Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Alternativismo partidário

A definição de jornalismo alternativo ainda é, para muitos, um tanto nebulosa. Diversas vezes, esse tipo de mídia é associado somente a ideologias de esquerda, como o anarquismo e o comunismo. Porém, muito além disso, o objetivo dos jornais alternativos deveria ser o de servir como complemento à hegemonia dos grandes veículos, oferecendo à população temáticas poucos vistas na imprensa em geral, aquelas que ninguém tem coragem de abordar.

Mesmo que esse complemento seja de críticas ao atual cenário político, o partidarismo desenfreado deveria ser encarado como não jornalismo, digno de ser mal visto pelos leitores. Fico imaginando o que Hipólito da Costa, fundador do Correio Braziliense no longínquo século 19, pensaria ao ler um dos exemplares da corrente versão do Brasil de Fato, distribuída gratuitamente nos metrôs. Sim, pois, de certa forma, ambos são classificados como alternativos. Atualmente, o que vemos nos jornais tidos como alternativos no Brasil é propaganda política disfarçada de reportagem. Logo, concluo que aqueles “santinhos” que infestam as ruas antes das eleições sejam mais éticos do que esses veículos, já que expõem, logo de cara, as suas devidas intenções.

Acredito que a internet e as redes sociais sejam a única possibilidade concreta de praticar o verdadeiro jornalismo alternativo, sem amarras partidárias, sem “rabos presos”. Chegou a vez do público se tornar produtor de conteúdo e dar voz aos sufocados pela grande mídia. Mas será que você, caro leitor, tem noção de sua importância e da valiosa ferramenta que tem em mãos?

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Paula Moreira é estudante de Jornalismo