Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O Estado de S. Paulo

PROPAGANDA
Daniel Bramatti

‘Dilmistas’ terão mais tempo na TV

Nas batalhas eleitorais de 2012 e 2014, os partidos da base do futuro governo sairão em vantagem: quase todos ganharam vagas na Câmara dos Deputados e, com isso, mais tempo na propaganda eleitoral de rádio e televisão.

As legendas que estiveram coligadas na campanha da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), ganharam, em conjunto, 14% a mais de tempo com o resultado da eleição para a Câmara. Já os partidos que apoiaram José Serra (PSDB) tiveram, juntos, uma perda de 24%, segundo cálculos feitos pelo Estado.

O cálculo se refere à parte do horário eleitoral (dois terços do total de 50 minutos por dia) que é dividida de acordo com o tamanho das bancadas de cada partido na Câmara. Outra parte é distribuída de forma igualitária entre todas as legendas que lançam candidatos.

O tempo maior no rádio e na televisão não significa apenas vantagem no horário fixo de propaganda eleitoral: também as inserções de 30 segundos, distribuídas ao longo da programação das emissoras, são definidas de acordo com o tamanho das bancadas, além do número de candidatos.

Por alcançar até mesmo os eleitores que evitam assistir ao horário eleitoral, as inserções são consideradas as peças mais eficazes do marketing político.

Mesmo partidos que não costumam lançar candidatos a cargos executivos têm interesse direto no rateio da propaganda – seu tempo de TV é o principal ativo na negociação de coligações, pois pode ser repassado para terceiros.

Na última eleição, pequenas legendas protagonizaram um ‘leilão’ de seu tempo na propaganda. O PSC, que chegou a aprovar o apoio a Serra em convenção, mudou de lado após assédio de governistas. Com isso, Dilma ganhou 35 segundos por dia.

Sobe e desce. O PT, cuja bancada cresceu de 83 para 88 deputados entre 2006 e 2010, ultrapassou o PMDB e terá o maior tempo no horário fixo de propaganda. Serão 5 minutos e 43 segundos por dia, 20 segundos a mais do que na eleição passada.

O PR, outro partido integrante da base governista, teve o maior ganho entre as 22 legendas com representação na Câmara: passou de 1min37s para 2min39s, graças a sua estratégia de lançar ‘puxadores de votos’ em diversos Estados.

Na base dilmista, o PMDB foi o único partido que perdeu cacife no chamado palanque eletrônico: terá 39 segundos a menos do que na campanha passada.

Dos antigos aliados de José Serra (PSDB) na campanha presidencial, somente dois ‘nanicos’ tiveram ganhos: o PT do B (que passará de 3 para 11 segundos) e o PMN (de 11 para 15 segundos). O partido de Serra terá direito a 3min26s, 51 segundos a menos do que em 2010.

Mas foi o DEM quem protagonizou o maior tombo: caiu de 4min13s para 2min47s.

É com esses tempos de exposição que os partidos enfrentarão o próximo teste eleitoral, daqui a dois anos, quando estarão em jogo as prefeituras dos 5.565 municípios do País. Em 2014, quando haverá eleições para a Presidência, os governos estaduais, o Congresso e as assembleias legislativas, o cacife de cada partido será o mesmo, ainda que eles mudem de tamanho até lá.

 

LABORATÓRIO
Ethevaldo Siqueira

Media Lab supera a ficção

O Media Lab está completando 25 anos. Sua contribuição nesse período não se limitou a antecipar o futuro das comunicações, mas a construí-lo. Relembremos apenas alguns projetos e conceitos nascidos nesse laboratório: a) o programa internacional One Laptop per Child (OLPC), que visa oferecer Um Computador para cada Aluno; b) Guitar Hero, Lego Mindstorms, jogos eletrônicos e sistemas robóticos educacionais; ou ainda c) Tinta eletrônica (E-ink), também conhecida como papel eletrônico, que é uma tela na qual se pode escrever e apagar milhares de vezes com a aparência idêntica às de impressões sobre papel.

Concebido em 1980 pelos professores Nicholas Negroponte e Jerome Wiesner, o Media Lab – cujo nome completo é Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – começou a funcionar em 1985.

Em seus primeiros 10 anos, o laboratório provou ser a vanguarda mundial da revolução digital, contribuindo com inovações que cobriram desde a compreensão mais profunda do processo de aprendizagem à música eletrônica ou à holografia.

Na segunda década, o Media Lab desenvolveu conceitos tão ousados como o das máquinas do bom-senso, novas formas de expressão artística, abordagens inovadoras que buscam explicar como as crianças aprendem, concepções tão abrangentes como a das comunicações virais – aquelas que se difundem como vírus, a serviço de cada cidadão, embutidas em seu mundo, na internet, no e-mail, no celular, na música MP3, nas redes sem fio de banda larga e em todos os tipos de convergência digital – ou ainda o uso eficaz das ferramentas tecnológicas na sociedade da informação, na economia ou no governo eletrônico.

Adaptabilidade. Segundo seu diretor geral, Frank Moss, o foco principal do Media Lab é a ‘adaptabilidade humana’ – conceito que abrange desde as iniciativas para tratar vítimas do mal de Alzheimer e de depressão até robôs sociáveis que podem monitorar a saúde de crianças e idosos, ou até o desenvolvimento das chamadas próteses inteligentes que podem imitar ou mesmo exceder o desempenho dos membros ou brônquios biológicos ou naturais.

Em um mundo onde os avanços da tecnologia são vistos como naturais, os pesquisadores do Media Lab desenvolvem tecnologias para que as pessoas possam criar um futuro melhor.

Impressões. Tenho acompanhado com algumas visitas periódicas o trabalho do Media Lab desde o final dos anos 1980. Lá estive sempre em outonos frios, típicos da Nova Inglaterra, em que tapetes de folhas vermelhas e alaranjadas cobrem os estreitos caminhos que circundam os edifícios da velha e famosa universidade.

O Media Lab, diferentemente do que se poderia imaginar, não está preocupado em criar novas tecnologias nem em desenvolver novos produtos mas, sim, em repensar seus usos, estudar seu impacto, propor correções, discutir questões como segurança, aspectos culturais e todas as formas possíveis de inclusão social e cooperação internacional, em favor da difusão do conhecimento.

Além de promover o estudo de novas tecnologias da informação e da comunicação, o Media Lab se torna um laboratório de ideias, comprometido em reavaliar criticamente a aprendizagem e a escola, o uso de equipamentos e de recursos de informática, as telecomunicações, a eletrônica de entretenimento e a convergência digital. Até a evolução das cidades e os desafios do carro do futuro têm sido seus temas de discussão.

O programa de pesquisas do Media Lab cobre não apenas temas diretamente ligados à educação – como a aprendizagem de línguas via internet e as redes cooperativas mundiais para democratização da informação – assim como o lazer na era digital ou os brinquedos de amanhã, a inclusão digital em São Paulo, na África ou nas camadas mais pobres da América Latina ou dos Estados Unidos.

Independente. O professor Nicholas Negroponte, um dos fundadores dessa instituição única, dedica-se hoje exclusivamente ao projeto OLPC. ‘O Media Lab – diz ele – foi criado como um departamento independente dentro do MIT, para que o laboratório pudesse tomar suas próprias decisões e escolher seus alunos de pós-graduação. Essa escolha é muito importante, pois a maioria dos departamentos aceitam estudantes de pós-graduação com base em suas perspectivas de sucesso acadêmico. O Media Lab prefere selecionar aqueles que mais poderão ajudar a instituição em seus projetos em curso.’

Diferentemente de outros departamentos acadêmicos do MIT, o Media Lab é inteiramente patrocinado ou financiado pela indústria. Por serem patrocinadoras, as empresas têm o direito à propriedade intelectual que possa advir do trabalho do Media Lab.

Fundado com base na convicção de que a tecnologia digital ultrapassa os limites da mídia tradicional, como a arte e a arquitetura, o Media Lab tem produzido avanços surpreendentes – muito além do que supomos ser mídia – como as redes Mesh – que se baseiam na interligação de células como as da telefonia móvel.

Nenhum documento talvez possa exemplificar melhor o trabalho do Media Lab do que o vídeo que descreve o projeto Sexto Sentido, com a pesquisadora Pattie Maes, do MIT (no site TED.com, que você pode ver pelo link http://www.ted.com/talks/lang/por_br/pattie_maes_demos_the_sixth_sense.html).

 

TELEVISÃO
Alline Dauroiz, Cristina Padiglione e Etienne Jacintho

Tem tango no samba

Na contramão do futebol, a TV brasileira está hoje abastecida de bem-sucedidas parcerias com los hermanos argentinos. Nem por isso foi simples convencer algum representante desse movimento a posar para este suplemento vestindo uma camisa da seleção argentina. Portenho, Pablo Bellini topou estampar nossa capa e página 6, no máximo com uma bandeira de seu país – foi convencido pelo empresário que vestir a camisa, propriamente dita, seria demais até mesmo para um nativo.

Receio de ter sua imagem atrelada a alvo de tamanha rivalidade também foi o que motivou o veto da direção da Band à nossa proposta de vestir a dita camisa em Rafinha Bastos ou Marco Luque, ambos no comando de dois dos seis programas que os argentinos da produtora EyeWorks/Cuatro Cabezas já emplacaram na emissora. Carro-chefe da parceria, o CQC, aqui batizado como Custe o Que Custar, abriu portas para o E-24, Polícia 24 Horas, A Liga, O Formigueiro e Classe Turista, que chega ao ar em janeiro. Na Argentina, o CQC original, Caiga Quien Caiga, acaba de faturar seu primeiro Emmy.

‘Há confiança, há respeito e os resultados são bons. É razoável repetir as boas experiências’, diz o criador do CQC Diego Guebel, que, bem ao modo argentino, completa: ‘Además, somos muy simpáticos y queribles (adoráveis)’. Diretor do CQC no Brasil e responsável pelo sucesso da parceria com a Band, Diego Barredo endossa o diagnóstico: ‘Somos muito bons’. Brincadeirinha, ele emenda. ‘Menos de 10% da nossa equipe aqui é de fato argentina’, conta. Para Barredo, a qualidade do trabalho humano na Argentina justifica o êxito dos conterrâneos na indústria do audiovisual e o crescimento do parque de estúdios em seu país. Daí o poder em atrair para lá também a produção de muitos programas de outros países da América Latina.

É o caso da sucursal argentina da produtora holandesa Endemol, que conta com dois megaparques de gravações em Benavidez, a 35 km de Buenos Aires. Com estrutura para a realização de games, gincanas e reality shows, o espaço é usado por TVs de todo o mundo na gravação de formatos da Endemol.

Na Globo, o reality show Hipertensão foi todo gravado lá, assim como Maratoma e Os Encolhidos, quadros do Domingão do Faustão. ‘Antes de chegarmos para gravar Os Encolhidos, TVs da Turquia e de Portugal haviam acabado de gravar o formato’, conta o diretor-assistente do Domingão Paulo Nogueira. ‘E para quem participa das gincanas, viajar por uma semana para a Argentina, com a família e tudo pago, já é um prêmio.’

Na TV paga. Custo, infraestrutura e qualidade de mão de obra formam o tripé que atraem canais e grupos estrangeiros aos estúdios argentinos para produzir atrações brasileiras. A Disney já adota a estratégia há alguns anos para programas de seus canais e formatos vendidos a outras redes. As versões latinas de Desperate Housewives – inclusive a brasileira, coproduzida com a Rede TV! – foram todas gravadas na cidade de Pilar, Grande Buenos Aires.

Lá, o figurino das donas de casa brasileiras seguiu o rigoroso inverno argentino, destruindo a tal identificação com o público. E só o elenco central era brasileiro. Personagens secundários ‘hablaban portunhol’.

Risco menor corre o grupo agora com atrações do Disney Channel e do Playhouse Disney. Algumas são, sim, gravadas na Argentina, mas em estúdios fechados – como Zapping Zone e Art Attack (Disney); e A Casa do Playhouse Disney e A Floricultura de Nana (Playhouse).

Outro infantil filmado em terras vizinhas é O Esconderijo Secreto, recém-lançado pelo Discovery Kids. O canal levou os atores-mirins Manoela Ferreira, Gustavo Daneluz e Guilherme Seta à Argentina para gravar os programetes.

A Discovery decidiu também usar a expertise argentina em produção de reality shows para importar mão de obra. Em parcerias com Endemol e Cuatro Cabezas, o canal Discovery Home & Health trouxe profissionais argentinos para gravar episódios nacionais de 10 Anos Mais Jovem, Socorro! Tenho Filhos e Chef em Domicílio.

Quase lá. Krishna Mahon, produtora executiva de Programação e Conteúdo dos canais A&E, History e Biography, diz que é mais barato, sim, produzir na Argentina. ‘As produtoras aqui oferecem valores muito bons, mas fica difícil competir com o peso argentino’, fala. A vantagem vai além do custo. ‘A Argentina tem tradição em fazer TV. É um mercado mais antigo que o brasileiro e com profissionais experientes.’

Para Krishna, a Argentina não reinará sozinha por muito tempo. ‘O mercado brasileiro está crescendo. De cinco anos para cá, as produtoras independentes têm conquistado espaço.’ Para Krishna, o Brasil vai virar um polo de produção e, hoje, apenas serviços – como as cabeças de documentários internacionais narrados pelo jornalista Eduardo Bueno – e arte visual dos canais que comanda são feitos na Argentina. Já os programas nacionais são todos feitos com produtoras do País.

Outro exemplo do avanço brasileiro é a série musical Quando Toca o Sino, do Disney Channel. A atração teen fez o caminho contrário. Produção 100% nacional, o título teve o estúdio em São Paulo emprestado para elencos de outros países, inclusive da Argentina. Os atores vieram para a cidade filmar as versões latinas, ainda inéditas em seus países.

Fosse a rixa tão negativa como uns e outros pintam, a portenha Cris Poli já não teria, com êxito, interferido no dia a dia de mais de 100 famílias brasileiras, com aval da audiência e do departamento comercial do SBT, que vende uma série de produtos com a marca da Supernanny merchandising dela para o Banco do Brasil. ‘Até me dizem: ‘que bom que você veio para o Brasil para ajudar a gente’, conta a educadora.

A larga colaboração entre argentinos e brasileiros na televisão, no entanto, está longe de anular a rivalidade que prazerosamente nos une. Como diz o argentino Diego Guebel, ‘a rivalidade ‘futeboleira’ existe, existiu e existirá, a TV não mudará nada disso, assim funciona o humor de ambos os lados’.

Grava lá para exibir cá

CHIQUITITAS

O SBT usou a estrutura montada pelo canal argentino Telefe para produzir, a partir de 1997, safras da novelinha que lançou nomes como Fernanda Souza e Deborah Falabella, hoje estrelas da Globo

DONAS DE CASA DESESPERADAS

A RedeTV! levou Lucélia Santos e outras brasileiras para a cidade cenográfica que a Disney fez em Pilar para as versões latinas de Desperate Housewives, em 2007.

ZAPPING ZONE E ART ATTACK

A Disney fracassou nas versões de Desperate Housewives, mas tem acertado em atrações infantis do Disney Channel gravadas em estúdios fechados na Argentina.

A CASA DO PLAYHOUSE DISNEY E A FLORICULTURA DE NANA

Em cartaz no Playhouse Disney, os dois programas para crianças em idade pré-escolar são feitos com atores brasileiros, mas filmados lá.

ESCONDERIJO SECRETO

O Discovery Kids levou três atores-mirins para o país vizinho. Lá, as crianças que vivem Nanda, Zé e Chico gravaram os programetes que estrearam recentemente na programação do canal.

10 ANOS MAIS JOVEM

Parceria com a Endemol, a versão nacional do reality do Discovery Home & Health foi gravado no Brasil, mas por uma equipe de profissionais argentinos, que foram deslocados para cá.

SOCORRO! TENHO FILHOS! E CHEF EM DOMICÍLIO

A Cuatro Cabezas também enviou mão de obra argentina para gravar aqui no País as versões locais dos dois realities do Discovery Home & Health.

DOCUMENTÁRIOS

O The History Channel usa a estrutura portenha apenas para gravar cabeças de seus documentários internacionais. O jornalista Eduardo Bueno gravou os textos em estúdio de Buenos Aires.

 

Alline Dauroiz

‘O mercado está aberto para nós’

Foi preciso um empurrãozinho do Brasil para que hoje, aos 36 anos, o argentino Pablo Bellini se tornasse ator e modelo internacional com trabalhos na Espanha, Coreia, Japão, Chile e México. Ex-barman / garçom/ caminhoneiro, foi só aqui que o portenho virou modelo, convite que havia recusado em seu país. Como Hector, espanhol que chega em Araguaia, novela das 6 da Globo, para arrebatar corações e traficar animais, Bellini dá vida ao seu quarto papel na tela. Ao Estado, ele comenta a antiga rixa entre os dois países e diz que as parcerias bi-nacionais na TV são ‘o Mercosul que funciona’.

O que você veio fazer no Brasil?

Cheguei em 2004, acompanhando minha mulher, bailarina profissional. Queria continuar a ser barman, mas me falaram que aqui o salário era bem menor, ganhava menos caixinha. Então, minha mulher me incentivou a ser modelo, e já no primeiro trabalho, ganhei três vezes mais. Comecei a fazer curso de ator, mas meus professores achavam difícil eu conseguir trabalho: ‘Com esse sotaque? Vai pra Argentina, para o México, pra Espanha trabalhar com o Almodóvar.’

Já sabia falar português?

Portunhol. Colocava ‘inho’ no final das palavras e misturava com italiano. É que argentino é um italiano que fala espanhol e acha que é inglês (risos). Mas me virava, sou muito expressivo.

E foi só aparecer na TV que engatou vários trabalhos.

O mercado está aberto para os tipos hispânicos e latinos. Conheço só o franco-argentino Jean Pierre Noher (de A Favorita e Viver a Vida) e o Mario José Paz, que fez o Maradona em Viver a Vida. O sotaque abriu portas que não esperava. Mas faço fono. Embora esteja me esforçando para perder o sotaque, está difícil. Argentino tem orgulho, né? Isso acaba afetando.

A rixa entre Brasil e Argentina é maior por parte dos brasileiros ou dos argentinos?

A rivalidade dos argentinos com o Brasil é no futebol. A rixa do brasileiro abrange todos os esportes. Assisti a um jogo de tênis entre Guga e (Guillermo) Coria. O argentinos aplaudiam o Guga. E os brasileiros gritavam ‘maricón’ pro Coria. Mas não consigo torcer pro Brasil no futebol. Só quando é contra a Inglaterra. Vivi a Guerra das Malvinas. É bom que na Argentina distribuímos as rixas. Temos rivalidade com Chile, Uruguai…

Já sofreu preconceito?

Uma ou outra pessoa já ofendeu. Mas sou simpático, falo pra caramba. Ah! Semana passada, no aeroporto, ajudei uma menina com malas gigantes, e ela disse: ‘Puxa! Tem argentino gente boa!’ Fiquei triste. Argentino é orgulhoso, mas também é romântico, cavalheiro…

Os argentinos da TV têm ajudado a aplacar a rivalidade?

O meu papel não vai ajudar muito. Mas papéis como o do Maradona (Viver a Vida) ajudam. Não sei por que, mas só fiz vigarista. Vai ver que tenho cara de safadinho. Gostaria de fazer um dia um bonzinho (risos).

 

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