Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

A prisão do rabino

Já fui acusado de anti-semitismo pela Universidade de Tel Aviv (http://www.antisemitism.tau.ac.il/asw2004/brazil.htm). Estou processando a B´nai B´rith do Brasil por ter dito publicamente que sou anti-semita (http://www.conib.org.br/noticias/20011.html). Os que sabem do conflito me disseram que deveria estar feliz com a prisão de Henry Sobel. Mas a prisão dele não causa nada além de espanto e surpresa. Não sei se rabino Sobel me julgou anti-semita. Não o considero responsável pelo ocorrido. Ao contrário de mim, Sobel é uma personalidade pública conhecida dentro e fora do Brasil. Não consigo acreditar que alguém tão importante se exporia ao ridículo por causa de algumas gravatas. Sobel certamente tem várias gravatas, bem como dinheiro para comprar muitas outras. A esposa do rabino disse ao portal IG que ele está sendo injustamente acusado de furto e esta hipótese não deve ser descartada. Até prova em contrário, o rabino Sobel é inocente. Também sou inocente, mas não tive direito de me defender antes de ser julgado anti-semita pela B´nai B´rith do Brasil e pela Universidade de Tel Aviv.


É bem possível que a prisão do Rabino não passe de um mal-entendido. De qualquer maneira, Sobel e sua esposa devem estar sentindo exatamente o que senti ao ser injustiçado. Eles têm, portanto, minha solidariedade.


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O estardalhaço promovido pela Rede Globo sobre a prisão do rabino Sobel não está sendo demasiado? O que está por trás desse interesse em denegrir a imagem de um cidadão que já está com um problema enorme, principalmente por ter esquecido um dos dez mandamentos religiosos, o sétimo: ‘Não roubaras’? (Antonio Neto, bancário, Salvador, BA)


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Fiquei surpreso com a atitude da emissora Rede Globo de Televisão em transmitir um filme do teor de Cidade de Deus em horário demasiadamente cedo [‘Tela Quente’, segunda-feira, 26/3]. Infelizmente, não sabia que esse filme seria exibido e, para piorar, não conhecia o conteúdo do roteiro. Fui surpreendido com o diálogo entre duas personagens trocando receitas de como introduzir bananas na vagina para obter prazer (deve-se esquentar a banana e enfiar) e, ainda, fazendo indagações a respeito de prática de sexo anal. Sem contar as cenas em que crianças portavam armas de fogo e assassinavam pessoas por motivos torpes.


Se a emissora encontra-se amparada por lei (já que o nosso ordenamento jurídico apresenta brechas para que isso ocorra), parece-me razoável que os profissionais responsáveis pela programação, já que não se dignaram a exibir o longa em um horário mais avançado, ao menos realizassem cortes objetivando suavizar o teor dos diálogos. É mister considerar que se trata de um canal aberto e que, pelo horário em que o filme foi transmitido, supõe-se que várias crianças encontravam-se conectadas naquela freqüência.


Depois que minha filha de 8 anos presenciou aqueles diálogo chulos (não tive tempo de mudar de canal), resta-me indagar se essa conduta tornar-se-á uma prática e, ainda, se a emissora está abdicando de um perfil que preza pelo respeito e por elevados valores morais para intensificar uma briga mercadológica por uma pontuação favorável de ibope. (Marcello A. Mendonça, professor, Rio de Janeiro, RJ)


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Existe algum fundamento que justifique o fato de jornalista não vestir uniforme? Pergunto porque conheço uma empresa que insiste em obrigar os jornalistas – repórter, produtor, editor etc. – a usar o uniforme sob o argumento de que o profissional fica mais alinhado. Como estou no interior, não sei se essa ‘moda’ já chegou às redações pelo Brasil afora. Sou contra o uso da farda, mas preciso de respaldo para me defender. (Cleuzany Lott, jornalista, Coronel Fabriciano, MG)


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Há mais de dois meses tento, sem sucesso, obter informações do Sindicato de Jornalistas do Rio de Janeiro. Recorri à Fenaj, que me recomendou entrar em contato com a assessoria jurídica do sindicato do Rio para obter as informações solicitadas. O sindicato se omite. A federação faz jogo de empurra. É assim que os dois órgãos destinados a informar e apoiar a categoria atuam? Como profissional da área sinto-me órfã. Acredito que esse é um direito do qual não podemos ser privados. Por isso, denuncio aqui o descaso de ambos. (Ligia Alves Catão, jornalista, Itaboraí, RJ)


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O que aconteceu com as denúncias noticiadas pela Rede Globo contra o senhor Ricardo Teixeira? Hoje este cidadão aparece na mídia como status de chefe de Estado. Será que polícia não instaurou Inquérito? Nem tampouco o Ministério Público investigou? Mídia sem efeito ‘ex tunc'[ a decisão tem efeito retroativo, valendo também para o passado]? (Carlos José, funcionário público, Aparecida, SP)


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Minutos depois de assistir a matéria da TV com o pai pegando pesado com a filha, pensei: será mesmo que o pai está fazendo isso por causa de resultado de competição?!? A imprensa apressou-se em diagnosticar o motivo (que só entre eles, e na língua deles, sabe a verdadeira verdade) e quase todos nós caímos direitinho na versão oficial da imprensa, ou seja, se o Grande Irmão flagrou e determinou, é aquilo e pronto. Agora, depois das explicações em tribunal, sabe-se que o incidente tinha a ver com um namoro proibido (coisa tão comum nas moçoilas do interior e/ou de antigamente), e que a modernidade fez corar o outrora comum fato de um pai ter discutido e batido na menina por questões familiares, e não pelos resultados da natação.


Até onde o direito de imprensa confunde privacidade com intimidade? Para não sair mal na fita, na manhã quinta-feira (29/3) o jornalista da Globo afirmou que com certeza aquilo era uma boa desculpa combinada entre pai e filha para livrar a imagem do treinador. Podia até ser, mas com que grau de onipresença o jornalista aqui do conforto do seu ar condicionado tira essa conclusão definitiva? Não seria mais justo admitir a pressa na interpretação das imagens? Já se foi o tempo em que jornalista tinha que apenas dar a notícia. O julgamento e a interpretação cabiam a quem estivesse do lado de cá da telinha. Observatório da Imprensa neles!! (Gilmário Mendes Madureira, professor, Salvador, BA)


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Vejam nos links abaixo a agressão que nossos repórteres sofreram ao realizar uma matéria de denúncia nos postos de saúde na capital, por parte tanto de enfermeiras quanto da guarda municipal.


http://www.ultimahoranews.com/not_ler.asp?codigo=49453


http://www.ultimahoranews.com/not_ler.asp?codigo=49786


http://www.ultimahoranews.com/not_ler.asp?codigo=49481


http://www.ultimahoranews.com/not_ler.asp?codigo=49469


Divulguem a truculência desses que se dizem profissionais. Este site já começou. (Lucyana Cabral, jornalista, Campo Grande, MS)


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Após leitura do livro Padrões de manipulação na mídia impressa, de Perseu Abramo, os alunos da disciplina Leitura Crítica das Produções Jornalísticas, do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás, foram orientados a fazer uma análise crítica de produções impressas nacionais. Um dos grupos se encarregou de analisar o jornal O Popular, de 28/3/2007, e encontrou uma matéria – ‘Borges Landeiro lança projeto Goyazes na Vila Brasília’ – que vai ao encontro de uma das definições feitas por Perseu em termos de manipulação: a publicidade travestida de informação.


A matéria aborda um novo empreendimento imobiliário. O fato é que a única fonte de informação é o dono da empresa, o que cria um precedente para a manipulação. O texto se parece mais com um informe publicitário do que com algo que tenha relevância para a população que mora próximo à obra. Outro fator é que a empresa é conhecida em Goiânia por apresentar falhas estruturais em suas obras e as construções serem motivo de gastos para os moradores, devido à sua má qualidade. Desses aspectos, a imprensa goiana não costuma tratar. Como o setor de construção civil é um grande anunciante dos jornais do estado, tem-se a impressão de que a matéria foi paga. Se confirmado, o fato mostra o comprometimento do jornalismo com o capital privado. (Felipe Homsi, estudante de Jornalismo, Goiânia, GO)


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Parabéns pela qualidade de jornalismo que fazem. Sou pela TV pública porque a erosão da mídia privada é um axioma e já não depende de demonstração. Mas o motivo que aqui me traz é o nó cego que o webmaster da Cultura FM dá nos ouvintes apaixonados com a emissora, insistindo na teimosia de não permitir acesso pela internet com o Realplayer, desculpando-se com ‘contenção de despesas’ mas argumentando de maneira que leva o ouvinte a desconfiar que o que ele realmente precisa e de uma autorização de George Bush. A emissora não pega além de São Paulo a não ser em ondas curtas, e quem gostaria de sintonizá-la pela internet esbarra na teimosia do referido webmaster, que não argumenta com os ouvintes nem dota a emissora de um site interativo na medida da importância da Cultura.


Essa verdadeira sabotagem aos esforços da emissora deveria ser objeto de uma competente avaliação. Como os caminhos naturais de sugestões e críticas estão obstruídos pelo estranhíssimo comportamento do webmaster, recorremos ao Observatório para encaminhar à diretoria da emissora um pedido de análise da questão, e para ver se não tem o ‘dedo’ da Microsoft por trás do problema. (José Ferreira de Carvalho, aposentado, Belo Horizonte, MG)


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Por que ninguém questiona o que está por trás dessa ‘reviravolta’ na aeronáutica brasileira? É curioso constatar que a partir do ingresso do modelo norte-americano de ‘agência reguladora’ no setor, o Brasil virou um verdadeiro caos de um dia para o outro. Já vi até entrevista de especialista americano dizendo que o Brasil deveria adotar as ‘normas norte-americanas de atuação’ nessa área. Convenceram os controladores de vôo de que ganham pouco em um país com salário mínimo miserável; fizeram um ‘acidente aéreo’ e ponto final. Desde então perdemos milhões de reais diariamente. Como somos uma sociedade omissa, ninguém se manifesta, ninguém verifica o que realmente é a Agência ‘Nacional’ de Aviação, como ela foi aprovada pelo Congresso Nacional, quais os interesses estratégicos, políticos e monetários por trás do ingresso dessas agências norte-americanas ‘autônomas e reguladoras’ de países subdesenvolvidos, propositalmente sem adaptações às realidades sócio-culturais dos mesmos e nos quais não existe a exemplar aplicação da Lei dos EUA.


Por enquanto fica a pergunta: por que os militares dos EUA são melhores, mais respeitados e mais imprescindíveis que os nossos? Será que é para assegurar a nossa eterna vulnerabilidade, já que somos uma sociedade omissa e subserviente? (Luiza Rotbart, promotora cultura, São Paulo, SP)


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Imagino que os senhores acompanharam a barriga da Arkhos, uma empresa dos Estados Unidos que queria comprar a Amazônia. A Folha na sexta-feira (30/3) que o assunto era parte de uma campanha do guaraná, mas houve agências, com a Agência Amazônia, que compraram a idéia. A fonte deles foi um vídeo do YouTube. Quatro jornalistas fizeram matéria usando como fonte o YouTube. Que jornalismo é esse? (Daniel Costa, jornalista, Brasília, DF)


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No dia 5/12/2006 o Ministério do Planejamento ,Orçamento e Gestão baixou a portaria número 1983 que regulamenta o Plano de Saúde do Servidor Público. Sou leitora de jornais impressos e pela internet e o assunto não foi tratado. Trata-se de tema relevante e merece a atenção da mídia, pois são muitos os interesses em jogo. Por favor, tratem do assunto. Ouçam especialistas de maneira a que tenhamos alguma participação na condução deste processo. (Sonia Gonçalves, professora aposentada, Rio de Janeiro, RJ)


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O jornal Folha de S.Paulo (2/4/2007), publica matéria intitulada ‘Sem Bevilaqua, BC melhora a sua comunicação com mercado’. Parece feita sob encomenda, se lembrarmos da matéria da CartaCapital de 28 de março, número 437, que trata do BC e das informações para agentes de mercado. Ou não? (Valmir Gôngora, bancário, Brasília, DF)

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Advogado, Osasco, SP