Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Busca por respostas aumenta audiência das TVs

O susto com a crise do mercado financeiro levou muitos americanos a ligar a TV, nas últimas semanas, em busca de informações detalhadas. Em todos os canais, jornalistas passaram a suar para responder a três questões básicas: como chegamos a esta situação, o que acontecerá em seguida e o que tudo isso significa? O apresentador Jim Cramer, do Mad Money, da emissora CNBC, teve de mudar a dinâmica do programa ao ver seu público – antes restrito a traders e analistas de mercado – dobrar. O país inteiro, ao que parece, passou a se interessar por economia nas últimas semanas, deixando a pauta política de lado.


‘Temos que encontrar um jeito de cobrir isso, em inglês, na segunda-feira’, escreveu Cramer em um e-mail a Cliff Mason, seu sobrinho e colaborador do Mad Money, em 21/9 – uma semana depois do anúncio de quebra iminente do Lehman Brothers e da compra da Merril Lynch pelo Bank of America. A solução encontrada pelo apresentador foi sugerir ao sobrinho que pegasse um clipe do filme Os Imperdoáveis, de Clint Eastwood, e mostrasse a cena em que o xerife, com uma arma na cabeça, diz ‘eu não mereço isso’. No filme, o assassino devolve, ‘isso não tem nada a ver com merecer’. Segundo Cramer, os banqueiros que tomaram decisões ruins devem ser punidos – ainda que não mereçam.


Impulso


A semana de 14/9 registrou a maior audiência da história do CNBC, com 502 mil telespectadores durante o dia financeiro – de cinco horas da manhã às sete da noite. Na semana passada, o público continuou a marcar presença, com 441 mil telespectadores até a quinta-feira (25/9).


A audiência também aumentou nos canais de notícias Fox News, CNN e MSNBC, nas últimas duas semanas. Analistas financeiros são mais requisitados do que nunca nos telejornais. Como Tom Brakke, consultor em uma firma de investimento, escreveu em seu blog há alguns dias, o impulso do telespectador talvez seja o mesmo que atrai as pessoas a reduzir a velocidade para olhar um acidente de carro. Informações de Brian Stelter [The New York Times, 29/9/08].