Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

O Estado de S. Paulo

SEGUNDO MANDATO
Gustavo Porto

‘TV pública não fará jornalismo chapa-branca’

‘A futura rede de TV oficial, anunciada em grande estilo na semana passada, ‘não será uma TV estatal, para ficar fazendo propaganda do governo’, e ‘não fará um jornalismo chapa-branca’, prometeu ontem o futuro ministro da Comunicação Social, Franklin Martins.

Em entrevista ao Jornal da Band – no qual trabalhou até recentemente como comentarista político -, Martins avisou que ‘não há ainda um projeto formatado, decidido’ para o novo sistema, apresentado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa. A idéia é de uma televisão ‘bancada por recursos públicos’, que não tenha ‘a preocupação basicamente comercial’. Um sistema que, segundo Martins, já existe ‘em praticamente todos os grandes países do mundo’. A nova rede deverá complementar a TV comercial ‘e não vai fazer competição com ela, embora vá querer também lutar por audiência’.

Martins afirmou, também, que o trabalho da imprensa ‘não é ficar batendo palma pra governo’. Ao comentar sua passagem da condição de jornalista para ministro – ou, como definiu, ‘de estilingue para vidraça’ -, disse que a mídia ‘deve fazer a cobrança, sem preconceitos, baseada em fatos’. E concluiu: ‘Eu espero que peguem, que critiquem.’

Para ele, o País vem de uma crise ‘que envenenou a relação entre governo e oposição, entre governo e mídia’. Mas, nas eleições, o eleitorado ‘deixou claro que, embora quisesse ver a apuração e investigação dos fatos que ocorreram, ao mesmo tempo queria um debate público mais qualificado’. Um de seus desafios no governo, prosseguiu, é ajudar a implantar esse debate. ‘Estamos todos impactados, digamos assim, por esse puxão de orelhas do eleitor, do cidadão, da sociedade. E ela quer o quê? Quer um debate público mais qualificado. Acho que isso vamos poder fazer.’’



BOLÍVIA
O Estado de S. Paulo

Camponeses agridem jornalistas do ‘La Razón’

‘EFE – Jornalistas do La Razón, maior jornal de Laz Paz e controlado pelo grupo espanhol Prisa, foram agredidos na quinta-feira por camponeses pró-governo, após críticas feitas pelo presidente boliviano, Evo Morales.

Com gritos de ‘La Razón é mentiroso, como disse Evo’ e ‘é preciso chicoteá-los’, centenas de moradores da cidade de Patacamaya, que fica 109 quilômetros ao sul de La Paz, apedrejaram o carro onde estava uma jornalista, um fotógrafo e um motorista do jornal. Os jornalistas foram à região porque os indígenas tinham fechado por quatro dias a principal rodovia do país, deixando centenas de veículos parados na estrada. No dia 14, Evo afirmou que o La Razón mente em sua cobertura e ‘o povo julgará este tipo de tergiversação’.

O jornal publicou ontem uma nota, afirmando que após o ataque ‘tomou a decisão de não cobrir os fatos noticiosos nos quais a integridade de seus jornalistas corra perigo e onde o exercício (da profissão) não está garantido’. Nos últimos meses foram freqüentes os ataques de Evo a jornalistas e meios de comunicação, assim como as agressões de partidários do governo contra TVs e jornais críticos ao presidente.’



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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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