Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

A necessidade de especialização

Anedota típica entre repórteres que cobrem futebol: “Sabe a regra do impedimento? Se sabe, então já pode cobrir”. Claro que não basta saber uma regra. Mesmo sendo o esporte de maior visibilidade do país, atração em horário nobre e com alcance em diferentes grupos da sociedade, o mercado espera novos profissionais com maior versatilidade na cobertura do futebol. De acordo com jornalistas que participaram do Seminário de Jornalismo Esportivo, Sociedade e Indústria nos dias 7 e 8 de maio, em Brasília, o Brasil ainda tem carência de repórteres e comentaristas antenados com os esportes que não são os mais badalados e não costumam fazer parte da pauta e da grade de programação diária. Para as Olimpíadas, por exemplo, procura-se quem entenda de esgrima, levantamento de peso, arco e flecha e tudo o mais que as regras do futebol não conseguem explicar.

Para o jornalista Fábio Seixas, da Folha de S.Paulo, os veículos de comunicação terão necessidade de profissionais em uma escala maior do que o mercado poderá suprir. “As empresas e os jornalistas devem estar atentos. Se as Olimpíadas fossem hoje, teríamos dificuldades para cobrir com a mesma qualidade todos os esportes”, disse Seixas.

Planejamento de cobertura

Fábio Seixas enfatizou a necessidade de extremo planejamento para eventos desse tipo. Em 2010, por ocasião da Copa da África do Sul, ele viajou todos os 31 países participantes da Copa do Mundo, além do país sede, para cobrir a emoção das torcidas com a atuação das seleções locais. Casos como o do repórter, colunista e blogueiro da Folha de S.Paulo ilustram como o jornalista hoje em dia precisa atuar em todas as redes de informação, e estar pronto para produzir para várias plataformas: vídeo, texto e imagem.

Para Seixas, é necessário que exista adaptação às multiplataformas para exercer o jornalismo no dia a dia. Ele, que também é criador da pós-graduação em Jornalismo Esportivo da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), de São Paulo, acredita que o profissional deve se adaptar às diversas linguagens para transmitir melhor a informação ao público.

>> Entrevista com Fábio Seixas

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Camila Schreiber é estudante de jornalismo e repórter da Agência de Notícias UniCEUB