Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O Estado de S. Paulo


‘A direção do The New York Times informou que irá unir as redações do jornal e do site na internet, num passo importante para uma indústria que enfrenta grandes mudanças no modo como as pessoas têm acesso à informação. Os 40 jornalistas do site do NYT serão transferidos para uma redação bem maior, num esforço para mesclar as culturas e a operação do jornal e de seu braço digital.


Com isso, o NYT rompe a linha divisória que criou há uma década, quando ingressou na web. É o primeiro grande jornal americano a fazer isso. O Tampa Tribune foi ainda mais longe, unindo numa só redação o pessoal do jornal, do site e do seu canal de TV.


Ao contrário de outros veículos, o NYT não sofreu grande queda na circulação, mas o número de leitores não cresce e o leitor-padrão está envelhecendo. Já o número de pessoas que acessam o site do jornal vem crescendo rapidamente.


Para John Morton, consultor especializado em mídia, a tendência à integração das redações é um passo óbvio, mas talvez tardio, para uma indústria que precisa encontrar uma estratégia de negócios funcional.


‘Acho que é inevitável que, ao longo do tempo, um número cada vez maior de pessoas venha a procurar a internet’, afirmou. ‘Há uma década, o sistema escolar dos Estados Unidos vem treinando os jovens a obterem informações usando um teclado. E a tendência é de que isso continue a crescer’.


A exemplo do The New York Times, a direção do The Washington Post criou uma redação separada para o seu site, dez anos atrás. Boisfeuillet Jones Junior, ‘publisher’ do The Washington Post, afirmou que a empresa não pretende unir as operações, mas comentou que já há uma ampla cooperação entre os dois grupos de jornalistas. ‘Essa constante colaboração entre os dois grupos nos permite produzir um site dinâmico’, disse.


The Wall Street Journal também tem uma redação separada para a internet. Seu editor discute com os editores da publicação impressa os temas a serem colocados na rede. Ao contrário do NYT e do The Washington Post, que oferecem acesso gratuito à maior parte do noticiário dos jornais, The Wall Street Journal tem aproveitado seu noticiário específico sobre economia para vender assinaturas para a edição do site.


Leonard Apcar, responsável pela NYTimes.com – a divisão da empresa para a internet -, afirmou que de imediato os dois grupos de jornalistas não ficarão na mesma sala, já que a redação do jornal não é muito espaçosa para tanta gente. Só alguns serão transferidos de imediato e, quando um novo prédio ficar pronto, dentro de dois anos, os demais irão. A integração significa que um único grupo de editores será responsável pelas versões impressa e digital dos ativos, o que deverá beneficiar o planejamento.’



O Globo


‘‘NYT’ integrará as redações de jornal e internet’, copyright O Globo, 4/08/05


‘O jornal americano ‘The New York Times’ planeja integrar sua redação tradicional com a equipe de jornalistas da versão online. A notícia foi divulgada ontem no site do ‘Wall Street Journal’. Segundo um memorando assinado pelo editor-executivo do ‘Times’, Bill Keller, e pelo vice-presidente de Operações Digitais do jornal, Martin Nisenholtz, as duas equipes vão colaborar com muito mais freqüência do que fazem hoje.


‘Ao integrar as duas equipes, esperamos diminuir ou eventualmente eliminar a diferença entre jornalistas tradicionais e online’, disseram. Não há previsão de cortes de pessoal durante o processo de integração, que acontecerá nos próximos meses.


Atualmente, as redações do jornal nova-iorquino e de sua versão online funcionam em prédios separados em Manhattan. O ‘New York Times’ planeja reunir as duas equipes sob o mesmo teto, em seu novo edifício de 52 andares em Times Square, que será inaugurado em 2007.


Em entrevista, Keller afirmou que deseja tornar o componente online do jornal cada vez mais fundamental.


– Nós queremos todas as editorias pensando sobre o online desde o começo da apuração da notícia – explicou, acrescentando que algumas editorias do jornal, como a de Ciência, já vinham há algum tempo trabalhando de modo mais agressivo o material online.


Como parte da mudança no ‘New York Times’, Keller disse ainda que espera que os editores do jornal sintam-se responsáveis pelo ‘NYTimes.com’ tanto quanto pela versão impressa.


Ainda não está claro como será o conteúdo dessa integração, mas Keller dá algumas pistas: mais artigos exclusivos para a versão online, mais gráficos e mais vídeos gerados pelo ‘Times’. O editor conta que alguns fotógrafos e editores de arte do jornal já vinham defendendo o uso do vídeo como parte de seu trabalho.


Sindicato quer tirardúvidas sobre a reforma


Keller afirmou também que o jornal deverá agregar conteúdo de outras organizações jornalísticas em seu site, como parte da reforma. A idéia, no entanto, não é transformar a versão online do ‘New York Times’ em um site de notícias no modelo do Yahoo! ou do Google. Segundo o editor, o jornal quer guiar os leitores até outros conteúdos online interessantes.


Barry Lipton, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Nova York, que representa profissionais do ‘Times’ e do ‘NYTimes.com’, disse que o jornal está agindo de maneira construtiva. Mas afirmou que o sindicato está pedindo um encontro com os diretores do ‘Times’ para esclarecer algumas questões sobre o processo de integração.


Entre elas, destaca Lipton, está o fato de os empregados da versão online trabalharem sob termos contratuais diferentes. Nesses contratos, há uma cláusula que diz que não deve haver transferência de jornalistas da versão impressa para a online. A cláusula foi negociada para proteger os jornalistas do diário impresso, que costumam ganhar mais do que seus colegas online.


– Obviamente, isso vai ser o centro das discussões – afirmou o sindicalista.


Keller respondeu que o jornal será cuidadoso:


– Não vamos deixar que isso se torne uma troca de funcionários bem pagos por outros mais baratos – garantiu o editor-executivo.’



NEWS CORP.


O Estado de S. Paulo


‘Rupert Murdoch assume a edição do ‘New York Post’ ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 4/08/05


‘O magnata das comunicações Rupert Murdoch, presidente da News Corp., voltará a ser o editor do jornal The New York Post, cargo que ficou vago após a abrupta renúncia de seu filho Lachlan na semana passada. Murdoch, de 74 anos, que foi o editor do periódico durante dez anos, até 1986, retoma o posto no momento em que a circulação do tablóide está aumentando, depois de alcançar 678 mil exemplares diários no fim de março.


O crescimento na circulação – uma raridade no atual cenário dos jornais nos Estados Unidos – ressuscitou uma velha rivalidade com o diário do outro lado da cidade de Nova York, The Daily News, criando uma intensa batalha pela liderança desse mercado.


Segundo analistas, a decisão de Rupert Murdoch tem como finalidade tranqüilizar os empregados do jornal. ‘Lachlan Murdoch estabeleceu uma equipe competitiva e de primeira classe em nosso diário’, escreveu o presidente da News Corp. em artigo publicado ontem no New York Post. ‘Darei a ela meu pleno apoio.’


Lachlan Murdoch planeja retirar-se em 31 de agosto dos cargos de vice-presidente de operações da News Corp. e de editor do New York Post. Ele era considerado o principal candidato à sucessão de seu pai no comando da News Corp., conglomerado que controla empresas como o estúdio de cinema Twentieth Century-Fox, o diário britânico Times, a cadeia americana de televisão Fox e a editora HarperCollins.



O Globo


‘Murdoch volta à edição’, copyright O Globo, 4/08/05


‘Depois de quase 20 anos fora do cargo, o presidente do grupo global de mídia News Corp., Rupert Murdoch, vai reassumir o posto de editor do ‘New York Post’. Semana passada, seu filho mais velho, Lachlan, anunciou que deixará o comando para passar mais tempo com a família na Austrália. Murdoch, de 74 anos, foi editor do diário desde sua compra, em 1976, até 1986.


O jornal – fundado em 1801 e o mais antigo dos EUA – tem registrado aumento de circulação. No fim de março, o número de exemplares vendidos por dia era de 678 mil. Lachlan fica no jornal até o fim deste mês. Ele era visto como o mais provável sucessor de Murdoch na presidência da News Corp., que controla também os estúdios Fox e o jornal britânico ‘Times’.’



INTERNET


Folha de S. Paulo


‘Internet ‘rouba’ a audiência da TV ‘, copyright Folha de S. Paulo, 4/08/05


‘Os internautas norte-americanos que têm conexão de banda larga em suas casas assistem, semanalmente, duas horas a menos de televisão do que aqueles desconectados. Os usuários de conexão discada, por sua vez, deixam de ver uma hora e meia de TV por semana.


O estudo da Forrester Research, realizado anualmente, tem como base entrevistas feitas com residentes dos Estados Unidos e do Canadá. Em 2005, foram feitas 69 entrevistas. As informações foram divulgadas na terça-feira.


Os entrevistados que não têm internet em casa passam cerca de 14 horas semanais em frente à TV, contra 12 horas e meia gastas pelos internautas de acesso discado e 12 horas gastas por aqueles com conexão rápida.


Nos próximos anos, as emissoras devem enfrentar uma queda ainda maior na audiência. Isso porque o número de usuários residenciais que utilizam a banda larga nos Estados Unidos não vai parar de crescer: eles eram 31 milhões, no final de 2004, e prevê-se que cheguem a 71,4 milhões, em 2010. Há seis anos, em 1999, essa facilidade era restrita a cerca de 2,6 milhões de internautas residentes nesse país.


Brasil


Um estudo do IBOPE//NetRatings referente a abril mostrou que, neste mês, 65% dos internautas domésticos brasileiros navegaram pela web durante o ‘horário nobre’: entre 20h e 22h. Tradicionalmente, esse horário gera bons números de audiência para as emissoras de TV.


‘Muitas dessas pessoas utilizaram a internet simultaneamente à TV’, diz Alexandre Sanches Magalhães, analista de internet do IBOPE//NetRatings. ‘Isso faz dela [a internet] uma mídia complementar, quando não a principal, para algumas faixas etárias’, afirma ele.’