Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Google News enfrenta nova onda de boicotes por empresas de mídia

Nos Estados Unidos, o Google e as grandes empresas de mídia passaram anos se enfrentando por causa do Google News – serviço que permite a visualização e a busca de notícias na internet. A disputa, vencida pela gigante americana, está agora ressurgindo em outros países, onde empresas acreditam que o Google, por gerar uma página de links para as reportagens, estaria prejudicando o lucro dos jornais. Há um grande boicote ao Google News no Brasil, além de um projeto de lei que combate a prática na Alemanha e ainda rumores sobre medidas semelhantes na França.

O presidente do conselho do Google, Eric Schmidt, que recentemente se reuniu com o presidente francês, François Hollande, diz encarar com seriedade o desafio nesses países. “Nossas conversas tem sido boas e a expectativa é de selar algum tipo de acordo antes do final do ano.” Esse acordo, no entanto, não deve reconhecer o chamado “copyright complementar”, defendido em países como a Alemanha, que sugere que o Google e outras empresas deveriam pagar para exibir as manchetes. “Sempre que você lida com governos precisa deixar bem claro o que fará e não fará”, diz Schmidt. “Não queremos pagar por conteúdo que não esteja hospedado em nossos servidores. É algo que temos muito claro.”

No Brasil, em 2011, mais de 150 jornais decidiram boicotar o Google News. Segundo o Google, seus serviços propiciam 4 bilhões de visitas por mês para os jornais do mundo, 1 bilhão delas via Google News.

Boa parte do mundo está do lado do Google

A reação ao Google é forte, pois há muito em jogo. Sites em inglês, como os dos jornais The Guardian e The New York Times, podem gerar audiências mundiais, prosperando na era digital. Notícias veiculadas em português, alemão e francês, no entanto, terão alcance muito menor.

Para uma companhia envolvida em disputas em múltiplas frentes, o Google demonstra grande confiança, pois boa parte do mundo está do seu lado.

A empresa responde por parte considerável da web e seus usuários creem que ela possa propiciar acesso a boa parte da informação disponível no planeta.

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[David Carr, do New York Times]