Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Washington Olivetto deixa
a presidência da W/Brasil


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 25 de julho de 2007


PUBLICIDADE
Claudia Rolli


Olivetto anuncia saída da presidência da W/Brasil


‘Ao completar 21 anos, a W/ Brasil, maior agência de publicidade com capital nacional, anunciou ontem uma reestruturação em seu comando com a saída de Washington Olivetto da presidência e o seu desligamento definitivo da agência em um prazo de nove anos.


A agência terá dois presidentes, que, na prática, já atuavam no dia-a-dia da W/Brasil -Rui Branquinho será responsável pela área de criação e planejamento, e Paulo Gregoraci, pela área de mídia, atendimento e operações. Os dois estão na agência há quatro e dois anos, respectivamente. Não serão sócios, mas terão participação nos resultados da W/Brasil.


Aos 28 clientes da agência o publicitário enviou uma carta pessoal na qual explicou que a W/Brasil está ‘planejando o futuro’ e que ‘nada’ vai mudar. ‘A mentalidade continua a mesma desde que surgimos, em 1986: vamos continuar 100% brasileiros, sem atender contas do governo ou de campanhas políticas.’ Mas não está descartada, segundo afirma, a busca de parceiros internacionais para atuar em campanhas.


Olivetto, no entanto, não vai deixar o dia-a-dia da agência. ‘Como presidente da empresa, promovi-me para o cargo de ‘chairs-man’ [em alusão à função de chairman das grandes companhias]. Vou ser o ‘homem das cadeiras’, literalmente, e ocupar as cadeiras extras que existem nas mesas das duplas de criação e produção’, diz. ‘Fico livre de todos os ‘micos-leões-dourados’ burocráticos e administrativos para me dedicar à captação de clientes’, afirma o publicitário.


Olivetto diz que, em 2016, deixará a agência para passar mais tempo com os filhos e a família. ‘Se não assumisse esse compromisso público, eu me conheço, não sairia nunca.’


Até essa data, os atuais presidentes ficarão encarregados também de preparar a sucessão para o comando da agência.


Mais clientes


Situada em 28º lugar no ranking das 50 maiores agências de propaganda e publicidade do Ibope Monitor, que considera os dados prévios de investimentos publicitários feitos de janeiro a junho deste ano, a W/ Brasil informa que cresceu 30% nos primeiros seis meses deste ano na comparação com mesmo período do ano passado -o crescimento foi maior do que esperava para 2007. A agência faturou R$ 100 milhões neste ano e conquistou sete novas contas. Em 2006, a W/Brasil cresceu 41% em relação ao ano anterior -faturou R$ 163 milhões. Nos primeiros seis meses deste ano, o mercado de propaganda movimentou ao menos R$ 20,6 bilhões, quando considerados os investimentos publicitários realizados.


Fisicamente, a W/Brasil também vai passar por mudanças. O prédio da agência, hoje no bairro de Higienópolis, em São Paulo, deve mudar para a Vila Mariana ou para os Jardins. As negociações com os proprietários dos imóveis já começaram.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Fidel e as medalhas


‘‘O Brasil passa a ter a melhor campanha em todos os Jogos Pan-Americanos. Valeu, Hugo Hoyama!’ Era Galvão Bueno, sobre o tênis de mesa que levou o Pan de volta, por um tempo, às manchetes on-line.


E o Brasil ameaçou Cuba no quadro de medalhas, no mesmo dia em que Fidel Castro, em sua ‘terceira reflexão sobre os Pan-Americanos’, no ‘Granma’, com eco on-line do ‘New York Times’ ao ‘El País’, saiu perguntando, no título, ‘Brasil substituto dos Estados Unidos?’. Foi mais um texto com indiretas geopolíticas entremeadas ao ataque à ‘traição por dinheiro’ dos dois boxeadores que pediram asilo no Brasil, duas medalhas de ouro certas que se foram.


Ele até reclamou que pedido anterior, no handebol, ‘colocou a equipe cubana fora de combate antes de começar a luta pelo ouro’ com o Brasil. Mas fechou, de novo, saudando o ‘país-irmão da América Latina’.


A ROTINA DA CRISE


Abrindo a escalada de manchetes do ‘Jornal da Band’, começou ‘a rotina da crise’. Os dois deputados freqüentaram os enunciados on-line, na Folha Online e demais, ‘Caixa-preta aponta que colisão foi a 175 km/h’, mas nem os deputados nem quaisquer meios arriscaram tirar conclusões, desta vez. De outra parte, no ‘Jornal Nacional’ e demais, o destaque foi a suspensão da venda de passagens de vôos que chegam e saem de Congonhas.


No exterior, no despacho mais reproduzido de acordo com Google e Yahoo, o título foi que ‘a crise se arrasta’.


ESQUIZOFRENIA


Ecoou da Folha Online à BBC Brasil -e desta a outros sites- uma reportagem do jornal argentino ‘Página/12’, de ontem, questionando a ‘esquizofrenia informativa’ em torno da crise aérea.


Ele conclui que ‘nestes dias nada se descarta e nada se comprova no Brasil, a única coisa que há é especulação’. E culpa a ‘chuva’ pelo caos.


DE CRISE EM CRISE


Em análise feita por sua ‘unidade de inteligência’, a ‘Economist’ postou ontem no site, sob o título ‘De crise em crise no Brasil’, ampla radiografia de todo o setor.


Entre outras conclusões, ‘o governo falhou ao não acompanhar o ‘boom’ do tráfego aéreo’ e ‘a situação da aviação danifica economia e a imagem externa do Brasil’.


O DEBATE 2.0


Jeff Jarvis, do BuzzMachine, uma das principais referências sobre web participativa, detonou o debate CNN/YouTube com os presidenciáveis democratas, nos EUA. A seleção das perguntas em vídeo dos internautas, feita pela velha CNN, levou a ‘uma oportunidade terrivelmente desperdiçada’.


CELSO AMORIM, NÃO


Segundo o Blog dos Blogs, o chanceler Celso Amorim, ‘a amigos, se mostra preocupado com a possibilidade de abandonar as negociações para salvar a Rodada Doha’, virando ministro da Defesa. Ele acredita que ‘pode sair desfecho favorável a partir de setembro e quer estar lá’.


Nos últimos dias, renasceram os esforços pelo acordo comercial global. Ontem na Reuters, o G20 dos países emergentes, criado por Amorim, se mostrou disposto a negociar com base em proposta da Organização Mundial do Comércio -que os EUA, de seu lado, chamaram de ‘avanço’, ainda que cause ‘sentimentos contraditórios’.’


TV PÚBLICA
Roberto Muylaert


Programas jornalísticos, sim; atualidades, não


‘POR MAIS que a criação de uma TV pública seja acompanhada de um louvável arrazoado de boas intenções em relação ao público a que servirá diante da carência de valores transmitidos pelas emissoras comerciais, o fato é que a primeira preocupação do presidente da República ao conceber a sua TV é a possibilidade de reparar as críticas a seu governo feitas sem a respectiva contrapartida das ‘boas notícias’. Defender-se das críticas, no caso, é desnecessário quando se considera quão bem aquinhoado é o governo Lula no tratamento que recebe da imprensa.


Por definição, nenhuma TV pública brasileira será capaz de competir, em repercussão, com o jornalismo dos canais líderes de audiência. Tudo que é estatal (já sei, TV pública não é estatal) tem maior burocracia, menor velocidade, ainda mais quando se trata do negócio televisão, em que tudo precisa ser rápido. O presidente não interferirá na programação, é verdade, até que surja a primeira notícia contrária ao governo, que será considerada ‘alta traição’. Assim costumam reagir os governantes que viabilizam televisões públicas. E o dilema surgirá de imediato na cabeça dos dirigentes dessa TV ‘independente’, mesmo sem uma manifestação do presidente: ignorar a notícia ou dar a versão ‘verdadeira’ dos fatos, ou seja, a do governo?


O conselho da TV pública, a quem caberia dirimir esse tipo de dúvida, estará a léguas de distância quando isso acontecer. Mesmo que se reunisse em emergência, sabemos que o camelo foi projetado por um conselho ao tentar desenhar um cavalo. A verdade é que o jornalismo ‘hard news’, o de notícias quentes, principal razão da existência da nova TV pública, não é solução adequada a esse gênero de televisão. A PBS americana, por exemplo, não tem telejornal. Em primeiro lugar, porque o volume de recursos para fazer um jornalismo completo é enorme. Na TV Cultura de São Paulo, por exemplo, aproxima-se de 40% do orçamento, mesmo para um telejornal limitado, com 1% de audiência.


Portanto, quando o senhor presidente desejar redargüir uma informação de uma TV comercial, vai competir em enorme desvantagem com ela. Seus pronunciamentos mais importantes não poderão prescindir da veiculação paga nos canais de maior audiência. Uma TV pública bem-sucedida pode almejar 10% de audiência, no máximo. Jamais 50%. Em geral, tem de um a três pontos, o que é normal para uma TV que procura melhorar o nível do cidadão: o povo liga a TV para se divertir, não para aprender.


A última observação, não menos importante, é que a cabeça do jornalista que trabalha na elaboração da notícia na TV pública passa por um processo psicológico progressivo, em que ele julga ser independente, dono do pedaço, uma vez que a TV não tem dono, ao contrário dos seus colegas das TVs comerciais, que sabem muito bem até onde vão os interesses de suas empresas, gerando uma auto-restrição voluntária nas pautas e textos por puro bom senso, sem que ninguém lhes precise ditar quais as diretrizes do canal em que trabalham.


Então, a primeira crise da TV pública terá início quando for percebido que ela tiver sido mais crítica em uma notícia relativa ao governo do que as emissoras comerciais que cobriram o mesmo fato. De outro lado, a TV pública poderá ter papel fundamental no esclarecimento do que seja o espírito de cidadania de que o Brasil carece e as TVs comerciais ignoram. Além disso, a programação educativa ‘lato sensu’, a que a Constituição obriga, pode ser também suprida pela nova televisão, desde que de forma criativa e com uma imagem bem iluminada.


Nesse sentido, se o senhor presidente quiser fazer um teste, pode comparar a imagem da TV Globo com a de outras emissoras. Terá vontade de ficar na Globo, não importa qual o programa, só porque televisão é iluminação, como condição prévia para que seja possível analisar a que programa desejamos assistir. Agora basta fazer o mesmo teste de luminosidade com as TVs públicas ou estatais que estão no ar. É como se alguém apagasse o abajur da sala.


Na área jornalística, há um caminho aberto para a TV pública: os programas jornalísticos, incluindo documentários. Ninguém faz quase nada nessa área, pois são programas difíceis, demorados de produzir, caros, elaborados e exigem profissionais preparados, do tipo que se encontra mais na imprensa escrita que na televisiva, salvo honrosas exceções. À falta de programas jornalísticos, a TV pública entrará no lugar-comum das coberturas no Congresso e no Executivo, onde já existem cerca de 15 microfones, à cata da mesma notícia. Nesse caso, o 16º microfone estendido nas entrevistas coletivas será o da TV pública, para uma repetição redundante e enfadonha da mesma notícia, com o diferencial exclusivo da falta de audiência.


Em resumo: programas jornalísticos, sim, notícias de atualidade, não (exceto o mínimo previsto por lei). O restante da grade de programação será fácil de compor, partindo de bons exemplos que as TVs públicas e estatais do Brasil já desenvolveram e com a qualidade dos profissionais preparados para essa missão nobre. Como Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, e Florestan Fernandes, hoje a serviço da TV pública.


ROBERTO MUYLAERT, 72, jornalista, foi presidente da TV Cultura de São Paulo de 1986 a 1995 e secretário de Comunicação Social do governo FHC (1995).’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Cantora ‘surta’ e é demitida do ‘Domingão’


‘Eleita nova vocalista do ‘Domingão do Faustão’ depois de superar mais de 2.000 concorrentes, Lu Schievano, 32, já foi demitida da Globo. Ela ficou apenas dois domingos como cantora da banda liderada pelo ex-RPM Luiz Schiavon. Sua última aparição foi no dia 15.


Lu, que também é atriz e modelo, foi cortada porque fez exigências incomuns para uma recém-admitida na emissora, como um camarim só para ela.


Pediu também passagens aéreas de São Paulo para o Rio, enquanto a banda viaja de ônibus. A rede cedeu, mas Lu teria feito escândalo ao ser informada sobre seu salário (cerca de R$ 4.000). O fator determinante para sua demissão, no entanto, foram atritos com a banda.


‘A Lu é uma grande cantora, ganhou [o concurso] por mérito. Mas não tem o perfil adequado para a banda. Ela não resistiu às pressões de um programa ao vivo. Então, a gente resolveu parar para não desgastar’, diz Schiavon, diretor musical do ‘Domingão’.


O músico confirma ter havido atritos: ‘Quando se trabalha em banda, sempre há uma treta, mas nada que não seja do cotidiano, coisas de ensaio, de repertório. O fato é que não houve adaptação de parte a parte’.


Procurada, Lu não comentou o assunto. ‘Podem falar até em camarim indiano, mas ainda não conversei com o Fausto [Silva] sobre isso’, afirmou.


O ‘Domingão’ ficará temporariamente sem uma cantora.


PITI


A humorista Claudia Rodrigues rodou à baiana ao ser informada pela Globo de que ‘A Diarista’ vai sair do ar. Disse que tinha proposta da Record e que iria trocar de emissora.


TALENTUDAS


O ‘SBT Realidade’, programa de Ana Paula Padrão que na maioria das edições ‘investiga’ o mundo animal, mudou de dia. Passou para as quintas. Em seu lugar, às segundas, entrou o ‘Sem Controle’, humorístico cujas piadas sempre terminam em strip-tease, mas que dá o dobro de ibope do jornalístico.


NA FILA


O novo programa de Xuxa, uma gincana gravada cada dia numa cidade diferente, ainda não está confirmado na grade da Globo. O piloto ainda depende de aprovação da rede.


CORTADA 1


O canal pago People+Arts decepcionou os telespectadores que acompanhavam, anteontem, o quinto episódio da atual temporada de ‘O Aprendiz’, com Donald Trump. Depois de 55 minutos de programa (e muitos intervalos), quando faltava apenas o desfecho, em que seria revelado o demitido da noite, o episódio foi cortado _entrou um filme no lugar.


CORTADA 2


A assessoria do People+Arts no Brasil informa que um ‘problema técnico pontual’ (um erro na codificação da programação) deixou de fora os ‘últimos 6 minutos e 40 segundos do episódio’. ‘O canal lamenta o ocorrido e em respeito ao público que prestigia a programação reprisará o episódio na íntegra no próximo domingo, 29 de julho, às 23h’, disse em nota.’


Lucas Neves


Perfil sobre hippies valoriza as drogas


‘Da euforia ‘flower power’ do fim da década de 60 à rebordosa dos anos 70, do nascimento embalado a LSD em San Francisco à sua internacionalização ‘pasteurizada’ (‘de butique’, se assim se quiser), da contestação pacífica às ofensivas midiáticas talhadas para as câmeras, o movimento hippie é revisitado em um especial de duas horas que o History Channel apresenta nesta noite.


A primeira hora aborda principalmente o uso do ácido lisérgico como combustível da turma, que chegou a promover um ‘megabarato coletivo’ na Califórnia para protestar contra a criminalização do uso e da distribuição da droga, em outubro de 66. Além dos hippies, a CIA e um bom número de psicoterapeutas eram entusiastas do LSD, segundo o programa. A primeira patrocinava testes para medir o poder da substância no controle da mente; os segundos viam na droga a mola que empurraria pensamentos e emoções reprimidos para o campo da consciência, onde poderiam ser analisados.


O programa mostra como a onda lisérgica criou figuras ‘sui generis’ na comunidade hippie, como o ‘milionário do ácido’ e o ‘pope of dope’ (algo como ‘o papa do tapa [na pantera]’, para manter a rima original). Para além do folclore, fica faltando tratar do engajamento político, da liberação sexual e, sobretudo, da música que embalava o desbunde.


HIPPIES


Quando: hoje, às 22h


Onde: History Channel’


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FOX EXCLUI DE SÉRIE ALUSÃO A MASSACRE DA VIRGÍNIA


‘A rede de TV norte-americana Fox determinou mudança na sinopse de uma série que produz, para a retirada de referência ao massacre ocorrido em abril deste ano no campus de uma universidade na Virgínia, perpetrado por um estudante. A série é baseada nos filmes em que o ator Arnold Schwarzenegger encarna o papel do Exterminador.’


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 25 de julho de 2007


CRISE NO AR
José Nêumanne


Obscenos, insensíveis, incompetentes…


‘Foram execráveis, mas jamais surpreendentes, os gestos com que o professor Marco Aurélio Garcia e o jornalista Bruno Gaspar, assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comemoraram no Palácio do Planalto a hipótese de a queda do Airbus da TAM em Congonhas ter sido causada por falha mecânica. A comemoração chula seria estúpida em qualquer ocasião. Mas foi ainda mais grave por ter ocorrido depois da morte de 200 pessoas num desastre. E porque culminou a insensatez galhofeira com que o primeiro escalão federal tratava antes o caos aéreo nacional e o descaso com que o chefe do governo lidava com o problema. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, já se aproximara da obscenidade ao receitar o ‘relaxa e goza’ aos passageiros angustiados com adiamentos e cancelamentos de vôos. Seu colega da Fazenda, Guido Mantega, deixara clara a falta de seriedade da administração federal quando atribuiu a crise nos aeroportos a um aumento de demanda provocado pela prosperidade na economia. E o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, cunhara o lema definitivo de sua gestão na aviação comercial brasileira ao constatar que, neste país, avião seguro só avião no solo.


Em matéria de sinceridade a toda prova, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia dado sua contribuição à candura impune com que ele e seu governo lidam com a administração de uma das 12 maiores economias do mundo, ao confessar que faz o que pode e deixa o resto como está para ver como é que fica. Essa confissão, feita algumas horas antes de o jato se espatifar na loja da TAM Express e no posto de gasolina autorizado a funcionar no outro lado da avenida para a qual dá o fim da principal pista de pousos e decolagens do aeroporto mais movimentado do País, foi levada à prática com empenho e zelo ao longo da crise. Cultor ele próprio de patacoadas, algumas vezes inócuas, Sua Excelência perdoou cada batatada de seus subordinados. Nenhum deles foi sequer admoestado publicamente pela chefia, ainda que todos tenham, pelo menos teoricamente, contribuído para desgastar a imagem do governo. Ou seja, desde o início ficou claro que o gesto grosseiro dos dois auxiliares do presidente, mesmo que só expressem o desprezo de ambos pela liberdade de expressão, que Garcia assumiria em nota oficial, terminou por simbolizar, de forma grotesca e brutal, o que a zelite dirigente faz com a sociedade indefesa. E a forma como esta sabe que é tratada pela ‘companheirada’ no poder.


Se dúvidas havia quanto a isso, elas foram dirimidas, primeiro, pelo flagrante da descontração sorridente da cúpula da Infraero em São Paulo na hora da catástrofe e, depois, pelas reações oficiais nos dias posteriores ao flagrante do gesto chulo, que não foi uma manifestação privada, pois ocorreu num prédio público cuja denominação serve de metáfora para o poder máximo na República. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, associou-se aos colegas ‘aloprados’, contribuindo para a marcha geral da insensatez, ao condecorar três diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por seus préstimos à aviação nacional. Santos-Dumont, cujo aniversário foi festejado na data da entrega da medalha, teve sua memória conspurcada pelas condecorações para o militante petista Milton Zuanazzi, o presidente, a protegida de José Dirceu Denise Abreu e o aliado, do PMDB baiano, Leur Lomanto. No mesmo dia, o presidente da República prometeu à Nação dar mais força à Anac para resolver o problema, do qual a tragédia foi resultado.


Pois é. Luiz Inácio Lula da Silva ficou calado por 72 horas e convocou rede nacional de rádio e televisão para apresentar condolências aos familiares das vítimas; anunciar providências que só serão tomadas em dois meses; e cumprimentar os bombeiros paulistas, heróis da tragédia. Os pêsames foram dados com três dias de atraso; as providências deveriam ter sido tomadas dez meses atrás, quando caiu o jato da Gol na Amazônia; e os bombeiros teriam de ser cumprimentados pessoalmente, como faria o líder de uma democracia que se preze. É bastante discutível que as providências anunciadas dêem resultados positivos. Mas mais relevante é o fato de a Nação se ter sentido desamparada e órfã quando o presidente calou, e não ver motivo nenhum para haver achado amparo no pronunciamento.


Pois os gestos de Garcia e Gaspar não foram fortuitos, mas reveladores: expressaram a brutalidade pragmática que a cúpula federal aprendeu com seu líder máximo, o ditador georgiano Josef Stalin. Com base na filosofia de Karl Marx e na submissão às conveniências políticas do partido que se considera a vanguarda da classe trabalhadora, aprendida por Lenin no Catecismo de Netchaiev, o tirano soviético ensinou a seus discípulos que ‘os fins justificam os meios’. E, depois que a herança stalinista foi soterrada sob as ruínas do Muro de Berlim, restou aos neostalinistas do PT a lição de que o Estado existe para empregar os ‘bons companheiros’ e isso basta para justificar a permanência no poder. Fosse qual fosse a motivação para o silêncio e, depois, para o pronunciamento do presidente – a tentativa de transferir o ônus político para os adversários no governo do Estado e na Prefeitura de São Paulo, o olho arroxeado pelo terçol ou a falta do que dizer -, ela foi cruel. Pois à Nação só resta agora rezar para evitar a próxima tragédia, de novo anunciada, uma vez mais inexorável. Afinal, os neostalinistas, além de obscenos, também são incompetentes e irresponsáveis. Há burocratas demais pondo em risco vidas de passageiros nos aviões do Brasil e nem o ministro da Defesa, Waldir Pires, assumiu sua óbvia responsabilidade pela gestão.


É cada um por si e nem a Deus cabe intervir – nem perdoar. Pois eles sabem o que fazem. Mas não como fazer.


José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde’


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Marili Ribeiro


‘Vou me aposentar. Mas daqui a nove anos’


‘Washington Olivetto, sócio-fundador da agência W/Brasil, tem um vasto currículo de iniciativas bem sucedidas no meio publicitário, sendo que muitas delas abriram novos caminhos no segmento. Ao anunciar o processo de sucessão que desenhou para si na W/Brasil, mais uma vez repete a ousadia que tanto preza e gosta de protagonizar.


As agências de propaganda no Brasil, em geral, não têm tradição em ações sucessórias planejadas, procedimento que costuma ser comum em outros segmentos da economia.


Olivetto deu largada ao projeto para o futuro da W/Brasil ontem, ao passar a presidência da agência para dois profissionais que atuavam na empresa há algum tempo: Paulo Gregoracci e Rui Branquinho. O primeiro passa a cuidar das áreas de mídia, sua origem profissional, e também da administração da operação e do atendimento aos clientes. Já Branquinho responderá pelos departamentos de criação, sua formação, e do planejamento das campanhas.


O desligamento efetivo de Olivetto ainda vai levar nove anos para acontecer. E será lento, gradual e seguro, já que ele determinou que deixará de participar do dia-a-dia da agência apenas quando completar 64 anos. Idade que passará a ser limite para todos os profissionais que assumirem o comando do negócio. ‘Nessa época, meus filhos menores terão 12 anos e vou aproveitar para me dedicar a educá-los, viajando pelo mundo’, planeja.


Com o bom humor que lhe é característico, Olivetto aproveitou a promoção dos dois profissionais, que passam também a ser acionistas minoritários do negócio, e autodefiniu-se o ‘chairs-man’ da agência.


Com esse novo cargo, uma espécie de corruptela do posto de chairman, aplicado aos presidentes de conselhos de administração, Olivetto, na verdade, faz uma referência à prática adotada por ele mesmo, anos atrás, na W/Brasil. Para que pudesse participar do trabalho das equipes de criação da agência, em cada uma das mesas havia sempre disponível uma cadeira vazia para que Olivetto pudesse dar um pitaco, sempre que necessário, no desenvolvimento de uma campanha.


‘Há cinco anos comecei a pensar no projeto de continuidade para a W, uma marca local que, pretendo, vai continuar sendo uma agência brasileira, apesar de todo o assédio para venda que sempre recebemos’, diz ele. ‘Eu percebi que há um momento em que a gente deixa de ser valor agregado e se torna empecilho. Tenho de me preparar para esse momento.’


Desde a década de 80, quando começou a colecionar os 49 Leões conquistados no Festival de Cannes, Olivetto desenha uma carreira vitoriosa. A W/Brasil, fundada há 26 anos, deu origem ao grupo Praxis, que hoje detém 40% de participação em duas outras agências: Lew,Lara e Escala. Entre os planos de curto prazo do grupo estão a compra de uma empresa de internet, assim como um novo endereço em São Paulo para a sede da W/Brasil.’


TELEVISÃO
O Estado de S. Paulo


Estréia na TV Cultura filme sobre a China


‘O documentário Viagem ao Anhui estréia hoje, às 21 h, na TV Cultura.Dirigido por Marcelo Machado, aborda uma das regiões mais antigas da China, a província do Anhui. O filme acompanha o jornalista Jayme Martins a uma das regiões mais antigas da China e inclui declarações de Sidney Rittenberg, americano ex-membro do Partido Comunista Chinês e hoje consultor para negócios entre EUA e China.’


Leila Reis


Cicarelli: ‘Só acontece comigo!’


‘Extremamente arredia com a mídia depois de seu desastrado casamento com o craque Ronaldo e do flagrante em cenas calientes com o namorado numa praia na Espanha por um paparazzo há um ano, Daniella Cicarelli não quer saber de muita conversa com a imprensa. Nesta entrevista exclusiva ao Caderno 2, ela reclama das mentiras publicadas a seu respeito e diz que as confusões que a envolveram não afetaram sua carreira em nada. Líder de audiência na MTV com dois programas, Daniella está cursando Direito para ‘melhorar o bom senso’ e diz que em sua vida as coisas são imprevisíveis: ‘Eu vou do inferno ao céu com a velocidade do trem-bala.’


Você tem as maiores audiências e os maiores faturamentos da MTV. A que você atribui isso?


Acho que é a minha forma de fazer. Eu tinha dois caminhos na TV: atuar, montar um personagem, ou usar a minha própria personalidade. Se existe uma atriz dentro de mim, eu ainda não consegui encontrar. Então resolvi ser eu mesma, ser igual na minha casa, com meus amigos. Estava gravando um quiz show sobre moda no programa Batalha de Modelos, fiz uma pergunta para a menina e já emendei: ‘Olha lá o que você vai responder, porque vão dizer que nós, modelos, somos burras.’ Outro dia critiquei o pé de um menino, falei que só não era mais feio do que o meu. Acho que assumir os defeitos em público é uma coisa com que os adolescentes se identificam. Mostro a eles que se, meu pé é feio, não fico lamentando, procuro destacar outra parte: minha bunda, por exemplo. A gente escolhe; na vida, a gente queira ou não, é feita de escolhas.


O Beija Sapo está numa fase bem gay e você trata essa diversidade com toda naturalidade. Onde você aprendeu isso?


A primeira coisa que se tem de fazer na vida é tratar as pessoas com respeito. Entender que nem todo mundo tem de ser e pensar como você. Lido com princesas e sapos, príncipes e pererecas, príncipes e sapos, princesas e pererecas da mesma maneira. A postura no vídeo deve refletir o que eu sou, meu compromisso é ser uma boa pessoa e aceitar os outros como são. Aliás, esse deveria ser o compromisso de todo mundo.


Como sente os adolescentes hoje?


Estão mais abertos, beijam na boca, limpam os lábios e vão beijar outro ou outra. Estão mais desencanados, acham beijo na boca um direito natural. Formam casais no auditório e quando passo na frente da padaria, aqui perto na MTV, vejo que já trocaram os pares. Diferente de mim, que fui uma menina da roça, filha de uma tradicional família mineira, superconservadora.


Faz um ano que seu namoro numa praia espanhola foi parar no YouTube. Como isso afetou sua vida?


Na carreira não afetou em nada, o ibope continuou a mesma coisa, os patrocinadores não se afastaram e não interferiu nos contratos. A exposição é uma coisa que incomoda, por isso, sempre tentei preservar meu lado pessoal. Problemas todo mundo tem, mas para o público não importa se eu estou sofrendo ou não. O assédio da mídia continua grande, uma revista de celebridades queria me fotografar na faculdade, mas não deixei. Aí, contrataram um colega de classe para fazer a foto e ganhar uns trocados. A gente ter de estar preparado para tudo na vida, porque existem acidentes de percurso e nem tudo é lindo.


Aonde você quer chegar?


A minha vida dá muitas voltas, mas eu deixo ela me levar. Eu era modelo amadora em Belo Horizonte para ganhar um dinheirinho. Resolvi fazer Administração de Empresas até vir para São Paulo e ser chamada para participar da novela As Filhas da Mãe, na Globo. Vim para a MTV há quatro anos e agora decidi cursar mais uma faculdade. Estou no Direito da FMU não para ser advogada, mas para aprender antropologia, filosofia, melhorar o bom senso.


Tem recebido muitas propostas?


A vida é feita de propostas. No ano passado, a Record me chamou para fazer um programa de namoro, mas achei que ainda não era hora de mudar. Trabalhar na MTV é uma delícia. Adoro minha carreira de apresentadora, aprendo muito.


Sua trajetória pessoal tem sido marcada por percalços. De quem é a culpa?


De ninguém. Eu vou do inferno ao céu com a velocidade do trem-bala. Agora, graças a Deus, está tudo certo comigo. Confusões aparecem, mas não acho que a culpa seja inteiramente minha. Sempre penso: ‘Só acontece comigo.’ Não que eu tenha complexo de perseguição, mas quando vejo situações complicadas, penso: ‘Se fosse comigo, ia dar pano pra manga, ia sair em tudo quanto é revista e jornal.’


Qual foi a grande mentira publicada a seu respeito?


São tantas eu que nem sei e não quero voltar a certos assuntos. Com toda certeza, meu casamento com o Ronaldo bateu o recorde na produção de mentiras. Mas continuam inventando muita coisa. Outro dia li em uma nota que eu havia brigado na inauguração de uma boate. Liguei para jornalista para dizer que eu não estava naquele lugar e ela publicou outra nota dizendo que eu tinha ligado para me explicar. Então eu desisto. Não vou para revista apontar o homem da minha vida nem dizer que quero comprar um helicóptero. Para quê?


Como você lida com a idade?


Outro dia um menino disse no programa que gostava de mulher mais velha e que havia beijado uma coroa. De 27 anos, minha idade! Falei: peraí, mais respeito no recinto. Envelhecer não é problema, se você mantiver o espírito jovem.’


Shaonny Takaiama


Ecos de Sinhá Moça


‘Produzido há um ano e meio, o remake de Sinhá Moça, de Edilene e Edmara Barbosa, filhas do autor do original, Benedito Ruy Barbosa, vai repetindo o sucesso da produção de 1986.


Apresentada ao mercado internacional somente em abril deste ano, a nova Sinhá já foi vendida para cinco países e encontra boa aceitação por onde passa. No momento, compete ao Seoul Drama Awards 2007 na categoria de ‘melhor série dramática’. A final está anunciada para 28 de agosto e Sinhá concorre com cinco produções estrangeiras.


Essa foi sua segunda indicação no cenário internacional. Em 2006, a trama foi finalista do International Emmy Awards, na mesma categoria.


A primeira Sinhá Moça, com Lucélia Santos e Marcos Paulo, foi, até sete anos atrás, o segundo título mais vendido da Globo no mundo todo – perdia apenas para o original de Escrava Isaura (1976), com a mesma Lucélia. Após 2002, o ranking divulgado pela Globo passou a dar a Terra Nostra – também de Benedito Ruy Barbosa – como o primeiro lugar no ranking de vendas internacionais, o que jogou Escrava para segundo e Sinhá Moça (a de 86) para terceiro lugar.


Entre-linhas


Heroes foi considerado o melhor programa do ano de 2006 pela Associação dos Críticos de Televisão, que reúne 200 jornalistas dos EUA e Canadá.


O chef Jamie Oliver ganha mais espaço no GNT. No dia 7, estréia Em Casa com Jamie Oliver e, no dia 10, Jamie Oliver, no Ponto!, sempre às 21h.


Enfim a Globo anunciou oficialmente a estréia da sitcom Toma lá, Dá cá, originalmente planejada para as noites de domingo, na vaga de A Diarista, nas noites de terça. A atração, com Miguel Falabella, Diogo Vilela, Marisa Orth e Adriana Esteves, estréia dia 7.


A Diarista, nos moldes em que o público conhece hoje, sairá de cena, em razão de egos inflados no elenco.


A partir da próxima semana, a TVJB passa a integrar o sistema digital da Net na cidade de São Paulo, via canal 14. Após 3 meses, a emissora passará para o canal 12.


Sem vocação para a coisa, Joana (Fernanda Machado) comprova a tese de seu pai biológico, Jáder (Chico Diaz), em Paraíso Tropical: em seu primeiro dia como garota de programa, a moça foge do cliente.


Especializada em conteúdo infantil na web e na TV, a produtora TV Pingüim amplia seu menu. Saem esta semana os dois primeiros de uma série de 20 livros, via Panda Books, de Célia Catunda, Fernando Salem e Kiko Mistrorigo: De Onde Vem o Pão? e De Onde Vem a Televisão?’


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Quarta-feira, 25 de julho de 2007


IMPRENSA REGIONAL
Juliano Azevedo


Diário da Tarde, de Minas Gerais, será extinto. Aqui BH será reformulado


‘Com 77 anos de história, chega ao fim o tradicional jornal mineiro Diário da Tarde. Na manhã de segunda-feira (23/07), o diretor de redação, Josemar Gimenez, anunciou a demissão de 85% dosjornalistas que trabalhavam no veículo. Segundo os profissionais, a edição de terça-feira (24/07) deve circular com material reproduzido dos jornais Estado de Minas e Aqui BH – os outros veículos impressos do Grupo Diários Associados no estado –, já que eles não tiveram tempo de redigir o material produzido pela manhã.


Na capa do jornal desta segunda, um anúncio, que assustou a redação: ‘Semana DT: amanhã seu Diário da Tarde é por nossa conta. Tem presente para quem gosta de ler o DT todo dia. Preencha o cupom abaixo, entregue ao jornaleiro e troque pelo DT de amanhã em qualquer banca até o dia 28 de julho’. O DT circulará gratuitamente até sábado, dia 28 de julho, último dia em que ele chega às bancas.


Segundo Josemar, a circulação do Diário da Tarde caiu de 35 mil exemplares para 15 mil nos últimos sete anos. O jornal teve prejuízo de R$ 5 milhões em 2006. ‘O DT acabou espremido entre o Aqui e o Estado de Minas e, por uma questão mercadológica, não conseguiu se manter’, explica. Sobre as demissões, o diretor estima que atinjam algo em torno de 60 pessoas em diversas áreas. ‘Mas tentaremos manter o máximo de gente dentro dos Diários Associados’, diz.


Com o Diário da Tarde saindo de circulação, o Aqui BH será reformulado. ‘Com o fim do DT, muito do conteúdo e do pessoal serão agregados ao Aqui’, informa Josemar. O novo Aqui BH estréia na segunda-feira (30/07).


Morte prevista


Em 2006, a redação do Diário da Tarde já havia passado por reformulações, com diversas demissões e a contratação de trainees. Há cerca de um mês, 11 funcionários da área administrativa dos Diários Associados em Minas foram demitidos.


Para o presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Elian Guimarães, também repórter do Diário da Tarde, a morte do jornal já era prevista. ‘Notamos mudanças na linha editorial e gráfica que não acompanhavam o gosto do leitor. Houve o fechamento de departamentos, editorias, unificação do setor publicitário com o Estado de Minas, além da diminuição do número de exemplares em circulação nas bancas’, relata Elian. ‘Com o término de um dos mais tradicionais jornais do Brasil, perdem a sociedade, os profissionais de comunicação, os anunciantes e os jornaleiros’, opina.


Na tarde de segunda-feira (23/07), o departamento jurídico do sindicato irá se reunir para discutir este processo de demissão em massa. ‘Vivemos sobre tensão nos últimos tempos, pois havia boatos do fim do DT e a direção não se posicionava. Hoje, muitos repórteres estavam na rua quando foram chamados de volta à redação para serem demitidos’, conta Elian.’


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