Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Al-Qaeda oferece ‘entrevista coletiva’ com líder

A al-Qaeda convidou jornalistas a enviar perguntas para o nº 2 da organização, Ayman al-Zawahri, no que seria a primeira ‘entrevista’ com um de seus líderes desde os ataques de 11/9/01. O convite faz parte da campanha do grupo terrorista para alcançar um maior número de pessoas e representa uma tentativa de al-Zawahri para mostrar-se como um líder sofisticado e aberto a perguntas, em vez de um assassino em massa. ‘O grupo, que tem uma ideologia do século 7, consegue explorar muito bem as mídias do século 21’, opina Bruce Hoffman, especialista em terrorismo e professor da Universidade Georgetown, em Washington.

O anúncio da ‘entrevista coletiva’ foi divulgado em um sítio militante islâmico, supostamente pelo braço de comunicação do grupo, o al-Sahab. As perguntas devem ser enviadas para fóruns online nos quais al-Zawahri costuma postar mensagens e os moderadores dos fóruns irão repassar as questões ‘sem qualquer alteração, mesmo se não concordarem com elas’. As perguntas serão aceitas até o dia 16/1/08, e serão respondidas tão logo al-Zawahri possa fazê-lo. Não foi informado se ele as responderá por escrito ou em vídeo.

Estratégia de mídia

Desde que ficaram conhecidos publicamente, na década de 90, Osama bin Laden e al-Zawahri deram algumas entrevistas à mídia ocidental e árabe. No entanto, após os ataques de 11/9, nos EUA, e a invasão americana ao Afeganistão, nenhum deles foi entrevistado. Acredita-se que os dois estejam escondidos em algum lugar na fronteira afegã com o Paquistão. Atualmente, al-Zawahri é o porta-voz da al-Qaeda que mais tem se pronunciado. Ele apareceu em pelo menos 16 vídeos e fitas de áudio este ano, enquanto bin Laden só apareceu em quatro.

Em 2007, a al-Sahab divulgou cerca de 90 vídeos – quantidade maior que o número total combinado dos três anos anteriores. Na filmagem mais recente, divulgada na semana passada, Abu Laith al-Libi, comandante da al-Qaeda no Afeganistão, pede aos muçulmanos que se juntem à batalha contra o ‘demônio’. Os vídeos ficaram mais sofisticados e destinados a atingir a audiência internacional, tendo legendas em inglês e, algumas vezes, dublagens em urdu, língua do Paquistão, e pashtu, do Afeganistão. ‘A tradução do conteúdo e a divulgação das imagens na internet mostram que a al-Qaeda se esforça para tornar suas mensagens o mais conhecidas possível’, comenta Rita Katz, do instituto SITE, que monitora mensagens terroristas na rede. Informações de Maggie Michael [Associated Press, 19/12/07].