Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O Estado de S. Paulo

GUERRAS & JORNALISMO
Lorne Manly

A imprensa na guerra pelo equilíbrio

‘THE NEW YORK TIMES – As guerras na era da mídia moderna vêm acompanhadas, com freqüência, das próprias dificuldades jornalísticas. Apesar de algumas fotos adulteradas e posadas do Líbano terem sido manchete semanas atrás, elas são apenas parte de uma questão subjacente maior: o papel das imagens numa retratação justa do conflito desencadeado em julho com a incursão do Hezbollah em Israel e a captura de dois soldados israelenses.

É particularmente exasperador, para muitas organizações noticiosas americanas, o esforço para determinar como e em que proporção as imagens de civis mortos e feridos devem ser exibidas em sua cobertura, quando as baixas de um lado são muito superiores às de outro. O cálculo jornalístico é dificultado por se tratar do conflito árabe-israelense, um tópico que atormenta como nenhum outro os editores de notícias, e pelo envolvimento de um grupo, o Hezbollah, que é considerado terrorista pelo governo americano. Mas a tomada de decisão torna-se ainda mais carregada pelo poder das fotos e imagens de TV, que são mais evocativas – e provocativas – que a palavra escrita e falada.

‘São as fotos e imagens de TV que balançam as pessoas’, diz a jornalista Jane Arraf, do Conselho de Relações Exteriores, cujo trabalho de oito anos na CNN incluiu a chefia de escritório em Bagdá.

Editores e executivos de jornais, revistas e redes de TV abertas e a cabo dizem que não impuseram uma fórmula de cobertura justa no conflito entre Israel e Hezbollah. ‘Isto não é um evento esportivo, onde contamos os pontos de cada lado’, diz Jonathan Klein, presidente da CNN para os EUA.

Mas eles reconhecem que estão perfeitamente conscientes em manter certo equilíbrio no tempo, seja este um ciclo de notícias em redes noticiosas 24 horas ou uma semana de noticiários noturnos da TV ou de jornais. E eles dão uma atenção especial às imagens por causa de seu poder.

‘Fotos são mais complicadas que palavras porque seu conteúdo é, em grande medida, emocional, visceral, e não se pode editar esse conteúdo’, diz Bill Keller, editor executivo do jornal The New York Times. ‘Não se pode inserir um parágrafo de contexto numa foto.’

Numa cobertura noticiosa contínua como esta, diz Keller, o jornal baseia suas escolhas fotográficas num leque de fatores que inclui qualidade, originalidade e relevância da imagem. ‘Você não diz: ‘Ontem demos destaque a libaneses inocentes mortos, por isso hoje precisamos destacar israelenses inocentes mortos’, afirma ele. ‘Mas ao longo do tempo você procura retratar todo o leque de conseqüências da guerra.’

Esse objetivo é ainda mais desafiador quando se lida com fotos que transmitem, melhor que qualquer outro meio, a eloqüência e o significado de situações pavorosas, diz David Friend, editor de desenvolvimento criativo da revista Vanity Fair e ex-diretor de fotografia da revista Life.

‘Elas capturam sucintamente muitas camadas de significado num espaço confinado’, diz Friend, cujo livro Watching the World Change: The Stories Behind the Images of 9/11 (Vendo o Mundo Mudar: as Histórias por trás das Imagens do 11/9) será publicado no próximo mês. ‘É o equivalente artístico do poder atômico, onde se tem tanta energia num espaço tão pequeno que ela tem de explodir.’

Jon Banner, produtor executivo do World News With Charles Gibson da TV ABC, diz que não conseguiria lembrar um evento noticioso recente mais difícil de cobrir, dada a complexidade das questões e a natureza poderosa das imagens. Geralmente, a ABC tem exibido um segmento do Líbano e um de Israel como forma de reportar os dois lados da luta.

Para alguns, isso é negligenciar o dever jornalístico. Alguns críticos de Israel argumentam que, como o número de mortos e a destruição são maiores no Líbano, uma espécie de proporcionalidade deveria estar presente nas reportagens resultantes. Qualquer outra coisa trairia uma posição pró-israelense. Mas os defensores de Israel dizem que uma abordagem dessas confere uma equivalência moral distorcida. Israel é uma nação democrática exercendo seu direito de autodefesa, argumentam, ao passo que o Hezbollah é uma organização terrorista que usa o povo do Líbano como escudo humano.

Nas quase cinco semanas de combate antes da trégua, morreram mais de mil libaneses, muitos deles, civis, e cerca de 150 israelenses, na maioria soldados. Tendo em mente esses dados, a idéia de um equilíbrio no número de fotos para cada lado ‘se iguala a uma falsa equivalência moral’, diz Arraf.

Para outros, porém, esse argumento desfigura uma compreensão das verdadeiras questões deste conflito. ‘Proporcionalidade é um termo sem sentido num conflito como este’, diz Charles Johnson, cujo blog Little Green Fottballs revelou que um fotógrafo free lance trabalhando para a agência Reuters havia alterado imagens para fazer os danos causados por ataques aéreos israelenses em Beirute parecerem piores do que eram. O Hezbollah, na sua opinião e na de outros, é um grupo niilista que não tem escrúpulos sobre o sacrifício de civis.

‘O Hezbollah está vencendo a guerra de imagens porque ele não está sendo associado a táticas de guerra imorais e inescrupulosas, para não mencionar o objetivo de guerra genocida de varrer Israel do mapa’, diz Max Boot, bolsista sênior do Conselho de Relações Exteriores.

Executivos de organizações noticiosas, já endurecidos por queixas de vários lados sobre a cobertura do Oriente Médio, dizem que tentaram não se pautar pelos críticos. ‘Eles não querem que você seja equilibrado’, diz Keller, do New York Times. ‘Querem que retrate a moralidade da guerra como eles a vêem.’

Banner, da ABC News, acrescenta: ‘Nosso trabalho não é decidir se um lado merece ou não mais ou menos. Nosso trabalho é reportar as notícias.’

TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK’



MEMÓRIA / BARBARA EPSTEIN
Martin Kettle

Barbara Epstein, a alma da NYT Review of Books

‘The Guardian – Você já saiba que existem cerca de 300 milhões contêineres de expedição em todo o globo, que no século 20 revolucionaram o comércio mundial, permitindo aos países em desenvolvimento, em especial a China, enviar mercadorias com mais rapidez, de forma mais barata e lucrativa, e tornando possível a manufatura moderna na qual os componentes são feitos num continente e montados em outro? Ainda mais que a internet, os contêineres são as artérias da globalização moderna. Mas eles se transformaram em dor de cabeça para a segurança. Seria difícil detectar contêineres adaptados e equipados para transportar pessoas entre os milhões deles repletos de mercadorias genuínas. O potencial de morticínio decorrente da explosão de um contêiner-bomba seria bem maior que de um avião comercial lotado.

Agora, uma segunda questão e um tópico diferente: você sabia que durante a revolução americana do século 18, entre 80 mil e 100 mil escravos afro-americanos (quase um quinto da população escrava da América do Norte) fugiu? Bem, eu também não sabia disso. Mas os escravos não fugiram para qualquer lugar. Uma parcela passou para o lado dos britânicos, que lutavam para impedir a independência americana, na esperança de obter liberdade e proteção. No fim da guerra, entre 15 e 20 mil escravos fugidos continuaram sob proteção britânica. Muitos permaneceram nos EUA e se aventuraram. E, apesar de o próprio George Washington ter exigido o retorno deles, cerca de 9 mil preferiram seguir os últimos ingleses quando estes se retiraram da terra que se tornou os Estados Unidos.

A deles foi uma das mais pungentes das diásporas humanas. Alguns desses ex-escravos foram para Nova Escócia. Outros atravessaram o Oceano Atlântico para a Europa. Alguns continuaram na Grã-Bretanha, outros participaram de projetos de colonização no oeste da África, principalmente em Serra Leoa, às vezes em associação com escravos libertos que haviam permanecido nos EUA. E, em 1787, em 11 casos individuais notáveis, fizeram parte da ‘primeira frota’ de condenados pela justiça e colonos que viajaram de navio para o que é hoje o porto de Sydney para criar a moderna Austrália. Assim, não é impossível que ao menos 1 desses 11 tenha nascido na África, crescido nos EUA, ido já adulto para a Europa e terminado seus dias na Austrália – uma história de vida de viajante global que seria notável mesmo no século 21, quanto mais no século 18.

A esta altura, você talvez esteja se fazendo uma terceira pergunta: aonde tudo isso pretende nos levar? Os dois assuntos têm em comum o interesse inerente e o estímulo intelectual. E ambos são brilhantemente discutidos na mais recente edição da publicação que, ao menos na opinião deste leitor geral, mais pode reivindicar para si o título da publicação indispensável do moderno mundo falante do inglês – a New York Times Review of Books.

Há cerca de um ano, um amigo atento insinuou que, em muitas ocasiões, esta coluna conteve uma recomendação para ler este ou aquele artigo num exemplar recente da NYRB. Desde então, tenho tentado refrear este hábito, nem sempre com sucesso. Mas minha devoção a este maravilhoso exame quinzenal da política e das artes não diminuiu, e a morte no mês passado da sua fundadora e diretora, Barbara Epstein, é uma oportunidade de explicar por quê.

Para fazer isso, não é preciso ir muito longe, pois na atual edição de 10 de agosto, amigos e colegas lembram Epstein e o cuidado dela com a edição. Em um artigo, Gore Vidal recorda como Epstein contestou o uso casual do adjetivo ‘implacável’ aplicado a Bobby Kennedy (imagine tentar manter tal tato e escrúpulo na imprensa britânica de hoje movida a insultos). Em uma outra participação, o historiador de Yale, Edmund S. Morgan, capta um aspecto essencial da NYRB, que qualquer leitor assíduo reconhecerá instantaneamente. O método de Epstein de encomendar matérias era muito peculiar, revela Morgan: ‘Nada de solicitar um determinado número de palavras em uma determinada data marcada sobre o livro a ser enviado se eu concordasse com as condições. Nada disso. Um livro chegava à sua porta com uma mensagem de uma só sentença – ‘se este livro lhe interessar’. A pressuposição era que eu talvez quisesse escrever algo sobre o livro para ela. Sem data de entrega, sem especificar o tamanho, sem precisar entregar o livro se este não me interessasse. Fui desarmado pelo alto estilo desse modo de se dirigir a mim… Era um convite para ser você mesmo, para mostrar o que você tinha a dar.’

Com essas maneiras irresistíveis, Epstein e seu co-editor, Robert Silvers, criaram a publicação de leitura obrigatória com 68 páginas que está diante de mim na minha mesa. Embora este último exemplar não contenha nada do meu habitual favorito da NYRB, o grande Garry Wills, ainda consegue – com suas avaliações magistrais das exposições de Dada e Frederic Church (a última de autoria de nada mais nada menos que John Updike), da vida de Stravinski (‘Quando Stravinski morreu (…) o mundo ficou sem um grande compositor pela primeira vez em 600 anos. E ainda está.) e sua análise da política moderna iraquiana, o islamismo xiita, da nova Bolívia e do significado de a decisão da Suprema Corte sobre Guantánamo – proporcionar uma demonstração do jornalismo superior que dá uma surra nas futilidades de seus imitadores britânicos.

Você, às vezes, pode ter a impressão que o liberalismo americano da era Bush caiu em descrédito e fracassou, ainda mais tomando como exemplo a seletividade da imprensa britânica. Continuem sonhando, vocês esquerdistas hipócritas e neoconservadores raivosos, com suas certezas superficiais. Enquanto a incomparável New York Review of Books de Barbara Epstein existir e estiver bem, ela é capaz de convencê-lo uma vez a cada 15 dias que ainda existe algo na nossa vida intelectual que vale a pena ser passado adiante.

TRADUÇÃO DE MARIA DE LOURDES BOTELHO’



TELECOMUNICAÇÕES
Editorial

Nova ameaça à Anatel

‘Não causa surpresa a disposição manifestada por empresas concessionárias de telefonia fixa de recorrer à Justiça contra a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de não lhes permitir participar, nas áreas em que já operam, da licitação das licenças para exploração do serviço de banda larga sem fio para acesso à internet de alta velocidade. É uma reação natural de quem se sentiu prejudicado e, por isso, busca reparação pelos meios legais disponíveis.

Mas não é justificável a reação do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que, por ter a Anatel rejeitado suas sugestões – permitir que as empresas de telefonia fixa participem da licitação em qualquer ponto do País, mesmo nas áreas em que já operam; e adiar a licitação marcada para setembro -, ameaça editar uma portaria ou outro instrumento legal para derrubar a decisão da agência. Costa ameaça, em resumo, passar por cima da Anatel, desrespeitando sua autonomia.

Não é a primeira vez que membros do governo Lula tentam intervir em áreas de estrita competência das agências reguladoras e, infelizmente para o País, certamente não será a última. Parece ser próprio da natureza do governo do PT tentar, sempre que possível, minar o trabalho dos órgãos reguladores. O próprio presidente da República, logo depois da sua posse, fez duras críticas ao papel das agências – criadas como complemento essencial do processo de transferência para o setor privado da responsabilidade pela prestação de diversos serviços públicos – ao dizer que, com sua criação, o Estado foi privatizado.

A Anatel já teve suas decisões contestadas por um antecessor de Costa, o então ministro Miro Teixeira, que quis mudar os índices de correção das tarifas de telefonia fixa, que eram determinados não pela agência, mas por contratos assinados à época da privatização das estatais da área de telecomunicações. No ano passado, uma tentativa da Anatel de promover uma reestruturação administrativa, com a qual ganharia maior agilidade, foi barrada pelo atual ministro. Outra divergência séria entre o ministro e a Anatel ocorreu no caso da fixação dos critérios de cobrança de tarifas do telefone popular, no qual acabou prevalecendo a posição da agência.

No caso que agora parece incomodá-lo tanto, a ponto de querer pressionar o Palácio do Planalto a nomear rapidamente um membro para preencher a vaga ainda existente no colegiado – aliás, o atraso na nomeação de substitutos dos conselheiros que deixam o cargo é, como a retenção das verbas orçamentárias, um dos artifícios utilizados com freqüência pelo governo Lula para prejudicar a atuação das agências -, o ministro Hélio Costa está aliado às concessionárias de telefonia fixa.

Na véspera da reunião da Anatel em que o assunto seria discutido, o ministro chegou a dizer que o colegiado aprovaria mudanças no edital de licitação para o leilão de freqüências para operação do serviço de acesso à internet de alta velocidade sem fio. Uma das alterações seria o adiamento do leilão. Mas, na reunião realizada na quarta-feira, dois conselheiros votaram a favor do adiamento e dois pela manutenção do prazo.

As agências reguladoras são instrumentos do Estado para fiscalizar o cumprimento das regras legalmente fixadas para a operação das empresas concessionárias de serviços públicos e a qualidade dos serviços por elas prestados. Seu dever, por isso, é atender aos interesses do Estado e do público, e não necessariamente os do governo, como parecem imaginar diversos membros da equipe de Lula, entre eles o ministro Hélio Costa.

O enfraquecimento das agências traria sérios riscos para o País. Investimentos nas áreas em que atuam as agências reguladoras são, geralmente, de longa maturação e, por isso, para realizá-los, os investidores precisam estar seguros de que as regras estabelecidas serão cumpridas. Isso exige que as agências reguladoras tenham competência técnica para decidir e autonomia para colocar em prática suas decisões. Interferências indevidas do governo na área regulatória assustam os investidores e podem retardar o crescimento.’



INTERNET
Renato Cruz e Gerusa Marques

Internet sem fio atropela legislação

‘‘Em 20 dias, vamos anunciar o projeto de criar uma rede de internet banda larga com a tecnologia WiMax no País inteiro’, afirmou o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Ele elegeu essa rede, que atenderia a escolas, centros de saúde e governo, como o seu maior projeto, depois de resolvida a questão da TV digital.

Para atingir seu objetivo, Costa resolveu interferir na independência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Tentou cancelar o edital, publicado em fevereiro, para freqüências de banda larga sem fio com tecnologia WiMax e o regulamento do MMDS, TV paga via microondas. As empresas de MMDS podem instalar o WiMax nas faixas de freqüência que já possuem.

O WiMax é uma tecnologia nova, padronizada no fim de 2005. Testes de WiMax em São Paulo conseguiram alcance de até 20 quilômetros, com velocidade entre 10 megabits por segundo (Mbps) e 15 Mbps. O pacote mais rápido do Speedy, da Telefônica, tem 8 Mbps.

Nos Estados Unidos, o WiMax está sendo chamado de quarta geração das comunicações móveis (4G). A Sprint Nextel anunciou este mês que vai investir US$ 3 bilhões nos próximos dois anos para construir uma rede que cobrirá todos os EUA. Craig McCaw, pioneiro da telefonia celular, também resolveu investir na tecnologia por lá. Ele levantou US$ 900 milhões para a sua nova empresa, chamada Clearwire.

‘Vamos criar um consórcio envolvendo os governos federal, estaduais e municipais e as empresas’, afirmou Costa, sobre a rede nacional de banda larga sem fio. ‘A gente vai levar a todo município não apenas internet, mas todos os instrumentos que a banda larga traz.’

Na semana passada, a Anatel rejeitou a interferência do ministro. Houve empate no conselho da agência, com dois votos a favor (dos conselheiros indicados pelo atual governo) e dois contra (dos conselheiros escolhidos no governo anterior).

A legislação exige maioria simples, três votos, para qualquer medida ser aprovada no conselho da Anatel. Se o governo não tivesse deixado um posto vago, talvez tivesse conseguido o que queria.

‘Nossa pretensão não é criar um problema com a agência’, explicou o ministro. Na prática, porém, suas ações vão contra a Lei Geral de Telecomunicações (LGT), que diz que cabe à agência ‘adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e publicidade’. A palavra chave, no caso, é independência.

Costa planeja editar uma portaria que cancela o edital de freqüências para o WiMax. Ele quer reverter a proibição de as concessionárias fixas (Telemar, Telefônica e Brasil Telecom) comprarem licenças para as suas áreas de concessão. A Anatel desenhou a licitação dessa forma para incentivar a competição com as operadoras dominantes.

O ministro não concorda. ‘Entendemos, como governo, que as fixas começam a enfrentar uma crise’, disse Costa. ‘A morte do telefone fixo está acontecendo muito mais rapidamente do que a gente imaginava.’

No caso do MMDS, o cancelamento do regulamento atual faria com que voltassem a valer as regras antigas. As empresas de TV paga por microondas digitalizam o sinal, o que libera espaço no espectro para o WiMax, que permite novos serviços, como vídeo sob demanda (onde o espectador escolhe o programa que quer assistir na hora), telefonia fixa e móvel e internet rápida.

O MMDS atende a 41 das 50 maiores cidades brasileiras. A maior empresa de MMDS é a TVA, do Grupo Abril, com presença em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.

O regulamento anterior do MMDS abria a possibilidade de reduzir a faixa de freqüência das empresas na renovação de seus contratos, por conta da eficiência trazida pela digitalização. Com isso, o ministro teria mais espaço para criar a rede nacional de banda larga sem fio ou oferecer o espectro, hoje destinado ao MMDS, a outras empresas, como as concessionárias fixas. ‘Temos preocupação com a digitalização do espectro, que certamente trará melhor aproveitamento’, disse Costa.’



***

De inimigo a aliado das operadoras de telefonia

‘Durante o processo de escolha do padrão de TV digital, o ministro Hélio Costa esteve várias vezes em conflito com as operadoras de telefonia. Também comprou briga com elas ao criticar a assinatura mensal do telefone fixo. Mas, ao que parece, agora resolveu se aliar a elas. Além de defender sua participação na licitação das freqüências para o WiMax, prometeu se empenhar para mudar a legislação e liberar os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que arrecada cerca de R$ 600 milhões por ano e nunca foi aplicado. A idéia é permitir que ele seja usado em banda larga, além de telefonia.

Há um grupo misterioso de investidores americanos que quer criar uma rede de WiMax para cobrir todo o Brasil, segundo o ministro. Ele não revela quem são. ‘Deu certo o que eu imaginei quando disse que tem alguém lá fora disposto a investir US$ 1 bilhão aqui’, afirmou. ‘Depois disso, recebi a visita de muita gente interessada em conversar sobre o assunto.’ Entre os novos interessados estaria a americana Cisco, fabricante de equipamentos de telecomunicações.’



TELEVISÃO
Sérgio Duran

CET quer vender para TV imagem de câmeras

‘A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) negocia com emissoras de televisão para vender as imagens das 149 câmeras usadas para controlar o trânsito e instaladas no cruzamento das principais avenidas de São Paulo. A concessão será feita por meio de uma parceria que permita à companhia resolver o problema do sucateamento do sistema. Hoje, 66,4% das câmeras (99) estão quebradas.

O gerente de marketing da CET, Aluysio Simões, conta que já se reuniu com técnicos da TV Globo, Record, SBT, Bandeirantes e Rede TV!, e que todos teriam aceitado participar da parceria. A vantagem para as emissoras seria a possibilidade de mostrar ao vivo acidentes ou congestionamentos, o que hoje só é possível com a utilização de helicóptero.

A Central Globo de Comunicação confirmou que a emissora foi contatada e que há interesse na parceria, mas que não houve nenhuma proposta concreta até o momento para ser comentada. As demais emissoras não responderam aos pedidos da reportagem.

‘Na verdade, as câmeras possibilitam recursos como redireção e aproximação da cena. A real utilidade disso será determinada pelos parceiros. Se corresponder às nossas normas, tudo bem’, diz Simões, da CET.

A falta de manutenção ao longo das últimas gestões foi o que motivou o apagão do sistema. Regiões como a zona leste tem 8 câmeras funcionando quando chegou a ter 23 (veja quadro abaixo). ‘Durante anos, os aparelhos foram sendo instalados e abandonados depois’, afirma o gerente de marketing.

Consertar as 99 câmeras quebradas e deixar os cinco centros de controle em ordem até 2008, segundo Simões, representa um custo de R$ 9,5 milhões. Mas a companhia não tem esses recursos.

A boa receptividade das emissoras fez a direção da CET incluir, na negociação, um plano de expansão do número de câmeras e de modernização dos centros. Simões diz que o custo desse plano, incluindo a ampliação do número de aparelhos dos 149 atuais para cerca de 300, custaria R$ 50 milhões, em quatro anos, para a CET.

‘Estamos estabelecendo cotas de participação na parceria. Como não podemos receber dinheiro, a contrapartida poderia ser feita em equipamento e manutenção. Podemos dividir a cidade em áreas e distribuí-las entre as emissoras’, afirma. ‘As imagens veiculadas teriam a marca d’água da CET.’

INTERNET

Esgotadas as negociações com as emissoras de TV, Aluysio Simões planeja chamar os portais da internet para montar outra parceria. ‘Aí vêm os subprodutos que as câmeras podem oferecer’, explica.

A Maplink, portal especializado em gerar mapas e oferecer rotas aos internautas, é uma potencial contratada. A coordenadora de marketing do site, Silvia Andreatta, acha a idéia muito interessante, mas adverte que seria necessário alto investimento em tecnologia. O número de imagens a serem captadas e retransmitidas pelo portal poderia deixar a navegação muito lenta. Hoje, a Maplink gera 100 mil mapas de rotas por dia. São Paulo lidera o número de acessos, o que inclui também estradas.

‘Usar as câmeras das concessionárias também seria muito interessante, mas é um investimento, para nós, a longo prazo’, afirma Silvia.’



TELEVISÃO
O Estado de S. Paulo

‘Desbanquei a Fernandona’

‘Afinal, quem ainda se lembra de Bia Falcão? Lília Cabral, a vilã da vez, fala de ‘Páginas da Vida’, de preconceito, hipocrisia e aposta: ‘A Marta vai ser difícil de esquecer’

Não dá para dizer que ela é boazinha. Outro dia mesmo, uma repórter ligou em seu celular e ela, sem-cerimônia, pediu para a tal ir para aquele lugar. Eram 20h30 e ela estava saindo do Projac. Depois de três semanas sem folga cumprindo a mesma rotina. A pergunta que a repórter queria fazer não tinha a ver com Marta, nem com os picos de audiência que a personagem está dando em Páginas na Vida. A repórter queria saber em quem ela vai votar. Pena que Lília Cabral não acha que artista tem de levantar bandeira para sicrano ou beltrano. Nem que precisa ter secretária e que não possa andar na rua por causa do assédio dos fãs. Ela adora ir ao banco e ao supermercado. E vai. Quando tem um tempinho, também vai à livraria, toma um pingadinho no café, vai a pé até a Nossa Senhora da Paz para dar uma rezadinha.

A repórter deve ter achado que Lília é igualzinha a Marta. Mal sabe que ela interrompe qualquer conversa para ver se a filha, Júlia, de 9 anos, almoçou direitinho, se já colocou o uniforme… Ensina Júlia a dar ‘bom dia’ para todo mundo. E a leva desde pititica ao Baixo Bebê, ali no Leblon. O povo de lá sabe que Lília é boa mãe. A dona do quiosque, que a conhece há muitos anos, vive a defendê-la.

Não pense que foi fácil fazer aquela cena do supermercado quando maltratou o menino com síndrome de Down. Tanto que, de primeira, ela não conseguiu falar. Teve de ir lá conversar com o garoto, explicar tudo para ele não ficar chateado. Daí sim.

Assim como Marta, Lília não tem pudor em dizer o que lhe desagrada. Assim como Marta, Lília ficaria chocada ao receber a notícia de um filho portador de síndrome de Down. Ao contrário de Marta, Lília é leve, não guarda rancor e não rejeitaria a criança. Lília é real. Você já a viu em Vale Tudo, Tieta, Pátria Minha, História de Amor, Chocolate com Pimenta… Mas, agora, você não vai mais conseguir esquecê-la.

Existem muitas Martas por aí?

A classe média está cheia disso. É só ver qualquer Fantástico. As pessoas que ficam separando dinheirinho para o plano de saúde, aluguel… E para se divertir? Nada. A Marta é um personagem duro, massacrado, parece que o coração dela tem um pedacinho bom, o resto é tudo contaminado. É uma pessoa difícil de conviver, mas é uma pessoa real, que existe.

Ela é má?

Não. Ela é poluída de sentimentos desagradáveis. A amargura é um sentimento que se você o mantém por mais de três meses você cria uma depressão. O engraçado é que, desde o início, o Maneco (Manoel Carlos, autor) me disse: ‘Vai ter gente que vai concordar com a Marta.’ E, desde o começo, procurei fazer a Marta o mais verdadeira possível. Quero até que, de alguma forma, as pessoas me confundam, achem que se estou fazendo bem o papel é porque sou deste jeito.

E o que você tem da Marta?

Tenho essa coisa impetuosa de dizer o que penso. Se vejo alguém fazendo ou falando alguma besteira digo na hora, na lata. Sem magoar, sem ferir, mas não deixo de falar. Tenho uma forma transparente de ser e de me posicionar. Mas não cultivo amargura nem rancor. Convivi com gente preconceituosa, que não perdoava e vi como isso afetou a vida delas. Cresci tendo ojeriza a este tipo de atitude.

E qual é o limite de uma mãe?

Acho que você pode chegar para a filha e ter uma atitude radical no sentido da educação, de mostrar o quanto ela te decepcionou. Mas, quando você passa do limite, quando começa a espancá-la na barriga, daí as pessoas estranham. Mas esse passar do limite é que dramaticamente tem que ter. Senão fica um personagem bobo. Felicidade ninguém quer ver. O casal bonitiiinho, que se ama (fala com voz infantil)? É chato. Bom para o controle remoto.

Você já fez muitas novelas, mas é seu primeiro papel de destaque. Demorou para chegar?

Não penso assim porque se pensasse daí ia ter amargura. ‘Aiiii por que não fiz isso antes!’ (dramatiza) Cada novela que a gente faz é um crescimento. E o crescimento é treino. Tem gente que fala: ‘Ai, quero ficar dois anos parada.’ Eu não vou ficar e não quero ficar. O treino faz você ficar cada vez melhor. E acho que as coisas vêm na hora certa. Se tivesse um personagem de destaque outra hora será que teria feito bem? No teatro eu tenho um currículo maravilhoso, fui premiada várias vezes. Então, de alguma forma, o que não compensa na TV, compensa no teatro. Mas a Marta vai ser um personagem difícil de esquecer.

Li em uma entrevista que você se sentiu insegura ao fazer a Ingrid de ‘Laços de Família’ (2000). Com anos de carreira ainda dá frio na barriga?

Lógico que fiquei insegura, nunca tinha feito uma mulher casada com um homem muito mais velho (Fernando Torres), naquela fazenda, com uma filha destrambelhada (Deborah Secco)… Não sabia por onde começar. Fui para o sul, olhava para a paisagem e pensava: ‘Meu Deus, o que eu faço?’ Daí comecei a ver aquele horizooonte, aquela coisa solitááária (fala lentamente). E dava uma certa angúúústia e daí disse: É isso. O personagem é isso. Tem uma angústia para viver e não vive.

Para onde teve de olhar para encontrar a Marta?

Não tive que olhar para nada. Estava tudo no texto. O Maneco escreve a rubrica. No enfarte do (Marcos; Alex) Caruso tinha assim: ‘Os olhos de Marta se acinzentam, perdem o brilho.’ Lógico, como faz o olho ficar acinzentado? É a emoção. Daí teve um olhar que eu dei, é claro que meu olho não ficou cinza, mas foi como se tudo tivesse ido embora. Entendeu?

E um papel tão carregado não cansa?

Não fico muito ligada como se o personagem ficasse o tempo inteiro em mim. Outro dia estava eu, o Caruso, o Zé Mayer, a Natália (do Vale) e a Louise (Cardoso) e o Zé falou: ‘E aquele negócio que você fez, de segurar a garganta, quando soube da notícia (da morte de Nanda). Aquilo pintou na hora?’ Falei: ‘É lógico, Zé. Você acha que eu fiquei em casa engolindo seco?’ Não. Assim como o Caruso não deve ter ficado na casa dele ‘óóóóóó’ treinando o enfarte. É que você estuda o contexto da cena, fica dias trabalhando, para fazer aquilo. Mas na hora. Quando acaba desligo o interruptor.

Mas eu me choco, claro. Você acha que é bom falar aquelas coisas que ela fala? ‘A criança fica retardada, dá um trabalho do cão’, ela diz. Como se estivesse falando de um cachorro: ‘Esse cachorro é um inferno, todo dia faz cocô no tapete persa!’ É violento. Mas você não pode falar ‘pêpêpê’, cheio de cuidado. Ou você faz ou não faz. E, se você tiver pudor com um personagem desse, você não vai fazer bem.

Se a Marta já é vilã como você acha que vai ser agora com a rejeição da criança com Down?

É, agora é que a cobra vai fumar. Mas acho que quando ela fala assim para a Helena: ‘Tudo que a senhora fala sobre Down é muito bonito, mas não é assim’. Isso é uma verdade. Assisti ao Do Luto à Luta (documentário de Evaldo Mocarzel sobre síndrome de Down) e eu vi isso ali. Há pessoas que, lógico, aceitam, que graças a Deus têm esse lado humanitário bem desenvolvido. Mas ali tem gente que teve uma profunda rejeição quando apareceu uma criança com Down na família. E, em qualquer lugar, se tiver uma reunião social com dez mulheres falando sobre isso, todas vão dizer: ‘Não é nada demais.’ Mas, por dentro, vão agradecer porque não aconteceu com ela. O que vai acontecer é que a hipocrisia vai ficar muito violenta e as pessoas vão ficar com mais raiva porque vão se ver. A Marta não vai ser hipócrita. Ela explica que não tem condições de pagar um atendimento diferenciado para a criança. De fato ela não tem condições.

Você entende a personagem?

Totalmente. Se fosse comigo… Seria um choque? Seria. Eu teria uma atitude humanitária? Teria. Cuidei de tanta gente da família que ficou doente, acho que teria. Mas procuraria uma razão para entender e ajudar outras famílias. Agora, dizer que logo de cara eu iria entender seria hipocrisia minha. A dona de um quiosque do Baixo Bebê, que me vê levar a Júlia desde que ela era pititica, me disse: ‘Tem babás que falam que cuidam de crianças com Down e dizem que os pais não fazem nem um afago nelas’. É cruel. E é isso que a Marta vai despertar. E não é só Down, é aquele filho que tem comportamento ruim, o homossexual que o pai rejeita… Apesar do foco ser o Down, vamos falar de todos os preconceitos.

Por que você acha que o pico de audiência sempre é com você?

Ah, sei lá. É lógico que fico envaidecida, mas acho que não é por mim. A história é muito interessante. Nem vou ficar pensando nisso, nem gosto muito de ficar idealizando. É gostoso ter este carinho, esta atenção, esta procura, claro, mas não fico aproveitando. Sabe aquela que quer aproveitar o sucesso? (risos) Nunca fui assim. Sempre fui muito na minha.

Onde está sua porção celebridade?

Não tenho isso e me reservo este direito. Minha vida é minha vida e não tem nada de especial. Acho um horror aquela história da pessoa ir não sei onde e sair uma nota. Eu faço banco, supermercado, não tenho secretária para isso, sabe? E acharia um porre ter.

Qual o fim que você queria para a Marta?

Não queria que ela morresse. Queria uma ajuda humanitária. Fiquei pensando: se um dia ela se deparasse só e aparecesse uma criança surda e muda que ela, a princípio, não aceitasse e, na última alternativa da vida dela, ela iria ficar com aquela criança. Ela amolecesse. É que esta mulher vai sofrer tanto na vida. Mas se a Bia Falcão ficou lá em Paris no bem bom? Pô, sou bem melhor que a Bia Falcão! Sabe, o que eu mais gosto é que ninguém lembra mais da Bia Falcão. Desbanquei a Fernandona! (risos) Não vejo a hora de falar isso para ela.’

Leila Reis

Coisas da vida

‘Quanto mais a barra pesa nas Páginas da Vida mais telespectadores juntam-se na frente do vídeo a cada noite. A novela escrita por Manoel Carlos chegou a bater nos 56 pontos de média no Ibope, o que quer dizer que, só na Grande São Paulo, foi sintonizada em mais de 3 milhões de lares. Patamar este só alcançado pontualmente e, em especial, nos ‘últimos capítulos’ das tramas antecessoras.

E não se pode dizer que o chamariz para a principal novela da Globo seja o romance. Pode até ser que os pares românticos a serem formados (Regina Duarte/Marcos Paulo e Ana Paula Arósio/Thiago Rodrigues) venham a fidelizar o telespectador, mas a causa da adesão neste momento é o drama.

Não por acaso, a atriz Lília Cabral é capa deste TV&Lazer. E tem sido solicitada a comentar a amargura de sua personagem, Marta, nos programas da Globo, além de ser o destaque nas publicações especializadas em televisão. As atitudes duronas e controversas de Marta têm alimentado quase diariamente a pauta dos programas vespertinos, aqueles que são basicamente sustentados pela leitura de notícias sobre os bastidores do show biz e pela discussão sobre o cotidiano das novelas.

O efervescente interesse gerado por Páginas da Vida vem desmentir a tese de que o público busca a válvula da ficção (até então traduzida em fantasias românticas) para escapar da aspereza da realidade que, convenhamos, anda bem punk.

A morte da adolescente grávida por atropelamento foi o evento mais forte, mas o que tem pegado a platéia são as atitudes morais de seus personagens. Lá, com exceção do médico vivido por Marcos Paulo (que vai combater a aids na África), não há temperamentos heróicos. As pessoas que entram todas as noites na nossa casa lidam com problemas grandes e comezinhos, como os do mundo real. Os dilemas que se colocam são tão tangíveis que logo disseminam debates na sala de casa.

A insensibilidade de Marta ao abandonar a neta com síndrome de Down é reprovável, mesmo que isto signifique um acréscimo poderoso na carga que carrega nas costas a vida inteira. Mas também não é justificável o comportamento do marido Alex (Marcos Caruso), um pai e avô amoroso, mas um homem subserviente, incapaz de sobreviver se não à custa do suor da mulher.

A histérica (personagem de Débora Evelyn), que controla com mãos-de-ferro a alimentação da família e obriga a filha a percorrer uma trajetória (de bailarina) que a vida lhe negou, irrita o telespectador, mas também traz a identificação em proporções variadas. Assim como o público encontra similaridades no marido machão (Antonio Caloni) que faz de tudo para boicotar a iniciativa da esposa de trabalhar, ou no garanhão (José Mayer) que pensa engambelar a amante (Natália do Valle) com as desculpas mais esfarrapadas.

Mesmo a heroína Helena (Regina Duarte), que vai lutar pela criança rejeitada no decorrer da novela, tem fraquezas bem humanas. Como a de ceder à sedução do ex-marido traidor ou ‘massacrar’ o filho adotivo por ele não ter atendido as suas expectativas (de reagir à discriminação racial).

Ao contrário dos novelões mexicanos, os dramas vividos pelos personagens de Páginas da Vida são tão parecidos com os do cotidiano de boa parte de sua audiência, que se torna irresistível acompanhar para saber quais serão os desdobramentos.

E-mail: leilareis@terra.com.br’



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