Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Morte do publicitário Ricardo Aquino

Gostaria de manifestar a minha indignação à falta de respeito da imprensa na cobertura do sepultamento do publicitário Ricardo Aquino. Será que os profissionais, acostumados a realizar coberturas da guerra do tráfico nas favelas, combates entre exército e rebeldes na Síria, perderam a sensibilidade na hora de abordar uma família, uma mãe que está prestes a enterrar um pedaço seu e perguntar sobre a suposta maconha encontrada com o filho no dia de sua morte? E isso não tem nada a ver com censura, pelo amor de Deus! O papel da imprensa é, sim, informar o público, correr atrás dos acontecimentos, mas daí querer se meter num momento extremamente difícil, desrespeitando o ser humano em seu momento mais frágil, não dá! Se queriam tanto a resposta sobre a droga “encontrada” pelos policiais, poderiam ao menos esperar na porta do cemitério o término do sepultamento e não avançar sobre a família, encurralando-a para ter destaque no jornal da(s) emissora(s) em que trabalham (Tathiana B.L. Thiesen, líder de projetos, São Paulo, SP)

 

Entrevista de Rosane Collor 1

Depois da flagrante associação de Veja/BSB com o crime organizado, conforme documentado por pequena parte da mídia, agora nos rotulam de “idiotas” ao apresentar o mais ridículo dos affairs, esse da rancorosa-evangélica-messiânica Janja (R. Collor). Prato de jabá, apresentado pela neo-magra Celibelli, com tempero de despacho de macumba. E ainda vem aí um “livro”. Deus salve nossa imprensa! (João Batista Teixeira Pinto, médico, Brasília, DF)

 

Entrevista de Rosane Collor 2

Com gosto de prato frio e vingança requentada, desde ontem (domingo, 15 de julho), por aí afora se comenta a entrevista concedida pela ex-primeira-dama, Rosane Brandão Malta, à jornalista Renata Ceribelli para o programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão. Entre 1990 e 1992, a dupla Rosane Collor de Mello e Fernando Collor de Melo reinou soberbamente e soberanamente. Escândalos subsequentes ou paralelos perpetrados por verdadeira gangue, comandada por Collor e Paulo César Siqueira Cavalcante Farias ou P.C. Farias (assassinado posteriormente ao lado da namorada Suzana Marcolino, num crime nunca desvendado) foram decisivos para o impeachment do então presidente. Adendo: as primeiras e mais graves denúncias vêm a público pela voz do irmão, também já falecido, Pedro Affonso Collor de Mello. A inacreditável volta de Collor ao cenário político nacional como senador da República e aliado de primeira grandeza de antigos detratores, a exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva e da própria presidenta Dilma Rousseff, é a prova de que os brasileiros têm memória curta demais e conscientização política de menos. Por isso, lembramos que Rosane não é um caso isolado. Quem não se lembra de Celso Roberto Pitta do Nascimento Pitta/Celso Pitta? Na condição de “cria” de Maluf, é eleito prefeito da cidade de São Paulo em 1997. Em 2000, se envolve num escândalo gigantesco, que o faz perder o mandato graças às denúncias da ex-mulher, Nicéia Pitta. Mas em toda esta história suja (referência à entrevista), três pontos chamam a atenção. O comportamento da mídia (em especial, TV Globo) em abrir espaço para anunciar, sob intensa publicidade sensacionalista, o explorado à exaustão 20 anos atrás; a cobertura concedida à ex-primeira-dama soa ao ridículo; rituais de magia negra ocorridos na Casa da Dinda, residência oficial do casal presidencial – a esta altura do campeonato, são informações que nada acrescentam à nação. Quando muito, confirmam rumores do cotidiano de um casal presidencial com quem até hoje o Estado (leia-se: povo brasileiro) gasta soma absurda com sua segurança, face às prescrições jurídicas do país. A Globo deixa de lado seu desempenho e sua responsabilidade essencialmente social em prol da coletividade e põe em destaque vulgaridades de uma mulher ressentida. É a midiatização de “briga de casal”, de intriga de segundo ou terceira categoria. O segundo aspecto é a trivialidade do caso em si mesmo. Mulheres deixadas para trás – quando desconhecem a palavra dignidade – esquecem tudo que viveram de bom ao lado do antes amado, transformado em inimigo número 1. Por fim, será que Rosane (ou Nicéia, ou seja, lá quem for) é incapaz de discernir que é, essencialmente, cúmplice? E inexiste cumplicidade ingênua. São mulheres-comparsas em todos os sentidos. Ao lado dos ex-amados, aproveitaram benesses de dimensões astronômicas e de naturezas diversificadas – viagens aos cinco continentes, presentes recebidos como chefes de Estado e incorporados ao patrimônio pessoal, joias etc., etc., como ela própria admite ao longo da entrevista. A delação a posteriori é prova irrefutável de que a mulher o faz por amor a si mesma, vaidade ferida ou qualquer outra razão. Dentre elas, jamais por amor à nação, dignidade e honradez. Sem dúvida, amores rompidos deixam cicatrizes n’alma. Amores rompidos equivalem a mortes – prematuras ou não. Só que depois de morto, o corpo exige sepultamento muito além da materialidade. Chorar amores perdidos, execrar demônios e buscar paz configuram-se como longo período de luto. O que Rosane deixou nítido, apesar de se intitular evangélica desde 2005, ano do divórcio conturbado, é um ódio inesgotável e ambição desmedida. É um sentimento de perda e derrota. Pobre mulher! Mágoas, dores e rancores embalados e acariciados correspondem à automutilação. Quem opta por ressentimentos, raiva e ira deixa de lado a possibilidade de encontrar a paz. É preciso lembrar a concepção de cúmplice = quem tomou parte em alguma forma de delito; parceiro, sócio… Cúmplice s do bem ou do mal! E eis, então, a Globo no rol dos cúmplices da banalização das notícias. É o jornalismo marcado por ideologia mercantilista e sensacionalista. Meios de comunicação carecem de uma série de itens que assegurem sua credibilidade, bem além da circulação abrangente e / ou de uma receita publicitária expressiva. É preciso intervir significativamente na formação da opinião pública, graças à linha e/ou política editorial que agregue elementos vitais, a exemplo da veracidade, atualidade, coerência e firmeza de atitudes e propósitos: para quem ou a quem serviu a tal entrevista? (Maria das Graças Targino é jornalista e pós-doutora em Jornalismo pela Universidad de Salamanca / Instituto de Iberoamérica)

 

Fim do programa Direito & Literatura, da TVE/RS

O Direito & Literatura poderá sair do ar. Conforme noticiado pela produção executiva do programa no dia 11/07/2012, no site Consultor Jurídico (Conjur), a Presidência da TVE/RS não renovou o contrato e sua Diretoria justificou que o programa “…atende a um público muito específico e não se harmoniza com a grade de programação esperada de uma rede de televisão pública que deve apresentar programas ‘mais populares’ (sic)”. Sabemos da sua importância no cenário cultural, literário, educacional e no mundo do direito. Solicito uma intervenção, se possível, junto à emissora TVE/RS, no sentido de demonstrar que está prestes a acontecer uma violência contra a cultura e a educação. (Maria Cristina Martins, funcionária pública, Porto Alegre, RS)