Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Vídeo de morte de jovem iraniana vira símbolo de protestos


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 23 de junho de 2009


 


IRÃ
Sérgio Dávila


Vídeo de morte de jovem iraniana vira símbolo de protestos


‘As imagens de violência contra manifestantes descontentes com o resultado das eleições iranianas que dominaram TVs e a internet no fim de semana deixaram o presidente Barack Obama ‘comovido’, segundo seu porta-voz. Ainda assim, o democrata insiste no discurso de não ingerência dos EUA em assuntos internos do Irã.


‘Ao longo de sexta, sábado e domingo, ele ficou comovido pelo que viu na televisão’, disse Robert Gibbs, em entrevista coletiva na manhã de ontem.


‘Principalmente pelas imagens das mulheres iranianas que lutaram por seu direito de protestar, de falar, de ser ouvidas.’ Mas o presidente está cada vez mais convencido da necessidade de não se envolver diretamente no conflito pós-eleitoral, disse o porta-voz.


Em entrevista coletiva pela manhã em Washington, Reza Pahlevi, filho do xá iraniano deposto em 1979 pela Revolução Islâmica que vive nos EUA, disse que a não ingerência de nações estrangeiras era ‘admirável’, mas que ‘ninguém vai se beneficiar ao fechar os olhos para as facas e cabos cortando os rostos e bocas de nossos jovens e velhos. Só os tiranos’.


Gibbs disse que Obama se surpreendeu com a intensidade dos protestos no fim de semana, mas não soube dizer se o presidente tinha visto o vídeo feito por um celular que mostra o suposto assassinato de uma jovem iraniana durante manifestações de sábado. Ela foi identificada como Neda Agha-Soltan, ex-estudante de filosofia de 26 anos, que trabalhava com turismo em Teerã.


Segundo o ‘Los Angeles Times’, que conversou com familiares da vítima, Neda foi morta no sábado, durante protesto em Teerã, pela milícia basij, responsável pelos principais atos de violência contra os manifestantes. Pessoas ligadas ao governo teriam proibido que a família fizesse do velório um evento público, cientes do símbolo que ela virou para o movimento, afirma o diário.


O vídeo mostra uma jovem caindo no chão, com um ferimento no peito que sangra e pessoas correndo para a ajudar, aos gritos de ‘Neda! Neda!’. O celular a filma no momento em que seus olhos viram para cima e para o lado direito, e ela parece perder a vida naquele momento. Logo, sua boca e nariz começam a sangrar. Um grupo de homens a cerca.


Um deles seria um médico, segundo o escritor Paulo Coelho. ‘Meu melhor amigo no Irã, o médico que me mostrou a maravilhosa cultura do país quando eu visitei Teerã em 2000, que lutou em nome da República Islâmica (contra o Iraque), que cuidou de soldados feridos no front, que sempre defendeu valores humanos’, escreveu o brasileiro em seu blog.


O vídeo foi feito por um amigo de Neda e colocado no YouTube por alguém que se identifica como Hamed, um blogueiro iraniano que vive na Holanda. Segundo ele, Neda foi atingida por um basij postado no topo de um prédio.’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


‘W’


‘Nouriel Roubini escreveu no fim de semana, no ‘Taipei Times’ de Taiwan e depois em seu blog, sobre a alta nas Bolsas de todo o mundo nos últimos três meses, lançando previsão em imagem: a recessão global deve tomar a forma de um ‘W’, com queda e alta, agora nova queda, depois alta.


Nas manchetes do fim do dia, ontem, ‘Preocupações com recessão derrubam mercados globais’, no ‘Financial Times’, e ‘Ações de bancos e de energia lideram movimento de venda’, no ‘Wall Street Journal’, sobre Nova York.


ABAIXO DE 50 MIL


Na manchete do Valor Online, início da noite, ‘Bovespa perde os 50 mil pontos ao cair mais de 3,6%’. O ‘forte movimento vendedor’ levou à ‘maior queda diária em mais de três meses’. As ações da própria BM&FBovespa caíram 9,08%.


ACIMA DE R$ 2


Na manchete da Reuters Brasil e ecoando no site do ‘WSJ’, ‘Dólar supera R$ 2 com nervosismo externo e aversão ao risco’. A moeda ‘teve a maior alta percentual em mais de três meses ante o real’. Seria por ‘pressão das commodities’.


EMPREGOS, EMPREGOS


Até Wall Street, Bovespa e os mercados globais murcharem, as manchetes seguiam outra direção. No UOL, à tarde, ‘Brasil cria 132 mil vagas em maio’. Na estatal Agência Brasil, ‘Emprego tem primeiro resultado positivo no ano em todo o país’. Na Reuters Brasil, ‘País cria empregos pelo quarto mês seguido’.


SUL-SUL


O ‘FT’ segue dia a dia a ameaça de concentração da produção de minério de ferro.


Ontem a gigante Anglo American, originalmente sul-africana, hoje sediada no Reino Unido, recusou proposta de fusão feita por outra gigante, Xstrata, sediada na Suíça. Em reportagens separadas, a correspondente em Londres e o correspondente em Johanesburgo relataram que cresceu a possibilidade de um acordo da Anglo com a Vale. Em parte, porque se trata de ‘um ícone da África do Sul’, cujo governo pode ‘favorecer outro grande conglomerado do ‘Sul’, a Vale do Brasil’.


‘VOZ DO BRASIL’


O chanceler Celso Amorim foi entrevistado à tarde no ‘Roda Viva’, ao vivo por UOL e outros, e questionado sobre direitos humanos, que não estariam sendo levados em conta pelo país. Vem crescendo nos EUA a crítica às ações brasileiras, via organizações como Human Rights Watch e o jornal ‘Miami Herald’ -este citado no blog de Sérgio Dávila por afirmar que a política externa ‘cheira mal’.


Amorim se defendeu dizendo que a ‘voz do Brasil’ hoje pesa mais, daí a reação, e reafirmando a estratégia de ‘não intervenção e pragmatismo’. Falou que a defesa dos direitos humanos deve levar em conta também temas como o ‘racismo europeu’ e não fechar o foco nos países africanos, em disputa ‘geopolítica’.


‘SARKO’, BROWN E LULA


O ‘New York Times’ perfilou o francês Nicholas Sarkozy, que estaria vivendo ‘metamorfose’, já menos ‘realista’ e ‘soando mais para Lula’. O ‘Guardian’ entrevistou o britânico Gordon Brown, que voltou a dizer que até Lula foi afetado pela crise e agora ‘culpa os banqueiros’. Brown, ‘sombrio’, diz que não vai ‘culpar ninguém mais’


JEAN CHARLES, O FILME


O correspondente do ‘Guardian’ viajou até Gonzaga, Minas Gerais, para assistir à primeira exibição do filme sobre Jean Charles de Menezes, junto com a família do brasileiro assassinado pela polícia de Londres há quatro anos. Também o ‘Fantástico’, da Globo -que registrou, da mãe de Jean Charles, ao abraçar o ator Selton Mello: ‘Parece um pouquinho com ele. Só é mais forte’. É produção da BBC.


A PEÇA


A BBC noticia que no dia 21 de julho estreia também uma peça sobre o caso no teatro Landor, em Londres, a poucas quadras da estação onde Jean Charles foi morto, no dia 22 de julho de 2005.


‘SIR IAN’


Já o ex-chefe de polícia que tratou Jean Charles por terrorista, Sir Ian Blair, agora é alvo de escândalo por seus altos vencimentos, no ‘Telegraph’ -e até de um livro, adiantado pelo ‘Times’.’


 


 


DITADURA
Ana Flor e Flávio Ferreira


Mendes defende abertura dos arquivos do Araguaia


‘O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, defendeu ontem a abertura de arquivos do período da ditadura (1964-1985) e da guerrilha do Araguaia, ocorrida entre 1972 e 1975, sustentando o ‘direito à verdade’.


‘Eu acho que há um direito à verdade. Se de fato esses documentos existem, eles devem ser mostrados’, disse Mendes. O presidente do STF afirmou que não vê possibilidade de proibição em relação à medida. ‘Tem que haver abertura [dos arquivos]. Os documentos existentes devem ser apresentados’, disse ontem, em São Paulo.


O tema da abertura dos arquivos voltou à tona com a divulgação de novas informações contidas no acervo pessoal do militar Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió, que fez parte da repressão à guerrilha.


Segundo documentos do militar divulgados em reportagem de ‘O Estado de S. Paulo’, 41 integrantes da guerrilha, comandada por membros do PC do B, foram rendidos e executados pelas forças militares do governo brasileiro.


Segundo dados do Arquivo Nacional, apenas 15% dos setores da administração pública federal entregaram, até agora, documentos da época. O governo chegou a anunciar que pretende criar uma lei para pressionar órgãos oficiais a divulgar documentos da época.


Para a pedagoga Valéria Costa Couto, irmã da guerrilheira Walquíria Afonso Costa, desaparecida desde 1974, as revelações de Curió foram influenciadas pelo fato de o governo brasileiro ter passado a ser réu na Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão judicial autônomo da OEA (Organização dos Estados Americanos), por supostamente não revelar à sociedade os arquivos a respeito da guerrilha do Araguaia.


‘O país já começa a se sentir coagido diante da Corte Interamericana. Isso [as revelações de Curió] já é uma reação’, afirmou a parente da desaparecida.


Valéria desconfia das afirmações de Curió. ‘Enquanto familiar já desgastada emocionalmente, não chego a acreditar na veracidade das informações. Talvez essas revelações tenham sido feitas para confundir mais ainda’, disse.


Criméia Alice Schmidt de Almeida, membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e mulher do desaparecido André Gribois, afirmou que as declarações de Curió causaram ‘repulsa’ entre os parentes dos guerrilheiros do Araguaia.


‘É incrível como essas informações ficaram escondidas da sociedade durante tanto tempo. Essa situação mostra o descaso do Estado brasileiro em relação aos fatos ocorridos no Araguaia’, afirmou Criméia.’


 


 


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Comissão critica Jobim por não integrar buscas


‘A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos se diz ‘constrangida’ pelo fato de o Ministério da Justiça e a Secretaria Especial de Direitos Humanos não participarem do grupo formado pelo Ministério da Defesa para localizar corpos de guerrilheiros e militares desaparecidos no Araguaia.


A nota da comissão revela a disputa que vem sendo travada no governo desde que foi criado o grupo, há três meses. Os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos) se queixaram a Lula da ausência da comissão no plano de buscas.


Por meio de nota, o Ministério da Defesa contestou as queixas, ao afirmar que convidou familiares de mortos e desaparecidos políticos a participar dos trabalhos.


Em obediência à ordem judicial, o Exército se prepara para, no mês que vem, iniciar as buscas dos corpos de guerrilheiros nos possíveis locais de sepultamentos, clandestinos e oficiais. A data inicial, 6 de julho, deverá ser adiada.’


 


 


TECNOLOGIA
Folha de S. Paulo


Novo iPhone atinge 1 milhão de unidades vendidas em três dias


‘A Apple disse ontem ter comercializado 1 milhão de unidades do novo iPhone, o aparelho que combina telefone com tocador de música e vídeo, entre a última sexta-feira (dia do lançamento) e anteontem nos EUA e em outros sete mercados.


O resultado do iPhone 3GS é semelhante ao dos três primeiros dias do seu antecessor, o 3G, mas em um cenário distinto: a crise nesses mercados (como Alemanha, Reino Unido e França) se agravou desde então.


O comunicado sobre as vendas do 3GS é também o primeiro desde janeiro (quando pediu licença médica) em que Steve Jobs parece ter retomado o comando da empresa. ‘Os clientes estão votando, e o iPhone está vencendo’, disse Jobs na nota.’


 


 


PUBLICIDADE
Cristiane Barbieri


Setor de tecnologia faz lobby em Cannes


‘Não houve, até hoje, convenção de tecnologia que conseguisse reunir tantos nomes importantes do mundo digital, como ocorreu neste ano no Festival Internacional de Publicidade de Cannes. Entre eles, estão os principais executivos de empresas já tradicionais, como Microsoft e Google, e outras que são febres recentes da rede, como LinkedIn e Twitter.


Concorrentes ferozes e novos atores, como Steve Ballmer, presidente da Microsoft, Eric Schmit, presidente do Google, Biz Stoner, cofundador do Twitter, e Kevin Eyres, diretor do LinkedIn, compareceram à cidade francesa para vender seu peixe àqueles que ajudam a decidir em quais áreas serão gastos os US$ 480 bilhões investidos ao ano em comunicação no mundo, segundo a PricewaterhouseCoopers. Nenhum se fez de rogado.


‘As empresas estão aumentando seu valor ao usar o Twitter’, diz Stoner, que lotou ontem o anfiteatro do festival e foi ovacionado pelos publicitários, muitos deles usuários iniciais de novas tecnologias, que não esconderam a tietagem.


Criada há dois anos, a rede gratuita de comunicação nasceu para que amigos pudessem dizer, em poucas palavras, onde estavam e o que faziam, sem a necessidade de estarem conectados a um computador. Tweet, em inglês, são os sons emitidos por pássaros. ‘Criamos algo simples, que permite, num olhar, saber o que as pessoas estão fazendo para que possam se mover juntas, como pássaros’, diz Stoner.


A ferramenta também vem sendo usada como fonte primária de notícias, como no conflito do Irã ou em diversos protestos mundo afora.


Segundo Stoner, num terremoto recente foram postados 36 mil ‘tweets’ durante os nove minutos entre o início do tremor e o primeiro site de notícias publicar a informação.


As empresas, por sua vez, perceberam que podem seguir seus clientes pelo Twitter. Assim que um usuário informa, por exemplo, que está entrando num avião da Jet Blue, a companhia aérea entra em contato com ele dando ou pedindo informações. ‘Há uma padaria que fala das fornadas quentinhas e um fabricante de torta que aumentou suas vendas de 15% a 20% quando seus clientes passaram a saber qual era o sabor do dia’, diz Stoner.


Além de começar a ter receita com as buscas, o Twitter pensa em cobrar uma taxa pelo uso que empresas como PepsiCo e Starbucks fazem do serviço. Ou mesmo por algumas fotos postadas. ‘A criatividade é um recurso renovável, e é possível experimentar novos usos para o Twitter’, afirma Stoner.


A comunidade de relacionamento profissional LinkedIn já cobra de empresas que queiram ter acesso a sua rede. A Microsoft, por exemplo, paga para que um gerente especializado em softwares a pequenos empreendedores venda-os na comunidade virtual.


‘Esse é um serviço no qual pessoas falam para outras pessoas e, nesse tipo de relacionamento, o retorno é muito mais eficiente’, vendeu Eyres, durante seminário no domingo.


De acordo com ele, todas as pessoas tornaram-se empreendedores e têm de cuidar de sua própria imagem on-line. ‘As empresas também estão sujeitas a maior transparência, e várias têm políticas sobre como seus funcionários devem se portar nos espaços públicos da rede’, diz Eyres.


Ballmer, da Microsoft, falará aos publicitários amanhã, e Schmidt, do Google, na quinta.’


 


 


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Brasil recebe 1º troféu no festival


‘No primeiro dia das premiações no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, o Brasil conquistou seu primeiro troféu, entre as três categorias que já foram julgadas. O prêmio foi dado à rede Globo pelo projeto ‘Mil Casmurros’, que promovia a minissérie ‘Capitu’, como Relações Públicas.


Hoje, serão divulgados os vencedores das categorias rádio, outdoor e mídia.


No total, o Brasil teve 61 trabalhos selecionados como finalistas.


O país também teve 13 trabalhos escolhidos entre os anúncios impressos inscritos. Apesar de os vencedores só serem anunciados amanhã, já eram esperados sete Leões -três de ouro e quatro de bronze- na área em que o Brasil costuma se sair melhor no festival. Na categoria rádio, o país possivelmente terá apenas um premiado.


Ontem também começaram a aparecer as grandes ideias, como são chamadas as campanhas vencedoras de vários prêmios. A principal delas, por enquanto, foi a campanha ‘O melhor emprego do mundo’, que divulgou o turismo em Queensland, na Austrália, e que acabou conquistando dois Grand Prix, os principais prêmios das diferentes categorias em disputa.


Por meio de anúncios em jornais, Queensland buscava um profissional para trabalhar num paraíso tropical, por um salário equivalente a US$ 18 mil por mês. O tema gerou interesse da imprensa, e a região conseguiu o equivalente a US$ 100 milhões em mídia espontânea.


Já a campanha ‘Mil Casmurros’ queria que ao menos mil pessoas lessem mil trechos do livro ‘Dom Casmurro’, de Machado de Assis, na internet. Atores como Fernanda Montenegro e Tony Ramos participaram do projeto.


‘Essa campanha teve a grande virtude de conseguir popularizar, no público jovem, a leitura de um clássico’, afirma Andrew Green- lees, jurado brasileiro da categoria de Relações Públicas do festival.’


 


 


Mônica Bergamo


Musa enquadrada


‘A AmBev pode ser condenada a pagar uma indenização equivalente a todo o custo da campanha ‘Musa do Verão’, veiculada em 2006 para promover a cerveja Skol. O filme, exibido no horário nobre das principais emissoras, mostrava uma modelo de biquíni sendo entregue em domicílio para os homens e foi considerado discriminatório contra as mulheres. A Promotoria do Consumidor de SP entrou com a ação porque as tentativas de fazer acordo com a AmBev fracassaram após mais de um ano de negociação.


O barato sai caro


O Ministério Público chegou a sugerir que a AmBev comprasse um equipamento hospitalar para tratamento de câncer de mama avaliado em cerca de R$ 800 mil, mas a empresa não aceitou pagar mais de R$ 160 mil de indenização. Em caso de condenação, calculam os promotores, a conta deve sair bem mais cara. A AmBev diz que não foi notificada até o momento.’


 


 


INTERNET
Folha de S. Paulo


Joel se irrita com brincadeiras sobre seu inglês


‘As piadas de brasileiros na internet sobre o seu inglês irritaram Joel Santana. Tanto ou até mais do que as críticas que o treinador vem recebendo por seu desempenho à frente da seleção da África do Sul, que, na quinta, às 15h30, enfrenta o Brasil por uma vaga na final da Copa das Confederações.


Ontem, Joel evitou entrevistas formais. Mas, no caminho entre o campo em que sua equipe treinou e o ônibus, respondeu à Folha sobre ter virado um hit na internet -até uma música no estilo funk foi criada a partir de suas frases em inglês ditas após as partidas.


‘Brasileiro gosta disso, de tirar sarro. Tem cara fazendo um monte de besteira, mas usa gravatinha e tem uma pastinha na mão, como brasileiro gosta’, disse o treinador, dando a entender que é vítima de preconceito por seu tradicional estilo. Durante os jogos, ele sempre usa o agasalho da África do Sul e não abre mão da prancheta tática que virou sua marca.


Questionado se está fazendo aulas de inglês, Joel preferiu falar sobre o seu trabalho.


‘Eu aprendo [o idioma] no dia a dia. Meu negócio é produtividade, e isso estou fazendo’, falou o treinador, que está em um dos cargos mais instáveis do futebol mundial -ele é o nono técnico da África do Sul apenas nesta década.


O treinador refutou a ideia de que está ameaçado no cargo pelo fraco desempenho de sua seleção na Copa das Confederações. Na primeira fase, o time fez apenas dois gols e só venceu a frágil Nova Zelândia. ‘Agora, está tudo bem’, disse Joel.


Para os padrões da seleção, a pressão sobre Joel é até suave. Ontem, no primeiro treino para a semifinal, eram poucos os jornalistas sul-africanos.


Nos jornais locais, o futebol divide as atenções com jogos da seleção sul-africana de rúgbi, o esporte favorito dos brancos.


Mas Joel já foi alvo de críticas pesadas. Um jornal classificou seus métodos como típicos de um ‘Fred Flintstone’, o personagem de desenho animado que vivia na ‘idade da pedra’. Os sul-africanos também se queixam de seu salário, de cerca de US$ 200 mil, considerado alto para os padrões locais.


No treinamento de ontem, Joel poupou os titulares, que apenas correram em volta do gramado. Na atividade com bola dos reservas, o técnico pouco falou. Quem passava a maior parte das instruções era seu principal auxiliar, Jairo Leal, que fala inglês fluentemente.


No breve trajeto entre o campo e o ônibus, Joel não falou sobre o jogo contra o Brasil, mas seus jogadores mostraram bastante otimismo. Dizem que podem vencer a equipe de Dunga e disputar a final, no domingo, em Johannesburgo.


‘Se o Egito fez três gols no Brasil, por que não podemos fazer o mesmo? Os egípcios são africanos e conseguiram pressionar o Brasil’, declarou o volante Mhlongo. ‘Nós também temos capacidade para vencer o Brasil’, afirmou o meia Tshabalala.’


 


 


Thiago Ney


Futebol na TV vira piada na internet


‘Além de espetáculos como a vitória da Seleção por 3 a 0 em cima da Itália, a TV vem exibindo bons momentos da Copa das Confederações, que acontece na África do Sul. Pelo menos para nós brasileiros (e para os sul-africanos…), uma impagável cena é a da entrevista de Joel Santana (técnico da seleção anfitriã) após uma partida.


Exibida por diversas emissoras, a entrevista mostra Santana enfrentando sérios problemas táticos com a língua inglesa. Usando um dialeto que fica entre o inglês e o português, Santana tenta explicar ao repórter como sua equipe sofreu no 0 a 0 contra o Iraque.


Aí alguém com muita coisa para fazer na vida editou as imagens e criou o ‘funk do Joel’, que já teve mais de 50 mil visualizações no YouTube (http://migre.me/2EJD).


Antes de embarcar para a África, a Seleção jogou em Recife. O ‘Pânico’, da Rede TV!, aproveitou. Disfarçado, um comediante da emissora usou o nome de um comentarista da Globo para entrar no hotel da Seleção, se passar por segurança e entregar uma bola de futebol para Galvão Bueno (http://migre.me/2ENY).


Alguns jogadores do Brasil também foram convocados para o quadro ‘Soletrando’, do programa de Luciano Huck na TV Globo. A performance dos atletas com a língua portuguesa foi um ‘pouquinho’ menos eficiente do que a apresentada contra a Itália, anteontem (http://migre.me/2EKl). Juan e Nilmar marcam gols (ao soletrarem ‘maria chuteira’ e ‘excesso’); já Felipe Melo tropeça em ‘concentração’.


Só no YouTube


E, na campanha do São Paulo para tentar emplacar o Morumbi como uma das sedes da Copa-2014, corintianos e palmeirenses são contra. No YouTube, usaram até Hitler e o filme ‘A Queda’ para tripudiar o ‘panetone’ Morumbi (http://migre.me/2EPZ).’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Silvio Santos esnoba Gugu, que deve fechar com Record


‘O SBT adotou a tática do silêncio para tratar de Gugu Liberato. A emissora tinha até as 18h de sexta-feira para registrar em cartório uma contraproposta à oferta da Record para levar o apresentador.


Até as 14h de ontem, advogados de Gugu não haviam encontrado o documento em nenhum cartório da Grande SP.


Isso indica que o SBT abriu mão do direito de preferência para renovar com Gugu. Sem a contraproposta, o apresentador está livre para negociar com outra TV -mas não de cumprir contrato até 31 de março de 2010, sob pena de pagar multa de R$ 15 milhões.


A contraproposta seria o documento formal para o SBT cobrir a oferta da Record, de R$ 3 milhões por mês, um programa aos domingos, outro diário e um terceiro na Record Internacional. O SBT teria de oferecer essas mesmas condições para ter preferência e renovar com Gugu. Mas em nenhum momento Silvio Santos falou a Gugu que iria cobrir a oferta.


O SBT disse oficialmente que não irá se manifestar sobre o caso -outro indicador de que não cobriu a proposta.


Ontem, a dúvida era se haverá um próximo ‘Domingo Legal’. Em resposta ao assédio da Record sobre Gugu, o SBT tirou da concorrente Roberto Justus e já acertou com Eliana.


CHÁCARA


A eliminação de Theo Becker rendeu 20,2 pontos de média a ‘A Fazenda’, da Record, no domingo. Foi o recorde do reality show, que perdeu para a Globo por muito pouco. No horário do programa, a Globo liderou com 21,3. No confronto, ‘A Fazenda’ bateu ‘Jogo Duro’ (23 a 16,1), mas perdeu para o ‘Fantástico’ (19,6 a 22,5).


OPORTUNIDADE


Ontem de manhã, o ‘Hoje Em Dia’ reprisou as brigas de Theo Becker e foi líder na Grande São Paulo. Na prévia do Ibope, marcou 9,1 pontos, contra 8,7 da Globo.


SURTO


Ana Hickmann deu uma bronca em Theo Becker, ao vivo e em rede nacional, no ‘Hoje Em Dia’. Após o ator falar um palavrão, Ana pediu para ele ‘tomar um pouco de cuidado com as palavras’, ‘em respeito às crianças’.


VAZAMENTO


A eliminação de Theo Becker vazou na internet. Quem votava no Terra, portal oficial do reality, domingo à noite, era informado de que ele teria mais de 50% dos votos.


APELADA


Fausto Silva aproveitou uma entrada ao vivo de Patrícia Poeta no ‘Domingão’ para cutucar o ‘Fantástico’, que exibiu um teste de sutiãs com modelos seminuas em uma montanha-russa. ‘Isso é para dar audiência, pô!’, comentou.


RETORNO


Casagrande ressurgiu na Globo ontem, no ‘Globo Esporte’. Ele estava afastado da emissora desde 2007, para tratamento de dependência química. Em abril, voltou ao SporTV. A partir de agora, o ex-jogador irá participar mais do ‘Globo Esporte’ e, em breve, reestreará como comentarista de jogo ao vivo.’


 


 


PERSONAGEM
Silas Martí


Um mito da caverna


‘Chris Marker se esconde atrás do sorriso de um gato. Não se deixa fotografar e deu sua última entrevista, evasiva até não poder mais, no Second Life. Diz que se informa pela Al Jazeera e pelo canto dos passarinhos do 20º arrondissement. Dá suas opiniões nas tiras do gatinho Guillaume, que publica em jornais franceses.


Nascido Christian François Bouche-Villeneuve, o parisiense de 87 anos simplificou até o nome para o sintético Chris Marker. Prefere o silêncio à fala, a tarja preta no lugar de imagens que não interessam.


Duas mostras em São Paulo vão tentar jogar luz sobre o ermitão Marker. Começa amanhã no Centro Cultural Banco do Brasil um festival com 33 de seus filmes. Em julho, o Museu da Imagem e do Som abre mostra com 200 fotografias de Marker feitas entre 1952 e 2006. Uma galeria de Nova York e outra de Moscou também fizeram há pouco retrospectivas da obra do artista.


Marker não saiu de Paris e seguiu por e-mails lacônicos os preparativos. ‘Ele é famoso pela reclusão’, diz Bill Horrigan, que cuidou da mostra no MIS e diz ser o único curador a fazer contato, uma vez por ano, com Marker. ‘Ele protege sua privacidade num grau excessivo.’


Também exagera nas doses de modéstia. Marker não se considera um cineasta, mas já ganhou o Urso de Ouro em Berlim por ‘Descrição de um Combate’, de 1960. Filmou com Alain Resnais e Jean-Luc Godard, mas diz que só eles são diretores de verdade. Também não se diz fotógrafo, como foi seu amigo Henri Cartier-Bresson. Ele não gosta de alarde.


Talvez porque já disse tudo que tem a dizer em ‘Sans Soleil’. No filme de 1982 que extrapolou os limites do documentário, ele dividiu o mundo em listas de coisas elegantes, coisas tristes, coisas que não valem a pena filmar e coisas que fazem bater o coração.


Não usa adjetivos, ‘etiquetas com o preço das coisas’. Traduz a ideia de que o ‘horror tem um nome e tem um rosto’ -de Francis Ford Coppola em ‘Apocalypse Now’ e, por extensão, Jospeph Conrad no livro ‘Coração das Trevas’- à noção de que ‘a beleza absoluta também tem nome e rosto’.


Por isso não pensa duas vezes, tanto em seus filmes, quanto nas fotos que faz, em estilhaçar o tempo e manter só a fração, uma das 25 num segundo cinematográfico, detentora dessa beleza ou desse horror.


Instantes suspensos


‘Ele amava a fragilidade desses instantes suspensos, essas lembranças que serviam apenas para deixar lembranças’, diz a narradora de ‘Sans Soleil’ sobre o protagonista oculto do filme, numa descrição que cabe sem exagero também a Marker.


Ao contrário do cinema tradicional, ele prefere que seus atores e os flagrados nas ruas encarem a câmera. Nas manifestações da juventude parisiense, de maio de 1968 a 2002, na Islândia, em Guiné-Bissau e em Tóquio, sai em busca desses instantes privilegiados.


Marker diz que rouba olhares como ‘um trombadinha rápido, correndo com seu tesouro’. Naquele instante, e há centenas deles na mostra do MIS, ele costuma encontrar o que chama de ‘rosto da solidão’.


‘Naquela fração de segundo, o operário chileno sabia que a fábrica nacionalizada era propriedade sua, o boxeador tailandês sabia que tinha perdido, a esquerdista alemã sabia da derrota de seu partido’, escreveu Marker sobre seus retratos.


Fez imagens das primeiras eleições na Alemanha depois da queda do Muro de Berlim, de ativistas no Brasil, do início da Perestroika em Moscou, mas não chama sua obra de política. ‘A política não me interessa’, diz. ‘Me interessa a história.’


E a memória. Registrou a mesma esquina de Paris em 1961 e 2001 para mostrar como cresceu ali uma árvore, enquanto o resto do mundo permaneceu igual. ‘Nós não lembramos, recriamos a memória, como recriamos a história.’


Ele acredita na fabricação da narrativa e do real, usando a memória como motor estético. Em ‘La Jetée’, filme de 1962, seu melhor exemplo desse tempo desconstruído e refeito, usou só os fotogramas cruciais para contar a história.


‘É preciso que o abandono seja uma festa, que o adeus receba também uma cerimônia.’’


 


 


CULTURA
Marcio Aith


MinC autoriza Caetano a usar benefícios fiscais


‘O Ministério da Cultura voltou atrás e autorizou os produtores do músico baiano Caetano Veloso a usar os benefícios fiscais da Lei Rouanet para bancar os shows de divulgação de seu último CD, o ‘Zii e Zie’.


A decisão foi publicada no ‘Diário Oficial da União’ de ontem, assinada pelo secretário-executivo adjunto do ministério, Gustavo Carneiro Vidigal Cavalcanti.


A decisão encerra, a favor dos produtores de Caetano, uma polêmica que já dura um mês. No dia 21 de maio passado, a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), que analisa os projetos aspirantes ao benefício da Lei Rouanet, decidiu que o ‘Tour Caetano Veloso’, no valor de R$ 2 milhões, não precisava de incentivo por ser comercialmente viável.


A decisão da CNIC foi revelada pela Folha, assim como a pressão da ex-mulher e empresária de Caetano, Paula Lavigne, para que o ministro da Cultura, Juca Ferreira, revisse a decisão e autorizasse o uso de dinheiro público, via renúncia fiscal das empresas patrocinadoras, para divulgar o show.


Em entrevista à Folha no último dia 12, Ferreira sinalizou que a decisão seria reformada, mas negou que Paula Lavigne o tivesse pressionado. ‘Ela não fez nenhum sauê, apenas ligou para mim e perguntou qual critério tinha sido utilizado para Caetano, que ela não percebia que tinha sido usado para outras pessoas.’


Na ocasião, Juca disse à Folha que a Lei Rouanet não tem nenhum critério estabelecendo que os artistas bem-sucedidos não podem ter seus projetos aprovados. ‘No ano passado, quando eu intervim para aprovar o show da Maria Bethânia [a CNIC também tinha negado acesso da cantora à Rouanet], já tínhamos aprovado projetos da Ivete Sangalo, artista mais bem-sucedida comercialmente em todos os tempos. Não podemos sair discricionariamente decidindo, sem critérios.’


A CNIC é um órgão colegiado que pertence ao Ministério da Cultura. O ministro pode, a seu critério, rever as decisões da comissão. O ministério informou, no entanto, que a decisão publicada ontem no ‘Diário Oficial’ não foi do ministro, mas uma revisão da própria CNIC, à luz do compromisso dos produtores de Caetano de baratear os ingressos.


Barato


Com a decisão publicada ontem, os produtores de Caetano foram autorizados a captar R$ 1,7 milhão. O valor representa R$ 300 mil a menos do que os R$ 2 milhões solicitados originalmente. Como condição, o ministério exigiu a redução dos ingressos, para R$ 40 e R$ 20 (inteiro e meia entrada). Sem o benefício da lei Rouanet, o tour de Caetano cobra entradas de até R$ 200 reais.


A Lei Rouanet prevê incentivos fiscais para que empresas e pessoas financiem projetos culturais aprovados pelo MinC. Ela foi aprovada em 23 de dezembro de 1991.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 23 de junho de 2009


 


DIPLOMA
O Estado de S. Paulo


Estudantes protestam contra fim do diploma


‘Cerca de 200 estudantes protestaram ontem, em São Paulo, contra decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acabar com a obrigatoriedade de diploma para jornalista. O alvo foi o ministro Gilmar Mendes, que considerou o protesto ‘absolutamente normal’. Ele foi elogiado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que considerou a decisão ‘extraordinária’.’


 


 


IRÃ
Gustavo Chacra


Censura obriga imprensa a inovar


‘As cenas das manifestações no Irã serão lembradas como a primeira vez que um conflito passou a ser coberto, majoritariamente, por pessoas comuns, que testemunharam ou participaram dos acontecimentos – e não apenas por jornalistas.


As imagens da morte da jovem Neda Salehi Agha Soltan, que repercutiram pelo mundo todo no YouTube e se espalharam ainda mais com links postados no Twitter e no Facebook, não existiriam se o assassinato tivesse ocorrido há alguns anos atrás, quando celulares com câmeras e sites de relacionamento eram inacessíveis.


A preocupação é tanta com o surgimento de novas tecnologias que o Centro de Imprensa Estrangeira de Nova York convidou correspondentes internacionais para um workshop sobre como usar o Facebook, Twitter e LinkedIn em grandes coberturas, como a atual no Irã.


O New York Times já avançou neste sentido e, em sua reportagem sobre o Irã de ontem, trazia a assinatura de Nazila Fathi, correspondente do jornal em Teerã, e de Michael Slackman, chefe do escritório no Cairo. Como a jornalista no território iraniano enfrenta restrições para trabalhar, grande parte das informações foi conseguida por meio do correspondente no Egito justamente em sites.


O diário nova-iorquino usa ainda o blog The Lede, postado na capa do jornal, que acompanha em tempo real todos os acontecimentos no Irã por meio do Twitter, vídeos do YouTube e Facebook. A CNN pede que iranianos baixem vídeos no site para que sejam exibidos posteriormente no programa iReport. Na chamada, com o nome de Iran?s Voice (‘Voz do Irã’), o canal pergunta: ‘Você esteve lá? Divida a sua história.’ A rede de TV Al-Jazira, do Catar, faz o mesmo.


O regime de Teerã tenta bloquear o acesso aos sites. Mas iranianos conseguem burlar a censura. Hoje, no Facebook, jovens iranianos na diáspora, como Mateen, pediam a amigos que enviassem para eles ‘atalhos virtuais’ que ajudassem os iranianos a acessar a internet. Outra saída é buscar sites alternativos, como fazem na Turquia, onde o YouTube é bloqueado, ou os sírios, que não podem acessar o Facebook, apesar de quase todos os jovens de classe média de Damasco terem uma conta.


Em Teerã não é muito diferente de Damasco e as cenas lembram os iranianos em 1979, antes da revolução, que compravam fitas cassetes contrabandeadas com os discursos do aiatolá Khomeini, ainda no exílio, apesar do forte monitoramento da polícia secreta do xá.


MUDANÇA REPENTINA


O avanço é tão rápido que, ainda neste ano, na guerra de Israel contra o Hamas, essas tecnologias não foram muito utilizadas por palestinos na Faixa de Gaza. No conflito, o governo israelense, alegando questões de segurança, não permitiu que jornalistas estrangeiros entrassem no território palestino. Os repórteres tiveram de buscar informações nas redes de TV árabes, como a Al-Jazira, mas não havia tantas imagens distribuídas em tempo real por links no Twitter ou no Facebook.


A mudança, no entanto, tem provocado debates em programas de TV e nas páginas de jornais dos Estados Unidos e mesmo do Oriente Médio. Tanto a CNN, no programa GPS, apresentado por Fareed Zakaria, como a Al-Jazira debateram os riscos de depender de pessoas que não são jornalistas profissionais para divulgar notícias e imagens.


A CNN montou uma equipe com integrantes que falam persa para verificar se os locais apresentados são mesmo reais. Técnicos verificam se não há adulterações. A Al-Jazira, mesmo antes do advento do Twitter e do YouTube, já fazia o mesmo para checar fitas como as de Osama Bin Laden.


A agência de risco político Stratfor, em análise publicada para seus clientes ontem, alerta para a ameaça de se dar muita importância para as informações postadas no Twitter, afirmando que elas atingem apenas usuários do recurso no país persa, com repercussão limitada ao exterior e entre os fluentes em inglês da elite iraniana. ‘As tropas do Exército e as outras classes não estão no Twitter’, diz a análise, lembrando que mesmo em países do Ocidente o serviço começou a crescer agora. Para a empresa, o melhor seriam repórteres entrevistando as pessoas em persa.’


 


 


NYT


Neda, do celular para o mundo


‘A morte de uma estudante de filosofia de 26 anos poderia ter passado despercebida em meio às manifestanções no Irã, não fosse um vídeo postado no YouTube que mostra os últimos 40 segundos de vida da jovem, registrados por um celular. Neda Salehi Agha Soltan – cujo primeiro nome significa ‘voz’ em farsi – foi baleada no peito no sábado em em Teerã. Horas depois, a imagem do ‘Anjo do Irã’, como agora é chamada, inundou a internet. As circunstâncias de sua morte e a veracidade do vídeo, porém, permanecem obscuras. Segundo o noivo de Neda, ela estaria de carro com seu professor e, ao descer do veículo, foi atingida. Outras informações sugerem que o pai de Neda estaria com ela. Há ainda contradições sobre o atirador. Alguns culpam um miliciano basij, que estava em uma moto. Outros dizem que ela foi atingida por um atirador no telhado de um prédio.’


 


 


Nokia Siemens vendeu sistema de controle ao país


‘A Nokia Siemens Network, parceria entre as empresas finlandesa e alemã, confirmou ontem à BBC ter fornecido ao governo iraniano equipamento de monitoramento, controle e interceptação de ligações telefônicas. O sistema foi vendido à Iran Telecom no primeiro semestre de 2008 e seria utilizado para ampliar o controle dos aiatolás sobre redes de telefone do país. O produto permite acesso a qualquer comunicação na rede, incluindo ligações, mensagens de texto e navegação na internet. Diferentemente da simples censura de informações, o sistema é capaz de analisar o conteúdo do que é transmitido. Segundo um porta-voz da empresa, o produto tem uma ‘arquitetura padrão que governos do mundo inteiro usam para interceptações legais de informação’.’


 


 


PUBLICIDADE
Marili Ribeiro


Relações públicas garante primeiro Leão para o Brasil em Cannes


‘O Brasil começou bem na categoria relações públicas, que estreou este ano no Festival Internacional de Publicidade de Cannes. O País ficou com um Leão para a ação da Rede Globo que divulgou a série televisiva Mil Casmurros, baseada na obra de Machado de Assis. Em relações públicas, não há divisão entre Leões de ouro, prata e bronze. O grande vencedor nessa categoria foi a ação intitulada ‘O melhor emprego do mundo’ (ver abaixo), para estimular o turismo em Queensland, na Austrália.


Hoje, devem ser oficializados mais sete Leões para o Brasil na categoria de anúncios impressos. São três de ouro e quatro de Bronze. No ano passado, o País obteve 14 Leões, mas apenas um de ouro. Esses resultados não indicam uma tendência clara sobre o desempenho do País no maior festival de publicidade do mundo. Publicitários que circulam pela costa francesa não acreditam que o Brasil possa repetir o volume de prêmios obtidos em 2008 – foram 41 Leões, embora neste ano a probabilidade é que os prêmios sejam mais qualificados.


A maior resistência, até o momento, vem do rigoroso comportamento adotado pelo presidente dos júris de anúncios impressos e filmes comerciais, o americano David Lubars, presidente da rede BBDO nos EUA. Essas duas categorias são muito importantes no meio publicitário, por ainda serem consideradas o coração do negócio.


Lubars tem sido duro no corte de peças nas listas prévias. O Brasil, por exemplo, emplacou apenas 28 finalistas em anúncios impressos, dos quais vão sair os sete Leões. A categoria filmes comerciais terá sua lista prelimiar divulgada apenas na quinta-feira – os jurados ainda seguem avaliando as 3.453 peças inscritas este ano.


Lubars não está sozinho nessa missão. Nos corredores do Palácio dos Festivais, onde se concentram as atividades do festival, diz-se que há uma preocupação dos organizadores do evento, o grupo inglês Emap, de valorizar as disputas.


Por isso mesmo, não surpreendeu a informação de que o júri de rádio também ter sido bastante severo na seleção. Das 1.153 peças inscritas, o júri deve anunciar hoje a premiação de apenas 1,3% delas – ou seja, apenas 15 Leões. Em 2008, foram premiadas 47 peças. O Brasil ganhou então quatro Leões.


Em impressos, dos sete troféus que serão anunciados hoje, três são para as campanhas da agência DM9DDB para os clientes: portal Terra, serviços de logística Fedex e a publicação Latin Stocks. Outros dois são da AlmapBBDO, para a Panamericana Escola de Arte e Design e para a ONG Greenpeace. Outro Leão é da agência Talent, para empresa de eletrônicos Sony-Ericsson. E o sétimo foi para a Publicis, pela campanha para a Oral B.


O jornal ?O Estado de S. Paulo? é o representante oficial do Festival de Cannes no Brasil’


 


 


 


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Twitter atrás da fórmula para se ganhar dinheiro


‘A palestra mais concorrida ontem em Cannes foi a de um dos criadores do Twitter, Biz Stone. Ele definiu da seguinte forma o serviço que criou: ‘Trata-se de um experimento que permite a você acompanhar informações, pessoas e notícias que sejam de seu interesse.’ Quando perguntado, porém, como ganhar dinheiro com isso, não soube responder. Disse apenas que a empresa ainda é nova (foi criada há dois anos) e ainda está atrás dessa resposta.’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Escracho apoiado


‘Sabia que Silvio (Ceará) é o personagem favorito do Pânico? E que o CQC no Congresso é um dos quadros mais queridos do humorístico da Band? Levantamento sobre o humor na TV feito pelo Qualibest, instituto que realiza pesquisas para o mercado publicitário, mostra que Pânico e o CQC são os programas mais queridos no gênero.


Dos cerca de 2 mil entrevistados da pesquisa, 44% acham completamente aceitável essas atrações ridicularizarem políticos e artistas, ante 16% que não aceitam bem esse tipo de piada.


O CQC é apontado por 58% dos participantes da pesquisa como um programa inteligente e que cobra as autoridades, enquanto a maior característica do Pânico é o escracho (56%).


A pesquisa mostra ainda que o quadro mais querido do CQC é o Top 5, com 26% dos votos, seguido pelo CQC no Congresso, com 15%. Já o integrante preferido é Rafinha Bastos, com 18%. Marcelo Tas é o vice,com 14%.


No Pânico, o quadro de Vesgo e Silvio é o queridinho absoluto, com 48% dos votos. Meda vem em segundo, com 8%. Já o integrante favorito é Wellington Muniz (Silvio)(19%), seguido por Vesgo (13%), e Sabrina Sato (13%).’


 


 


 


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