo emocional para isso. Tivemos que cancelar shows, perdemos dinheiro…’, afirma Pedro. ‘Foram dois anos no perrengue. Aí veio essa baixaria. Perdemos shows na Austrália com cachê superbom, cancelamos show com o Mika na Brixton Academy, em Londres.’

 

(À Folha, Marina disse que prefere não comentar a saída do Bonde. Afirmou que está com outros projetos: ‘Estou conversando com algumas pessoas. Surgiram muitos convites depois que eu saí do Bonde’.)

 

Após os shows no EUA, o Bonde do Rolê, com a nova vocalista, fará uma série de apresentações na Europa, e deve lançar um EP com músicas novas. ‘Há dois, três anos, havia uma distância enorme entre a gente e outros artistas de fora. Isso diminuiu muito, conversamos facilmente com os caras do 2ManyDJs, por exemplo.’’

 

 

 

SescTV e Cultura homenageiam SP

 

‘Uma série de documentários sobre São Paulo, exibida pelo SescTV, homenageia a cidade em seu aniversário de 454 anos.

 

Às 18h30, o canal exibe ‘Neuropolis’, de Márcia Derraik, sobre a Orquestra de Músicos das Ruas de São Paulo, seguido de show gravado no Sesc Pinheiros, às 19h30.

 

Às 21h, no curta ‘…Foi Através da Necessidade…’, integrantes de movimento sem-teto seguram o microfone para falar sobre sua luta em Osasco, dirigidos por Ana Lúcia Ferraz -ela chega a dar a câmera na mão dos entrevistados, o que piora a qualidade da imagem.

 

Em seguida, às 21h20, ‘Feliz Ano Novo, Véio!’, da mesma diretora, fala sobre demissões em montadoras do ABC.

 

Já o curta ‘O Resto É Dia a Dia’ (22h), de Andréa Barbosa, mais bem-acabado, perde-se um pouco entre as inúmeras imagens da cidade e anônimos entrevistados. Em seguida, ‘Microfone Senhora’ (22h15), de Rose Satiko Hikiji, acompanha a participação de internos da antiga Febem em gravação do CD do grupo de rap Jigaboo.

 

A Cultura também traz especiais dentro da programação normal. A série de reportagens ‘SP 1808-2008’, que compara a cidade em 1808 a hoje, ganha edição reunida, às 20h.

 

O ‘Metrópolis’ (19h30) fala sobre arte e convida o fotógrafo italiano Mimmo Cattarinich a registrar a cidade.

 

ESPECIAIS ANIVERSÁRIO DE SP

 

Quando: hoje, vários horários

 

Onde: SescTV e TV Cultura’

 

 

 

Globo muda novela após morte de Tourinho

 

‘A Globo decidiu como será o fim de Nezinho, personagem de Luiz Carlos Tourinho, morto na segunda, aos 43 anos. Na cena, que vai ao ar dia 1º, padre Inácio (Marcos Caruso) procura por Nezinho para ajudá-lo na missa, quando encontra a quituteira Purezinha (Eliana Fonseca), que informa a partida do sacristão. O motivo é um sonho que Nezinho teve com a mãe. Ele ainda deixa o dinheiro que escondeu no colchão para os pobres.’

 

 

 

 

 

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O Estado de S. Paulo

 

Sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

 

REQUIÃO

Fausto Macedo

‘Não se pode admitir que alguém use TV Educativa para agredir’

 

‘Os atos judiciais são institucionais, não pessoais’, disse o desembargador federal Edgard Lippmann Júnior, que enquadrou o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e o proibiu de atacar rivais políticos, imprensa e instituições pela RTVE, a Rádio e TV Educativa do Estado. Paranaense de Guarapuava, 54 anos de idade e 19 de toga, Lippmann integra o Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A corte fica sediada em Porto Alegre, mas tem jurisdição também no Paraná. Lippmann acolheu ação do Ministério Público e mandou Requião cessar as ofensas. Desobedecida sua ordem, impôs multa de R$ 50 mil por agressão. ‘Não se pode admitir que alguém se utilize de uma TV Educativa para agredir quem quer que seja’, argumenta o desembargador.

 

Por que enquadrou o governador?

 

Parece que o governador se alimenta e realimenta de polêmicas. Melhor é realizar do que ficar falando e debatendo de um modo que não leva a nada. O povo paranaense está mais interessado em que se cumpra o programa de governo.

 

Requião se diz alvo de censura.

 

Não se pode admitir que alguém se utilize de uma TV Educativa para agredir quem quer que seja. O mesmo tribunal que agora o governador acusa de censura ele utilizou para entrar com ação contra a imprensa. Quando a decisão é contra seu interesse ele achincalha o Judiciário. Se acha que tem razão, que lute com instrumentos legítimos, não com expedientes escusos.

 

O governador diz que sua decisão viola princípio constitucional da liberdade de expressão.

 

O artigo 37 da Carta trata dos princípios da administração pública. Tanto a TV quanto o governador, que é o chefe do Executivo, estão vinculados aos princípios da impessoalidade, da transparência, da legalidade e da eficiência. Pois nesse cotejo das garantias não existe garantia constitucional absoluta. Temos elementos que constam dos autos, indícios de desvio de finalidade no uso da TV Educativa. Esse desvio merecia intervenção severa do Poder Judiciário.

 

Requião protesta contra a multa que o sr. impôs.

 

De fato, foi fixada multa de R$ 50 mil por agressão. Em caso de reincidência determinei elevação da multa para R$ 200 mil. A sanção é para o sr. Requião como pessoa física. Não é justo que o contribuinte arque com isso. É multa pessoal para o cidadão Roberto Requião.

 

A decisão foi acatada por ele?

 

Essa medida foi proferida dia 8 de janeiro. Importante salientar que minha decisão não o proibiu de participar da programação da TV. O objetivo da medida foi justamente deixar claro que a finalidade da TV é a educação do povo paranaense. Mandei intimar o governador para que se abstenha de utilizar o programa para proferir essas agressões. Direitos individuais e da coletividade estavam sendo feridos reiteradamente.

 

Ele foi intimado e não obedeceu?

 

Foi intimado da decisão no dia 15, mas voltou a utilizar o programa para novas agressões. Como ficou muito bem caracterizado o descumprimento da medida e a desobediência, aplicamos multa de R$ 50 mil. Determinei que a TV abrisse espaço para direito de resposta coletivo caso persistissem as violações. Ordenei, ainda, que a emissora veiculasse a cada 15 minutos nota de desagravo da Associação dos Juízes Federais, que se insurgiu contra o flagrante abuso e desrespeito contra a magistratura. Na terça-feira, o governador cancelou o programa Escola de Governo e tirou a emissora do ar. Reitero que em momento algum fiz qualquer restrição à TV nem ao programa.

 

O sr. tem alguma coisa contra o governador?

 

O juiz se mantém eqüidistante das partes e é assim que atuo. Temos de um lado o Ministério Público, autor da ação, e de outro lado os agravados, o governador, a Anatel, a União e o diretor da Educativa. A Anatel e a União têm o dever de fiscalizar as emissoras, que são uma concessão. Havendo desvios, devem intervir. O juiz é um ser humano. Ouve versões de ambos os lados. O que chama a atenção é que até hoje não houve recurso específico contra nenhuma das minhas decisões.

 

O governador diz que o sr. foi candidato a deputado estadual pelo PDT. Isso tira sua isenção?

 

Aos magistrados é expressamente vetada a vinculação política. Eu sou juiz de carreira desde 1988. Desde então estou proibido de exercer qualquer atividade partidária, sob pena de demissão. Dois anos antes de ingressar na magistratura, em 1986, fui realmente candidato a deputado estadual pelo PDT, no Paraná. Não fui eleito. E daí? Ele (Requião) quer fazer crer que, decorridos mais de 20 anos, eu ainda estaria alimentando uma possível ideologia política e, com isso, teria algum interesse político em prejudicá-lo? Isso é completamente fora de propósito.

 

Requião diz que o sr. defende os bingos.

 

Houve uma ação envolvendo a empresa Golden Bingo. Um recurso chegou ao tribunal e foi julgado. Esse bingo foi autorizado a funcionar, a continuar explorando suas atividades em Curitiba. Há uns 3 anos, quando isso ocorreu, havia controvérsias se os bingos eram ou não ilegais. O que o governador não conta é que nesse mesmo processo o procurador-geral do Estado, Botto de Lacerda, trouxe aos autos a notícia de que havia irregularidades na constituição da empresa. Imediatamente cassei decisão por mim dada anteriormente.

 

 

 

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Bingo originou briga com juiz, afirma governador

 

‘O cerco da Justiça e a ordem para se calar não intimidam Roberto Requião (PMDB), o governador do Paraná. Ele afirma que o embate com o desembargador federal Edgard Lippmann Júnior tem origem no bingo.

 

O governador diz que mandava fechar as casas de jogo e o magistrado mandava abrir.

 

‘O juiz Lippmann se opunha a mim na época do jogo’, declarou o peemedebista. ‘Eu fechava os bingos no Paraná, ele dava liminares para abrir.’

 

Segundo Requião, ‘a respeito disso existem algumas denúncias que estão a nível do Ministério Público Federal’.

 

‘Parece que alguns donos de bingo revelaram à polícia e ao Ministério Público que financiavam sentenças e liminares’, asseverou o governador.

 

‘A contradição minha com o juiz Lippmann é que ele era a favor do jogo e eu era contra. Eu fechava, ele mandava abrir’, ressaltou.

 

O governador disse que não recua. ‘Desde menino sou um combatente da democracia. Por que eu iria recuar do combate à corrupção? Por que eu iria dizer agora que sou a favor do jogo? Para ser simpático ao juiz Lippmann? Não, sou contra o jogo no Brasil. O jogo é um instrumento de lavagem de dinheiro. O jogo ligado ao crime organizado tem que ser combatido.’

 

Requião insiste em outra denúncia. Diz que o Ministério Público se voltou contra ele depois que denunciou supersalários na instituição.

 

Segundo ele, um professor doutor se aposenta no Paraná com R$ 5,5 mil. ‘Um procurador de Justiça faz concurso e começa com R$ 16 mil. Se acumular a Justiça Eleitoral, começa com R$ 20 mil.’

 

Requião disse que tem recebido manifestações de solidariedade – ‘99% me apóiam’.’

 

 

 

Procuradoria de Justiça diz que salários estão dentro da lei

 

‘A Procuradoria-Geral de Justiça do Paraná contestou as afirmações do governador Roberto Requião sobre supersalários no Ministério Público Estadual. ‘O salário auferido pelo Ministério Público do Paraná, denominado subsídio, é pago em parcela única e está previsto em lei, na qual é estabelecida política remuneratória inclusive no que tange aos respectivos valores, rigorosamente na média percebida por todos os demais Ministérios Públicos do País e, sobretudo, absolutamente obedientes ao teto constitucional, que por todos os servidores, de qualquer natureza, deve ser respeitado’, destacou o procurador-geral, Milton Riquelme de Macedo, em nota distribuída em setembro do ano passado, quando o governador começou a falar dos vencimentos da Promotoria pela TV Educativa.

 

A nota esclarece, ainda, que ‘os atos de aposentadoria emanados da Procuradoria-Geral de Justiça observaram a legislação de regência à época em que foram editados’.’

 

 

 

ONLINE

O Estado de S. Paulo

Google é eleito melhor lugar para trabalhar

 

‘O Google foi eleito pelo segundo ano seguido a melhor empresa americana para trabalhar, informou a revista Fortune, que colocou na listagem das cem primeiras Starbucks, Goldman Sachs, Ernst & Young, eBay, Mattel, FedEx, Microsoft e Yahoo. A pesquisa foi realizada com cem mil funcionários de 446 empresas com sede nos Estados Unidos. O Google está bem à frente de seus principais concorrentes, Microsoft e Yahoo, que, segundo a Fortune, ficaram em 86 e 87, respectivamente.’

 

 

 

Renato Cruz

 

Música digital cresce 185%

 

‘As vendas de música digital tiveram um forte crescimento no Brasil no passado. Mesmo assim, estão longe de serem suficientes para compensar a queda nas vendas de CDs e DVDs musicais. As vendas pela internet e por celulares subiram 185% no País no ano passado. A participação da música digital nas receitas totais da indústria passaram de 2% para 8%. Os números gerais do setor ainda não foram divulgados.

 

‘Os números do mercado físico não são bons’, afirmou Paulo Rosa, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Disco (ABPD). Em 2006, a indústria brasileira da música faturou R$ 454,2 milhões, uma redução de 26,2% sobre o ano anterior. Em 2007, a queda deve ser ainda maior, tendo como base os números divulgados sobre a música digital.

 

A internet fez a indústria mundial do disco mergulhar numa crise da qual nunca se recuperou. Em 2000, as gravadoras brasileiras, por exemplo, chegaram a faturar R$ 891 milhões. Apesar do sucesso nas vendas de música digital, ainda não existe um modelo de negócios consolidado e capaz de substituir a venda de discos físicos.

 

Existem muitas experiências em curso. A banda britânica Radiohead colocou seu álbum In Rainbows para download na internet, convidando os fãs a pagarem o que quisessem. Mesmo que esse valor fosse zero. No começo deste mês, quando os CDs e os discos de vinil chegaram às lojas na Inglaterra, In Rainbows foi para o primeiro lugar na lista dos mais vendidos.

 

O Last.fm, serviço de música digital da CBS, funciona como uma rádio personalizada. Ele passou a permitir, esta semana, que seus usuários escutem de graça três vezes cada música, de um acervo de 3,5 milhões de canções. Quem quiser acesso ilimitado ao acervo, paga uma mensalidade.

 

No mundo, as vendas de música digital cresceram 40% no ano passado, chegando a US$ 2,9 bilhões. Elas passaram a representar 15% das receitas totais da indústria fonográfica mundial. Em 2006, eram 11% do total e, em 2003, praticamente não existiam.

 

No Brasil, a venda para celulares representou 76% do total do mercado de música digital em 2007. No ano anterior, eram 96%. ‘O Brasil talvez seja um dos países com mais lojas virtuais do mundo’, afirmou Rosa. ‘Temos mais de 30. Hoje, é possível comprar um álbum virtual por R$ 18.’

 

Segundo o presidente da ABPD, a pirataria via internet já preocupa tanto quanto os CDs e DVDs ilegais vendidos em camelôs. ‘Durante muito tempo, nossa percepção foi de que a pirataria física nos prejudicava mais’, disse o executivo. ‘Mas as barreiras de acesso à internet estão caindo muito rapidamente, por várias medidas que o governo tomou para reduzir a carga tributária dos computadores.’ No ano passado, foram vendidos mais de 10 milhões de computadores no País.

 

Segundo a ABPD, para cada download legal feito em lojas da internet, 20 músicas digitais são copiadas ilegalmente. ‘Quase 80% da capacidade das redes de banda larga é usada para compartilhamento de arquivos’, apontou Rosa. ‘E 99% dos arquivos são ilegais.’

 

A indústria fonográfica propõe que os provedores de acesso sejam responsabilizados pela pirataria feita pelo usuário. ‘Na França, que é um dos mercados mais desenvolvidos do mundo, existe um plano proposto pelo governo’, disse o presidente da ABPD. ‘Não vejo porque a proposta não possa ser discutida amplamente por aqui, envolvendo provedores, produtores e a sociedade.’

 

Outro meio de combate à pirataria proposto pela associação é o corte de impostos. Os tributos vão de 30% a mais de 40%, dependendo da alíquota do ICMS. ‘Historicamente, 75% da música vendida no País é brasileira’, afirmou Rosa. ‘O mercado brasileiro sempre foi auto-sustentável. Poderíamos ter a mesma isenção que os livros.’’

 

 

 

Lucro da Microsoft cresce 79% no trimestre

 

‘A Microsoft registrou um lucro líquido de US$ 4,7 bilhões no seu segundo trimestre fiscal (outubro a dezembro), um crescimento de 79% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita da empresa subiu 30% na mesma comparação, chegando a US$ 16,3 bilhões. Tanto a receita quanto o lucro operacional (US$ 6,48 bilhões, um crescimento de 87%) e o lucro por ação (US$ 0,50, alta de 92%) foram recordes.

 

‘A receita de mais US$ 16 bilhões no trimestre superou nosso recorde anterior em mais de US$ 2 bilhões’, destacou Chris Lidell, diretor-financeiro da Microsoft. ‘Estamos extremamente satisfeitos com o amplo vigor de nosso desempenho operacional. Ao longo do primeiro semestre do nosso ano fiscal, todas as nossas operações atingiram ou superaram as expectativas’, declarou.

 

Segundo a empresa, desde que o Windows Vista começou a ser distribuído, há um ano, as vendas da divisão Client da Microsoft cresceram mais de 20%, e o total de licenças do software ultrapassou 100 milhões.

 

‘Estamos no meio de outro ano forte, com grande ímpeto para 2008’, disse Kevin Turner, diretor-operacional do grupo. ‘Continuamos a ver saudável demanda tanto de empresas quanto de consumidores nos EUA e nosso crescimento nos mercados emergentes é especialmente forte.’ Turner informou que o total de vendas no Brasil, China, Índia e Rússia cresceu mais de 65% no trimestre.

 

DOW JONES NEWSWIRES’

 

 

 

FOTOGRAFIA

Simonetta Persichetti

O fascínio dos mitos de Hollywood

 

‘Telma Saraiva, filha e mulher de fotógrafo, começou a se interessar por fotografia e cinema na década 1940. Seu pai, fotógrafo da cidade de Crato no Ceará, a incentivava a freqüentar os cinemas da cidade. Mas a intenção não era ela se tornar atriz ou algo do gênero, mas sim aprimorar sua leitura. Mas a menina se apaixonou pela mágica do cinema, pelas imagens das divas. Colecionou revistas sobre o assunto e é na Cena Muda que ela vai encontrar o que definitivamente modificaria sua vida: a técnica de colorir fotografias. Sem hesitar, encomenda um estojo de tintas para fotografia nos Estados Unidos e inicia sua carreira de fotógrafa de estúdio. Mas não se torna uma fotógrafa convencional, afinal, como ela mesmo afirma: ‘Todo mundo quer ficar bonito no retrato.’

 

Por isso, especializa-se em foto-pintura e passa a decorar as imagens para que fiquem de acordo com o gosto do freguês. Mas tirar rugas, colorir bochechas é pouco para ela. Inicia assim uma série de auto-retratos em que ela mesma se representa como as atrizes do filme que via. É assim que ela se transforma em Scarlett O’Hara, a heroína de …E o Vento Levou, ou como uma índia Sioux, ou ainda como uma descendente de japoneses. Seu estúdio e sua casa se tornam o cenário hollywoodiano. E é nesse mundo que ela vive com sua família. Um mundo de sonho e de fantasia.

 

Suas imagens já puderam ser vistas numa mostra de Retrato Popular que a Pinacoteca trouxe há dois anos. A foto-pintura, aliás, era algo comum desde o século 19. Uma maneira de embelezar os retratos, aproximá-los da pintura e transformá-los em ‘arte’. No meio de imagens de lambe-lambe, monoculistas e fotógrafos da praça, as imagens de d. Telma se sobressaem. Agora são seus retratos isolados do resto que podemos ver. Sua fantasia do que pode ser o mundo.

 

E foi essa fantasia que encantou outro fotógrafo, Cristiano Mascaro, que no ano passado conheceu d. Telma. Encantado com o que via, Mascaro resolveu registrar o entorno da fotógrafa, sua casa, seu mundo. E, assim, em 2007, foi para Crato conhecer de perto onde ela vivia. O resultado dessa incursão está nas 15 imagens presentes na mostra.

 

A casa de d. Telma também é um cenário. Aos 76 anos, ainda vaidosa, ela posa para o fotógrafo, mostra o estúdio, os lugares onde costumava ficar para fazer os retratos e conta ao fotógrafo como fazia: ‘Ela se maquiava, em seguida colocava frente a ela ao lado da câmera um espelho. Ele era seu guia. Só então disparava e fazia seu retrato. Tudo feito na sua casa.’ Muitos, ao verem suas imagens, lembram imediatamente de uma fotógrafa mais moderna, a Cindy Sherman, que também se auto-retratou como personagem de cinema. Mas d. Telma fez isso muito antes.

 

D. Telma conta a Cristiano Mascaro por que começou a se autofotografar: ‘Sou muito vaidosa!’ Característica que ela carrega até hoje e que se pode perceber também em sua casa. Uma casa que foi montada e decorada da mesma maneira como seus auto-retratos, para satisfazer seus sonhos, suas fantasias.

 

Nisso as duas, d. Telma e Marilyn Monroe, realmente se encontram. Ambas estão atrás de uma fantasia! Cada qual, a seu modo, conseguiu realizá-la.

 

Serviço

 

Marilyn Monroe – O Mito Telma Saraiva – À Procura de Um Mito Galeria Estação. Rua Ferreira de Araújo, 625, tel. 3813-7253. De 3.ª a dom., 11 h às 19 horas.R$ 10. Até 23/3. Abertura hoje, às 19 horas, para convidados’

 

 

 

Camila Molina

 

Panorama de 2007 pelas lentes do fotojornalismo

 

‘A Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo organizou a mostra FotoRetrospectiva 2007, que será inaugurada hoje à noite no Memorial da América Latina. Os fatos mais importantes do ano, assim como cenas das mais diversas possíveis, que não passaram despercebidas pelo olhar atento, ágil e sensível de 75 fotojornalistas, estão reunidos na exposição formada por 80 painéis com imagens coloridas e em preto-e-branco.

 

Nair Benedicto, João Bittar e Emídio Luisi, três renomados profissionais do fotojornalismo, tiveram o difícil trabalho de selecionar apenas 80 fotos entre cerca de 260 imagens pré-escolhidas para essa retrospectiva. Entre os participantes dessa exposição, que conta com trabalhos de profissionais de diversos veículos de comunicação e agências de notícias, estão imagens feitas por Jose Luis da Conceição, Vidal Cavalcanti, Jonne Roriz, Alex Silva, Antonio Milena, Ernesto Rodrigues, Evelson de Freitas, Filipe Araújo, Hélvio Romero, José Patrício, Marcio Fernandes, J.F. Diório, Patrícia Santos, Sergio Castro, Tiago Queiroz, Valéria Gonçalvez, Paulo Pinto, Nilton Fukuda, Vivi Zanatta, Clayton de Souza e Eduardo Nicolau, todos da Agência Estado.

 

Flagrantes do esporte, da conturbada política, da cultura, cenas do cotidiano, assim como as catástrofes, acessos de raiva, confrontos e retratos de personalidades e anônimos podem ser lembrados, revividos e conhecidos nessa reunião de imagens. ‘No dia-a-dia não temos essa dimensão, mas nenhuma das áreas da fotografia é mais cúmplice na travessia do homem pelo tempo que o fotojornalismo’, diz o texto de apresentação da mostra. A vinda do papa Bento XVI ao Brasil, a tragédia do vôo da TAM em Congonhas, o adeus do ator Paulo Autran, morto no ano passado, a seqüência de imagens feita em Franca por Tiago Brandão, da mãe que se atirou na água, sem saber nadar, para salvar o filho (trabalho que recebeu o Prêmio Esso 2007 de Fotojornalismo), são alguns exemplos do que foi selecionado. E há também uma homenagem: em O Aventureiro, de Edílson Dantas, feita em agosto, o fotógrafo Paulo Bravos, morto no último dia 6, é lembrado na imagem em que ele está em ação durante incêndio na região da Rua 25 de Março.

 

Serviço

 

FotoRetrospectiva 2007. Memorial da América Latina – Auditório Simón Bolívar. Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. 3823-4600. 3.ª a dom., 9 h às 18 h. Grátis. Até 14/2. Abertura hoje, 19 horas’

 

 

 

TELEVISÃO

Keila Jimenez

Band tenta formar equipe de seu Pânico

 

‘O ex-VJ Cazé recuou e a Band agora corre contra o tempo para encontrar apresentadores para uma de suas grandes apostas em 2008: o programa CQC, Custe o Que Custar.

 

Formato comprado da produtora argentina Cuatro Cabezas, CQC aposta no humor ácido e inteligente de oito integrantes – três âncoras e cinco repórteres – que perseguem celebridades e autoridades para repercutir notícias da atualidade e fazer perguntas bizarras. Você já viu algo assim na TV antes? Pânico e a turma do Casseta bebem muito dessa fonte, mas CQC promete ir bem mais longe.

 

Para tanto, a emissora tem de encontrar integrantes de peso. Cazé, que quase fechou contrato com a Band para comandar a atração, voltou atrás e resolveu renovar com a MTV por mais um tempo.

 

Por enquanto, a Band só tem três nomes para o programa: o repórter da casa Felipe Andreoli, o humorista que virou febre na web Rafinha Bastos e o ator Rafael Cortez.

 

CQC tem estréia prevista para março, assim como a atração de Daniella Cicarelli – nova contratada da casa -, que nem ela sabe como vai ser ainda.’