Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Mídia já apoia Alckmin para 2018

As eleições de 2014 terminaram faz pouco tempo, mas os veículos de comunicação que apoiaram, mesmo que não abertamente, o tucano Aécio Neves, já estão articulando para tirar o senador das próximas disputas à presidência e fortalecer o nome do governador paulista Geraldo Alckmin. A investida contra o senador de Minas começou com a revista Veja, que deu nota zero à participação do parlamentar no Senado. A Folha de S.Paulo também fez sua parte para sepultar o nome de Aécio em 2018.

E para começar 2015, o jornal O Estado de S. Paulo também decidiu massacrar o político mineiro. Segundo o jornal, em texto assinado por Isadora Peron e veiculado na quinta-feira (1/1), Aécio Neves faz parte da “oposição selvagem” e quer ser o líder dos ataques a Dilma. Segundo Peron, mesmo que Aécio tenha obtido mais de 51 milhões de votos em 2014, o senador de Minas não conseguiu se firmar como o candidato do PSDB em 2018. Para o Estadão, Alckmin é o candidato mais forte dos tucanos para a próxima disputa presidencial.

O jornal não esconde o carinho que tem pelo governador paulista e até o considera como “moderado”. Obviamente, a tentativa é desfazer a imagem de autoritário de Alckmin, um dos radicais dos tucanos, defensor de Polícia Militar de extermínio e contra direitos iguais para todos.

Parte da população paulista ficou mais pobre nos últimos anos, segundo o IBGE, mas isso não impediu que Alckmin fosse reeleito e também não impede que os principais veículos de comunicação de São Paulo deem muito carinho e atenção ao governador. De agora em diante, Folha, Veja e Estadão vão abraçar o líder “moderado” e inventar uma imagem de “bom samaritano” para Alckmin. O governado de São Paulo não é um exemplo de “bom político”. Mas, com o aparato da mídia ele irá se tornar um herói.

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Vanderson Freizer e Hugo Bross são jornalistas