Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O Estado de S. Paulo

MEMÓRIA
Aos 59 anos, morre o jornalista Pedro França

‘ ‘Pedro França, o único jornalista rico, fino e chique de São Paulo.’ Essa expressão foi publicada diversas vezes, no Jornal da Tarde, nos anos 70 e início dos 80, nos textos assinados por seu amigo Telmo Martino, na editoria de Variedades – textos carregados de humor e muito veneno, uma espécie de coluna social sobre os famosos da época que não era assinada como coluna social.

Pedro França Pinto, morto ontem em São Paulo, aos 59 anos (completaria 60 no próximo mês de março), fez Direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC) e História na Universidade de São Paulo (USP), mas tornou-se jornalista logo que deixou o curso. Trabalhou no Grupo Estado por mais de 25 anos.

Foi repórter, redator, subeditor e editor no Jornal da Tarde, a partir de 1974, onde começou como setorista do Palmeiras (embora fosse torcedor fanático da Portuguesa) e passou pelas editoriais de Esportes, Reportagem Geral e Variedades.

Deixou o jornal por alguns anos no fim da década de 80, para o que costumam chamar de período sabático – uma temporada em Florianópolis, distante do jornalismo diário.

Retornou ao Grupo Estado em meados dos anos 90 para a Agência Estado, onde trabalhou em diversas áreas, inclusive no início do pioneiro site da agência na internet, em 1995.

Participou diretamente da integração do portal estadao.com.br – até então de responsabilidade da Agência Estado – à redação do Estado, em 2002.

Foi um dos editores executivos do portal e posteriormente trabalhou como redator do Caderno 2.

Não era rico, ao contrário do que dizia a frase bem-humorada do colunista do Jornal da Tarde, embora viesse de importante família paulista. Mas seguramente era fino e chique, segundo atestam diversos dos muitos amigos que fez ao longo de várias décadas no Grupo Estado.

A discreta elegância de suas roupas e de suas maneiras era a mesma que dedicava aos textos e ao trabalho de edição.

‘Pedro França foi o jornalista mais rico, fino e chique que eu conheci em meus 40 anos de carreira’, diz Sandro Vaia, ex-diretor de redação do Estado, que trabalhou com Pedro ao longo de boa parte dessas décadas.

‘Rico de humor , fino de espírito, chique de talento. A presença dele dava dignidade e altivez a um treino da Portuguesa ou a uma guerra no Líbano. Nunca conheci uma alma tão generosa, uma presença tão doce, um ser humano tão digno. Vou plagiar aqui um título antológico que o saudosíssimo Guilherme Cunha Pinto escreveu quando morreu Picasso: morreu Pedro França, se é que Pedro França morre.’

‘Era impressionante a facilidade com que ele editava e fechava as páginas’, recorda-se Valter Pereira de Souza, o Valtinho, que trabalhou ao lado de Pedro França na Variedades do Jornal da Tarde durante vários anos, na década de 80, como diagramador.

Mais tarde, Valter tornou-se editor de arte do Jornal da Tarde e continuou sendo um dos amigos mais chegados de Pedro França.

‘Ele tinha um ótimo texto e era rápido e preciso na hora da edição. Durante todo o tempo em que ele foi editor de Variedades, não atrasamos um dia sequer o fechamento. Estou muito chocado com a morte dele’, disse, com dificuldade para conter a emoção.

O corpo de Pedro França Pinto será sepultado hoje no jazigo da família, no Cemitério da Consolação. ‘

 

TELEVISÃO
Keila Jimenez

O preço da folia

‘Não existem foliãs mais contentes que as emissoras de TV. Este ano, Globo e Band vão arrecadar juntas, só com cotas de patrocínio da folia, cerca de R$ 125 milhões.

Na Globo, as três cotas de patrocínio das transmissões de carnaval foram rapidamente vendidas, por R$ 20 milhões cada uma. Fazem parte desse pacotão de inserções comerciais a cobertura dos desfiles das escolas da samba do Rio e de São Paulo, os camarotes dos famosos e a agitação das festas nas capitais nordestinas. Os trios elétricos na Bahia e as festas de rua em Recife e Olinda terão mais destaque este ano na Carnaval Globeleza. A Globo também planeja uma série de reportagens especiais em seus noticiários e programas. Serão cerca de 35 horas de cobertura ao vivo das principais atrações carnavalescas.

Pioneira na cobertura dos carnavais em todo o Nordeste, a Band segue com o foco nessa folia de rua, que tem boa aceitação do mercado anunciante. As cinco cotas de patrocínio do Band Folia foram vendidas, a R$ 13 milhões cada uma. A cobertura, que também trará os desfiles das escolas de samba campeãs de São Paulo e do Rio, contará com 300 profissionais.’

 

Entre-linhas

‘Norma baixada ontem em todas as produções da Record: está proibido ir trabalhar trajando bermuda e chinelo. Os seguranças do canal estão instruídos a convidar o profissional vestido assim a sair.

Na emissora, a norma – que causou certa estranheza – foi entendida como um recado direto à turma descolada do Legendários, novo programa de Marcos Mion na Record.

Logo, logo entrará uma leva de novos personagem em Tempos Modernos, da Globo. Medida emergencial para tentar salvar a trama das 7, que vai mal em ibope.

Ainda sobre a trama, seu supervisor, Aguinaldo Silva, nem de longe pretende assumi-la na Globo.

Em temporada de chuvas e alagamentos caóticos, o climatologista Carlos Nobre é o entrevistado do programa Roda Viva de segunda-feira, às 22 horas, na TV Cultura.

Neve em alta definição. Essa é a promessa do Sportv HD, que transmitirá a partir de hoje, na TV paga, os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver.

A passagem de 24 Horas pela Globo tem rendido média de 7 pontos de audiência à emissora. Número bom para o horário (1 h da madrugada), mas ainda baixo, se comparado à sua antecessora na vaga, a série Lost, que chegou a registrar 14 pontos de média.’

 

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