Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Wilson Tosta


‘Deputado federal por seis mandatos consecutivos, Roberto Jefferson Monteiro Francisco, de 52 anos, ganhou notoriedade na virada dos anos 70 para os 80, por sua atuação como advogado no programa televisivo O Povo na TV, de perfil popularesco e que fazia muito sucesso junto à população mais pobre, entre desempregados e aposentados.


Seu discurso moralista, repetido em quadros que relatavam casos de mau atendimento em órgãos públicos e em reportagens policiais, transformou-o numa personalidade e, na eleição de 1982, num dos deputados federais mais votados do Rio, pelo PTB, com expressiva votação – 84.638 sufrágios.


Foi com essas credenciais pessoais e profissionais que o advogado criminalista, nascido em Petrópolis, na região serrana do Rio, e formado pela Universidade Estácio de Sá, fez sua entrada na política nacional e desembarcou no Congresso Nacional em fevereiro de 1983.


Jefferson orgulha-se de ostentar o rótulo de trabalhista, embora sua atuação política e parlamentar pouco lembre o histórico PTB da fase pré-64, fortemente vinculado às grandes lideranças sindicais da época – muitos rotulados como ‘pelegos’ – e portador de um discurso de esquerda reformista, alinhando-se com as radicais reformas preconizadas pelo então presidente João Goulart.


FUNDADORES


Roberto Jefferson costuma citar o avô, Ibrahim, como um dos fundadores do PTB, em 1945, e o pai, Roberto Francisco, como um tradicional militante petebista, além de vereador. Toda essa ‘tradição trabalhista’ familiar, porém, não o impediu de, numa entrevista ao Estado, em 2004, defender a flexibilização das leis de trabalho.


Nascido em 14 de junho de 1953, Jefferson estudou no Colégio Werneck e tem três filhos de seu casamento com Ecila Brasil: Cristiane, vereadora na cidade do Rio de Janeiro; Roberto, assessor da prefeitura de Belém (PA); e Fabiana, casada com Marcus Vinicius Vasconcelos Ferreira, que foi investigado nos escândalos.


Alinhado com os conservadores, Jefferson foi vice-líder do PTB na Câmara entre 1983 e 1986, mas em 1984 votou a favor das eleições diretas. Reeleito em 1986, foi coordenador de plenário do Movimento do Centro Democrático, bloco conservador que atuou na Assembléia Nacional Constituinte e depois se notabilizou pelo apelido de Centrão, por suas posições antireformas sociais.


Foi relator, na Comissão de Constituição e Justiça, do projeto de lei sobre crimes hediondos que originou a Lei 8.072/90, que endureceu penas para criminosos. Mas foi no mandato seguinte que começou a ganhar projeção nacional como um dos líderes da ‘tropa de choque’ do governo de Fernando Collor, que tentou, sem sucesso, evitar o impeachment.


Ao longo dos últimos dez anos, aprofundou sua influência em órgãos federais, sobretudo no Rio. Apesar de ter sido sempre adversário do PT, foi justamente no governo do presidente Lula que ele ampliou o seu espaço político, chegando à direção do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Já era, então, presidente nacional do PTB, posto que assumiu após a morte do deputado federal José Carlos Martinez (PTB-PR).


TROGLODITA


Jefferson já admitiu que, obeso e andando sempre armado, era ‘um troglodita’, perfil reforçado pela doação de R$ 50 mil divididos em duas parcelas de R$ 25 mil, feita pela empresa Forjas Taurus, fabricante de armas, à sua última campanha de deputado. Na época, pesava 170 quilos e tinha um estilo atrevido de fazer política, caracterizado por provocações que irritavam os adversários.


Submeteu-se a uma cirurgia de redução de estômago, perdeu peso e hoje até canta ópera, mas persiste com o jeito provocador, pontuado por frases de efeito, gírias inesperadas e esgares faciais.


Em 2002, depois de apoiar a candidatura de Ciro Gomes, no primeiro turno, Jefferson aderiu ao governo Lula, em troca de indicações para cargos públicos, até ser encurralado por denúncias de corrupção de indicados por ele e pelo PTB na administração pública.


Cobrou solidariedade do governo e mereceu, de Lula, além da qualificação de ‘parceiro’, a declaração engajada de que lhe daria ‘um cheque assinado em branco’. Se Lula afagava, José Dirceu trabalhava por sua incriminação, como mencionou à época e repetiu ontem.


Numa entrevista-bomba, partiu para a guerra com o PT e o governo, denunciando a manipulação de gordas quantias para aliciar parlamentares.?’



Merval Pereira


‘Dois a menos’, copyright O Globo, 15/09/05


‘Dois tipos primitivos e desprezíveis de políticos tiveram ontem determinado o fim de suas carreiras, pelo menos no futuro imediato. Um, Roberto Jefferson, por repulsa de seus pares, teve o mandato cassado num processo eminentemente político, menos pelo motivo oficial, de não ter provado a existência do mensalão — mesmo porque ainda faltam as investigações de duas CPIs – e mais por ser réu confesso de ter recebido R$ 4 milhões do caixa dois do PT, e de ter usado indicações para cargos em estatais para arrecadar dinheiro para o PTB.


Outro, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, atropelado por um cheque endossado por sua secretária, que prova cabalmente que ele pediu propina para manter o concessionário do restaurante da Câmara.


Severino Cavalcanti, depois de ter desistido de presidir a sessão em que a Câmara cassou o mandato de Jefferson, já pensava ontem em renunciar ao seu mandato. Para tentar uma ‘saída honrosa’, arranjou a desculpa de que os R$ 7.500 seriam uma doação de Sebastião Buani para a campanha para deputado em Pernambuco de um filho seu que já morreu. Como a prestação de contas da campanha não registra essa doação, na prática Severino Cavalcanti está jogando para seu filho morto a acusação de ter usado caixa dois.


É sintomático da deturpação moral desse tipo de político procurar se esconder atrás do financiamento de campanhas políticas, como se o ‘dinheiro não contabilizado’ fosse um crime menor do que receber propina pura e simples. Já foi assim há cerca de 15 anos, quando PC Farias atribuiu a ‘sobras de campanha’ a dinheirama que não tinha explicação oficial. Nos dois casos atuais, está provado que ambos venderam-se, embora por motivos diferentes.


Severino Cavalcanti, saído das sombras do baixo clero para a presidência da Câmara por um desvio de conduta de parte ponderável da oposição junto com a base aliada do governo, se utilizava de suas funções administrativas para achacar prestadores de serviços da Câmara. Era um mero ‘petequeiro’, no linguajar dos pequenos criminosos verbalizado por Roberto Jefferson.


Já o ex-presidente do PTB, que, saído de programas populares de televisão como advogado de porta de cadeia, passou a maior parte de sua carreira política no mesmo baixo clero da Câmara onde até ontem reinava Severino Cavalcanti, usou e foi usado pelo governo Collor e, não por coincidência, foi guindado novamente ao primeiro time pelo governo Lula. Deixou de ser um ‘petequeiro’ qualquer para, transformado em aliado fundamental do governo, montar um grande esquema de corrupção em vários órgãos públicos, como está sendo provado na CPI dos Correios.


Ontem, mudando de atitude, Roberto Jefferson acusou o presidente de ser responsável pela corrupção, se não por ação, por omissão. E o acusou, indiretamente, de ter mentido, quando comparou sua atitude de dizer que nada sabia à do ex-presidente do PT José Genoino, a quem chamou diretamente de mentiroso. Genoino, que negara em seu depoimento na CPI conhecer os acordos envolvendo dinheiro com os partidos aliados, foi o autor do acordo que transferiu R$ 4 milhões para os cofres do PTB, como reafirmou ontem da tribuna Roberto Jefferson.


Também insinuou que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, planejou fazer um pronunciamento na televisão para jogar a culpa da corrupção nos Correios no PTB, por orientação do presidente Lula. Para quem ameaçava com grandes denúncias explosivas, foi um traque que deve ter aliviado o Palácio do Planalto. A opinião de Jefferson sobre a falta de aptidão do presidente da República pelo trabalho não tem a menor importância.


Pode ser até que afete ainda mais a popularidade do presidente Lula, que já está em queda, porque Roberto Jefferson transformou-se em um ídolo popular, com seu jeito histriônico e sua capacidade de engabelar o eleitorado, numa demonstração de que ainda temos muito o que aperfeiçoar em nosso sistema eleitoral. Será, porém, apenas uma disputa entre dois políticos populistas, com credibilidade entre o eleitorado menos esclarecido.


No plenário, sua filha, a vereadora pelo Rio Cristiane Brasil já se prepara para receber os muitos votos que seu pai lhe trará. Ela trouxe do Rio uma claque que aplaudiu Roberto Jefferson quando ele chegou à Câmara, e provocou um pouco de tumulto nas galerias da Câmara. Atitude parecida, aliás, com a de seu maior inimigo político, o deputado José Dirceu, que retornou à Câmara com o apoio de uma claque do PT do Distrito Federal.


A opinião de Jefferson sobre qualquer assunto nunca teve a menor importância. Ele só é crível quando assume seus crimes e denuncia seus cúmplices. Nesses momentos, ele tem a credibilidade do mafioso que rompe com sua quadrilha e passa a denunciá-la. Se tivesse condições de acusar diretamente o presidente Lula pelo esquema de corrupção que foi montado no e pelo governo, o teria feito, tal a raiva que destilou durante seu discurso.


Não o fez, ou porque não tem mesmo testemunho a dar, ou porque não tem coragem de acusar diretamente o presidente, ficando no meio do caminho, com indiretas e evasivas. Em qualquer dos casos, deu um fôlego importante ao presidente Lula, embora tenha acusado seu governo de ser o mais corrupto com que conviveu, um testemunho de peso diante dos antecedentes do denunciante.’



Luis Fernando Verissimo


‘Inocentes úteis e inúteis’, copyright O Globo, 15/09/05


‘Os ‘Intelectuais de esquerda’


A gente somos inútil, por que nós? Pode acontecer o que aconteceu com o pobre Cinna, no ‘Julio Cesar’ de Shakespeare. Não adiantou ele convencer a turba vingativa de que era um poeta, não um conspirador. Desmembraram-no pelos seus maus versos. Mas a aparente injustiça do que fizeram com o Cinna traz uma lição: desde então, a inocência não pode mais ser invocada como álibi pelos intelectuais. A inocência é o crime.


É fácil fazer pouco da categoria dos intelectuais de esquerda, na medida em que é sempre tênue a diferença entre idealismo e ingenuidade. Uma consciência social ostentada acaba confundida com outros tipos de sensibilidade rarefeita, como a poética, e o engajamento político com apenas outro convite inconsciente ao desencanto, que também é coisa de poeta. Mas o oposto de inocentes inúteis desiludidos com o pouco proveito dos seus bons sentimentos e da sua pregação moral são os inocentes úteis, intelectuais que pensam estar contrapondo o real ao rapsódico e estão servindo, com a mesma ingenuidade dos inúteis, à manutenção do horror social brasileiro. Ex-esquerdistas que transformam seus atos de contrição pessoal em defesas do status quo , que é o horror em Latim. Filósofos de porta de federações de indústrias que dizem aos donos do poder real o que eles gostam de ouvir e dão respeitabilidade intelectual à rapinagem de um país pela sua própria elite, que tem sido a constante da nossa história econômica. Estes sim são usados. Sua inocência não é menos criminosa por não se reconhecer. E eles não são menos poetas por gostarem de chutar quem está no chão.


***


SAMBA DA CAIXA PRETA


(Da série ‘Poesia numa hora dessas?!’)


Nosso amor explodiu no ar


e foi destroço pra tudo que é lado.


Recuperaram aquele colar


e um bilhete chamuscado


dizendo ‘não tente me achar,


entre nós está tudo acabado’.


E dentro da caixa preta


o meu coração a pulsar.


Oi, a pulsar.’



Folha de S. Paulo


‘Organizações Globo são criticadas por deputado’, copyright Folha de S. Paulo, 15/09/05


‘Roberto Jefferson usou parte de seu discurso na tribuna do Congresso para fazer duros ataques ao jornal ‘O Globo’, a quem acusou de ser ‘politicamente amoral’. O deputado ainda acusou as Organizações Globo de terem dívidas previdenciárias e de terem sido beneficiadas por empréstimos do BNDES. Tanto a Globo como o BNDES refutaram as acusações.


Jefferson acusou o governo de ficar ‘à espera de elogios no Jornal Nacional’ e disse que ‘O Globo’ vende a manchete de política, do caderno econômico e tenta nos calar aqui no Congresso’.


As críticas ocorreram ao final da introdução, quando ele concluía os agradecimentos e citou seu avô Ibrahim, já morto, imigrante do Líbano. Disse que o avô, quando lia o jornal, dizia: ‘Meu neto, atrás de toda manchetona escandalosa tem um interesse maior. O jornal que vive de manchete escandalosa quer acertar sempre com o governo. Quanto mais panfletarem a manchete, maior o cheque que vão sacar no banco oficial’.


E na seqüência disparou: ‘Eu me refiro ao ‘Globo’. Na área econômica, cultural, de esportes, não tenho nada a falar, mas politicamente é um jornal amoral, falido, que se enfiou sempre nos cofres públicos e nas contas do povo do Brasil. O povo do Brasil paga as contas do ‘Globo’.


Jefferson prosseguiu suas críticas afirmando que o jornal fluminense detém facilidades do governo para obter recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e perdão de dívidas com o INSS. Usou como contra-exemplo a prisão dos donos da Schincariol.


‘Vi lá o empresário da Schincariol ser preso por R$ 1,2 bilhão, algemado, a imprensa arrombar a casa e [sic] botar uma bomba na porta, mas só de INSS ‘O Globo’ deve mais de R$ 1,2 bilhão, está lá na Superintendência da Polícia Federal o processo por apropriação indébita. Por que a Polícia Federal não prende ninguém de lá? Na Schincariol [sic] mete algema, mas ‘O Globo’, o rabo entre as pernas. […] R$ 2,8 bilhões já levou do BNDES às custas do Brasil para não fechar. Mas que [sic] catou US$ 2 bilhões, na época do governo Fernando Henrique, quando o dólar era parelho, e hoje não pode pagar.’ Em outro momento da fala, Jefferson repetiu ainda a afirmação que teria ouvido do deputado José Dirceu (PT-SP), então ministro da Casa Civil, que ‘falava por cima’ no jornal, sugerindo interferência para barrar o noticiário contra governistas. Disse, entretanto, que ‘hoje está vendo o Zé ser escanteado pelo jornal porque não tem mais poder’.’



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‘‘O Globo’ e BNDES contestam dados’, copyright Folha de S. Paulo, 15/09/05


‘O diretor de Redação de ‘O Globo’, Rodolfo Fernandes, contestou as acusações feitas pelo petebista Roberto Jefferson. ‘O jornal não possui nenhum débito com o INSS e está inteiramente em dia com suas contribuições’, afirmou Fernandes a respeito de suposta dívida previdenciária.


‘É totalmente fantasiosa a versão de que o jornal fez matérias sobre ele baseado numa suposta dependência da publicidade do governo federal. A participação da verba oficial federal na carteira de anunciantes do jornal é de apenas 2,5% e ‘O Globo’ possui linha editorial, expressa publicamente nos seus princípios e valores, de total independência de governos’, disse, por e-mail.


Segundo Fernandes, as ‘recorrentes afirmações’ do deputado quanto a débitos com o BNDES já foram ‘cabalmente desmentidas’, pelo próprio banco e pelas Organizações Globo. ‘Mas o pouco apreço de Jefferson por fatos o faz repetir indefinidamente essa falsa informação. Não há nenhum débito da empresa com o BNDES. O fato de ‘O Globo’ ter produzido reportagens -nunca desmentidas- que desagradaram ao deputado, mostrando a extensão do esquema que montou em estatais, não permite que ele se afaste da realidade dos acontecimentos.’


Em nota divulgada ontem, o BNDES disse ser ‘absolutamente improcedente’ a afirmação de que o banco liberou crédito de R$ 2,8 bilhões para as Organizações Globo. ‘Embora, como ocorre com todas as empresas radicadas no Brasil, as Organizações Globo tenham o direito de pleitear créditos ao BNDES -que examinará o mérito e decidirá de acordo com as regras da instituição-, tal pleito não ocorreu. Ou seja, as Organizações Globo não pediram e o BNDES não concedeu o alegado crédito’, diz o texto. O BNDES chama de ‘fantasiosa’ a acusação de Jefferson. ‘Não é a primeira vez que o deputado mente sobre esse mesmo assunto’, conclui.’



O Globo


‘O começo’, copyright O Globo, 15/09/05


‘A cassação do deputado Roberto Jefferson confirmou as previsões. Detonador de uma crise política já a esta altura histórica, Jefferson, ex-presidente do PTB, deputado fluminense, tentou assumir o papel de mocinho no enredo do escândalo, mas terminou punido, com justiça.


Foi por meio de Jefferson que começou a vir à tona o esquema de corrupção montado pela cúpula do PT para que, com o auxílio técnico do especialista em traficância financeira no mundo político Marcos Valério, o tesoureiro Delúbio Soares, o secretário-geral do partido, Sílvio Pereira e outros comprassem apoio parlamentar para ampliar a base do governo no Congresso.


Mas, na verdade, Jefferson era parte do esquema, por presidir um dos partidos escolhidos pelo PT para servir de barriga de aluguel a deputados dispostos a comercializar o voto. A participação do deputado petebista no escândalo também se deu pela via do aparelhamento da máquina pública, que, como todo aparelhamento, tem objetivos espúrios.


No caso do PTB, é indiscutível a ação de indicados do partido no Instituto de Resseguros do Brasil, IRB, e nos Correios para arrecadar fundos com empresários privados. Na prática, trata-se de desvio de dinheiro público para outros e obscuros fins, já que essas comissões costumam ser recuperadas pelos empresários na forma de preços superfaturados cobrados ao Estado.


Nada teria sido denunciado pelo agora ex-deputado, se ele não houvesse se sentido traído pelo então ministro da Casa Civil José Dirceu, no caso do funcionário do segundo escalão dos Correios, Maurício Marinho, flagrado embolsando de um empresário a ‘peteca’ de R$ 3 mil, em nome do próprio Roberto Jefferson.


A decisão do plenário da Câmara fortalece a instituição do Poder Legislativo. Mas também aumenta a responsabilidade do Congresso, no prosseguimento das investigações pelas diversas CPIs. A mesma firmeza demonstrada no caso de Jefferson precisa se repetir a cada passo, em cada comissão de inquérito. Sem que seja concedido privilégio a ninguém. Somente assim os políticos recuperarão o respeito que precisam ter da sociedade.’