Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Revistas científicas brasileiras enfrentam desafio


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas. 
 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 8 de setembro de 2009 


 


CIÊNCIA


Ricardo Lourenço


O desafio das revistas científicas brasileiras


‘O BRASIL ocupa hoje lugar de destaque no meio científico internacional em diversas áreas de conhecimento. No entanto, as revistas científicas brasileiras ainda estão longe de alcançar o mesmo prestígio internacional que já cerca muitos pesquisadores do país.


Para que a excelência dos estudos produzidos nos laboratórios nacionais se traduza também na valorização das revistas científicas brasileiras, é necessário desenvolver políticas editoriais que permitam dar fim a esse aparente paradoxo.


O que tem ficado claro nos últimos anos é que a chave para adquirir mais destaque e visibilidade internacional é evoluir no aumento dos índices de impacto. O indicador é calculado pela divisão do número de citações aos seus artigos pelo número de artigos publicados.


A experiência da revista ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’ tem muito a colaborar nesse sentido. Criada em 1909 pelo sanitarista Oswaldo Cruz, a ‘Memórias’ demonstra capacidade de conjugar inovação e tradição -acompanhando o mesmo compromisso centenário da Fiocruz, onde é editada..


Uma das mais antigas publicações científicas da América Latina ainda em circulação, a revista acaba de alcançar o status de periódico mais importante da região na área biomédica.


A indicação do Institute for Scientific Information (ISI) vem no ano do centenário da ‘Memórias’.


Entre as ações de modernização que explicam o sucesso da revista, estão o acesso livre e gratuito ao seu conteúdo via internet e a publicação em inglês.


Ainda na década de 90, a ‘Memórias’ já fazia parte da base SciELO, plataforma de publicações científicas da América Latina com conteúdo livre. Houve investimento em um sistema de submissão digital de artigos, o que agilizou e tornou mais transparente o processo de publicação.


Em 2008, a revista disponibilizou gratuitamente para download todo o conteúdo publicado nos seus cem anos de história. Também no ano passado, os artigos passaram a contar com o DOI, um sistema internacional de identificação de artigos científicos -uma espécie de CPF digital que garante a existência e a publicação do artigo em questão.


A publicação tem mais uma vantagem: publicar nela é de graça. Diferentemente de outras revistas internacionais, que chegam a cobrar centenas de dólares por página publicada, na ‘Memórias’ o processo é todo gratuito.


Para melhorar o fator de impacto de nossas revistas científicas, pesquisadores do mundo inteiro têm que ter acesso ao que é publicado nelas e também a possibilidade de publicar no Brasil.


Todos querem ver seus trabalhos publicados na ‘Science’, na ‘Nature’ e em outras revistas semelhantes. Fazer com que autores nacionais e internacionais optem pela ‘Memórias’ ou por qualquer revista brasileira é uma questão de convencimento.


Cada vez mais nossas publicações precisam ser internacionais, impactantes, confiáveis e profissionais.


Especial atenção deve ser dada aos excelentes pesquisadores brasileiros.


Como fazê-los publicar mais no Brasil, em revistas que ainda têm fator de impacto mais baixo que as estrangeiras? Esse convencimento -e isso tem sido mostrado também por nossas experiências com a ‘Memórias’- vem no momento em que nossos autores reconhecem outros pesquisadores de destaque, referências internacionais, publicando na revista.


É por isso que, mesmo com todas as medidas de modernização, nada substitui a qualidade dos artigos publicados. A estruturação de uma rede de revisores de renome, nacionais e internacionais, que fazem uma triagem severa daqueles conhecimentos científicos que são de fato inéditos e impactantes, foi uma forma de assegurar a qualidade e a relevância dos dados publicados e, assim, atrair novos autores e estudos de grande qualidade para a revista.


Uma das revistas científicas mais antigas da América Latina chega aos cem anos de olho no futuro. A receita, que pode ser seguida por outras publicações nacionais, foi crescer, se modernizar e se internacionalizar.


Mais uma vez, como há um século, a ‘Memórias’ assume seu lugar entre as locomotivas do processo de editoração científica no país, pronta para ser novamente pioneira na integração de comunicação e ciência.


RICARDO LOURENÇO DE OLIVEIRA , mestre em biologia e doutor em medicina veterinária, é editor da revista ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


EUA, não


‘A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, enviou mensagem, postada pelo blog de Sérgio Dávila, saudando a ‘liderança ao redor do mundo’ e prometendo ‘aprofundar nossa parceria’.


Mas o Sete de Setembro era de outra parceria, com a França. Na manchete do UOL, ‘parceria militar’. Do ‘Jornal Nacional’, ‘acordo militar’. Folha Online, ‘parceria estratégica’. Reuters Brasil, para uma ‘indústria aeronáutica conjunta’.


Na França, manchete no ‘Le Figaro’, ‘Brasil decide comprar aviões de combate Rafale’. No alto das buscas de notícias pelo Google Actualités, ‘O Brasil deve comprar 36 Rafale. A França, 12 aviões brasileiros KC390’. Repercutiu por ‘Le Monde’, que já vinha prenunciando o acordo, ‘Libération’, a France Presse, que entrevistou Lula, e demais.


Vence a francesa Dassault, perde a Boeing, dos EUA.


NO BAZAR GLOBAL


O ‘New York Times’ destacou, com eco por ‘Figaro’, agência Xinhua e outros, que o ‘Papel dos EUA como maior vendedor de armas cresce, apesar da recessão’. Em 2008 o país respondeu por 68% do ‘bazar global de armas’, com US$ 37,8 bilhões do total de US$ 55,2 bilhões.


Das vendas americanas, US$ 29,6 bilhões foram para emergentes como os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita -e o Brasil.


SEM DUOPÓLIO


O ‘Financial Times’ deu editorial dizendo que a vitória da Boeing sobre a europeia Airbus, na Organização Mundial de Comércio, ‘esclarece quais subsídios são vetados pela OMC’ e serve de guia aos ‘países que esperam quebrar o duopólio transatlântico, como China e Brasil’.


A Embraer, diz a Dow Jones, já estuda com fornecedores sua ‘próxima geração’, de ‘aeronaves comerciais maiores’ que a ‘família E’.


DILMA E AS OUTRAS


O correspondente do ‘FT’ em São Paulo, Jonathan Wheatley, falou longamente com a ministra Dilma Rousseff, sobre o pré-sal. Postada na íntegra, a transcrição mostra um debate aberto e às vezes brusco entre o jornalista e a ministra, questionada seguidamente sobre a redução do papel das ‘outras companhias de petróleo’, em relação à Petrobras. Na reportagem editada, o enunciado evita Dilma e destaca ‘Críticos avisam que plano de petróleo do Brasil vai desanimar investidores’.


O ÓLEO CONTINUA


O programa de fim de semana do ‘Wall Street Journal’, na Fox News, saudou o renascimento do ‘Big Oil’. No caso, do petróleo como fonte de energia, com o poço encontrado pela BP no Golfo do México, ‘as descobertas tremendas na costa do Brasil’ e o investimento bilionário feito pela Petrochina na ‘areia de piche’ do Canadá.


‘FOLLOW THE OIL’


Gideon Rachman, colunista de política externa do ‘FT’, notou como chineses, russos e agora americanos não saem mais de Angola e como também ‘os brasileiros são cada vez mais populares’, para concluir o que é preciso para entender ‘a realidade crua da diplomacia’, adaptando uma tirada do cinema: ‘follow the oil’, siga o petróleo.


SETE DE SETEMBRO LÁ


Com novo artigo de Lula e vários textos sobre os vínculos bilaterais, da tecnologia espacial ao comércio e à defesa, o ‘China Daily’ publicou ‘especial’ de duas páginas para marcar os ‘35 anos de relações diplomáticas’. Inclusive anúncios de Vale, Banco do Brasil, Weg e outras


AO SUL DO RIO GRANDE


Na home do UOL, ‘Hugo Chávez puxa aplausos para Oliver Stone’ no festival de Veneza. Por ‘NYT’ e outros, com AP, ‘Chávez pisa no tapete vermelho com Stone’.


Em artigo no ‘Guardian’, o diretor lembrou outros filmes seus no ‘quintal’, como ‘Salvador’, e postou trecho de ‘South of the Border’ em que diz que ‘pela primeira vez na história da América Latina’, com Chávez, Lula e outros que ouviu, ‘a região inteira pode sair do controle econômico dos EUA’.


A MARÉ MUDOU


Em artigo anteontem no inglês ‘Observer’, junto à reportagem ‘Maré se volta contra ‘guerra às drogas’ dos EUA’, FHC escreve que ‘é hora de admitir o óbvio: a ‘guerra às drogas’ fracassou’ na América Latina’


 


 


VENEZUELA


Reuters


Governo Chávez abre nova apuração contra TV opositora


‘A TV venezuelana Globovisión disse ontem ter sido notificada de um novo procedimento de investigação contra ela pela Comissão Nacional de Telecomunicações, subordinada ao governo Hugo Chávez.


A nova investigação -já há outras cinco em andamento- se deve à divulgação de mensagens de texto em um programa da TV que supostamente incitavam um golpe de Estado e protestos violentos contra o governo. A emissora nega as acusações.


Caso a investigação conclua que a Globovisión é culpada, ela pode ser condenada a suspender suas transmissões por 72 horas ou até perder a concessão.


A emissora, a única crítica ao governo Chávez que restou no país após o polêmico fim da concessão da RCTV em 2007, já foi publicamente ameaçada de fechamento pelo presidente.


O governo venezuelano também vem promovendo o fechamento de rádios acusadas de atuar ilegalmente -no fim de semana, foi anunciado o desligamento de 29 estações, além das 34 já fechadas no mês passado.’


 


 


Leonardo Cruz


‘Chávez é um grande herói’, diz Oliver Stone


‘A política dominou o Festival de Veneza ontem com a exibição de ‘South of the Border’, (sul da fronteira), um perfil amplamente positivo do presidente venezuelano Hugo Chávez dirigido por Oliver Stone.


Confirmando rumores, Chávez veio ao Lido para a sessão de gala do filme e, ao lado de Stone, passou pelo tapete vermelho. Foi aplaudido por centenas de pessoas, mas também ouviu gritos de ‘ditadura’ e ‘morte’. O longa foi aplaudido várias vezes durante a projeção, e ainda mais ao final.


Antes da sessão, Stone esteve em mesa-redonda com dez jornalistas -a Folha foi o único veículo brasileiro presente.


Questionado por que decidira retratar Chávez, o diretor afirmou que os documentários sobre líderes estrangeiros são uma tentativa de entender seu país. Ele já filmou Fidel Castro em ‘Comandante’ (2003) e planeja um longa sobre o iraniano Mahmoud Ahmadinejad. ‘Desde que nasci, sempre estivemos em busca de inimigos. Guerra Fria, Guerra do Vietnã, Guerra ao Terror, guerra às drogas, eixo do mal. E a mídia americana apoia tudo isso, faz lavagem cerebral.’


O cineasta definiu Chávez como ‘um grande herói’, que deveria servir de exemplo ao presidente dos EUA, Barack Obama. ‘Precisamos de mais dez políticos como Chávez, que cumprem o que prometem quando são eleitos.’


O filme de Stone começa com um apanhado de como a imprensa dos EUA trata o venezuelano.. Predominam imagens da Fox News, que rotula Chávez como ‘tirano’.


Na cena inicial, uma apresentadora do canal afirma que Chávez é viciado em cocaína, pois masca folhas de coca. Após o prólogo, Stone já surge em Caracas com Chávez, enquanto imagens de arquivo mostram a trajetória do presidente desde sua tentativa frustrada de golpe militar em 1992.


Os dois vão juntos à casa onde o venezuelano nasceu, visitam uma fábrica de farinha construída com apoio do Irã e participam de encontros com apoiadores do governo. Tudo é acompanhado de dados positivos da gestão, como a redução da pobreza. Nas conversas com Chávez, Stone parece mais um fã do que um entrevistador.


Sobre a ausência de entrevistas com oposicionistas venezuelanos, Stone disse que já havia críticas suficientes no filme e que vê Chávez como um democrata: ‘Se redes americanas dissessem sobre o governo dos EUA o que é dito sobre Chávez na Venezuela, elas teriam sido processadas e fechadas. Na Venezuela, 90% da mídia é contra Chávez, e tudo é tolerado’.


No filme, Stone deixa Caracas para entrevistas com outros líderes da região, e o tom laudatório prossegue. Na Bolívia, por exemplo, o diretor joga futebol e aprende a mascar coca com Evo Morales.


No Brasil, Chávez aparece ao lado do presidente Lula e diz: ‘Ele é meu irmão’. Depois, olha para Stone e completa: ‘Você também’. Na mesa-redonda, como esperado, Stone apoiou Lula (‘o Brasil está no caminho do progresso’) e atacou o principal desafeto de Chávez, o colombiano Álvaro Uribe (‘é a força mais opressiva da América Latina’).


No epílogo do filme, Stone se mostra otimista quanto às relações de Chávez com os EUA na era Obama. Na mesa redonda, no entanto, o diretor não estava tão empolgado. ‘Não acho que ele tenha controle completo do governo. O setor de América Latina no Departamento de Estado dos EUA age como se ainda lutasse contra o comunismo.’’


 


 


TELEVISÃO


Daniel Castro


‘BBB 11’ terá ‘batalha’ entre ex-big brothers e anônimos


‘A 11ª edição de ‘Big Brother Brasil’, no início de 2011, deverá juntar ex-participantes do reality show da Globo. A ideia de J.B. Oliveira, o Boninho, diretor-geral do programa, é promover uma ‘batalha’ entre ex-bbbs e novos participantes, selecionados pela produção.


Segundo Boninho, dos competidores de ‘BBB 11’, metade poderá ser de ex-bbbs e outra metade de novos participantes.


A fórmula marcaria as comemorações dos dez anos do reality show no Brasil. Há alguns anos a Globo vem estudando escalar famosos para o programa. Chamar ex-bbbs não vitoriosos seria uma escala.


Em ‘BBB 10’, pelo menos por enquanto, não haverá surpresas na montagem do elenco. Os participantes (poderão ser 20, mas o número ainda depende da duração do reality) serão todos ‘inéditos’, escolhidos por ‘olheiros’ ou selecionados entre os inscritos.


Até ontem, a Globo havia recebido 230 mil inscrições pela internet -mas só 20% efetivaram o ato, com o envio de vídeo. A quantidade já supera o total de 2008: 200 mil. As inscrições vão até o final de outubro.


Boa parte desse público está sendo atraída pela possibilidade de um prêmio recorde.


Inicialmente, Boninho pretendia dar R$ 10 milhões em dinheiro ao vencedor de ‘BBB 10’. Mas a Globo, temendo efeito negativo da redução do prêmio em 2011, vetou a ideia. A emissora, contudo, deverá pagar mais de R$ 1 milhão, com prêmios extras, como imóveis.


CONJUNTIVITE 1


A cantora Vanusa foi ao ‘Programa do Gugu’ explicar o que aconteceu em cerimônia na Assembleia Legislativa de SP, em que errou o hino nacional. O vídeo virou hit na internet. No programa da Record, Vanusa disse que misturou calmante com remédio para labirintite.


CONJUNTIVITE 2


Ao final de entrevista e homenagem, Vanusa cantou ‘Manhãs de Setembro’, um de seus grandes sucessos, do qual é coautora. E não é que ela ‘atropelou’ dois versos da primeira estrofe? Simplesmente não cantou ‘Fui eu que num esforço/ Se guardou na indiferença’.


ALTA DEFINIÇÃO


O Telecine HD deve ser lançado nos próximos dias pela Sky. A operadora diz que realiza os ‘últimos ajustes’.


PISTA 1


A Globo e a Band vão pagar cerca de US$ 140 milhões pelos direitos de TV aberta (não exclusivos) e paga (exclusivos) dos Jogos Olímpicos de 2016. Desse total, US$ 20 milhões serão bancados pela Band.


PISTA 2


Dos US$ 120 milhões que caberão à Globo, US$ 40 milhões serão quitados na forma de anúncios na programação da emissora. Serão institucionais produzidos pelo Comitê Olímpico Internacional, para promover os esportes olímpicos (e uma eventual Olimpíada no Rio, em 2016).


PISTA 3


Para não correr o risco de promover Londres-2012, que só a Record transmitirá, os anúncios só entrarão na Globo a partir de 2013. Por seis anos.’


 


 


Lúcia Valentim Rodrigues


Série mais pirateada da TV ganha 4ª temporada


‘A série mais pirateada da TV (no Brasil e no mundo) vai voltar a concorrer com a internet.


No dia 21, estreia nos EUA a quarta temporada de ‘Heroes’.


O criador, Tim Kring, se vê numa encruzilhada. ‘Eu preferiria que vissem a série legalmente. Mas o fato de as pessoas estarem interessadas no programa a ponto de irem buscá-lo na internet cria um burburinho muito importante’, conta em entrevista à Folha, no último dia 25, enquanto filmava o oitavo da nova leva de 19 episódios.


Ele diz que as gravações acontecem bem antes de os capítulos irem ao ar. ‘Fazemos o seriado numa bolha. O mundo vivencia o programa em temporadas, de uma forma que não sentimos. Às vezes, é surreal ter de reagir a coisas que passaram há muito tempo para nós.’


Isso aconteceu com as queixas à segunda temporada, com as muitas viagens no tempo e criação de personagens demais. ‘Pela antecedência nas gravações, não há muito a fazer com relação às críticas.’


Mas elas servem de termômetro para as novas fornadas.


No quarto ano de ‘Heroes’, Kring não vai inventar personagens fora do núcleo duro.


Os cinco novos nomes que já vazaram, entre eles o do vilão Samuel (Robert Knepper), vão ser integrados de forma mais harmônica à trama. ‘Eles serão entrelaçados nas histórias. Não vamos criar personagens paralelos. O público não vai precisar investir energia para conhecer as novas caras.’


Kring nega rumores de que um dos protagonistas estivesse para sair. ‘Vamos lidar com o mesmo grupo por toda a temporada. Mas sobreviveríamos se acontecesse.’


‘Redenção’, tema desta nova fase, é sobre a ideia de os personagens voltarem para suas vidas comuns. A jovem Claire entra para a faculdade. Peter vira um paramédico, cuidando de salvar uma vida por vez. Matt Parkman se torna um detetive em Los Angeles, lutando para não usar seus superpoderes.


‘A quarta temporada é sobre o que aconteceria se todos -ou quase- decidissem contar a verdade. Brincamos com a ideia do que aconteceria se o mundo descobrisse esse segredo’, revela.


‘Às vezes sinto que ‘Heroes’ é uma sobrevivente, como seus personagens. Temos de mudar para sobreviver. O programa é um organismo vivo, que respira e vai por onde quer. É como domar um animal selvagem’, diz o diretor e roteirista.


E como lidar com esse público que não quer pagar para ver a programação da TV? ‘O programa demonstra como o consumo de séries está mudando.


Mas, ainda hoje, o canal que mostrar primeiro vai agarrar quem quer ver antes. É o meio mais eficiente de manter esse público ligado na TV.’


HEROES – 3ª TEMPORADA


Distribuição: Universal


Quanto: R$ 129,90, em média


Classificação indicativa: 12 anos’


 


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 8 de setembro de 2009 


 


ESTADO SOB CENSURA


Guilherme Scarance


‘Censura é política e demora fere Estado Democrático’


‘O cientista político Rui Tavares Maluf vê viés político na liminar que impede o Estado desde 31 de julho de publicar detalhes da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, envolvendo o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


Para o analista, doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP), a manutenção da liminar terá efeito inverso ao esperado, desgastando a família Sarney e comprometendo a imagem que o parlamentar construiu na redemocratização do País. ‘Essa delonga se deve a uma questão de natureza política, envolvendo obviamente as figuras do próprio Judiciário’, diz Rui Tavares Maluf.


O Estado está sob censura há mais de um mês. Como uma liminar tem vigência tão longa?


A Justiça procura argumentar que existem certas formalidades, mas medidas liminares têm caráter provisório e, por isso, há celeridade no despacho, na decisão. Da mesma maneira que essa decisão nasceu de alguém ligado ao círculo do presidente do Senado, a demora pode estar ligada a uma capacidade de influência que o senador tem para protelar a decisão. Isso atinge diretamente o Estado democrático, é inaceitável. Começa com uma medida aparentemente menos ofensiva, mas pode se generalizar para algo mais definitivo.


Ministros do Supremo, entidades internacionais e nacionais, juristas, analistas e parlamentares repudiaram a sentença do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Como o sr. avalia essa situação?


Essa delonga se deve a uma questão de natureza política, envolvendo obviamente as figuras do próprio Judiciário. O nascedouro disso é de alta suspeição. Como uma figura dessa, no momento em que recebe pedido como esse, se sente em condições de emitir decisão dessa natureza?


O desembargador tem ligação com a família Sarney, fez carreira no Senado…


Não é só a fotografia que mostra isso, do casamento (da filha de Agaciel Maia, na qual Vieira, Sarney e o ex-diretor aparecem juntos). É todo o relatório mostrado pelo Estado. Na hora que a gente vai da foto para o texto, acabou, não dá, é inaceitável. É uma decisão, no fundo, política. Não digo que é partidária, mas é política, no nascedouro da interpretação.


A Associação Nacional de Jornais informou que há 12 casos de censura judicial desde 2008. O País vive um retrocesso?


Retrocesso haverá se essa decisão que envolve o Estado e outros veículos se mantiver. Se você compara com a Venezuela, o que o presidente Chávez está fazendo, qual é o meio mais eficaz para minar o processo democrático? Atingindo diretamente os meios de comunicação.


Liminar do Tribunal de Justiça do DF em ação movida por Fernando Sarney proíbe o jornal de publicar dados sobre a investigação da PF acerca de negócios do empresário, evitando assim que o ?Estado? divulgue reportagens já apuradas sobre o caso’


 


 


VENEZUELA


O Estado de S. Paulo


Chávez deve suspender TV opositora


‘A Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel), órgão regulador do do setor de telecomunicações, notificou ontem a rede de TV privada Globovisión sobre a abertura de um novo processo administrativo contra o canal – o sexto em menos de um ano. As acusações são de difusão na TV de mensagens enviadas por celular que ‘incitariam a perturbação da ordem pública e a violação da lei’, segundo o comunicado da Conatel.


Além da Globovisión, a agência reguladora afirmou também ter aberto um procedimento administrativo contra a produtora independente de propriedade do jornalista Francisco Bautista, responsável pelo programa Buenas Noches, no qual as mensagens foram transmitidas.


A notificação saiu dois dias depois que o diretor da Conatel e ministro de Obras Públicas, Diosdado Cabello, afirmou em um comício em Caracas que o governo abriria um novo processo contra a Globovisión, canal crítico ao governo do presidente Hugo Chávez.


A consultora jurídica do canal, Ana Cristina Núñez, afirmou ontem que é grave a nova medida adotada pelo governo. Ana Cristina advertiu que, se a Conatel considerar que a lei do setor foi violada, a Globovisión deve ser suspensa por 72 horas e pode até perder a licença de operação. Segundo ela, o volume de processos contra a emissora é um claro sinal de que o governo Chávez pretende levar a rede de TV à autocensura.


‘Ainda não sabemos como a Conatel conduzirá esses processos porque a lei não é clara a esse respeito’, disse a advogada. Para Alberto Federico Ravell, dono da Globovisión, o processo contra a TV é resultado do ‘medo de Chávez após as manifestações contra ele na sexta-feira em vários países’.


De acordo com Cabello, além da Globovisión, a nova onda de processos administrativos atingiria também outras 29 emissoras de rádio, que poderão perder suas licenças e serem fechadas. ‘Temos outro lote de emissoras que estamos analisando. Não temos medo, seguiremos adiante. Cada emissora terá o seu processo’, disse o ministro no sábado.


Em agosto, o governo ordenou a retirada do ar de 34 emissoras de rádio, argumentando que elas estariam explorando suas licenças de forma irregular. A decisão foi muito criticada dentro e fora de Venezuela. Na ocasião, Cabello advertiu que mais de 200 emissoras corriam o risco de ter o mesmo destino.


Em 2007, o governo não renovou a concessão do canal RCTV, causando uma onda de protestos na região. Com a RCTV fora do ar, a Globovisión tornou-se o último canal da TV aberta que faz oposição ao governo.’


 


 


SUDÃO


O Estado de S. Paulo


Justiça poupa repórter de 40 chibatadas


‘A jornalista sudanesa condenada por violar a lei da decência ao usar calças compridas em público foi poupada de levar 40 chibatadas, mas terá de pagar uma multa de US$ 200. Lubna Hussein,que está detida, afirmou que não pagará a multa e pretende recorrer da sentença. ‘Não vou pagar nenhum centavo, é questão de princípios.’’


 


 


TECNOLOGIA


Ethevaldo Siqueira, Berlim


TV vai conectar aparelhos na casa


‘No futuro, acionaremos nossos televisores apenas por meio de gestos de nossas mãos, no lugar do controle remoto. Ou, se preferirmos, controlaremos o nosso home theater simplesmente dizendo ao equipamento o que fazer, por meio do comando verbal. Da mesma forma, falaremos com o computador, com as portas, os armários, geladeiras e máquinas de lavar. Monitores e displays gigantes estarão disseminados na maioria das escolas e residências, para permitir o acesso interativo a bancos de dados e sistemas de informação.


Na casa inteligente do futuro, a família guardará todos os filmes, músicas, livros eletrônicos, softwares ou games num servidor de mídia central (home media server), que exercerá o papel de um verdadeiro cérebro controlador das funções da residência, com capacidade para armazenar centenas de terabytes de conteúdo e que centralizará o comando de todas as funções e sistemas da casa digital. E (imaginem) a prioridade maior de todos os sistemas será a economia de energia e o combate ao aquecimento global. Graças ao desenvolvimento da IPTV (televisão sobre protocolo IP), a internet levará centenas de canais de TV a milhões de residências, com imagens da melhor qualidade.


Todas as tecnologias necessárias para a concretização de cada produto, função ou sistema mencionados acima já estão desenvolvidas. Nada disso é ficção, portanto. As previsões são apenas a extrapolação tecnológica que alguns especialistas fazem em suas palestras na IFA 2009, a maior feira de eletrônica da Europa, aqui em Berlim.


Esta feira, aliás, em sua estreia, há quase 80 anos, foi a primeira do mundo a demonstrar publicamente o funcionamento da televisão. Era 1930, a três anos da implantação do nazismo por Adolf Hitler, e a maioria dos visitantes também não acreditava na possibilidade de a televisão vir a popularizar-se.


Para alguns especialistas do Instituto Fraunhofer e da indústria alemã, o desenvolvimento de toda a eletrônica de consumo e de entretenimento dos próximos anos terá dois centros motores (ou hubs, no jargão) em nossas residências: a TV e a internet.


Para Simon Kang, presidente da Divisão de Entretenimento Doméstico da coreana LG, ‘o televisor deverá tornar-se, por volta de 2014, o ponto focal de maior visibilidade da residência, com aspectos ultrassofisticados em sua evolução estilística. Mais importante do que isso será seu novo papel como centro dinâmico das chamadas redes de comunicações domésticas, que terão significativo impacto na elevação dos padrões e do estilo de vida’.


A TV exigirá grande ênfase na conectividade com os dispositivos e sistemas circundantes, tais como home theater, com base na tecnologia wireless (banda larga sem fio), que deverá ter papel fundamental na maioria das residências. Grande parte do conteúdo que as pessoas utilizarão em seu dia a dia será baixado da internet, de onde virão também os melhores programas de TV, a prestação de uma gama imensa de serviços de caráter colaborativo e proativos, estimulados pelas maiores empresas prestadoras de serviços nesse novo ambiente tecnológico.


Na visão de especialistas do Frauenhofer Institute for Open Communication System (Fokus, na sigla alemã), ‘a mídia do futuro será muito mais personalizada, com sólida base numa estrutura interativa’.


Na seção de desenvolvimentos do Instituto Fraunhofer denominada TecWatch, está o projeto Ria IPTV, que utiliza o protocolo da internet e os browsers da web para levar os serviços interativos à TV, aos smartphones e às telas de computadores.’


 


 


Ethevaldo Siqueira


Internet 3.0 vai conectar coisas


‘Mais do que os Estados Unidos e o Japão, a Europa tem sido ambiciosa em preparar-se para o futuro da internet, em especial no que se convencionou chamar de Internet 3.0 ou Internet das Coisas. Essa foi uma das discussões mais animadas entre especialistas de várias áreas nesta IFA 2009.


Por que Internet das Coisas? Porque, além de tudo que já faz, ela irá conectar objetos físicos. Seus documentos pessoais, como o talão de cheques, seu computador, seu automóvel, sua câmera de vídeo e tudo o mais que lhe interessar terá capacidade de comunicação e localização. A nova internet de terceira geração disporá de uma infraestrutura que abrangerá hardware, software e serviços de modo a tornar viável a nova rede capaz de conexão de objetos físicos.


Há cerca de um ano, a Comissão Europeia abriu consulta pública para estimular a discussão e implementação de soluções que tornem realidade, antes de qualquer outra região do mundo, a Internet das Coisas..


Quase tudo está por ser desenvolvido e padronizado no âmbito dessa nova geração da web, mas o otimismo domina a maioria dos especialistas, quanto à viabilidade prática da Internet 3.0. Os objetos conectados terão impacto positivo tanto nos negócios como no processo de informação. Serão milhões de máquinas e objetos que trocarão informação automaticamente, dia e noite.’


 


 


VOZ DO TÊNIS


O Estado de S. Paulo


Aos 79 anos, morre o jornalista Rui Viotti


‘Morreu ontem de falência múltipla dos órgãos o jornalista mineiro Rui Viotti, que estava internado havia dez dias, em São Paulo. Conhecido como a ‘Voz do Tênis’, Rui Viotti iniciou a carreira no rádio e passou por várias emissoras de TV como Tupi, TV Rio, Bandeirantes, Globo e Record. Pela Manchete, em 1997, narrou o 1.º título de Guga em Roland Garros.’


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Dublados em alta


‘Os anunciantes preferem os dublados. Levantamento do Ibope Monitor de investimentos do mercado publicitário mostra que entre os canais que mais faturaram no primeiro semestre do ano, em comparação ao ano anterior, está a turma que abriu mão das legendas.


Na TV paga, o canal Fox – criticado por dublar toda a sua programação – lidera o ranking de faturamento, com crescimento de 62% no período, em relação a 2008. O Ibope calcula o investimento bruto do mercado, sem os descontos dados pelas emissoras no período. TNT, que já nasceu dublado, cresceu 4%. Dos canais Telecine, o único que faturou mais no primeiro semestre foi justamente o Telecine Pipoca, que traz longas dublados. O movimento do mercado acompanha o da audiência, que há tempos demonstra preferir os sem legenda.


Entre os pagos, a ESPN Brasil aparece bem, com crescimento de 53%, seguidas por HBO, GNT, Canal Brasil, Globo News, Cartoon, Universal e Warner.


Entre os que perderam faturamento estão o extinto Jetix, que faturou 32% a menos que em 2008, Discovery, Telecine Premium, Multishow, AXN, SporTV e Sony.’


 


 


 


 


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