Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O Globo

ELEIÇÕES 2006
O Globo

O GLOBO divulga o Estatuto das Eleições 2006

‘O processo eleitoral é um momento muito importante na vida de um país e, conseqüentemente, na de todas as instituições que buscam compreender, refletir e registrar o que se passa na sociedade. Por isso, uma eleição é tão importante para O GLOBO. É quando as páginas do jornal se abrem para fazer um balanço do que está dando certo ou errado na administração pública. É função de um jornal – e nenhum meio oferece condições mais propícias para isso que o jornal – envolver os leitores nos problemas que afetam diretamente o seu dia-a-dia, como educação, saúde, segurança, moradia, transportes, gastos públicos, entre muitos outros.

Com isso, buscamos fazer o eleitor refletir sobre os problemas do país, após ter acesso a opiniões das diversas correntes envolvidas na disputa eleitoral. Este é um trabalho jornalístico que requer equilíbrio, independência e pluralidade. Para desempenhar essa missão, O GLOBO estará mobilizando a sua equipe de repórteres durante os próximos meses, com o objetivo de apresentar ao leitor a melhor cobertura possível. E é para prestar uma informação isenta e transparente que O GLOBO está divulgando, nos meses em que antecedem a campanha, este Estatuto das Eleições, um conjunto de regras editoriais e profissionais que o jornal e seus funcionários se comprometem a seguir. O estatuto na íntegra:

1) Jornalistas e funcionários não serão licenciados para trabalhar em campanhas eleitorais. Quem o desejar terá de se demitir da empresa e, se for recontratado, isso só será feito depois de cumprir uma quarentena cuja duração será arbitrada pela direção.

2) Artigos de candidatos deixam de ser publicados nas páginas de opinião tão logo eles sejam confirmados pelas convenções partidárias. Antes disso, serão recusados todos os artigos que obviamente representem propaganda pré-convenção. A publicação fora das páginas de opinião será previamente acertada com a direção de Redação. É permitido encomendar a candidatos a eleições majoritárias textos sobre temas predeterminados, para ajudarmos o eleitor a decidir o voto.

3) Só divulgaremos pesquisas registradas na Justiça Eleitoral. Conforme legislação específica, é obrigatória a publicação da ficha técnica da pesquisa. Não publicamos informações sobre pesquisas antecipadas em off . Não divulgamos pesquisas encomendadas por candidatos e/ou partidos, mas colunistas podem eventualmente utilizar essas informações para desenvolver seus comentários. Pesquisas encomendadas por outras instituições serão analisadas caso a caso.

4) Jornalistas e demais funcionários não usarão em serviço distintivos, camisetas ou qualquer peça de propaganda de candidatos. A proibição estende-se aos veículos que utilizem estacionamento da empresa. É vetada a ligação da imagem de qualquer profissional da Redação a candidatos.

5) Não se aceita viagem a convite de candidato. Quando, por problemas de logística (falta de vôos comerciais, por exemplo), não houver outra alternativa, as despesas serão reembolsadas a quem fez o convite – e o fato de tratar-se de uma viagem a convite será registrado na matéria.

6) Deve-se evitar, inclusive com recurso à Justiça, o uso indevido de material editorial de nossos jornais em campanhas eleitorais.

7) Não publicamos estimativas de participantes de comícios fornecidas por partidos, candidatos ou seus representantes, salvo quando comparadas com estimativas isentas, como das forças policiais.

8) O espaço destinado a cada candidato será o mais equilibrado possível, respeitando-se sempre os critérios jornalísticos de interesse geral, nos quais o desempenho em pesquisas eleitorais é um dos indicadores, mas não o único.

9) Jornalistas envolvidos na cobertura das eleições devem, como os demais profissionais do jornal, se informar e respeitar rigorosamente as regras básicas do Manual de Redação. Entre as normas que devem ser especialmente observadas neste período estão as de jamais publicar acusações em off (sem identificação do autor). Da mesma forma, especialistas ligados a partidos ou candidatos devem ser sempre apresentados como tal.

10) Deve-se buscar ainda, sempre que possível, o uso de verbos neutros para qualificar as declarações dos candidatos, evitando, por exemplo, dizer que determinado candidato garantiu algo, o que pode dar valor excessivo a uma afirmação.’



PUBLICIDADE
Gilberto Scofield Jr.

China já é o 3 mercado publicitário

‘PEQUIM. Desde que o líder reformista chinês Deng Xiaoping subverteu a lógica comunista e cunhou a máxima ‘Ser rico é glorioso’ para justificar a abertura econômica, os chineses vão pouco a pouco se acostumando à idéia de que, consumir, afinal, não é um pecado capitalista tão feio assim. A maior prova disso está não apenas no desenvolvimento da China, mas também no crescimento de um setor que, para muitos, é a alma do negócio: a publicidade.

Segundo uma das maiores empresas de pesquisa e análise de marketing da China, a CTR Market Research, os gastos com publicidade chegaram a 243,9 bilhões de yuans ano passado (US$ 30,48 bilhões), o que coloca a China como um dos três maiores mercados do mundo, atrás dos EUA e do Japão.

O aumento do mercado como um todo foi de 18% em relação a 2004, a menor taxa dos últimos três anos, mas em alguns setores, como bebidas, carros de luxo e até cartões de crédito (uma novidade como forma de pagamento na China, onde as pessoas carregam dinheiro vivo para cima e para baixo), a alta vai de 80% (cartões) a 156% (bebidas alcoólicas).

– O crescimento deste ano aponta uma alta de 20% nas receitas – diz Tian Tao, vice-presidente da CTR. – É certo que o consumo depende do estilo de vida, como em qualquer país. À medida que as classes média e alta chinesas vão aumentando e se deixando influenciar por padrões de consumo ocidentais, a tendência é um aumento constante dos gastos publicitários, como em qualquer economia de mercado. Socialismo de mercado também é economia de mercado.

Setor avançou nos anos 80 e hoje há 84,2 mil agências

Nada mal para um setor que, até 1978, era virtualmente inexistente. Campanhas, naquela época, eram mais propaganda comunista do que publicidade. O setor só ganhou força com a abertura econômica a partir dos anos 80. E com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, foram reduzidas tarifas de importação sobre produtos estrangeiros, como bebidas e carros, aumentando a competição. O mesmo aconteceu com o setor bancário, aberto ao investimento estrangeiro.

De acordo com Feng Xia, chefe de informação do Escritório Nacional de Comércio da China, existem 84,2 mil agências no país, a maioria delas chinesas. As estrangeiras podem operar sozinhas ou em parceria com empresas locais e dominam as verbas dos grandes anunciantes. É o caso da gigante Ogilvy & Mather, que na China trabalha com a Shanghai Advertising.

– Há hoje um entendimento melhor e um uso maior das ferramentas de marketing e publicidade, como reforço na imagem das marcas e a necessidade de destacar o produto da concorrência – diz Belinda Rabano, diretora de comunicação da Região Ásia-Pacífico da agência.

De fato. Mas a aprendizagem dos benefícios da propaganda ainda é um processo em andamento. Uma olhada no horário nobre da TV chinesa, entre 18h e 20h, mostra que os intervalos são dominados por campanhas de grandes marcas multinacionais ou marcas chinesas já consagradas, que muitas vezes se repetem duas ou três vezes no mesmo intervalo.

Cerca de metade do tempo comercial é ocupado com ‘peças da casa’, como são chamados anúncios das próprias emissoras, ou anúncios do governo. O comercial local é quase inexistente, restrito a peças de gosto duvidoso em canais das províncias (anúncios de feiras agropecuárias, remédios, festas populares).

Com popularização de carro, cresce mídia em outdoor

A mudança rápida de costumes na China dá à publicidade certas particularidades. Tian Tao diz, por exemplo, que as mídias tradicionais como TV e jornais continuam abocanhando a maior fatia (75% só a TV), mas as fatias de mídias alternativas vêm crescendo mais rapidamente, como o outdoor:

– Com a popularização do carro, a publicidade em outdoors vem crescendo muito, assim como uma nova mídia muito popular nas grandes cidades: a TV de tela plana, que está em todos os lugares, dos corredores de espera dos elevadores às agências bancárias e até nos táxis – diz Tian.

Segundo a revista chinesa ‘Modern Advertising’, o setor emprega 940 mil pessoas na China. Os cursos superiores de publicidade ainda são poucos e restritos a grandes faculdades, como a Universidade de Pequim, mas não há necessidade de diploma em publicidade para trabalhar na área.’



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‘Sexo não pode, nunca’

‘PEQUIM. Num mercado em expansão que ainda está se acostumando à lógica do consumo capitalista, os problemas são grandes. O governo, por exemplo, controla com mão-de-ferro o setor para que temas políticos ou pornográficos estejam longe das vistas do público.

– Anúncios de cigarro e de alguns remédios são proibidos na TV. Sexo não pode ser anunciado nunca, porque pode afetar o crescimento saudável dos jovens – diz Feng Xia, chefe de informação do Escritório Nacional de Comércio.

O que não impede a TV de exibir anúncios picaretas, como camas de alongamento que fazem o dono crescer até dez centímetros e aparelhos de massagem que fazem perder até 15 quilos. O governo começou a trabalhar numa legislação que proteja o cidadão, mas o que impera nas mídias ainda é um vale-tudo cujo termômetro é a reação do consumidor.

O KFC, por exemplo, teve que tirar do ar um anúncio por protestos. Na peça, três amigos estudam para o vestibular, mas só dois enfiam a cara nos livros. O terceiro passa o tempo comendo galinha frita da rede, e é o único que passa.’



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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

O Globo – 1

O Globo – 2

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