Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Taíssa Stivanin

‘O novo Jornal da Globo passaria indiferente ao telespectador mais distraído. Tanto que a média de 14 pontos, com 40% de participação do share, é o que o programa costuma registrar no Ibope. ‘Ana Paula Padrão está em férias?’, seria a pergunta provável. Não fosse pela presença de Christiane Pelajo na bancada, já que William Waack costumava substituir Ana Paula em suas ausências, não há diferença no enfoque das reportagens, na edição das notícias e no jornalismo redondinho e engessado que a Globo costuma fazer (o que não significa que seja bom).


É verdade, entretanto, que Ana Paula conferia mais credibilidade ao programa. Boa repórter que sempre foi, não era apenas uma apresentadora e como editora tinha noção do impacto social que a notícia provocava. Opinava dentro dos limites e do padrão que a emissora impunha, mas não era apenas uma leitora de teleprompter e refutava o posto de jornalista-celebridade. O jornalista William Waack, seu substituto, também segue a mesma linha.


Talvez pela sisudez, a Globo decidiu colocar a ex-Globo News Christiane Pelajo com ele. De blazer amarelo, luzes loiras no cabelo, maquiagem carregada e interjeições e pontuações construídas pela fonoaudióloga Glorinha Beuttenmüller – a responsável pelo treino das vozes de nove entre dez jornalistas globais – ela talvez combinasse à frente de um programa para apresentar os indicados para o Oscar. Tá, mas sem mau humor, o Oscar aquece a indústria cinematográfica, que gera empregos, salários e aquece a economia…’



AMÉRICA


Daniel Castro


‘‘América’ vira área temática de parque’, copyright Folha de S. Paulo, 1/06/05


‘A novela ‘América’, apesar das trombadas artísticas, recuperou a audiência e já esboça uma reação comercial. A Globo está finalizando negociação que irá transformar a novela em área temática do parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP), o maior do gênero na América Latina.


O Hopi Hari investirá cerca de R$ 800 mil reais para adaptar uma área de 4.500 m2, chamada de Wild West, em ‘Vila América’. O investimento será relativamente baixo, porque toda a área já está pronta, com edificações em estilo ‘wertern’, que apenas ganharão novas fachadas e brinquedos.


A ‘Vila América’, segundo projeto comercial, ficará no parque de julho a novembro. São esperados 600 mil visitantes ao espaço.


A área será uma espécie de cidade cenográfica do núcleo de rodeio da novela, que anteontem deu 49 pontos na Grande SP. Terá uma pista de dança country como a Boiadeiros de Glória Perez, uma mina com bonecos de Tião (Murilo Benício) e Zé Higino (Francisco Cuoco) e um touro mecânico em tamanho natural com o nome e feições do Bandido, o animal estrela dos rodeios de ‘América’.


Haverá ainda painéis para fotos e um cenário de deserto do México, além de cavalos e lojas de comidas da novela. Segundo Paulo César Araújo, que está vendendo cotas de patrocínio de ‘Vila América’, o projeto foi aprovado por Glória Perez. ‘Vamos levar atores da novela para o parque’, diz.


OUTRO CANAL


Espera 1 A Record conseguiu anteontem sustar temporariamente no STJ (Superior Tribunal de Justiça) a liminar que a obriga a conceder direito de resposta a entidades de defesa de religiões afro-brasileiras, que entraram com ação judicial contra o que chamam de ‘demonização’ de seus cultos por parte de programas da Igreja Universal do Reino de Deus.


Espera 2 A liminar ficará suspensa até julgamento de recurso pelo Tribunal Regional Federal. O direito de resposta, um programa de uma hora, foi gravado na última quinta. Seria entregue ontem.


Reforço Depois do locutor Milton Leite, o canal SporTV tirou mais um profissional da rival ESPN Brasil. Além de jogos, o comentarista Paulo César Vasconcellos participará do ‘Arena SporTV’, comandado por Cléber Machado.


Na mesma O ‘Jornal da Globo’ de anteontem, que marcou a estréia oficial de William Waack e Christiane Pelajo como âncoras, deu média de 14 pontos na Grande São Paulo, praticamente a mesma da segunda anterior (13). O telejornal sofreu uma pequena ‘plástica’.


Colagem O programa do PSDB exibido em São Paulo anteontem à noite pegou carona no filme e no seriado ‘Carandiru’, que a Globo mostra a partir de segunda. Abriu com imagens da implosão do presídio, em 2002, vendida como obra de Geraldo Alckmin.’



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‘TV dos EUA veta ‘América’ no horário nobre’, copyright Folha de São Paulo, 31/05/05


‘Novela que a autora Glória Perez concebeu sonhando com um grande sucesso internacional, ‘América’ corre o risco de não ser exibida nos Estados Unidos, onde vivem 38 milhões de hispânicos, ou ir ao ar em um horário ridículo, o das 10h (da manhã mesmo).


As relações entre a Globo e sua parceira nos EUA, a rede hispânica Telemundo, da NBC, estão estremecidas. O acordo firmado em 2001 vence em abril de 2006 e pode não ser renovado. A Globo não está satisfeita com a Telemundo, que passou a exibir suas novelas de manhã, e não mais no horário nobre. A Telemundo, que já exibiu mais de uma novela da Globo ao mesmo tempo e logo depois da estréia no Brasil, reduziu a cota da parceira a apenas uma produção.


A Telemundo tem interesse em ‘América’, por tratar de imigração nos EUA, mas a novela não está inclusa no atual contrato. E a Globo exige que seja exibida no horário nobre (entre 19h e 23h). A próxima produção da Globo a estrear nos EUA será ‘Senhora do Destino’, em setembro, às 10h.


Diretor de comunicação da Telemundo, Alfredo Richard disse à Folha que a emissora decidiu exibir no horário nobre apenas co-produções próprias, gravadas em Miami, México, Colômbia e Argentina. ‘Nossa estratégia é ter conteúdo 100% original no horário nobre. Ademais, as novelas da Globo estão indo muito bem durante o dia’, afirmou.


A Globo não se manifestou.


OUTRO CANAL


Improviso 1 O ‘Pânico na TV’ do próximo domingo deve ir ao ar sem cenário, que foi destruído pelos humoristas no programa de anteontem. O novo cenário foi aprovado pela direção da emissora há duas semanas, mas há o risco de não ficar pronto nesta semana.


Improviso 2 ‘A gente fez aquilo [destruição do cenário] para acelerar o processo. O cenário estava velho, apagado, riscado. Se o novo não ficar pronto, a gente faz o programa no cenário da Luciana Gimenez’, diz o apresentador Emílio Surita.


Frio Voltou a esquentar a disputa pela audiência nas tardes de sábado. ‘Raul Gil’ (Record) ficou 31 minutos à frente da Globo, entre 16h54 e 17h25, com 13 pontos a 12. E o ‘Sabadaço’ empatou com o ‘Caldeirão do Huck’, em nove pontos, durante dois minutos. Das 14h às 15h, o programa da Band ficou em segundo lugar.


Arrependimento Está explicado porque Giovanna Antonelli ficou irada com a reprise de ‘Xica da Silva’ e entrou com ação contra o SBT. Assim como Carla Regina e Adriane Galisteu, ela tem aparecido com os seios de fora nos capítulos que estão indo ao ar.


Treta São fortes os rumores de que Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa não vêm se entendendo sobre os rumos de ‘A Lua me Disse’. A Globo diz que os dois continuam parceiros.’



PÂNICO NA TV


Zean Bravo


‘Pedala, Robinho’, copyright O Dia, 31/05/05


‘Com passagens por outros canais, o anão Nestor Bertolino Neto, 36 anos, agora experimenta a popularidade parodiando o jogador Robinho no Pânico na TV. O lado ruim é que toda vez que Carlos Alberto da Silva, o Mendigo do humorístico da Rede TV!, se transforma em Merchan Neves (sátira do comentarista esportivo Milton Neves) sobram tapas no anãozinho. Seu bordão, ‘Pedala, Robinho!’, é sempre acompanhado de pancadas. ‘O tapinha é de raspão, ele simula para parecer que é forte’, garante Nestor, que forma dupla com outro anão, José Rodrigues da Conceição, 37, no ‘papel’ do jogador Tevez.


Carlos Alberto, ou Carlinhos, desmente o anão. ‘Pode falar que bato nele, sim! O tapa é de verdade, eu que pedi para ele não falar’, entrega o humorista.


Humorista e anões agora também apanham na rua


Com média de 10 pontos de audiência e pico de 16 neste último domingo – superou o recorde de 15,5 pontos do programa com a aparição de Silvo Santos, há duas semanas – o sucesso do Pânico criou um inconveniente para Carlinhos. ‘Apanho em todo lugar. E olha que sou grande (1,80 metro) e largo. Se soubesse que iria tomar tanto tapa não teria inventado isso. Outro dia estava com o Bola e deixei o carro com o manobrista. Ele me reconheu e deu um tapão nas costas’, lembra o humorista, 25 anos.


Nestor diz que o bicho pega quando gravam em meio às torcidas. ‘Apanhei e fiquei com raiva. Corri atrás de um cara que me bateu na rua, mas não alcancei. De cada três pessoas, uma mexe comigo’, diz o anão. Carlinhos já estressou o colega. ‘Ele já quis sair no braço comigo por causa dos tapas. Numa gravação dei um tão forte que ele deu uns quatro passos para frente. O diretor entrou no meio e falei: ‘Relaxa, você ganha cachê para levar uns três tapinhas’, recorda Carlos.


Ele conta que a paródia surgiu por acaso. ‘Imitava o Milton de brincadeira. Adoro criar bordão. Inventei o ‘Pedala, Robinho!’ porque o Milton vivia falando da pedalada dele, puxava muito o saco. Assim como o Galvão Bueno puxa o do Ronaldinho. O Merchan é porque, de cada cinco palavras que ele fala, uma tem que ter merchandising’, explica o humorista.


Milton Neves citou bordão do Pânico na Record


Fã da imitação, Milton não só aprovou, como pegou carona na piada. Na edição do domingo do Terceiro Tempo, na Record, ele repetiu o bordão. ‘Quando o Milton falou ‘Pedala, Renata!’ não acreditei, a platéia caiu na risada’, conta a assistente do Milton, Renata Fan. ‘Já colocaram um anão com uma peruca loura. Não ligo. Há 500 anos que o domingo era o mesmo com o Faustão, ninguém agüentava mais’, reclama ela.


Milton trabalha na mesma rádio dos humoristas, em São Paulo, e disse onde compra seus óculos e ternos. ‘Quero levar o Carlinhos no Jassa (cabeleireiro de Silvio Santos) para cortar a peruca igual ao meu cabelo’. Ele entrega: ‘Pela polêmica do meu trabalho não posso ir aos estádios. Carlos está recebendo muito tapa de torcedor por mim’, ri por último.


Craque apanha


PALHAÇADA. Presidente da Associação Gente Pequena, Hélio da Silva Pottes reclama: ‘Anão sempre foi bobo da corte. Acham que somos palhaços. Brigamos para tirar essa imagem. Quando o anão apanha na TV tem que mostrar que aquilo é personagem. O Pânico exagera, mas o erro não é deles. Os anões é que têm que se valorizar’.


ROBINHO. ‘Milton Neves disse que Robinho gostava do quadro e achei que tinha liberdade de dar um tapa de verdade nele. A cabeça até foi para frente. Ele lançou um olhar para intimidar’, confessa Carlinhos.


JAPA. ‘Carlos foi criado na Febem e começou como office boy na rádio. No ‘Pânico’ começou como coadjuvante e virou o terceiro elemento, ao lado do Repórter Vesgo e do Silvio Santos. E ainda está pegando a japa, como dizem por aí’, lista Milton Neves, referindo-se ao namoro de Carlos com Sabrina Sato.


SABRINA. ‘Não sou masoquista,quando chega um marmanjo com a Playboy para autografar, saio de perto. Na rua os caras a chamam de gostosa na minha frente. Fico nervoso, ela não liga’, entrega Carlos.


INFÂNCIA. ‘Fugi de casa aos 2 anos, com meus dois irmãos. Meu pai nos espancava. A gente se perdeu na rua, fui para a Febem e para um colégio interno. Desde os 4 anos que pulava de galho em galho. Nunca mais vi meus irmãos, nem procurei. Nem deu tempo de criar afeto’, diz Carlos. ‘Tinha problema com isso, vergonha de contar para a Sabrina. O Emílio (Surita, líder do ‘Pânico’) soube minha história e contou no ar. Hoje não ligo mais.’’



TV TUPI


Luiz Carlos Merten


‘Área da TV Tupi pode ser tombada ‘, copyright O Estado de São Paulo, 31/05/05


‘Orson Welles, Nicholas Ray, Richard Quine – são muitas as atrações de hoje nos canais da TV paga, a começar por A Marca da Maldade, às 20 horas, no canal F&A. O grande Welles teve muitos problemas com a empresa Universal, que alterou a montagem do diretor e suprimiu cenas. Durante todo o processo, teve o apoio do ator Charlton Heston, que ainda não era o reacionário defensor das armas ridicularizado por Michael Moore em Tiros em Columbine.


Welles faz o corrupto chefe de polícia que, na fronteira mexicana, inferniza a vida de um tira íntegro (Heston). O plano-seqüência de abertura é extraordinário (e avançadíssimo para a época, 1958). Veja como quem assiste a uma aula de cinema. Por esta hora, o Cinemax já terá exibido, às 15 horas, O Crime não Compensa, de Nicholas Ray, com Humphrey Bogart como advogado que defende garoto acusado da morte de um policial. John Derek, futuro marido de Bo, matou mesmo, mas a idéia do filme é que o crime pode bater em qualquer porta, quando existe discriminação e desigualdade social.


Às 21h30, depois de dois dramas poderosos, é hora de relaxar no Cinemax Prime com Aconteceu num Apartamento, deliciosa comédia de Richard Quine, na qual Jack Lemmon aluga um quarto na casa de Kim Novak (e ela está sendo acusada da morte do marido). Há uma perseguição final antológica. Todos os canais apontados são da TVA e DirecTV.’



Valmir Santos


‘Projeto rememora ‘O Grande Teatro Tupi’ ‘, copyright Folha de São Paulo, 31/05/05


‘Numa semana, podia-se assistir a ‘Vestido de Noiva’, de Nelson Rodrigues, com Glauce Rocha (1930-71) como Alaíde, uma das irmãs que se apaixonam pelo mesmo homem. Noutra, Jayme Costa (1897-1967) surgia como o fracassado Willy Loman de ‘A Morte do Caixeiro-Viajante’, de Arthur Miller. São exemplos de atrações exibidas ao vivo pela televisão nas noites de segunda-feira, entre 1956 e 1965.


Infelizmente, não se conhece nenhum videotape dos teleteatros da TV Tupi (1956-62), da TV Rio (1963-64) e da então recém-nascida TV Globo (1965), todos no Rio de Janeiro. ‘Mesmo depois do surgimento do videotape no Brasil [1962], a TV Tupi e a TV Rio gravavam outros programas por cima das fitas do teleteatro. Era a mentalidade da época, não havia respeito aos profissionais’, diz o ator Sérgio Britto, 82.


Na Globo, o ‘4 no Teatro’ teve vida curta, apenas 16 edições. Foi interrompido por falta de patrocínio, conforme relata Britto. Nessa emissora, as apresentações eram gravadas, mas os videotapes desapareceram num incêndio.


Para rebobinar a história, havia pelo menos duas alternativas práticas: colher depoimento dos artistas que protagonizaram aquele período e garimpar fotografias nos respectivos acervos pessoais.


Foi o que fez a jornalista Ana Lúcia Vacchiano, curadora do projeto ‘Na Caixa – O Grande Teatro Tupi’, que vem do Rio e ganha temporada paulistana no Conjunto Cultural da Caixa, praça da Sé. A iniciativa inclui exposição de 50 fotos dos principais teleteatros realizados em ‘O Grande Teatro Tupi’ (pertencentes aos acervos de Britto e do dramaturgo Manoel Carlos), vitrines com os originais dos textos e um vídeo documental de 18 minutos com depoimentos de artistas.


Hoje, na noite de abertura, serão lançados os ‘Cadernos do Grande Teatro’. O primeiro livro reúne duas adaptações assinadas por Manoel Carlos e encenadas na telinha em 1957: ‘Em Cada Coração, um Pecado’, de Henry Bellamann, e ‘Madame Bovary’, de Flaubert. Com tiragem de mil exemplares, a publicação será distribuída gratuitamente para convidados e entidades culturais e educacionais.


A um só tempo, formavam-se (tel)espectadores, leitores e mão-de-obra para o que depois viraria a indústria do folhetim. ‘Que escola eu poderia ter melhor do que essa, com liberdade total para escrever e adaptar obras-primas da literatura universal?’, pergunta Manoel Carlos, 72.


Das cerca de 400 peças do programa ‘O Grande Teatro’, pelo menos cem foram adaptadas ou escritas por ele.


‘Minha preocupação era com a diversidade, não apenas de países mas de escolas literárias. Textos românticos, realistas, naturalistas, tudo nos interessava. E fazíamos isso com escritores russos, franceses, ingleses, alemães, espanhóis, portugueses e americanos, sem esquecer os brasileiros. Muitos desses textos eram originais meus, que eu escrevia às vezes com o meu nome, outras vezes com o pseudônimo de Doroty Blay’, diz o autor de novelas como ‘Mulheres Apaixonadas’ e ‘Laços de Família’.


Também estarão presentes Britto (que revezava a direção do programa semanal com Fernando Torres e Flávio Rangel), Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Ítalo Rossi -núcleo recorrente da Cia. de Teleteatro que desaguaria, em parte, no grupo carioca Teatro dos Sete (1959-64).


Timberg foi escalada para ler a peça ‘A Voz Humana’, de Jean Cocteau.


Mas o time de atores era maior. Alguns freqüentavam os palcos do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo, a principal companhia da época. Entre eles, Bibi Ferreira, Leonardo Vilar, Francisco Cuoco, Berta Zemel, Milton Moraes, Zilka Salaberry, Paulo Padilha, Sadi Cabral, Elísio de Albuquerque, Cláudio Cavalcanti, Monah Delacy, Norma Blum, Mario Lago, Fábio Sabag, Sergio Viotti, Yoná Magalhães e Vanda Lacerda.


‘Nossa boemia era fazer ‘O Grande Teatro’, diz Britto. Os ensaios chegavam a varar a madrugada. As representações duravam até quatro horas e os ‘reclames’ aconteciam durante a passagem de um ato para outro.


‘Éramos todos muito jovens, entre 18 e 25 anos. A televisão estava dando seus primeiros passos. A dramaturgia era influenciada pelo cinema, pois já queríamos fugir do teatro, por achá-lo menos adequado à linguagem da TV. Estávamos certos. O cinema estava mais próximo. Tanto é assim que todos os meus textos obedecem ao formato dos roteiros cinematográficos. Era assim que fazíamos na época. Não apenas eu, mas o [Walter Goerge] Durst, o Cassiano Gabus Mendes, o Silas Roberg e o Álvaro Moya. Nós que copiamos esse formato e que os novelistas seguem até hoje. Pegue um script nosso feito há 50 anos e compare com os capítulos de novelas de hoje: são idênticos’, afirma Manoel Carlos.


O ‘TV Vanguarda’, na mesma Tupi, e o ‘Teledrama’, na TV Paulista, foram outros teleteatros importantes.


Na Caixa: O Grande Teatro Tupi


Quando: hoje, às 20h, para convidados; a partir de amanhã, para o público; ter. a dom., das 9h às 21h; até 31/7


Onde: Conjunto Cultural da Caixa (pça. da Sé, 111, tel. 0/xx/11/ 3107-0498)


Quanto: entrada franca’