Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Com manobra, Senado aprova criação da TV Brasil

Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 13 de março de 2008


TV PÚBLICA
Adriano Ceolin e Kennedy Alencar


Base aprova criação da TV Brasil por voto simbólico


‘Em tumultuada sessão na madrugada de ontem, a base de sustentação do governo no Senado aprovou a medida provisória que cria a Empresa Brasil de Comunicação -a TV Brasil.


O líder do governo, Romero Jucá (PMDB), recorreu a uma manobra para liberar a pauta de votação e aprovar a MP por voto simbólico, o que surpreendeu a oposição. Sem alternativa, oposicionistas abandonaram o plenário para tentar impedir a votação, mas não tiveram sucesso. A MP seguirá para sanção do presidente Lula.


O processo de votação durou oito horas. A principal tática oposicionista foi esticar ao máximo os prazos para discursos, intervenções e apartes a fim de esvaziar o plenário. Não deu certo. Os governistas ficaram esperando a hora de votar.


O momento mais tenso da sessão ocorreu quando Jucá deu início à manobra para antecipar a votação. Ele pediu para ser relator da MP seguinte da pauta, a de número 397. Considerando-a sem relevância e urgência, Jucá recomendou que a base aliada votasse contra.


Surpreso, o líder do PSDB, Arthur Virgílio, disse: ‘Confesso que é como se eu tivesse recebido um ‘hook’ [gancho] no fígado. Não entendi. Romero Jucá votou contra o governo’. Tasso Jereissati (PSDB) protestou: ‘É palhaçada’.


Diversos oposicionistas pediram a palavra ao mesmo tempo, tumultuando a sessão, com quase todos os microfones abertos. A maioria defendeu que o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB), encerrasse a sessão. Garibaldi fez um discurso com críticas ao governo e à oposição. ‘Já tenho um mandato muito curto (…). Se quiserem encurtá-lo ainda mais, que o encurtem, mas não vou abrir mão das minhas convicções’, disse, defendendo o modo como conduziu a sessão.


À 1h30, oposicionistas decidiram abandonar o plenário em protesto. Na tarde de ontem, prometeram colocar empecilhos em todas as votações.


A presidente da TV Brasil, Tereza Cruvinel, disse que a aprovação da MP ‘tira o caráter de provisoriedade’ do projeto. A partir de agora, a TV herdará o orçamento da Radiobrás. Ela afirmou que fará reformulação na programação e investimentos em infra-estrutura. Duas providências: criação do canal de São Paulo e transmissão via tecnologia digital no Rio.


Outra novidade será a reformulação do ‘Observatório da Imprensa’, programa ancorado por Alberto Dines. A TV Cultura e a TV Brasil firmaram parceria para as mudanças.’


 


200 ANOS
Carlos Heitor Cony


Província e metrópole


‘RIO DE JANEIRO – Um historiador nordestino continua criticando o Rio por estar dando destaque às comemorações do bicentenário da chegada da corte de dom João ao Brasil. Segundo o mestre do nosso setentrião, que neste particular é acompanhado por mestres de outros Estados, inclusive de São Paulo, a badalação sobre a vinda de fugitivos de Napoleão é apenas uma jogada de marketing, destinada a encobrir as mazelas de uma cidade que deveria estar preocupada em combater a violência urbana, que envergonha não apenas a cidade mas o país inteiro.


Acontece que a vinda da corte portuguesa para o Brasil é um dos poucos episódios de nosso passado que merecem fazer parte da história universal. Foi uma derrota de Napoleão e um motivo a mais para seu ódio contra a Inglaterra, que culminaria na derrota final em Waterloo.


Embora modesta no cenário mundial, a monarquia portuguesa deu um exemplo às monarquias bem mais poderosas, que somente no Congresso de Viena voltaram a ocupar o trono do qual foram expulsas pelos exércitos franceses. Fugindo ou recuando, o fato é que dom João não foi derrotado por Napoleão. Os Braganças continuaram no trono, apesar do vendaval que varreu a Europa.


À margem do contexto internacional, o Brasil deixou de ser colônia e passou a ser metrópole, apesar da bagunçada transferência de tantos portugueses para cá. A Independência de 1822 não teria havido sem a chegada da corte de Lisboa ao Rio. E a cidade não tem culpa de ter sido sede de um império europeu.


Em muitos sentidos, o Brasil só começou a existir em 1808. Criticar o Rio por estar comemorando este bicentenário é a expressão de um provincianismo até certo ponto estúpido. O grito às margens plácidas do Ipiranga não é um fato paulista.’


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


As famílias


‘Na Folha Online, ‘Famílias gastam R$ 1,6 trilhão’. No Globo Online, o PIB ‘foi puxado pelo aumento no consumo das famílias e no investimento’. No ‘Jornal Nacional’, ‘Brasileiros compram mais, as empresas investem mais e a nossa economia cresce 5,4%’.


Delfim Netto detalhou no Terra que foi efeito das ‘forças do mercado interno’, o consumo, e da ‘idéia colocada através do PAC que o Brasil podia crescer’, daí o investimento em infra-estrutura. ‘Você tem o salário crescendo, o emprego crescendo, importações e exportações crescendo.’ Em suma, ‘a diferença é completa’ com Lula e ‘a gente tem que reconhecer’. ‘Fernando Henrique entregou o país falido, fa-li-do.’


Não para Míriam Leitão, em blog no Globo Online. ‘O crédito foi muito mais importante que o consumo’ para o PIB, crédito que ‘é o resultado de longo prazo da economia que se estabilizou’. No século passado.


‘BOOMING BRAZIL’


Na Associated Press, postada em sites de jornais e busca, ‘Brasil em boom cresce 5,4% em 07’. Abrindo o texto, creditou o salto às commodities e ao ‘frenesi de consumo interno em que mergulhou o país mais populoso da América Latina’. Avalia a agência que ‘é uma grande vitória para Lula, primeiro presidente de classe trabalhadora no país’.


MAIS QUE O ESPERADO


Dow Jones, Bloomberg e outras se concentraram no último trimestre de 2007, dizendo que foi ‘mais que o esperado’. No site do ‘Wall Street Journal’ e outros, a Dow Jones contrastou a previsão média dos economistas (5,5%) com os 6,2% apurados -e registrou como indício de descolamento, ao menos por enquanto, da crise dos EUA.


‘ECONOMIST’ E O BRASIL


No país para encontrar o presidente, o editor-chefe da ‘Economist’, John Micklethwait, elogiou o Brasil de Lula, para logo ensinar o que fazer. ‘O Brasil está mudando’, declarou ao ‘Valor’, ‘mas a China também, incrivelmente rápido. Se você é a General Eletric, onde vai instalar sua fábrica? É preciso saber se o país está se movendo rápido o suficiente em questões como a educação, por exemplo’.


Para registro, a britânica ‘Economist’, na avaliação da cobertura de mídia do site Market Watch e outros, ‘está vencendo nos EUA’ e até ‘ameaça virar um fenômeno’.


ABIN INFORMA


O furto na Petrobras levou a Agência Brasileira de Inteligência a avisar no ‘Valor’ que vai ‘intensificar o monitoramento de empresas e instituições que lidam com informações sensíveis e estratégicas para os interesses do país’.


TUPI E O TUCANO


E o Globo Online informou que FHC organiza ainda para este mês um seminário sobre o mercado de petróleo, visando ‘propor adaptações nas regras de exploração e de produção diante de descobertas como a do supercampo Tupi’.


‘O GIGANTE VIZINHO’


Na série sobre o país e a região, a BBC Brasil deu que, ‘apesar do discurso de integração comercial, nos últimos anos os sul-americanos vêm perdendo participação no mercado brasileiro’. E ‘as vendas brasileiras estão indo no sentido oposto’. Os parceiros, do Peru à Argentina, questionam as ‘barreiras técnicas e leis estaduais’, as ‘travas legislativas e burocráticas’, o ‘protecionismo’. Mas subiu o investimento do Brasil nos mesmos vizinhos.


ACORDO DE DEFESA


Em rodada de entrevistas, o chanceler Celso Amorim voltou a falar em integração sul-americana -e, em especial, no destaque do ‘Valor’, em ‘mecanismos de cooperação para defesa e segurança entre os países da América do Sul’. Seria uma maneira de evitar ‘incidentes’ como o que envolveu Colômbia e Equador.


E VENDA DE ARMAS


Ato contínuo, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deu entrevista à Reuters para o enunciado ‘Brasil quer ocupar nicho no mercado bélico regional’. São ‘itens’ como blindados, pistolas, munições ‘e um avião médio de transporte militar da Embraer’. Mais helicópteros e submarinos de tecnologia francesa.


SEM UTOPIA


O ‘Guardian’ falou com Oscar Niemeyer sobre Brasília estar ‘fora de controle’. No título, ‘Problemas em Utopia: o Brasil real avança sobre a obra-prima’ ‘


 


JUSTIÇA
Folha de S. Paulo


Fotógrafo ferido em protesto tem pensão negada


‘A Justiça negou o pedido de pensão vitalícia para o repórter-fotográfico Alex Silveira, 37, que ficou praticamente cego após ser atingido no olho esquerdo por uma bala de borracha, durante cobertura de protesto de servidores públicos em que houve confronto com a PM, em 18 de maio de 2000, na av. Paulista. Na época, Silveira trabalhava no ‘Agora’.


A decisão, da 5ª Vara da Fazenda Pública de SP, é de fevereiro. Cabe recurso. Na ação, ele pedia que o Estado pagasse mensalmente R$ 1.783 como pensão. Silveira já tinha problemas no outro olho, o direito, por conta de uma doença congênita que havia reduzido a visão para 15%. No olho esquerdo, que recebeu o tiro, ficou com 20% de visão, o que o impossibilita de trabalhar como repórter-fotográfico. ‘Faço alguns trabalhos para sobreviver, mas fotografo só objetos e pessoas paradas’, disse.


Ele vai recorrer da decisão. A ação ainda pedia ressarcimento das despesas médicas, o que foi concedido, e indenização por danos morais e estéticos. ‘O juiz fixou em cem salários mínimos [R$ 41,5 mil]. A ação pedia 2.000 salários mínimos’, disse a advogada Virgínia Veridiana Barbosa Garcia.’


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Veto a herói de novela gera crise na Record


‘Críticas do autor Tiago Santiago à sinopse de ‘Vendetta’, de Lauro César Muniz, candidata a substituir ‘Caminhos do Coração’, geraram a maior crise da história da teledramaturgia da Record. O impasse poderá acarretar o cancelamento de ‘Vendetta’ e a saída de Muniz.


Santiago, além de autor de novelas, é consultor do bispo Honorilton Gonçalves, vice-presidente artístico da Record. Em parecer, criticou o fato de o protagonista de ‘Vendetta’ oscilar entre o herói e o bandido.


‘Ele quer enquadrar meu trabalho na cartilha dele, que é a de uma teledramaturgia esquemática, simplista, de bem e mal, de heroína de ‘alma boa’, de herói imaculado. Minha dramaturgia não segue esse maniqueísmo há muito tempo. Não concordo com a cartilha dele. Se for para segui-la, não faço a novela’, afirma Muniz, 69.


O parecer revoltou outros autores da Record. Marcílio Moraes, Ana Maria Moretzsohn e Christiane Friedman se solidarizaram com Muniz.


Para o autor de ‘O Salvador da Pátria’ (Globo, 1989), Santiago, 44, ‘exorbitou’. ‘Admiro suas audiências excepcionais, mas ele tem três sucessos e eu, pelo menos 17’, desabafa.


Procurado, Santiago apenas confirmou que fez ‘considerações à sinopse’ [de ‘Vendetta’] e que Muniz ‘não reagiu muito bem’. Segundo ele, o impasse será resolvido pela cúpula da Record. A emissora não comentou o assunto.


MUDA TUDO 1 Boris Casoy não irá mais apresentar um telejornal com debates no horário do almoço, como anunciou a Band há um mês. A partir de abril, Casoy será âncora do ‘Jornal da Noite’, no lugar de Roberto Cabrini, que se dedicará exclusivamente a um novo programa de reportagens especiais, a ocupar o horário nobre (provavelmente às terças, às 22h15).


MUDA TUDO 2 Com a entrada de Casoy, o ‘Jornal da Noite’ passará por mudanças, privilegiando a análise dos principais fatos e a opinião do próprio âncora. O projeto de um novo telejornal vespertino foi adiado por tempo indeterminado, mas não extinto. A explicação para a saída de Cabrini do ‘Jornal da Noite’ é a de que ele viajará muito ao exterior pelo novo programa.


RODÍZIO A edição deste ano do ‘Criança Esperança’, projeto social da Globo, será realizada no Rio, e não em São Paulo, como nos últimos anos. A emissora quer fazer um rodízio de capitais.


OFICIAL Diretor-geral da Globo, Octavio Florisbal passará o dia de hoje em reuniões com autores e diretores. Anunciará a substituição de Mário Lúcio Vaz por Manoel Martins na direção-geral artística. Martins, por sua vez, dará lugar a Eduardo Figueira na Central Globo de Produção. Na emissora, é grande a expectativa pela adoção de um novo modelo de gestão.


BAIXA Maior responsável pelo crescimento nas receitas publicitárias da Cultura, Júlio César Ferreira deixou a emissora.’


 


Daniel Castro e Laura Mattos


BBB Marcelo quer ser autor de novela


‘Ele não define sua sexualidade e também não sabe direito que carreira seguirá após ter participado do ‘Big Brother’. Um dos candidatos mais marcantes de todas as edições do reality show da Globo, o psiquiatra Marcelo de Oliveira Arantes, 31, ‘doutor Marcelo’, eliminado anteontem, estuda proposta para atuar em clínicas, pensa em escrever livros e não descarta um velho sonho de virar autor de telenovelas.


No blog do ‘BBB 8’, ele escreveu uma trama baseada nos acontecimentos da casa, com personagens inspirados nos candidatos. A relação entre ficção e realidade é óbvia para quem acompanha o programa.


Marcelo é Gregório Rodrigues de Lyra Souto, que se confessa apaixonado por Clessy Virgínia, a versão de Gyselle.


Ontem, à Folha, o psiquiatra disse que seria ‘cauteloso e, para evitar problemas jurídicos,’ não faria a relação entre personagens e candidatos. Deve temer a reação de Thatiana, sua ‘rival’ no programa, que na novela é Marta Prassapa, descrita assim: ‘Escondendo sua paixão por Camila Buzza, entrega-se ao namoro de conveniência com o palhaço Cascatinha. Não é má, imatura apenas’.


Fã de Gilberto Braga, Glória Perez e Manoel Carlos, Marcelo fez um ano de jornalismo na Escola de Comunicações e Artes da USP e alguns meses de relações internacionais na PUC-SP, mas abandonou os dois para estudar medicina na Universidade Federal de Uberaba. ‘Estava com problemas pessoais envolvendo casos afetivos e resolvi voltar à casa dos meus pais e estudar medicina.’


Nos próximos dias, conclui a especialização em psiquiatria e cogita estudar para ser psicanalista. ‘Vou conversar com meus professores sobre tudo que vivi. Acho que vão me dar uma luz.’ Diz ter entrado no ‘BBB’ por ser fã ‘e para levar polêmica’ e não teme que isso prejudique sua carreira médica. ‘Penso que não fui unânime, mas, pela minha história como médico e residente, não há o que falar mal, sem falsa modéstia. Portas vão se abrir. Sei que muitos podem temer me procurar, por me julgar exaltado, mas minhas referências são boas’, afirma, rindo.


Ele garante que, ainda que estivesse em depressão profunda, não teria medo de se consultar com um psiquiatra ex-big brother. ‘Se ele pudesse me ajudar, seria um prazer.’


Marcelo, que já fez, como paciente, psicanálise freudiana (‘mas sobre isso prefiro não falar’), concorda não ter atuado como bom psicanalista no programa, uma vez que usou como estratégia ‘jogar a verdade na cara dos candidatos’ e fez todos chorarem. ‘Ali não tinha paciente nem médico, eram todos concorrentes. Não precisei utilizar conhecimento psicanalítico ali, minha estratégia foi ser sincero e ser provocativo.’’


 


Cristina Fibe


‘Famosos’ competem para emagrecer


‘O que se pode esperar de um programa que une celebridades de terceiro escalão e uma competição para emagrecê-las? Logo de saída, já se vê o que virá: na apresentação do reality, cenas em câmera lenta, debaixo d’água, para destacar o excesso de peso, caretas nas sessões de exercício e suor escorrendo.


É a ‘Academia das Celebridades’, que estréia hoje, no VH1, às 21h, com ilustres participantes gordinhos, como o ator Daniel Baldwin (mais conhecido como ‘irmão de Alec’ -e a cara dele), a modelo Mia Tyler (filha de Steven Tyler) e o ator Joe Gannascoli (que participou da ‘Família Soprano’).


‘Só Deus sabe por que eles decidiram fazer isso. Mas eles decidiram’, diz o apresentador, no primeiro episódio. Além dele, um treinador que berra, um nutricionista bonzinho e uma psicoterapeuta cheia de plásticas palpitarão sobre a vida e a dieta das oito celebridades, durante 14 semanas. Uma balança gigante, símbolo do programa, indica o mau gosto que virá -cada time sobe em um prato para ver qual pesa mais. E o lento desequilíbrio do aparelho humilha o grupo dos quatro mais gordos.


É o tipo de série de que todos falam mal, mas que a curiosidade sádica do ser humano alimenta -nos EUA, a ‘Academia’, iniciada em 2005, já está em sua sexta temporada. ACADEMIA DAS CELEBRIDADES


Quando: estréia hoje, às 21h


Onde: no VH1′


 


CINEMA
Folha de S. Paulo


Grande Prêmio da Academia indica finalistas


‘A Academia Brasileira de Cinema anunciou ontem os finalistas do Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro em 23 categorias, incluindo as novas de efeito especial, melhor montagem de documentário, melhor longa de animação e o Prêmio Especial de Preservação.


Por meio do site www.academiabrasileiradecinema.com.br o público pode votar no melhor longa de ficção (nacional e estrangeiro) e no melhor filme feito para celular.


As demais categorias serão premiadas por um júri especializado. Entre os concorrentes, destacam-se ‘Tropa de Elite’ (melhor filme, direção e ator, entre outros), ‘O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias’ (filme, direção, ator coadjuvante, entre outros) e ‘O Céu de Suely’ (filme, direção, atriz, entre outros). Os vencedores serão premiados com o troféu Grande Otelo, em cerimônia no Rio, no dia 15 de abril, com transmissão do Canal Brasil.


O comediante Renato Aragão será o homenageado da noite, ‘por sua grande contribuição à história do cinema nacional’.’


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 13 de março de 2008


TV PÚBLICA
Rosa Costa, Denise Madueño e Cida Fontes


Com manobra de Jucá, Senado aprova TV pública


‘A base aliada no Senado conseguiu aprovar na madrugada de ontem a criação da TV Brasil, a emissora oficial do governo. A votação, simbólica, só foi possível porque o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), considerou ‘inconstitucional, irrelevante e sem urgência’ medida provisória que obstruía a votação da proposta da TV e que fora aprovada antes pela Câmara.


A manobra de Jucá irritou a oposição. As bancadas do DEM e do PSDB na Câmara e no Senado decidiram não votar mais nenhuma medida provisória enquanto persistirem as atuais regras de edição de MPs.


A atitude de Jucá atendeu à cobrança feita terça-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Irritado com a demora na votação do Orçamento e da proposta da TV pública, que caducaria no próximo dia 21, o presidente afirmou que ‘quem não quiser votar é porque não quer ficar no governo’.


A oposição reagiu à manobra deixando o plenário. Horas antes, Jucá havia dito aos jornalistas que a votação da TV só ocorreria depois de lido em plenário o relatório do senador Renato Casagrande (PSB-ES).


Para o líder do DEM, senador José Agripino (RN), a votação só foi possível ‘porque o governo agiu com truculência’. ‘Quando vimos que estávamos diante de uma farsa, nada mais tínhamos a fazer, senão deixar o plenário’, afirmou. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que ficou surpreendido pela iniciativa de Jucá de ‘passar um rolo compressor programado’. Jucá disse que só via motivos para comemorar. ‘Fomos para o embate e vencemos.’


CONFRONTO


‘Se o governo quer aprovar suas medidas provisórias, que garanta sua maioria’, afirmou José Agripino (RN), ao anunciar a decisão do DEM e do PSDB de não votarem mais medidas provisórias enquanto valerem as atuais regras. A decisão passa a valer a partir de hoje.


A reação do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), considerando a decisão ‘legítima’, demonstra que as insatisfações com o número excessivo de medidas provisórias não estão restritas aos partidos de oposição. ‘É legítimo, mas prefiro que a disputa política não envolva obstrução’, afirmou Chinaglia. O presidente da Câmara é um dos principais articuladores do projeto para mudar as regras de tramitação das MPs.


No confronto com as MPs, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), acrescentou outra pitada de pimenta. Ao discursar para trabalhadores em um ato contra o trabalho escravo, afirmou: ‘A medida provisória só não é pior do que o trabalho escravo. Vem pela goela abaixo, tranca a pauta e não se aprova mais nada, só o que o governo quer’.


Uma das propostas é o fim do chamando trancamento de pauta, a regra segundo a qual uma medida provisória que não for votada até 45 dias de sua edição tranca a pauta do plenário impedindo outras votações.’


 


Wilson Tosta


Com 2.300 funcionários, TV opera desde dezembro


‘A TV pública, ou Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nasceu com cerca de 2.300 funcionários, R$ 150 milhões de orçamento para 2008, serviços de televisão, rádio e internet e uma programação em boa parte herdada das antecessoras fundidas para formá-la, a Radiobrás e a TVE Rede Brasil. Como foi criada por medida provisória, a TV Brasil já está em funcionamento, embora o Congresso só tenha votado ontem a MP.


O governo Lula jura que é uma TV de Estado, não de governo, dentro do modelo europeu de emissora pública e independente. DEM e PSDB duvidam e temem que seja usada para fazer propaganda de Lula.


A EBC nasceu como reação ao noticiário sobre o mensalão e os escândalos que atingiram o PT em 2005 e 2006, considerado pelos governistas como pouco equilibrado e pró-PSDB. O Planalto aproveitou a chegada da TV digital, que permite criar mais canais. Com a EBC, instalou a emissora em Brasília, em substituição à TV Nacional, da Radiobrás, e no Rio e no Maranhão, onde existia antes a TVE, e criou a TV Brasil em São Paulo. Em cada uma das praças, a idéia é transmitir em sinal analógico por enquanto, e em digital no futuro. Em São Paulo, onde a TV digital já começou, a TV Brasil só transmite em UHF, porque seus equipamentos ainda estão presos na alfândega.


NOVIDADE


Na TV, até agora a grande novidade da programação foi o Repórter Brasil, noticiário noturno ancorado do Rio e do Distrito Federal que se esforça para demonstrar equilíbrio e independência. Nele, é freqüente a presença de parlamentares da oposição, que debatem questões polêmicas com representantes do governo. Há um esforço por demonstrar imparcialidade – por exemplo, com a divulgação de notícias sobre a ação judicial do DEM contra a criação da EBC.


A TV tem um Conselho Curador – acima da diretoria executiva, para cuidar das grandes linhas da programação. Dele faz parte até um integrante da oposição, o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM).


Segundo a direção da EBC, haverá duas ondas de mudança nos programas, este mês e em julho. Outra novidade é o primeiro correspondente brasileiro em território africano, o jornalista Carlos Alberto Júnior, que ficará em Angola.


Um dos objetivos da empresa é a formação de uma rede nacional de televisões públicas, em colaboração com emissoras pertencentes a governos estaduais e a universidades públicas. No carnaval de 2007, houve uma primeira experiência da TV Brasil no gênero, com uma parceria da emissora com a TVE da Bahia, para transmissão do carnaval de rua.’


 


UNIVERSAL
Guilherme Scarance


Overseas Press condena ações contra mídia


‘Em carta enviada ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o comitê de liberdade de imprensa do Overseas Press Club of America (OPC), entidade fundada há 69 anos por correspondentes estrangeiros em Nova York, condenou veementemente a onda de ações da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) contra jornais brasileiros.


‘Recomendamos com insistência que tome todas as ações ao seu alcance para encerrar essa prática coordenada de intimidação’, destaca a carta, assinada por Larry Martz, vice-presidente, e Robert Dowling, integrante do comitê.


A Iurd e seus seguidores já entraram com quase 100 ações contra os jornais Folha de S. Paulo, Extra e A Tarde e os jornalistas Elvira Lobato, Bruno Thyse e Valmar Hupsel Filho. Todos assinaram reportagens sobre a Universal e, agora, estão sendo processados em diferentes Estados, às vezes em cidades de difícil acesso. A Iurd vem negando qualquer tentativa de perseguição e alega que os fiéis, ao se sentirem ofendidos, têm o direito de buscar reparação judicial.


Entidades jurídicas, associações de imprensa e setores da sociedade brasileira criticaram a estratégia da Iurd, vista como ‘orquestração’. A associação americana também expressa, na carta, ‘grande preocupação’ com a tentativa do grupo religioso de ‘intimidar e censurar a liberdade de expressão na imprensa’. Na avaliação de Martz e Dowling, a tática da Iurd é ‘um claro abuso’ às funções do Judiciário e uma ‘perseguição à mídia independente’.


AÇÕES IDÊNTICAS


Ao citar o caso específico da jornalista Elvira Lobato e da Folha, a carta do OPC alerta: ‘Essa estratégia de encaminhar ações quase idênticas pelo País parece uma tentativa de perseguir a repórter e seu jornal de maneira a gerar altos gastos e tornar quase impossível que a organização se defenda.’ E completa: ‘Elvira talvez tenha de ir pessoalmente a 30 cidades onde foi processada, o que interfere seriamente em sua vida pessoal e profissional.’


O comitê cita outra entidade, a International Freedom of Expression Exchange (IFEX), que também repudia a onda de ações da Universal e vê uma manobra voltada à intimidação de empresas jornalísticas e tentativa de ‘comprar o silêncio’.


Cópias da carta foram encaminhadas ao embaixador do Brasil nos EUA, Antonio Patriota; à representante da missão brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU), a diplomata Maria Luiza Ribeira Viotti; ao embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel; à Inter-American Press Association News, em Miami, e a editores-chefes de jornais brasileiros.


Procurada ontem, a Igreja Universal não se manifestou.’


 


TV DIGITAL
O Estado de S. Paulo


TV digital deve ter nova campanha


‘A expectativa do governo é de que, até o fim de 2010, 14 milhões de domicílios tenham acesso à TV digital. Mas, para cumprir essa meta, o governo quer que as emissoras de TV e a indústria de aparelhos façam uma campanha para esclarecer a população sobre o novo sistema. Em reunião ontem do Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, segundo uma fonte, ficou claro que falta de informação para os potenciais clientes da TV digital. Essa confusão estaria dificultando a ampliação do serviço, lançado em dezembro em São Paulo.’


 


PUBLICIDADE
Marili Ribeiro


Prêmio da ANJ leva publicitários a Cannes


‘Após três anos de expansão vigorosa, tanto na circulação de jornais como no aumento de participação na receita publicitária, a Associação Nacional de Jornais (ANJ), como destacou o presidente da entidade, Nelson Sirotsky, vive ‘no ano de comemoração de seus 200 anos um momento único de boas perspectivas’. E uma das formas de os dirigentes da associação valorizarem o cenário favorável foi incrementar o Prêmio ANJ de Criação Publicitária.


Os vencedores nacionais da 7ª edição, que serão anunciados em novembro, viajarão para o Festival Internacional de Publicidade de Cannes, em 2009, com tudo pago.


O anúncio, feito ontem, reuniu além de Sirotsky, que é presidente do grupo de comunicação gaúcho RBS, proprietários e representantes de jornais de todo o País e mais profissionais de publicidade, entre eles Washington Olivetto, Luís Lara, Bia Aidar, Antonio Fadiga, Ricardo Chester, José Borghi, Hugo Rodrigues entre outros.


A circulação de jornais cresceu 11,8% em 2007, passando de 7,23 milhões de exemplares por dia, em 2006, para mais de 8 milhões. Essa expansão foi acompanhada de aumento de participação no bolo publicitário de 15,2%, movimentando no ano passado R$ 3,1 bilhões. ‘Os jornais passaram de uma atitude de intimidação, diante da revolução digital, para abraçar as novas mídias nos seus portais na internet, que hoje já abrigam áudio e imagem e são, como comprovam as pesquisas, os sites de notícias mais procurados na internet, deixando os de televisão e revistas para trás’, comemora Walter de Mattos Jr., presidente do jornal Lance! e vice-presidente da ANJ.


Hoje, a abrangência do canal de comunicação jornal é medida pelos empresários do setor não mais apenas pelo sucesso de suas versões impressas, mas também pelo resultado de sua audiência online. ‘Não podemos descuidar da credibilidade que marcas como Estado, Globo, Folha e Zero Hora, entre outros jornais, transferem para a internet. Trata-se de um patrimônio que merece cuidado e, por isso mesmo, estamos investindo em pesquisas que quantifiquem isso’, diz Antonio Athayde, diretor da ANJ


Para publicitários como Hugo Rodrigues, diretor de criação da Salles Chemistri Publicidade e vencedor da última edição do Prêmio ANJ de Criação Publicitária, a relevância no meio jornal é indiscutível pois, como conta, o anunciante, no caso a montadora GM, fez questão de comparecer no ano passado à premiação.


Em média, desde que foi criado em 2000, têm sido inscritas 1.100 peças publicitárias por edição para concorrer nas categorias regional e nacional. Disputam a 7ª edição os anúncios veiculados entre março a 30 de setembro deste ano. A premiação será feita em novembro.


Ao todo são sete categorias premiadas: uma página, página dupla, meia página, um quarto de página, classificados, outros formatos e, a novidade deste ano, um prêmio para os anúncios online. As premiações regionais serão divididas em Norte e Nordeste; Centro-Oeste, Espírito Santo e Minas Gerais; Rio de Janeiro; Sul e São Paulo. Os vencedores regionais vão ganhar notebooks . Serão premiados os dois profissionais da Criação e os dois da Mídia responsáveis pelo anúncio vencedor.’


 


CINEMA
O Estado de S. Paulo


Jogo de Cena ganha Prêmio Jairo Ferreira


‘O documentário Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho, foi eleito na segunda edição do Prêmio Jairo Ferreira o melhor filme brasileiro de 2007. Na cerimônia de premiação, ocorrida na noite de anteontem no CineSesc, em São Paulo, o cineasta Carlos Reichenbach e o crítico de cinema Inácio Araújo foram agraciados com dois prêmios honorários. Como o melhor lançamento em DVD do ano passado foi escolhido O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. O Prêmio Jairo Ferreira contempla os destaques cinematográficos anuais segundo as revistas Cinequanon, Cinética, Contracampo, Paisá e Teorema.’


 


TELEVISÃO
Julia Contier


Vh1 aposta no Brasil


‘A MTV Brasil que se cuide. O canal americano Vh1 resolveu apostar em produções nacionais este ano, a fim de consolidar a marca no Brasil e conquistar um público entre 25 e 49 anos, que se sente órfão da emissora musical.


A base do Vh 1, que reúne música, entretenimento, moda, filmes, documentários e reality shows, agora terá programas, videoclipes e apresentadores brasileiros. Segundo o vice-presidente de criação da Nickelodeon Latin America e do Vh1 Brasil, Jimmy Leroy , três novos programas norteiam essa proposta de abrasileirar a produção e aproximar o público.


A clássica parada musical que elege os melhores videoclipes do momento, o Top20 Brasil será apresentado por um VJ brasileiro. Já o Vh1 Storytellers será como um Unplugged, em que os maiores cantores e compositores (brasileiros) tocam suas músicas e falam sobre elas.


Já Behind the Music será um documentário mais dramático, que contará a história das grandes bandas. Uma espécie de biografia autorizada que vai ao fundo no relato da vida pessoal do artista, mostrando como o sucesso superou tragédias e norteou sua carreira.’


 


 


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