Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

O Globo

PROFISSÃO PERIGO
SIP critica violência a jornalistas no México

A liberdade de expressão está sob forte ameaça, alertou ontem o presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Alejandro Aguirre. A 66ª assembleia da organização, que vai até terçafeira, elegeu como prioridade a definição de estratégias que permitam fortalecer a liberdade dos jornalistas, posta em xeque em países como Cuba, Venezuela e México, o anfitrião do encontro.

— Uma de nossas maiores contribuições é chamar atenção para a situação que vive a imprensa no México e em outros países, mostrando que a própria democracia está em jogo — alertou Aguirre. — Não há democracia sem liberdade de expressão plena. Muitas pessoas estão dando a vida por esta liberdade.

A SIP pediu que o governo mexicano concentre esforços nas investigações de crimes contra jornalistas. Cerca de 65 profissionais da imprensa foram assassinados desde 2000, sendo 11 apenas este ano.

O governo anunciou uma série de medidas em resposta aos atentados contra a imprensa, como reformas para evitar a prescrição de delitos e um pacote de práticas para o exercício profissional de jornalistas. Ainda assim, a reação é considerada insuficiente, especialmente nas regiões mais violentas do país, como aquelas próximas à fronteira com os EUA, onde o clima das redações é de ‘ansiedade insuportável’, segundo María Idalia Gómez, integrante da Unidade de Ação Rápida da SIP.

— Precisamos manter o otimismo, mas estamos perdendo a esperança diante da falta de resultados — criticou.

 

 

CONTROLE
Judith Brito

Palavra de presidente

As reiteradas e categóricas declarações de compromisso com a liberdade de imprensa da presidente eleita Dilma Rousseff jogam luz sobre uma questão volta e meia obscurecida pelos que pregam o ‘controle social da mídia’. Nos últimos dias, ela disse considerar um ‘acinte’ qualquer controle dos meios de comunicação, opinou que o único controle possível ‘é o controle remoto na mão do telespectador’ e assegurou preferir ‘o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras’.

Mais clara não podia ser.

Parece até absurdo que numa democracia seja necessária tanta ênfase na defesa da liberdade de imprensa, um dos pilares fundamentais de qualquer sistema democrático, mas as palavras da presidente eleita têm razão de ser diante das ameaças que teimam em se repetir contra o direito dos cidadãos de serem livremente informados.

A mais recente delas está nas propostas surgidas em alguns estados de criação de conselhos de comunicação social, exatamente com o propósito de monitorar e fiscalizar os meios de comunicação.

A flagrante inconstitucionalidade de instâncias que visem a controlar a mídia foi prontamente apontada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, que prometeu questionar no Supremo Tribunal Federal qualquer iniciativa nesse sentido. Lembrou o presidente da OAB que o controle da mídia já existe, nos termos da lei, e é a prerrogativa que todos têm de recorrer ao Poder Judiciário para fazer valer o direito de resposta e aplicar as penas por danos morais.

As propostas de criação dos conselhos de comunicação social partem da ideia, aparentemente bem intencionada, de que a sociedade deve estar atenta diante do que veicula a mídia, de modo a promover e defender valores como os direitos humanos e outros. Ocorre que temos toda uma legislação, a começar pela Constituição, asseguradora dos direitos humanos. Temos também o direito de resposta, previsto pela Constituição. Temos ainda a legislação de danos morais, para reparos posteriores à divulgação de informações e opiniões equivocada ou de má-fé. Por isso, o tão propalado controle da mídia em nome da sociedade é, na verdade, um caminho para tutelar o direito da sociedade à informação livre.

É com um discurso de defesa dos interesses da sociedade diante dos meios de comunicação que em países vizinhos como a Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina se avança contra a liberdade de expressão.

Num lamentável desvirtuamento da democracia que os elegeu, os governos desses países têm estabelecido ou procurado estabelecer mecanismos de ‘controle social da mídia’. Por trás desse biombo se esconde a incapacidade de conviver com a crítica, o inconformismo com trabalho jornalístico independente, o desejo autoritário de impor ideias e valores.

No Brasil, não têm prosperado iniciativas de controle das informações e opiniões que devem chegar aos cidadãos.

As propostas de criação de conselhos de comunicação nos estados ainda dependem de aprovação dos legislativos e governos locais. O que se espera, portanto, é que os legisladores e governadores evitem esse perigoso equívoco, antidemocrático e inconstitucional.

É triste que seja ainda necessária uma defesa tão vigilante da liberdade de imprensa, que nada mais é do que o direito das pessoas de serem livremente informadas pelos meios de comunicação. Mas persistem em nosso país, como fica evidente agora com a ideia dos conselhos estaduais de comunicação, setores que pretendem impor controles e tutelas à mídia. O Brasil vem avançando muito nos últimos anos, em diversos setores, mas a cultura democrática parece ainda não ter se enraizado da melhor forma.

Que as palavras da presidente eleita, num inequívoco compromisso democrático, sejam bem ouvidas. Democracia não comporta comissariados a controlar informações e opiniões.

Quem julga os meios de comunicação são os leitores, telespectadores, ouvintes e o Poder Judiciário. Fora disso, é desrespeito à Constituição e autoritarismo.

JUDITH BRITO é presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) .

 

SEÇÃO NOVA
Digital & Mídia: um novo espaço da Economia

A editoria de Economia do GLOBO amplia seu foco e se moderniza. A partir de amanhã, a cobertura de tecnologia e mídia terá mais espaço diariamente para acompanhar um mundo que muda rapidamente. Serão duas páginas toda segunda-feira no jornal e, pelo menos, uma por dia, de terça a sábado, publicadas na Economia numa nova seção intitulada Digital & Mídia. Esse espaço, que reforça também a cobertura de mídia, vai absorver — e ampliar — o conteúdo que antes era publicado semanalmente na Revista Digital.

O site também está reformulado, com atualizações mais constantes nos plantões, oferta maior de conteúdo multimídia e serviços.

Além disso, será possível seguir a seção no Twitter, em @DigitaleMidia, para acompanhar, de qualquer lugar, as últimas notícias de tecnologia postadas por jornalistas e colaboradores do GLOBO.

— Tecnologia não é mais um nicho para ficar segregado a um único dia da semana — resume o diretor de Redação do GLOBO, Rodolfo Fernandes, ao explicar as mudanças. — Este é um passo ousado e inovador entre os jornais. Tenho certeza de que nossos leitores vão sair ganhando com a novidade.

O GLOBO tem tradição de pioneirismo na cobertura do noticiário de tecnologia. Em 1991, quando o assunto ainda era bastante restrito a aficionados por inovações tecnológicas e não fazia parte do dia a dia das pessoas, O GLOBO lançou o suplemento Informáticaetc., um caderno exclusivamente voltado para as notícias sobre o tema.

Em 2006, com novas colunas e projeto gráfico, o suplemento passou a se chamar Infoetc. Dois anos depois, tornou-se revista e ganhou mais conteúdo, para que o suplemento já refletisse a relevância do assunto.

A Revista Digital já nasceu com um site e uma diagramação arrojada.

Nas novidades, tira-dúvidas e colunistas convidados Agora, nesta nova fase, o leitor terá acesso diário, tanto no jornal quanto no site, às notícias mais quentes do Brasil e do exterior, além de muita análise e boa dose de serviços.

Haverá ainda seções e assuntos fixos a cada dia.

— Queremos trazer para o dia a dia do nosso leitor um panorama do que está sendo discutido aqui e no exterior sobre os novos rumos do mundo digital e da indústria de mídia, além de estimular o debate — diz a editora de Economia, Cristina Alves.

A coluna Garimpo Digital, por exemplo, apresentará uma seleção de produtos diferentes a cada segunda-feira, com o serviço sobre onde encontrar e os preços cobrados pelos gadgets.

Às terças-feiras, continuará a ser publicada a coluna Conexão Global, de Nelson Vasconcelos, que há dez anos aborda negócios, comportamento e cultura digital.

Também haverá reportagens sobre games, um mercado gigante e em eterna expansão.

Às quartas-feiras, o tema da vez será mobilidade — de celulares, smartphones, tablets, enfim, máquinas que estão tomando conta do nosso dia a dia.

Redes sociais e a velocidade com que elas ganham novos usos e adeptos serão o assunto das quintas-feiras.

Toda sexta-feira, O GLOBO terá um ocupante diferente para a seção Colunista Convidado — alguém que escreverá especialmente para Digital & Mídia.

Aos sábados será a vez de a colunista Cora Rónai publicar sua análise sobre celulares, aplicativos e tudo mais que estiver relacionado ao mundo digital, assunto que ela cobre há três décadas. Será dia também de o jornal publicar reportagens sobre fotografia digital, com dicas, lançamentos e sugestões para (e dos) leitores.

Com a agilidade típica do meio on-line, o site Digital & Mídia manterá seu já tradicional time de blogueiros, mas ganhará reforço. Nos próximos dias, estreará o blog de Abel Alves, engenheiro eletrônico e mestre em Ciências formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), que responderá a perguntas de leitores. A coluna Sem Dúvida será online, permitindo mais interação com os internautas.

Para captar a riqueza de ideias que circula pela blogosfera, O GLOBO decidiu criar no jornal e no site o espaço Na Globosfera. Nele, os jornalistas da casa farão uma curadoria dos posts mais relevantes sobre o mundo digital, extraídos de blogs de autores nacionais e estrangeiros.

O GLOBO também estará atento às teorias e discussões que apontem o futuro digital, ouvindo especialistas e apontando tendências para o público leitor na coluna O que Vem por Aí, no impresso.

Também a partir de amanhã, os anúncios do segmento digital que eram publicados na revista ganham mais visibilidade e passam a abrir o caderno de Classificados do GLOBO. Os leitores, com isso, poderão encontrar mais rapidamente as ofertas, reunidas em um único caderno.

 

Noticiário verde ganha coluna

A partir desta semana, o noticiário do GLOBO sobre sustentabilidade também terá um espaço maior nas edições diárias do jornal e na internet, refletindo uma preocupação que cresce entre empresários, líderes políticos e consumidores sobre esse tema.

Um passo importante nesse sentido é a estreia da coluna Eco Verde, assinada pelo jornalista Agostinho Vieira, que será publicada sempre às quintas-feiras no jornal.

Agostinho também manterá um blog no site do GLOBO: oglobo.com.br/blogs/ecoverde.

Além disso, poderá ser seguido no Twitter, no @BlogEcoVerde.

Agostinho Vieira tem mais de 25 anos de experiência como jornalista, já foi repórter de cidade e de política, editor e diretor de jornal.

Ganhou vários prêmios e é pós-graduado em Gestão de Negócios, no Insead, na França. Agora, tem se dedicado ao tema da sustentabilidade e concluiu pós-graduação em Gestão Ambiental, na Coppe/UFRJ.

Além da coluna, a proposta do GLOBO é reforçar a cobertura do tema com grandes reportagens, entrevistas e serviços para que o consumidor/ leitor também possa fazer a sua parte na busca por um mundo mais verde. A ideia é divulgar iniciativas das empresas em sustentabilidade e apresentar projetos que venham sendo adotados pelo mundo afora para tornar a vida no planeta mais sustentável.

A iniciativa é um passo importante para mostrar como o assunto vem ganhando espaço dentro das corporações e tornou-se peça chave na estratégia de empresas, que querem ganhar mercados no Brasil e no exterior e precisam ter uma nova postura até frente a seus acionistas.

 

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – Domingo

Folha de S. Paulo – Sábado

Estado de S. Paulo – Domingo

O Globo – Domingo

O Globo – Sábado