Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Roberto da Matta

‘Tenho visto muita televisão. Em parte porque estou sem carro, dependo de amigos para sair de casa e, aqui, tudo é longe mesmo. Depois, porque gosto de observar o que vai na telinha. Ela sempre diz mais do que o olho vê.

Finalmente, porque é com ela que eu fico sabendo o que vai pelo mundo, já que, nesta Notre Dame, os amigos telefonam menos e o chamado ‘bate-papo’ se restringe a encontros formais com os nossos alunos de Português, um programa que, graças a Isabel Ferreira e a Sandra Teixeira, vai de vento em popa.

Sem essa rodada de telespectador cativo, eu não teria me dado conta de uma das facetas mais flagrantes da vida nestes Estados Unidos, qual seja: um permanente estado de vigília televisiva; a disponibilidade para sintonizar e a telinha para passar o tempo e exorcizar a solidão; a esperança implícita de que, com a TV, criamos amigos virtuais, pois que eles preenchem na nossa sala de estar o lugar dos ausentes.

Agora, entretanto, vou além da percepção trivial de que a telinha fazia o papel dos amigos ausentes, recheando o espaço de uma sociabilidade negada pelo individualismo que permeia esta sociedade.

É que tive uma espécie de consciência dos sistemas televisivos. O do Brasil, sempre escoltado de membros da casa, com parentes, visitas e empregados dando opinião sobre este ou aquele personagem ou evento; comentando com inigualável furor interpretativo tudo o que assistem, numa junção de espectadores com locutores e comentadores que, produzindo o mesmo dentro da tela, discordam (ou concordam) abertamente das notícias que transmitem, fazendo caras e bocas reveladoras de sua posição junto ao que informam.

No caso da TV brasileira, temos muito mais interpretações do que visões da ‘realidade’, pois mesmo quando os eventos se desenrolam diante dos nossos olhos, como um jogo de futebol, os comentaristas recriam sua ‘realidade’, dando-nos uma intrigante confirmação das doutrinas filosóficas que afirmam serem a tal ‘realidade concreta’ que todos andamos atrás.

Com isso, vivemos uma experiência dupla: reagimos ao que vemos na tela como evento, e ao que o comentarista afirmar ser o evento. Os fatos puros e irrefutáveis ficam fazendo parte daquilo que Nelson Rodrigues chamava de ‘objetividade burra’; ou seja: são sistematicamente englobados por alguma versão do real, esta sim, a ‘verdade’ a ser discutida.

Aqui, nos Estados Unidos, porém, o comentarista surge de outro modo e tem certamente um outro papel. Seguindo de perto o ultra-realismo que informa a prática dessa sociedade, o comentador faz um enorme esforço para simplesmente descrever, subtraindo do seu rosto toda e qualquer emoção que possa trair, distorcer, falsificar ou exagerar a notícia que transmite. A idéia aqui é a seguinte: eis os fatos, vocês são responsáveis pela sua moldura. A interpretação, se isso realmente existe neste sistema, seria a do senso comum mais trivializado, como a que diz que o esporte serve apenas para divertir e que a política dever ser deixada para ‘aquele pessoal de Washington’. Com isso, o máximo de crítica política que se faz surge na forma de um ou outro comentário humorístico. Algo revelador, talvez, de uma recusa a enfrentar o que está em jogo ou seja expressivo de um acordo profundo entre todos.

Mas há um outro elemento curioso nos estilos de comentar desses dois sistemas televisivos e jornalísticos. Quero me referir ao fato de que os apresentadores americanos tendem a localizar as faltas e os erros quando são obrigados e ultrapassar o nível do fato; ao passo que os brasileiros fazem justamente oposto.

Dou um exemplo concreto. Nas derrotas dos times americanos durante os jogos olímpicos, e eu penso sobretudo no que aconteceu com os times de basquete e voleibol masculino, o que mais me impressionou nos comentaristas americanos foi o seu tom comedido. Com isso, tudo – até mesmo a mais clamorosa derrota – tinha desculpa e perdão. Não havia raiva nem zombaria, nem o tom de fim de mundo que certamente cercam os nossos comentários diante das eventuais derrotas dos times nacionais.

Na televisão americana, os comentários atuam no sentido pragmático de construir, de melhorar, de localizar causas e erros para corrigi-los. Aos ouvidos brasileiros, eles revelam uma certa condescendência, um tanto de hipocrisia e um espantoso amor à camisa ou à pátria, coisa até hoje complicada para nós. Na televisão brasileira, ao contrário, os comentários dos analistas vão no sentido inverso. Não é a jogada que foi errada, é – isso sim – o jogador; não é – porém – somente aquele jogador, mas todo o time; mas, pensando bem, não é a equipe, mas a federação e, com ela, o governo, o Estado, a nossa vocação suicida e, conseqüentemente, o próprio Brasil que não presta e que ali, naquele simples jogo de bola, revela sua inegável vocação como perdedor e subdesenvolvido!

Quem quiser tirar disso um exemplo de patriotada pode estar enganado. Há, sem dúvida, amor à camisa. Mas há também um outro elemento sem o qual ninguém – nem país ou pessoa – pode tornar-se grande. É que a maturidade requer também uma visão serena dos fatos. É claro que tudo é interpretação, mas é melhor uma moldura positiva, que salva os dedos, do que as que decepam as mãos.’



PERFIL / JOSÉ WILKER
Ricardo Valladares

‘O esquisito que satisfaz’, copyright Veja, 28/09/04

‘José Wilker está com tudo. Em uma pesquisa recente realizada pela Globo, o ex-bicheiro Giovanni Improtta aparece ao lado da perua Maria do Carmo (Suzana Vieira) e do garçom-galã Viriato (Marcelo Antony) como um dos personagens mais queridos pelo público na novela das 8, Senhora do Destino. ‘O Giovanni é um contraventor romântico. Ou, como ele mesmo diria, um ‘contravensor’ ‘, define Wilker, brincando com as dificuldades de seu personagem com o vernáculo. Aos 58 anos, Wilker é um dos atores mais versáteis da televisão. Já foi gay, galã, vilão, reacionário, rebelde. ‘Wilker cabe em qualquer papel’, diz o autor de novelas Benedito Ruy Barbosa. Na direção da emissora, o consenso é que Wilker conservou maior jogo de cintura que outros atores de sua geração. José Mayer, por exemplo, especializou-se no tipo machão sedutor. E a circunferência abdominal de Antonio Fagundes já começa a limitar suas possibilidades românticas.

O personagem de Wilker é um novo-rico que maltrata a língua portuguesa com palavras como ‘felomenal’ ou frases do tipo ‘Você não preenche os esquisitos necessários’. Giovanni tem dois grandes objetivos: conquistar uma posição de respeito na sociedade e, no caminho, arrebatar o coração nordestino de Maria do Carmo. Na próxima semana, o ex-bicheiro vai tascar mais um beijo na pernambucana do sotaque arretado e artificial. O autor da novela, Aguinaldo Silva, anuncia que o núcleo dos pobres – ao qual Giovanni está, digamos, espiritualmente afiliado, apesar da fortuna que angariou com o jogo ilícito – crescerá na trama. ‘É uma inovação: desta vez, não serão os suburbanos que virão à Zona Sul, serão os afluentes que seguirão no rumo da Baixada Fluminense’, diz Silva.

Embora arraste a asa para Maria do Carmo, Giovanni anda de braços com uma namoradinha bem mais jovem, a espevitada Danielle (Ludmila Dayer). O personagem parece seguir os passos do ator, um quase sessentão casado com a atriz Guilhermina Guinle, de 29 anos. A ex de Fábio Júnior é sua terceira mulher. Wilker tem uma queda pelas colegas – só se casa com atrizes. Mônica Torres, hoje casada com Marcelo Antony, tem uma filha de 19 anos com Wilker, a modelo Isabel. O primeiro casamento, com Renée de Vielmond, também deu frutos: a psicóloga Mariana, de 24 anos.

A versatilidade do ator não se limita à televisão. Wilker faz um programa na Rádio Paradiso e toda semana grava um comentário de cinema para o canal por assinatura Telecine. Nessas atividades, ele faz o gênero ‘ator-que-pensa’, o que talvez explique sua fama de arrogante. Desde junho do ano passado, Wilker também é diretor-presidente da Riofilme, a entidade de cinema da prefeitura do Rio de Janeiro. Somando o salário da Globo a esses ‘bicos’ públicos e privados, estima-se que o ator ganhe em torno de 50.000 reais por mês. A despeito das finanças folgadas, mantém uma vida discreta. ‘Sou avesso a badalação. Muitas vezes fico em casa assistindo a um filminho’, diz. Em sua casa no bairro carioca do Jardim Botânico, possui mais de 4.000 DVDs. O próprio Wilker participou de algumas produções brasileiras marcantes, como Dona Flor e Seus Dois Maridos – até hoje a maior bilheteria nacional, com 12 milhões de espectadores. Ficou famosa a cena final do filme, em que ele desce a ladeira do Pelourinho, em Salvador, abraçado a Sônia Braga .- e completamente nu. Wilker nem lembra como fez a cena: precisou tomar um pileque homérico para encarar a filmagem.

O jeito meio pretensioso já vem da infância em Juazeiro do Norte, Ceará. Quarto filho de uma família de seis irmãos, Wilker atazanava a família recitando literatura de cordel. ‘Eu era muito chato. Às vezes eles me pagavam para ficar quieto’, lembra. Iniciou sua carreira na TV Rádio Recife. Como bom dublê de ator e intelectual, nutriu suas simpatias pelo comunismo e chegou a ser preso algumas vezes depois do golpe de 1964. ‘Nessa época, também puxei fumo e tomei ácido para abrir as portas da percepção’, diz. Cinéfilo inveterado, por muito tempo desprezou a televisão. Mas capitulou em 1971, quando estreou na Globo, na novela Bandeira 2. Desde então, já atuou em trinta programas da emissora – fez até o personagem-título de um dos mais célebres folhetins da Globo, Roque Santeiro (1985). Também se arriscou na direção, administrando os egos dos atores do humorístico Sai de Baixo. Dessa ampla experiência televisiva, desenvolveu um método curioso de avaliar o próprio trabalho: ‘Sei que o personagem está bom quando os câmeras e os contra-regras, que são todos macacos velhos, se interessam pela cena’. E é notável como José Wilker, com sua voz grave e sua maneira estranhamente pausada de falar, consegue segurar a atenção de câmeras e telespectadores nos mais diversos papéis. ‘Minha mãe falava que eu era o seu filho esquisito’, diz. Um esquisito que satisfaz.’



TV / ARGENTINA
Cláudia Dianni

‘Travesti vira celebridade na TV argentina’, copyright Folha de S. Paulo, 26/09/04

‘A mulher mais famosa da TV argentina hoje é um travesti. Florencia de la V interpreta Laisa, a personagem mais popular da novela ‘Los Roldán’, uma comédia familiar que vai ao ar todos os dias no horário nobre na Telefé.

Desde que estreou, em fevereiro, a novela tem batido recordes de audiência com média de 34.3 pontos, segundo a mediação do Ibope, mas chega a atingir picos de 40, principalmente nos capítulos que envolvem os momentos cruciais da vida de Laisa, personagem que desbancou até a ‘sex-simbol’ Andrea Frigerio, ex-modelo e apresentadora de TV, que também participa do elenco.

A trama da novela se desenvolve em torno das disputas entre os Roldáns, uma família simples de classe média baixa, que se muda para um bairro chique, e os sofisticados Uriartes. Laisa interpreta a irmã travesti do chefe de família Tito Róldan. É justamente por Laisa que o esnobe e casado Emílio Uriarte se apaixona e perde a memória quando flagra Laisa no banho.

O sucesso de um travesti na televisão argentina é um fato curioso, principalmente para uma sociedade homofóbica que, até 1998, prendia travestis pelo simples fato de estarem vestidos de mulher. Em 1998, porém, o Legislativo de Buenos Aires aprovou o ‘Código de Convivência’, que acaba de ser reformado e que permitiu a circulação de prostitutas e travestis.

Travestis protestam

‘O travestismo da novela é aceito pela sociedade porque vem em uma versão ‘light’, longe da realidade de violência social e preconceito a que são submetidos’, diz a antropóloga Josefina Fernandes, autora do livro ‘Corpos Desobedientes’, que discute os travestis.

‘O sucesso de Laisa foi uma surpresa. Acho que a simpatia do público se deve ao fato de que Laisa mostra o lado humano dos travestis. Ela é só mais um membro da família, que tem uma vida normal e vive um drama por causa de sua condição sexual. Laisa não é um personagem erótico, portanto, não choca’, disse Mario Schajris, um dos autores da novela.

Para a especialista em TV do curso de comunicação da Universidade de Buenos Aires, Nora Mazzioti, é justamente pela falta de erotismo em seu personagem que o público aceita um travesti como celebridade. ‘Ao mesmo tempo em que ela mexe com fantasia das pessoas, por sua ambigüidade sexual, é um personagem do tipo simpático, quase infantil, portanto não causa confrontos com as mulheres, por exemplo.’

Franca, sorridente e sem trejeitos exagerados, Florencia faz mais o gênero Rogéria, o famoso travesti brasileiro que, como ela, iniciou a carreira no teatro de revista, do que o estilo ‘sex-simbol’ de Roberta Close.

Apesar da fama, Florencia não é unanimidade. De acordo com a presidente da Associação de Luta pela Identidade Travesti, Lohana Berkins, ela não representa a categoria.

‘Ela reforça a imagem bufanesca do travesti que só serve para ser vedete. Queremos ser reconhecidas como profissionais normais, médicas, enfermeiras, professoras, que podemos ser’, afirma. ‘A sociedade é muito hipócrita. As mesmas pessoas se divertem com ela na televisão ou no teatro apóiam a reforma do Código de Convivência que quer cercear a circulação dos travestis nas ruas.’

Florencia iniciou-se nos palcos de Buenos Aires aos 21 anos. Foi em 1996 que, por um golpe de sorte, ganhou certa fama. Um produtor artístico apresentou Florencia ao mágico inglês David Copperfield, com quem foi fotografada em uma boate.

A mídia publicou que Copperfield, então namorado da modelo Claudia Schiffer, havia trocada a celebridade das passarelas internacionais por um travesti argentino. Astutamente, Florencia não confirmou nem desmentiu a versão e acabou ganhando espaço.’

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‘Globalização leva à aceitação de travestis, afirma Florencia de la V’, copyright Folha de S. Paulo, 26/09/04

‘Florencia de la V, 28, veio ao mundo com nome de celebridade brasileira. Os pais batizaram de Roberto Carlos o então menino nascido na Província do Chaco. Mas Florencia, que se diz fã de Caetano Veloso, diz que seu nome original não tem nada a ver com o cantor brasileiro.

Ao iniciar sua carreia ainda adolescente em espetáculos de Teatro de Revista, adotou o nome de Florencia de la Vega. Por causa de um processo iniciado por uma autêntica de la Vega, teve de encurtar o sobrenome fantasia.

Há seis anos vive com Pablo Goycochea, dentista divorciado e pai de dois filhos, e o poodle Cayetano, cujo nome, segundo diz, também não tem nada a ver com seu ídolo brasileiro, mas é uma homenagem ao santo dos trabalhadores. Florencia falou com a Folha em seu camarim no Teatro Tita Merello, onde faz o espetáculo ‘Uma Revista Diferente’.

Folha – Que mudança houve na sociedade argentina que permitiu tamanho sucesso a um travesti?

Florencia de la V – Eu acho que a mudança foi na TV, e não na sociedade. Acho que a mudança tem a ver com a globalização. Sai um programa americano e logo estão passando aqui e isso ajuda a mudar a cabeça das pessoas.

Sinto que minha inserção na TV teve muito a ver com minha forma relaxada de falar de todos os temas, sobretudo sobre minha condição sexual. Acho que reivindiquei o travestismo não só como prostituição ou como forma de vida marginal, mas como qualquer outro ser humano que pode ter uma profissão, escolher uma carreira e viver dignamente.

Folha – Buenos Aires foi a primeira cidade da América Latina a permitir a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Os argentinos estão mais aberto ao tema?

Florencia – A união civil foi um avanço, sem dúvida. Mas a sociedade argentina é muito hipócrita. A aprovação da união civil foi um momento, aprovaram e não se falou mais nisso. Acho que a personagem Laisa deu uma outra perspectiva ao tema porque o trata como uma problemática social.

Aqui a TV sempre mostrou a família tradicional argentina. Mas os Roldáns são uma família simples que poderia estar em qualquer lugar do mundo. Quem não tem um gay na família? É uma novela que mostra a vida como ela é.

Passá-la no horário nobre também é um avanço. Aqui sempre que se tocava no tema homossexualismo depois das dez da noite e de uma perspectiva marginal. Mas as pessoas aceitaram muito bem o personagem. Eu até recebo desenho das crianças.

Folha – Agora que é quase uma, o que acha da mulher argentina?

Florencia – Acho que elas têm muito a aprender com as brasileiras, mais naturais. As argentinas são muito artificiais. Os homens, sim, são boa mercadoria. Os melhores do mercado, eu acho.’



TV PARA GAYS
Daniel Castro

‘Canal gay da Globo vai se chamar For Man’, copyright Folha de S. Paulo, 26/09/04

‘Já tem nome o canal pago dirigido ao público homossexual masculino que a Globosat (programadora de TV paga da Globo) deve lançar até o final do ano: For Man (para homem). No logotipo do canal, ‘For’ e ‘Man’ formam uma só palavra, acompanhada de uma barra de listras coloridas _as mesmas cores do arco-íris, símbolo do movimento gay.

O canal terá filmes brasileiros e norte-americanos de sexo explícito entre homens. Será oferecido, pelas operadoras Sky e Net, em sistema ‘pay-per-view’ (pague-para-ver). Ou seja, o assinante terá que desembolsar uma taxa extra para assisti-lo, além da mensalidade.

OUTRO CANAL

Carreira

O departamento de arte do jornalismo da Globo está ‘construindo’ um corpo para Eva Byte, a apresentadora virtual do ‘Fantástico’, cujo rosto, aliás, é bem parecido com o de Sandra Annenberg. Ela vai aparecer de corpo inteiro no programa do dia 10, fazendo uma entrevista.

Casal 20

Jorge Kajuru e Monique Evans, ambos ex-Rede TV!, vão entregar juntos o prêmio de melhor videoclipe eletrônico no Video Music Brasil (MTV) deste ano.

Casa nova

Revelação da série ‘Turma do Gueto’ (na Record, em que faz o traficante Jamanta), Nill Marcondes foi contratado pela Globo. Será um instrutor de mergulho em ‘Como uma Onda’, próxima novela das seis.’