Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Radialista é morto no Rio Grande do Norte


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 20 de outubro de 2010


 


CRIME


Repórter é assassinado a tiros em Natal


O jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros, 48, foi morto na noite de anteontem em frente à sua casa, em Caicó (304 km de Natal), Rio Grande do Norte.


F. Gomes, como era conhecido, atuava como repórter policial e havia noticiado, no mês passado, que candidatos a deputado estadual estariam trocando votos por crack na cidade durante as últimas eleições.


A suspeita está sendo investigada pelo Ministério Público Eleitoral.


O único a presenciar o crime foi o cunhado de Gomes, Ronaldo Santiago da Silva, que diz não ter identificado os dois homens responsáveis pelos disparos.


Gomes foi surpreendido pela dupla de motoqueiros quando estava sentado na calçada da sua casa. Os dois fugiram em seguida.


O jornalista dirigia o departamento de radiojornalismo da Caicó AM e mantinha um blog noticioso.


A Polícia Civil de Caicó prendeu ontem um suspeito de envolvimento no assassinato e disse que ele confessou o assassinato.


A polícia não disse qual era a motivação do crime. O advogado do suspeito negou seu envolvimento.


ENTIDADES


A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e o Sindjorn (Sindicato dos Jornalistas do RN) divulgaram nota oficial sobre o caso.


O documento diz que ‘a notícia do assassinato de mais um jornalista em nosso país causa revolta e indignação, diante da barbaridade do crime contra um profissional que exercia diariamente a sua função com ética, competência e dedicação’.


 


 


ELEIÇÕES


Valdo Cruz


Tarso diz que imprensa foi ‘bloco de sustentação’ de Serra


Governador eleito do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro diz que boa parte da imprensa funcionou como ‘bloco auxiliar de sustentação’ da candidatura do tucano José Serra, o que foi um dos fatores determinantes para Dilma Rousseff não ter vencido no primeiro turno.


Ele não quis citar nomes, dizendo apenas que algumas empresas de comunicação declararam apoio formal e outras o fizeram de maneira implícita.


Adversário de Dilma quando ainda ministro de Lula, Tarso diz que ela fez uma ‘excelente campanha’ e a isenta de culpa por não ter vencido no primeiro turno. A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha.


Folha – Por que Dilma não venceu no primeiro turno?


Tarso Genro – Embora estivéssemos esperando ganhar no primeiro turno, isso não é novidade. Lula, com todo o seu prestígio, também não ganhou. Dilma fez uma excelente campanha, alcançou praticamente o mesmo percentual do Lula nas outras eleições. Não pode ser debitada a ela, e sim a fatores imprevistos, que a campanha não levou em consideração.


Por exemplo?


A praticamente unanimidade que houve na mídia contra a candidatura Dilma. Houve um trabalho, muito bem-feito pelos tucanos, por dentro da maioria da mídia, não toda, que funcionou como bloco auxiliar de sustentação da candidatura do Serra e contra nós. Foi um fator importante, mas não deveríamos ter sido surpreendidos. Deveríamos ter considerado essa possibilidade.


Mas a imprensa cumpriu seu papel de expor candidatos…


A mídia faz isso e deve continuar fazendo, mas isso não tira o juízo de que a maioria o fez em função da candidatura do Serra, o que é natural num processo democrático. Nem se exigiu que fosse o contrário. Como em outras oportunidades, pessoas do nosso campo político tiveram uma sustentação, pelo menos equilibrada, em relação a outros candidatos.


Que setores da mídia?


Não toda, parte da mídia. Não houve uma articulação total, até porque a mídia no Brasil tem uma certa diversidade. Parte da mídia inclusive declarou formalmente o apoio [a Serra], e outros o fizeram de maneira implícita.


E o voto conservador, a agenda religiosa, do aborto?


É uma pauta que pesou e teve uma incidência no processo eleitoral que não estava prevista nem pela direção da nossa campanha nem, na minha opinião, estava prevista como estratégia do Serra. Surgiu no debate político de maneira aleatória e virou questão importante.


Concorda com esse debate?


O debate numa campanha eleitoral é incontrolável. Não acho que seja apropriado, mas tem de ser respeitado.


E o fator Marina? O sr. disse que gostava das duas candidatas, mas pessoalmente mais da Marina?


Eu não dei essa declaração. Foi uma distorção da minha fala. Quando digo que havia um setor da mídia apostando contra a Dilma, me refiro também a isso. O que disse é que gostava igual das duas, tinha uma história antiga de amizade com a Marina, e tinha mais simpatia política pela Dilma. Pode pedir a degravação. O fator Marina foi, sim, importante, uma candidata séria. Fez um bom discurso político, convincente, e foi apoiada por setores que fizeram a pauta política de questões como aborto, pauta importante.


Aliados criticaram a despolitização da campanha de Dilma no primeiro turno. Concorda?


A campanha foi afirmativa do governo Lula. Foi uma campanha correta. O que não houve foi a percepção de que a agenda estava mudando.


Uma eventual derrota de Dilma vai levantar questionamentos sobre uma candidatura escolhida solitariamente pelo presidente Lula e não pelo PT.


Não acho que isso vá ocorrer. Vamos ganhar a eleição. Eu jamais tive uma disputa com a Dilma, porque, na medida em que o presidente deixou claro que ela era a candidata, minha posição foi de solidariedade.


 


 


Breno Costa


Gráfica de tucana já fez jornal pró-Dilma


A gráfica de propriedade de uma tucana, irmã de um dos coordenadores da campanha de José Serra (PSDB), imprimiu, há duas semanas, um jornal recomendando voto em Dilma Rousseff (PT).


A Editora Gráfica Pana, de São Paulo, foi a mesma que rodou, a pedido da Mitra Diocesana de Guarulhos, panfletos assinados por um braço da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recomendando voto contra o PT.


O PT convocou anteontem uma entrevista para apontar ‘fortes indícios’ de elo entre a gráfica e o PSDB. Ontem, o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP), disse que o pagamento dos panfletos segue ‘obscuro’ e minimizou o fato de a gráfica ter feito material pró-Dilma.


No último dia 6, três dias após o primeiro turno, a gráfica de Arlety Kobayashi, irmã de Sérgio Kobayashi, coordenador de infraestrutura da campanha tucana, imprimiu 75 mil exemplares do ‘Jornal da CTB’ (Central dos Trabalhadores do Brasil).


O jornal traz na capa uma reprodução da foto oficial da campanha petista, em que Dilma aparece com Lula. Na página interna, o título é: ‘Dilma: para o Brasil continuar no rumo certo’. No texto, um ‘desafio (…) à classe trabalhadora: eleger Dilma’.


A legislação eleitoral impede que sindicatos façam propaganda ‘de qualquer espécie’ ou doações para candidatos e partidos por serem financiadas pelo imposto sindical. Anteontem, a Justiça Eleitoral suspendeu a circulação duma revista da CUT com conteúdo pró-Dilma.


O secretário de comunicação da CTB, Eduardo Navarro, que encomendou os 75 mil exemplares à Pana, negou que o jornal desrespeite a legislação eleitoral, que proíbe sindicatos de fazer campanha para candidatos.


Ele disse que o jornal não pedia voto para Dilma e só expressava ‘os interesses’ da classe trabalhadora aprovados último no Congresso da Classe Trabalhadora.


Navarro disse ainda que só contratou a Pana porque ela o procurou e fez uma ‘proposta vantajosa’, ‘praticamente a metade do preço que a gente estava pagando’.


O marido de Arlety Kobayashi, Paulo Ogawa, diz que foi o sindicato quem procurou a gráfica. Disse ainda que já entregou à PF as notas fiscais referentes à produção dos panfletos anti-Dilma e rechaçou vínculo da empresa de sua mulher com o PSDB: ‘Sérgio Kobayashi eu só vejo em enterro e casamento’.


O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, voltou a negar relação com os panfletos: ‘Não tem nada. A Polícia Federal pode terminar de investigar antes das eleições, não precisa ser como o caso Erenice’.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


E o real cai


Na manchete do Valor Online no fim do dia, ‘Dólar sobe, refletindo cena externa e alta do Imposto sobre Operações Financeiras’. E da Reuters Brasil, ‘Juro na China turbina reação a IOF e dólar sobe’.


A elevação do juro chinês foi manchete on-line do ‘China Daily’ e de outros a partir da tarde. Antes, ‘Wall Street Journal’ e agências já destacavam a alta ‘brusca’ do dólar no Brasil, creditando à decisão do ministro Guido Mantega de elevar o IOF.


Além de China e IOF, MarketWatch e outros sites ressaltaram, para a recuperação do dólar, a promessa do secretário Timothy Geithner de não desvalorizar a moeda americana, contradizendo o Fed.


Forte demais O ‘WSJ’ deu em reportagem que ‘o governo brasileiro enviou um sinal forte’ com a elevação do IOF, ‘talvez forte demais, dizem alguns’, citando economistas de bancos e corretoras. Em coluna de mercado, avaliou que o ‘Brasil flerta com o perigo’.


Em bloco O mesmo ‘WSJ’ noticiou que a ‘preocupação diante da notícia de que o Brasil aumentou’ o IOF levou ontem à queda do won, a moeda sul-coreana. Segundo o ‘Financial Times’, o país também ‘planeja controles de capital’. E não está sozinho. Segundo o ‘WSJ’, a África do Sul ameaça seguir o exemplo do Brasil.


Não é bilateral O noticiário sobre a ‘guerra cambial’ já escapa da cobertura financeira e avança pelo ‘New York Times’, que sublinhou ontem a ameaça que o ‘fluxo de dinheiro’ representa para os emergentes. ‘Não é mais um debate bilateral entre EUA e China’, falou ao jornal um economista asiático do HSBC.


‘Guerre’ Também o francês ‘Le Monde’ destacou que ‘Os países emergentes tentam lutar contra o afluxo maciço de capitais’, principalmente na Ásia e na América do Sul, apontando que a expressão ‘guerre des monnaies’ foi lançada pelo brasileiro Mantega.


//’GIVE PEACE A CHANCE’


Sob o enunciado ‘Dê uma chance à paz’, o ‘WSJ’ postou artigo de Katie Martin, esperançosa de que EUA e China cheguem a um acordo cambial no G20, em novembro na Coreia do Sul. Ela lamenta que o Brasil tenha desistido de comparecer com Guido Mantega e Henrique Meirelles.


Na ‘Foreign Policy’, Daniel W. Drezner também lamentou, mas avisando que não é ‘hipocrisia de Mantega’, desistir do G20, ‘e sim algo pior: a avaliação, pelos comandantes da política do Brasil, de que ganham mais ficando em Brasília para conter a onda de capitais do que indo a Seul buscar uma saída multilateral para a atual falta de coordenação macroeconômica’.


E no ‘FT’ Michael Hudson alertou para o risco de uma ‘era dos controles de capital’ e, pior: ‘A ameaça real é um mundo dividido em dois blocos concorrentes, um centrado no dólar, outro nos Brics Brasil, Rússia, Índia e China’.


‘Quando o ministro da Fazenda do Brasil falou de uma guerra cambial iminente não estava muito distante da realidade.’


GEORGE SOROS


investidor, ontem em artigo sobre as ameaças à economia, na nova edição do ‘New York Review of Books’


//O AUSTERO E A FAVORITA


O ‘FT’, na coluna Lex, postou que o Brasil tem ‘alternativa’ contra a alta no câmbio: o corte de gastos, ‘que está sendo defendido pelo candidato de direita, José Serra’. Suas chances, antes ‘desprezíveis, agora são somente pequenas’, ainda que graças ‘mais ao aborto que ao orçamento’. De todo modo, os eleitores, ‘se se acharem prontos’, podem escolher ‘um governo mais austero’.


Já a ‘Foreign Policy’, em post do grupo Eurasia, consultoria de estratégia para multinacionais, avisa que Dilma ‘permanece a clara favorita’ e ‘é muito improvável’ que Serra consiga tirar os votos necessários da própria adversária.


AO FUTURO


O ‘Washington Post’ entrevistou Oscar Niemeyer, sob o enunciado ‘Aos 102, o mais notável arquiteto brasileiro celebra as conquistas passadas e olha para o futuro’. Ele apontou o Congresso como sua obra preferida em Brasília


 


 


TRIBUNAL


Corte adia julgamento de ação da Folha


Após manobra do presidente do STM (Superior Tribunal Militar), Carlos Alberto Soares, o julgamento de ação da Folha para ter acesso ao processo que levou a candidata Dilma Rousseff (PT) à prisão durante a ditadura foi mais uma vez suspenso.


Anteontem, na véspera da sessão, Soares pediu para a Advocacia-Geral da União representá-lo no processo. O órgão, que representa judicialmente o governo, protocolou petição pedindo para se tornar parte no caso.


A decisão de suspender pela segunda vez o julgamento foi do relator da ação, ministro Marcos Torres, que remeteu agora o processo à AGU para que os advogados do governo tenham conhecimento do teor da ação.


Não há previsão para que o julgamento seja retomado.


‘Houve erro do STM’, disse o advogado da União Maurício Muriack, referindo-se ao fato de o órgão não ter sido consultado anteriormente para decidir se representaria o presidente do STM.


A discussão sobre a entrada da AGU no processo provocou uma dura troca de acusações no plenário do STM. ‘Temos que tomar cuidado para isso não virar uma grande pizza’, afirmou o ministro Raymundo Nonato de Cerqueira Filho.


O subprocurador militar Roberto Coutinho também criticou o STM. ‘Trata-se do direito à informação’, disse. Para Coutinho, a manobra tem o objetivo de adiar o julgamento para depois do segundo turno.


Questionado por que fez o pedido à AGU na véspera, Soares, que ontem estava em Belém, disse que não ia ‘falar’. ‘Não vou responder absolutamente nada.’


Para Taís Gasparian, advogada da Folha, a entrada da AGU faz o processo voltar à ‘estaca zero’. ‘A AGU tem competência para representar os interesses do Executivo. Não há interesse da União nesse processo.’


Ontem, Dilma evitou comentar o caso: ‘Não vou tratar dessa questão do STM como real porque esses mesmos arquivos estão disponíveis na Universidade de Campinas e foram acessados pela revista ‘Época’.


Apenas parte do processo, porém, está na Unicamp.


O julgamento da ação foi retomado ontem após pedido de vista, no último dia 5, feito pela ministra Maria Elizabeth Rocha.


Ex-assessora de Dilma, ela não se considerou impedida e criticou reportagem da Folha que mostrou sua atuação na Casa Civil. Disse ser uma tentativa de ‘intimidá-la’.


No recurso, a Folha sustentou a necessidade de uma decisão antes das eleições, para que os leitores pudessem tomar conhecimento do passado de Dilma.


 


 


INTERNET


Marcelo Ninio e Luis Kawaguti


Israel veta Twitter em instalações militares


O comando das Forças Armadas de Israel decidiu proibir o uso de mídias sociais como Twitter e Facebook em suas bases militares.


O objetivo é evitar o vazamento de informações sensíveis, mas também conter a propagação de conteúdos constrangedores.


Nos últimos meses, fotos de soldados ao lado de prisioneiros palestinos vendados ou em outras situações humilhantes foram exibidas em suas páginas pessoais no Facebook, criando embaraço em escala mundial para o Exército israelense.


O coronel Gadi Abudi disse à agência Associated Press que a proibição foi imposta para prevenir a chegada de dados sigilosos aos ‘inimigos’ de Israel.


Segundo o militar, a norma vale somente nas bases, onde o uso de mídias sociais em computadores militares poderia comprometer a segurança do equipamento. A restrição também se aplica a celulares.


Além das fotos eticamente condenáveis postadas no Facebook, o Exército de Israel foi alvo das mídias sociais em outros casos recentes.


Num deles, um treinamento militar chegou a ser cancelado depois que um soldado revelou os planos em sua página do Facebook.


Durante a Segunda Guerra do Líbano, em 2006, o abuso de celulares por soldados no território inimigo levou o Exército a banir o uso do aparelho quando lançou a ofensiva contra a faixa de Gaza, dois anos depois.


NO BRASIL


O Exército brasileiro deve publicar nos próximos dias uma portaria que regulará o uso de ferramentas da internet, como Twitter, Orkut, Facebook e YouTube por praças e oficiais. Com a norma, o Exército pretende ainda usar os recursos da internet para divulgação institucional.


A portaria vai prever punições para militares que divulguem, sem autorização, informações consideradas confidenciais.


No início da missão de paz no Haiti, informações foram vazadas pela internet. Um exemplo foi uma suposta invasão irregular por fuzileiros da Marinha à alfândega do país -cuja investigação ainda estava em curso-, publicada no Orkut por militares.


Segundo a assessoria de imprensa, a portaria tem como objetivo oficializar novos meios para a divulgação do Exército para a sociedade. A reestruturação do portal do Exército na internet ocorrerá em 3 de novembro.


 


 


Internet no país não suporta demanda


A internet brasileira não está preparada para suportar as exigências atuais dos internautas.


É o que revela a terceira pesquisa ‘A Qualidade da Internet’, feita pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e pela Universidade de Oviedo (Espanha) com apoio da Cisco, empresa que fabrica equipamentos que conectam os computadores à rede.


Embora o Brasil tenha feito avanços para aumentar o número de domicílios conectados, a qualidade das conexões está abaixo da média.


Hoje, para que um internauta navegue e realize suas tarefas (trocar e-mails, baixar arquivos, assistir a vídeos, entre outras), as velocidades médias precisam ser de 3,75 Mbps (megabits por segundo) para o download (quando se baixa arquivos ou se acessa um site qualquer) e de 1 Mbps para o upload (quando se envia algo, e-mail ou mensagem instantânea).


O tempo de resposta (entre dar o comando e perceber que ele foi obedecido) não pode ser superior a 95 milésimos de segundo, segundo a pesquisa.


Em Fortaleza, apontada como a cidade brasileira com a melhor qualidade de internet, a velocidade de download auferida foi de 4,3 Mbps, ante 570 Kbps (kilobits por segundo) de upload. O tempo de resposta ficou em 114 milésimos de segundo.


A pesquisa indica que, nos próximos cinco anos, os internautas estarão consumindo mais capacidade de rede porque assistirão a vídeos sob demanda e farão videoconferências, entre outras aplicações sofisticadas.


Por isso, os especialistas estimam que, até 2015, um domicílio estará consumindo 500 GB (Gigabytes) mensalmente, ante os atuais 20 GB.


Para dar conta dessa quantidade de dados trocados via internet, será preciso investir mais para que as redes ofereçam velocidades de download de 11,25 Mbps e de 5 Mbps de upload com uma resposta de 60 milésimos de segundo.


MUNDO


Só 38 cidades no mundo já estão preparadas para essa nova fase -nenhuma no Brasil. No total, foram monitorados domicílios em 239 cidades e 72 países. A Coreia do Sul continua liderando a lista de países líderes em internet, seguida por Hong Kong e Japão. O Brasil ocupa a 38ª colocação. Esteve na 41ª, em 2009, e na 36ª, em 2008.


 


 


EUA


Dona do ‘NY Times’ lucra US$ 9 milhões com suas operações


A New York Times Company, dona do jornal do mesmo nome, teve lucro operacional de US$ 9 milhões no terceiro trimestre, após perder US$ 23,7 milhões no mesmo período do ano passado.


O resultado do grupo foi prejudicado por custos extraordinários relacionados ao ‘Boston Globe’, um dos 18 jornais da organização.


Esses custos (ligados a aposentadorias de empregados e depreciação do valor de venda de um centro de impressão) somaram US$ 22,4 milhões.


Com isso, teve prejuízo líquido de US$ 4,3 milhões.


 


 


TECNOLOGIA


Ganhos do Yahoo! mais que dobram no 3º trimestre


A empresa teve lucro de US$ 396 milhões no período de julho a setembro, 113% mais que no mesmo período do ano passado.


Apesar do crescimento nos ganhos, as pressões devem continuar sobre a presidente-executiva do Yahoo!, Carol Bartz, já que as receitas ficaram praticamente estagnadas -alta de 2% ante o terceiro trimestre do ano passado.


Para ter uma ideia, o Google, que tem um faturamento mais de quatro vezes maior que o do Yahoo!, teve um aumento de 23% na receita na comparação com o período de julho a setembro de 2009.


As ações do Yahoo! caíram 2,7% ontem. A divulgação do balanço trimestral foi feita após o fechamento da Bolsa.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


SBT terá ‘Supernanny’ para salvar casamentos


Seu marido chega tarde do serviço e não quer saber de você? Sua mulher só reclama de tudo, mas não se arruma mais como antes?


Seus problemas acabaram: vem aí a ‘Supernanny DR’ (discutindo a relação). Bom, o título não é esse, mas já está em produção no SBT um novo programa exatamente com esse propósito: colocar uma especialista para ajudar casais a reacender o fogo da relação.


Assim como a ‘Supernanny’ original, a conselheira da vez será chamada na residência dos casados em crise para observar, analisar e dar dicas para tentar salvar o casamento.


Haverá metas a serem cumpridas pelos participantes, assim como a pedagoga Cris Poli faz com as crianças no formato original. Não, nada de cantinho do castigo para os adultos.


A equipe de produção do novo programa é praticamente a mesma da ‘Supernanny’ na emissora.


A atração, em fase de produção, já teve gravações em um shopping da zona oeste de São Paulo.


A ‘babá’ de casais será uma terapeuta famosa no mercado, mas desconhecida do grande público. O nome é mantido em sigilo no canal.


Procurada, a assessoria confirma a existência do projeto, que ainda será analisado pela direção da emissora.


GORILA


Eis Rodrigo Faro, sem medo de ser feliz em versão de Fergie, do Black Eyed Peas. Ele rebolará ao som de sucessos do grupo no ‘Melhor do Brasil’ do dia 30


ET Com direito a uma entrevista com o extraterrestre Bilú, maluquice do ‘Domingo Espetacular’ (Record) liderando o ‘Top 5’, o ‘CQC’ (Band) registrou anteontem média de 6 pontos de audiência (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo).


Pornô O Multishow estreia no dia 24 ‘Os Gozadores’. A série, de Álvaro Campos e Pedro Antônio, conta a história de dois cineastas frustrados que partiram para a indústria de pornografia.


Pornô 2 Produção da 2MLQS, ‘Os Gozadores’ traz como protagonistas Douglas Silva (de ‘Cidade dos Homens’) e Rafael Studart.


HD Promessa do mercado: todos os televisores de 22 polegadas produzidos em 2011 já sairão com conversor digital.


Barraco Promete ferver a eleição para a presidência da AR (Associação de Roteiristas), no dia 23 de novembro. Diante da troca de ofensas públicas, o presidente da entidade, Marcílio Moraes (Record), avisa que seu cargo estará aberto a qualquer um que queira se candidatar e, se eleito, ser avaliado por seus pares.


Ronaaaaldo O ‘Pânico’ está negociando a volta de Zina ao programa.


Infantil O ator Fúlvio Stefanini dublará o novo personagem em animação da TV Rá-Tim-Bum, o Dr. Raio X, protagonista da série homônima que estreia em 2011.


Meliante Perdido no crack, Danilo (Cauã Reymond) volta para ‘Passione’ na semana de 15 de novembro, em versão morador de rua.


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 20 de outubro de 2010


 


CRIME


Anna Ruth Dantas


Morto radialista que apontava elo de tráfico com política


O radialista Francisco Gomes de Medeiros, conhecido como F Gomes, foi executado a tiros na porta de sua casa na noite de segunda-feira, em Caicó, a 280 quilômetros de Natal. Ele estava sentado na calçada, quando uma moto se aproximou e um homem fez seis disparos – todos o atingiram.


F Gomes era conhecido em todo Rio Grande do Norte. Apresentava o programa Comando Geral, na Rádio Caicó, e tinha um blog, onde o principal destaque eram as matérias policiais.


No blog, que acabou sendo fonte de vários veículos da imprensa nacional, o radialista afirmava que cabos eleitorais de três candidatos a deputado estadual do Rio Grande do Norte estariam trocando votos por crack nem Caicó. A reportagem sobre o assunto foi publicada no fim de setembro. Depois disso, ele teria começado a receber ameaças de morte.


Minutos antes do crime, o radialista conversava com o cunhado Ronaldo Santiago. Quando este se afastou para ir embora, um homem em uma moto se aproximou e efetuou os disparos. À imprensa, Ronaldo disse que ainda viu o assassino deixar o local do crime. ‘Ele (F Gomes) foi morto porque clamava por Justiça. Não se cansava de combater o crime, principalmente o tráfico e drogas’, afirmou Santiago.


O governador Iberê Ferreira cancelou a agenda e foi a Caicó acompanhar as primeiras investigações. ‘É questão de honra desvendar o crime’, ressaltou o governador. A polícia não tem dúvidas de que F. Gomes foi vítima de uma ‘execução’, e não assalto.


O procurador-geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, confirmou que designará uma comissão de três promotores para acompanhar as investigações do assassinato de F Gomes.


Repercussão. A presidente do Sindicato dos Radialistas e Publicitários do Rio Grande do Norte, ao qual era filiado F. Gomes, Edinalva Moura, disse que os colegas do radialista estão ‘atônitos’ com o crime. ‘Ele era uma pessoa pacata, digna e honesta. Foi uma perda irreparável, mas, infelizmente, enquanto não houver mudanças severas no Código Penal, que do jeito que está só serve para proteger bandidos, eles continuarão a matar, roubar, estuprar e sequestrar porque a impunidade reina no País’, lamentou.


A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) manifestou, em nota assinada por seu presidente, Emanuel Soares Carneiro, consternação com o assassinato de F Gomes. No documento, a entidade apela às autoridades potiguares que esclareçam o crime e identifiquem os assassinos. ‘F Gomes, como era conhecido, é mais uma vítima da violência cometida contra jornalistas e veículos de comunicação que buscam cumprir sua missão de informar a sociedade.’


A Federação dos Radialistas (Fitert) também emitiu. ‘Gostaríamos de nos solidarizar com a família do radialista Francisco Gomes de Medeiros, assassinato brutalmente. Exigimos que o crime seja devidamente apurado e que os responsáveis por ele sejam presos’, diz a mensagem.


 


 


ARGENTINA


Cristina fala em ‘nacionalizar’ a mídia argentina


A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, propôs ontem a ‘nacionalização’ dos meios de comunicação, que, na sua visão, não têm atendido aos ‘interesses nacionais’. Sem deixar transparecer intenções mais claras, contudo, Cristina foi enfática ao afirmar que não pretende ‘estatizar’ a mídia.


Segundo a presidente – que há dois anos alerta constantemente sobre um hipotético ‘golpe de estado’ preparado pela mídia em conjunto com a oposição -, ‘seria importante nacionalizar os meios de comunicação para que eles tenham consciência nacional e defendam os interesses do país’.


Ela criticou especificamente o fato de haver ‘tantos microfones e câmeras de TV sobre os problemas do crescimento econômico (de hoje)’, enquanto os veículos da mídia ‘acobertaram, ignoraram e muitas vezes foram cúmplices da política de entrega e subordinação sem dizer uma só palavra ou tirar uma só foto’.


‘Às vezes penso que seria interessante nacionalizar; não estatizar. É melhor que isso fique claro para que amanhã ninguém dê uma manchete errada’, destacou com o dedo em riste, sem explicar a sutileza.


Repúdio


A Associação de Entidades Jornalísticas da Argentina (Adepa) repudiou as ‘persistentes ofensas’ contra jornalistas e meios de comunicação por parte de altos funcionários do governo de Cristina. Segundo a entidade, a presidente – desde que começou a usar a rede de microblogs Twitter há um mês – ‘multiplicou as ironias e injúrias’ contra empresas e profissionais de mídia. Segundo a Adepa, ‘a informalidade própria do Twitter não diminui a gravidade das mensagens que são transmitidas por intermédio dele’.


A presidente costuma criticar também a Justiça Federal – que suspendeu várias medidas do governo, incluindo a maior parte da Lei de Mídia -, sugerindo que existem conexões irregulares entre juízes e jornalistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


 


 


CONTEÚDO


Renato Cruz


GVT e Universal fazem parceria para distribuir conteúdo


A GVT anunciou ontem sua entrada na distribuição de conteúdo, com um acordo com a Universal Music. As duas empresas pertencem à francesa Vivendi. A operadora lançou um serviço chamado Power Music Club, em que seus clientes podem, gratuitamente, ouvir músicas e assistir a clipes de artistas da Universal, como Lady Gaga, Justin Biber e Ivete Sangalo.


‘Vamos avançar no conteúdo’, afirmou Alcides Troller Pinto, vice-presidente executivo da GVT. Segundo o executivo, as prioridades da operadora, daqui até o fim do ano que vem, são a entrada no mercado de TV por assinatura e o lançamento das operações nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.


Presente em 93 cidades, a GVT ultrapassou recentemente a marca de 1 milhão de assinantes de banda larga. Segundo a companhia, 60% têm velocidade igual ou maior do que 10 megabits por segundo (Mbps). Um estudo recente da Akamai apontou que a velocidade média do acesso no Brasil é de 1,3 Mbps. Em São Paulo, a GVT tem operações que atendem ao cliente residencial em Sorocaba e Jundiaí.


As músicas da Universal podem ser ouvidas pelos clientes da GVT via streaming. Ou seja, assim como os vídeos do YouTube, elas não baixadas no computador.


‘Hoje você não encontra um garoto de 15 anos que tenha comprado um CD na vida’, afirmou José Eboli, presidente da Universal Music. ‘Não existe uma indústria que tenha sofrido uma revolução tão grande por causa da internet quanto a música.’


A GVT estuda oferecer o serviço para quem não seja cliente da banda larga, cobrando uma mensalidade. O Power Music Club, que estreou ontem, também tem promoções para assistir a shows, no Brasil e no exterior, e para encontros com os artistas da Universal. ‘Imagine seu ídolo fazer um show na sua casa, para seus amigos’, exemplificou Eboli.


 


 


INTERNET


Jamil Chade


Internet terá 2 bilhões de usuários


Este ano terminará com mais de 2 bilhões de pessoas com acesso à internet. Os dados foram divulgados ontem pela ONU, que, apesar de destacar o avanço da tecnologia, alerta que dois terços da população mundial ainda não é usuária da rede. Parte do problema seria o custo ainda alto para a assinatura do serviço.


No Brasil, por exemplo, os valores cobrados são considerados como um entrave, e a ONU aponta para a manutenção de monopólios. Em geral, um usuário de internet nos países em desenvolvimento paga quase dez vezes mais pelo acesso que um cidadão de um país rico.


Segundo a ONU, o número de internautas dobrou em apenas cinco anos no mundo. Somente em 2010, 226 milhões de pessoas ganharão acesso à rede.


A taxa de expansão nos países emergentes será maior, já que a cobertura nos países ricos já chegou a um ponto alto e países como Estônia, Finlândia e Espanha estabeleceram o acesso a internet como um direito básico. Setenta e um por cento da população das economias ricas têm acesso à tecnologia.


Já nos países em desenvolvimento, a taxa é de apenas 21%, mesmo que neste ano 162 milhões de pessoas dessas regiões do mundo ganhem acesso à rede. A China é o maior mercado para a internet no mundo, com 420 milhões de usuários. Na Índia, são 61 milhões. Mas a taxa é pequena em comparação à população de mais de 1,2 bilhão. Na África, menos de 10% da população tem internet.


Residências. Em termos de acesso à rede em casa, a situação é ainda mais dramática nos países pobres. Apenas 22% das residências tem um computador e apenas 15% com internet. Nos países ricos, essa taxa chega a 65%. Na Suécia e Coreia do Sul, 80% das casas têm acesso a internet e, a grande maioria, com banda larga.


As disparidades são ainda maiores quando se compara o acesso à banda larga, considerado pela ONU como medida para avaliar o grau de desenvolvimento de um país no campo das tecnologias. Se nos países ricos 24% da população tem acesso à banda larga, nos emergentes a taxa não chega a 4,4%. Na África, a taxa é inferior a 1%.


No Brasil, o número de pessoas com acesso à internet é de 83,3 milhões até o final de 2009, bem acima da média dos emergentes. Ainda assim, mais da metade da população não tem ainda acesso. Internet em casa é ainda uma realidade para apenas um a cada três brasileiros.


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


Paola soube de sua escalação pela imprensa


O burburinho para assumir a protagonista Marina na novela Insensato Coração, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, chegou antes do convite do diretor Dennis Carvalho: ‘As pessoas em volta começaram a falar, até que um jornalista ligou para a minha agente’, contou Paola Oliveira ao Estado por telefone, pouco antes de embarcar para as primeiras gravações, em Florianópoli. A atriz foi escalada às pressas, depois que a Globo dispensou Ana Paula Arósio, que não compareceu às gravações na capital catarinense. Prestigiada na casa, Paola está em As Cariocas e em Afinal, o Que Querem as Mulheres? ‘Sou muito pé no chão para imaginar que isso pudesse acontecer.’ / PATRÍCIA VILLALBA


R$ 500 mil custou o documentário Viajantes Radicais, pelo caminho de Lévi Strauss, financiado com recursos do artigo 3ºA para a ESPN Brasil. Vai ao ar dia 30, às 21h30


‘O Pelé é o Pelé dos Pelés’


Washington Olivetto, para o especial sobre os 70 anos do rei (no ar sábado, pelo canal SporTV), a comentar que toda área tem o seu ‘Pelé’


Fincar pé no Rio com mais eficiência faz parte dos anseios da MTV Brasil. Não por acaso, é lá que acontece a festa de 20 anos da emissora, hoje.


Cria da MTV diante das câmeras, Zeca Camargo promete presença na festa do dia, assim como Sarah Oliveira, que gravou Top 20 especial com Cuca Lazarotto e Sabrina Parlatore.


Vem aí mais uma animação nacional, fruto de coprodução, agora entre a To Beat e o canal Rá-Tim-Bum, em 13 episódios: Sidnei, um ratinho que vive com a barata Juca em uma sala de aula, estreia no canal pago da Fundação Padre Anchieta no dia 6.


Londres, Roma, Tóquio e Luanda são os destinos a seguir de Mônica e Cebolinha, que já foram a Nova York e Lisboa, em nome da Globo Internacional. É ação do canal, via twitter, para anunciar a chegada da Turma da Mônica a 115 países.


Alô, assinante Net, a estreia de um sexto Telecine, o Fun, dia 1.º, determina outra reforma na ordem dos canais: a nova sintonia ficará coladinha aos irmãos Premium, Action, Touch, Pipoca e Cult.


Crepúsculo, diga-se, será a primeira grande bandeira do Telecine Touch, rebatismo do atual Telecine Light, a contar do dia 22.


Chiquinha Gonzaga, minissérie de Lauro César Muniz dirigida por Jayme Monjardim em 1999, volta ao ar em 23 de novembro, na faixa das 23h45, pelo canal Viva.


E a reprise de Vale Tudo, tema inesgotável para a temporada, tem rendido no Twitter a escalação de elenco para um hipotético remake da novela. Wagner Moura ou Mateus Solano assumiria o papel de Ivã, que foi de Antonio Fagundes.


Glória Pires vestiria agora os trajes de Raquel Acioli, cabendo a Cleo Pires a vilã Maria de Fátima. Eva Wilma seria Odete Roitman.


 


 


 


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