Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

YouTube planeja investir em conteúdo original


Folha de S. Paulo, 7/4


YouTube terá canais exclusivos, diz ‘WSJ’


Além de um site em que pessoas colocam seus vídeos e esperam que eles se tornem sucesso, o YouTube agora também quer ser um lugar para conteúdo exclusivo.


De acordo com o ‘Wall Street Journal’, o Google, dono do YouTube, prepara mudanças no site, que passará a ter a canais ‘premium’.


A ideia é que o site passe a contar com aproximadamente 20 desses canais, que teriam entre 5 e 10 horas semanais de programação original realizada por produtores profissionais.


Poderia haver, por exemplo, um canal de esportes, de artes e assim por adiante.


A aposta do Google é que há cada vez mais TVs que têm conexão com internet e quer conquistar audiência das pessoas que estão sentadas nos seus sofás.


Para isso, sempre segundo o ‘WSJ’, o YouTube estaria disposto a gastar US$ 100 milhões para a criação de conteúdo original para seus canais ‘premium’.


A expectativa é que a introdução desse novo modelo seja feita de maneira gradual. As primeiras mudanças teriam início até o fim do ano, e os primeiros funcionários para essa iniciativa já estariam sendo contratados.


NEGOCIAÇÃO


O Google ainda está em processo de negociação com vários interessados e nas últimas semanas esteve reunidos com diversas agências de Hollywood, como Creative Artists e William Morris Endeavor, discutindo a possibilidade de que seus clientes produzissem canais para o YouTube.


As discussões estão mais centradas em produtoras (e até mesmo diretores que tenham uma boa infraestrutura) do que em celebridades ou atores de cinema e TV.


A criação de conteúdo exclusivo marcaria mudança no modelo do YouTube, que construiu a sua popularidade com vídeos de indivíduos que ele ajudou a popularizar.


Exemplo recente é o clipe da música ‘Friday’, da adolescente Rebecca Black, que já foi chamada de a pior canção do mundo e atraiu mais de 70 milhões de acessos.


O YouTube foi comprado em 2006 pelo Google em um negócio avaliado em US$ 1,65 bilhão. A empresa deu declarações recentes de que a aquisição já se pagou, mas não revela números.


Na época da compra, seus vídeos eram vistos por 100 milhões de pessoas diariamente. Hoje, essa conta chega a 2 bilhões -e, nos EUA, ele conta com 110 milhões de visitantes únicos.


O crescimento do site, porém, já teve a sua parcela de controvérsias. A principal delas com os grandes canais de TV dos Estados Unidos, como Fox, Viacom (dona da MTV) e NBC, que acusaram o site de usar seu conteúdo sem autorização.


A Viacom entrou na Justiça pedindo indenização de US$ 1 bilhão, mas perdeu em primeira instância no ano passado.