Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Com criação da nova TV pública, TVE deve ser extinta

Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 30 de outubro de 2007


TV PÚBLICA
Wilson Tosta


Diretora critica extinção da TVE


‘Rio – A diretora-presidente da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), instituição que administra a TVE Rede Brasil, jornalista Beth Carmona, manifestou ‘certa surpresa’ com a decisão do governo federal de, para criar a nova TV pública, extinguir a emissora que comanda. ‘Nossos funcionários são os mais preparados para fazer TV pública’, disse ela, preocupada com o destino dos cerca de 1.200 servidores da instituição, sediada no Rio. Eles temem demissões.


Segundo Beth, poderão ocorrer problemas para a incorporação, à nova estrutura criada (uma empresa), dos funcionários da TVE, uma organização social, com estatuto jurídico diverso e sem fins lucrativos. ‘O fato de a TVE ser uma organização social desde 1998 traz uma série de complicações para seus funcionários, que terão problemas para a incorporação automática ao novo quadro’, argumentou. ‘Os contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (cerca de 800) não prestaram concurso público. Os (aproximadamente 400) estatutários que vêm da antiga Fundação Roquette Pinto são funcionários do Ministério do Planejamento, cedidos.’


Ela observou que, para ser plenamente incorporados à TV pública, os celetistas precisarão prestar concurso, mas, nesse caso, terão de disputar vagas com pessoas de fora da empresa. Já os estatutários, vinculados ao Ministério do Planejamento desde o fim da Fundação Roquette Pinto, voltarão ao órgão de origem, caso a Acerp acabe.


DUPLICIDADE


Para evitar eventuais problemas jurídicos, o contrato de gestão da Acerp com o governo federal será modificado. ‘Acho que a Acerp ainda dura uns três anos’, afirmou Beth, que se diz preocupada em encerrar ‘direito’ as atividades da organização. De acordo com ela, com a incorporação da Radiobrás e da TVE à nova emissora, poderá haver estruturas e equipamentos em dobro.


A presidente da TV pública, Tereza Cruvinel, sustenta que o modelo de gestão que está sendo montado pela Fundação Getúlio Vargas não prevê demissões e a Acerp não acabará. ‘Porque, se acabasse, os empregados seriam demitidos’, ressaltou. A migração dos trabalhadores da TVE Rede Brasil para a nova empresa deverá se dar com o novo contrato de gestão e usando processos seletivos, para ocupar cargos de contratação por 36 meses. Ela explicou que a FGV está estudando a ‘acoplagem’ dos sistemas de trabalho para ‘encaixar as peças e otimizar os recursos’ e prometeu uma transição sem traumas.


‘A nova programação será construída no tempo e paulatinamente, unificando Rio, São Paulo e Brasília’, afirmou. ‘Não se vai arrancar uma programação do ar.’ O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse que a tendência é de que a marca TVE Rede Brasil fique no ar ainda por ‘algum tempo’. Segundo ele, a Acerp deverá ser mantida, no fim, basicamente com contratos trabalhistas.’


 


Governo quer montar rede com emissoras estaduais em 6 meses


‘Rio – O governo federal espera que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), criada em outubro por medida provisória para operar a TV pública, prevista para começar a transmitir em dezembro, encabece em seis meses uma rede de pelo menos 15 emissoras pertencentes aos governos estaduais. Segundo o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, já há conversas adiantadas em vários Estados e a idéia é de que as TVs locais que queiram se associar se estruturem de forma a não serem emissoras dos governadores. Elas não necessariamente replicariam a forma da EBC, mas teriam de ter alguma forma de controle público e transparência, de modo a evitar intervenções políticas.


‘Minha avaliação é ter em seis meses umas 15 emissoras associadas pelo modelo pleno e outras num modelo de transição (com apenas parte da programação compartilhada e sem mudança no modelo de gestão)’, diz Franklin.


TRANSIÇÃO


Por ‘modelo pleno’, o ministro entende, além da transição para uma estrutura que dê autonomia à emissora estadual em relação ao Poder Executivo local, um compromisso de contribuir para a programação. O primeiro passo foi dado na última quinta feira, quando a TV Aperipê, do governo petista de Sergipe, assinou documento para começar a se associar à EBC, transmitindo quatro horas de programação local e reproduzindo a programação da rede nacional.


Segundo a presidente da EBC, Tereza Cruvinel, já há negociações semelhantes com as emissoras estaduais da Bahia, de Mato Grosso do Sul, Pará e Pernambuco e com a TV Universitária do Rio Grande do Norte. Franklin garante que mesmo em Estados governados por partidos de oposição, como Minas Gerais e São Paulo, onde os governadores são do PSDB, há boas conversas e possibilidade de colaboração.


BOA VONTADE


‘A resistência à TV pública não é de toda a oposição, mas apenas de um setor da oposição’, sustenta. ‘Tem havido enorme boa vontade da Rede Minas e da TV Cultura de participar. Talvez não de forma plena, no início. O ambiente é bom, conversam o tempo todo. Existe uma unidade no campo das TVs públicas que vai além dos partidos.’


Integrantes do PSDB e do DEM, principalmente, têm acusado a EBC de ser uma ‘TV Lula’, supostamente destinada a fazer propaganda governista. O governo rebate, defendendo um modelo semelhante ao de emissoras públicas de outros países, sobretudo da Europa Ocidental, como a BBC britânica, que, mesmo pertencentes ao Estado, são independentes dos governos.


PROGRAMAÇÃO


Recém-nomeada para o posto, Tereza afirma que o primeiro passo da nova emissora será unificar o jornalismo, a partir das estruturas que estão sendo fundidas: Radiobrás e TVE Rede Brasil. Um dos principais objetivos é fazer um telejornal noturno em rede nacional.


Inicialmente, a EBC deverá transmitir em São Paulo, com sinal digital, provavelmente a partir de dezembro. Com a unificação, também deverá haver, inicialmente, transmissões no Rio de Janeiro, atualmente da TVE (canal 2 no sistema analógico), Distrito Federal e Maranhão (também operado pela TVE). Como a transmissão digital começará aos poucos pelos Estados, inicialmente haverá apenas transmissão analógica.


‘Na grade de programação, poderemos aproveitar programas das emissoras estaduais’, adianta ela.’


 


ESPIONAGEM
José Roberto Batochio


Espionagem em prelúdio


‘Ano de 1962, o imortal Vinícius de Moraes escreve a mais bela de todas as letras para uma canção. O seu Samba em Prelúdio, concebido em parceria com o violonista Baden Powell, terminava com o célebre refrão ‘sem você, meu amor, eu não sou ninguém’. Bons tempos aqueles em que o poeta podia cantar sem preocupações outras que, sem a mulher amada, seria ‘chama sem luz’, ‘jardim sem luar’, ‘barco sem mar’, ‘campo sem flor’. Hoje, o Brasil vive um período bem menos inspirador e bem mais autocrático. Nesta hora, o que está em prelúdio já não é um samba, uma canção ou um poema, mas a abjeta e repulsiva idéia da espionagem oficializada, em plena gestação nos escalões superiores da República.


Exatamente essa é a idéia do novo diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), um delegado de polícia aficionado de métodos de investigação que tais. Desde que deixou o comando da Polícia Federal, tem ele reivindicado, recorrente e incansavelmente, que, em suas novas funções, tenha também o direito de implementar o sistema de espionagem telefônica denominado Guardião, com o escopo de grampear seus ‘suspeitos’ em casos muito excepcionais. Invoca o terrorismo, mesmo reconhecendo que tal ameaça é um tanto longínqua num país de pacífica diversidade étnica e irreversível consolidação democrática como o Brasil. Ainda sem objetivos definidos e programas de ação na Abin, é como se o chefe da inteligência, em seus versos funcionais, cantasse ‘sem você, meu Guardião, eu não sou ninguém’ – e Vinícius, lá em cima, haverá de nos absolver pela comparação!


Tal sonho de uma noite de verão, no entanto, significa muito mais do que simples devaneio burocrático. Representa, na verdade, acachapante inconstitucionalidade. É que na Constituição da República Federativa do Brasil, que é de 1988, o direito à privacidade está erigido em princípio fundamental, quase sacro, enfim, uma cláusula pétrea. No Capítulo dos Direitos Individuais e Coletivos, dispõe seu artigo 5º, inciso XII, que ‘é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal’.


Preciso, portanto, o Poder Constituinte originário. Fixou a regra da inviolabilidade do sigilo e excepcionou uma única hipótese: o caso de investigação criminal e instrução processual penal. Ora, investigação criminal cabe, exclusivamente, à Polícia Judiciária, sentencia a Lei Máxima, e não à Agência Brasileira de Inteligência. Corretamente por isso, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, que chegou em muito boa hora, tem rechaçado abertamente tais pretensões. Afinal, na distribuição constitucional de competências, a César o que é de César. E a nova polícia, ao que tudo indica, parece mais afinada com os anseios da sociedade brasileira, após as arbitrariedades que marcaram a gestão anterior no Ministério da Justiça e na Polícia Federal.


De todo injurídico e inadequado buscar conferir à Abin as funções de espionagem e escuta telefônica por meio de um dispositivo de lei ordinária! Seria necessária alteração do texto constitucional para tanto, como é óbvio. No Brasil, no entanto, as propostas de emendas constitucionais tramitam com observância do processo legislativo previsto no artigo 60 da Carta Magna. Como se sabe, as emendas só podem ser aprovadas se votadas em dois turnos, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal, e se merecerem o sufrágio de três quintos dos parlamentares em cada uma das Casas Legislativas. Afinal, não se trata da Lei do Inquilinato… Ainda assim, o legislador constituinte fez questão de estabelecer vedação expressa a matérias que não podem – em hipótese alguma – ser objeto de proposta de emendas constitucionais. É o que se lê no parágrafo 4º do mesmo artigo 60: ‘Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa de Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais.’


O texto é mais do que claro. Mesmo que o novo chefe da Agência Brasileira de Inteligência conseguisse convencer um grupo de parlamentares a apresentar uma proposta de emenda em favor do ‘seu Guardião’, a iniciativa legislativa seria inconstitucional, porque abole direitos e garantias individuais. Isso significa que as pretensões do diretor da Abin só seriam viáveis se o Brasil estivesse disposto a ignorar a sua Constituição e, rompendo com a ordem constitucional por ela estabelecida, convocar uma nova Assembléia Nacional Constituinte. Felizmente, ao que tudo indica, isso não parece ser uma de nossas prioridades.


Cumpre acrescentar que, neste exato momento, há um aceso debate nos Estados Unidos, tidos como a maior democracia ocidental, em torno do tema. Depois do trauma vivido no 11 de Setembro de 2001, a sociedade norte-americana abriu mão de certos direitos individuais, em nome do combate ao terrorismo, mas hoje já parece estar arrependida. No Brasil, onde tal risco se mostra distante, e até mesmo inexistente, seria um absoluto despautério jogar no lixo garantias individuais tão importantes. Afinal, é a privacidade que assegura a intimidade, a integridade e a indevassabilidade da pessoa humana. São conquistas sagradas, que devem ser preservadas e que acima dos sonhos de poder de quaisquer autoridades, principalmente em nome de uma ameaça que ninguém vê…


*José Roberto Batochio foi presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)’


 


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Skype lança celular que faz ligações gratuitas


‘Londres – A empresa de telefonia pela internet Skype, controlada pelo eBay, e o grupo de telefonia móvel 3 lançaram um celular que permite que usuários do Skype façam chamadas entre si sem precisar de computador. As empresas anunciaram ontem que o novo 3 Skypephone pode também enviar mensagens instantâneas pela rede do Skype. A expectativa das companhias é a venda de ‘centenas de milhares de unidades’ do modelo em todo o mundo neste quarto trimestre.


‘Estamos otimistas e acreditamos que dentro de alguns anos venderemos milhões de unidades ao ano, mas no quarto trimestre (de 2007) nossa expectativa é vender algumas centenas de milhares de unidades em todo o mundo’, disse Frank Sixt, diretor-financeiro da Hutchison Whampoa, de Hong Kong, empresa controladora da 3.


O celular está sendo lançado em nove mercados, entre os quais Reino Unido, Austrália e Itália. Já há estudos para o lançamento do produto também em outros países. No Reino Unido, o aparelho custará £ 49,99 (US$ 102,60), e seu uso será gratuito para assinantes dos serviços de telefonia da 3. O modelo estará à venda nas lojas da empresa na sexta-feira.


De acordo com Sixt, as tarifas para conexão com outras operadoras seriam as mesmas de outros celulares, com minutos e mensagens de texto ao mesmo preço, e que o aparelho terá um botão Skype especial.


‘O Skype agora é realmente móvel. O novo aparelho permite que o usuário realize ligações grátis pelo Skype, para outros usuários do Skype em todo o mundo, de qualquer lugar’, informou Michael van Swaaj, presidente interino do Skype, em comunicado.


Ele acrescentou, em entrevista, esperar que o celular eleve a base de 246 milhões de usuários da empresa, já que agora o serviço estará disponível para pessoas sem ficar preso a computadores.


‘Acreditamos que haverá interesse significativo da parte de pessoas que ainda não estão no Skype, porque é fácil utilizá-lo. A pessoa não precisa de um laptop’, acrescentou o executivo.


O Skype foi adquirido em 2005 pelo eBay por cerca de US$ 4,3 bilhões, em uma aposta do site de leilões na popularidade rapidamente crescente do serviço de telefonia via internet. Apesar do otimismo inicial, o eBay teve de deduzir US$ 1,2 bilhão do valor de aquisição do Skype no começo deste mês.


Niklas Zennstrom, co-fundador do Skype, admitiu também no início do mês que a avaliação original feita da empresa pelo eBay foi elevada demais no momento da aquisição. ‘Tínhamos de mapear a trajetória de crescimento e avaliar nossa velocidade, mas constatamos que houve certa superestimativa’, disse Zennstrom durante uma conferência na Hungria.


Ele disse acreditar que a empresa esteja crescendo em ritmo satisfatório, mas que será necessário mais tempo para que eventualmente se cumpram as expectativas originais. ‘Nós superestimamos o nosso poder de monetização.’’


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Blog irrita a Globo


‘O que seria um ótimo recurso – e de certa forma é – para bombar o ibope de Duas Caras, está causando dores de cabeça à direção da Globo. Um dos maiores sucessos do bloglog, portal que reúne blogs de famosos, o blog do autor da trama das 9 Aguinaldo Silva, vem deixando a alta cúpula da emissora apreensiva.


Tudo por que, além de adiantar acontecimentos do seu folhetim, Aguinaldo vem usando o blog para bater em seus desafetos e fazer comentários sobre os mais variados assuntos. Detalhe: sem nenhum pudor. Além de brigas virtuais com jornalistas e críticas severas à Globo, o autor está dando seus pitacos sobre política e até sobre um dos principais alvos da mídia atualmente, o polêmico caso envolvendo o padre Júlio Lancellotti.


Em seu blog, o autor garante saber que está se arriscando escrevendo sobre esses assuntos, mas promete não parar. A Globo, por meio de sua Assessoria de Imprensa, diz não estar ‘preocupada’ com o blog, e sim ‘estranhando que o autor não tenha encaminhado suas dúvidas, críticas ou preocupações diretamente à emissora.’ Mesmo assim, promete respeitar as idéias de Aguinaldo.’


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 30 de outubro de 2007


FUTEBOL
Folha de S. Paulo


A Copa e as contas


‘O BRASIL, candidato único, deve ser oficializado hoje em Zurique como o país-sede da Copa do Mundo de 2014. Mais de seis décadas após o desastre de 1950, quando a seleção nacional perdeu a final para o Uruguai em pleno Maracanã, o país voltará a ser palco da principal competição futebolística do planeta.


Trata-se de uma boa notícia. Eventos do porte da Copa são uma excelente ocasião para fazer negócios, incentivar o turismo e obter investimentos em infra-estrutura. Alguns desses ganhos permanecem mesmo depois de encerrada a competição. É o caso de uma linha de metrô que se construa ou da popularização do Brasil como destino turístico.


Só que as oportunidades também podem dar lugar a um pesadelo. Serão certos os danos à imagem do país se cenas de caos aéreo se repetirem durante a competição, por exemplo. Além disso, persiste também o risco de a Copa, a exemplo do Pan 2007, converter-se numa maratona de prejuízos para o erário.


A diferença entre êxito e fracasso está no planejamento. Para que a competição seja um sucesso e os gastos públicos produzam resultados duradouros, é preciso antecipar os pontos fracos e tomar as medidas para saná-los. Muitas exigem um prazo de maturação de anos.


Lamentavelmente, o histórico do país e o do governo são ruins. Basta lembrar que a administração Lula assistiu inerte a pelo menos dez meses de tumulto aéreo antes de adotar medidas que parecessem uma atitude.


Também está fresco na memória o Pan 2007. Originalmente orçado em R$ 414 milhões, a maioria em recursos oriundos da iniciativa privada, o custo do evento foi multiplicado por nove: R$ 3,7 bilhões, tudo pago pelo contribuinte. A Copa do Mundo é uma competição muito maior do que o Pan. Se não houver controle, os quase R$ 4 bilhões parecerão brincadeira de criança.


E o Brasil já entra no gramado com o pé esquerdo. O relatório da Fifa que o recomenda como sede parece muito mais um ‘press-release’ do que o resultado dos trabalhos de uma comissão que esteve no país. Não são mencionadas cifras de investimentos necessários. Informalmente, fala-se em R$ 400 milhões para o comitê organizador e R$ 1,1 bilhão para a renovação dos estádios. Difícil acreditar.


A Alemanha gastou mais de R$ 20 bilhões na Copa de 2006. E o presidente Lula, que lidera a caravana de políticos que foi a Zurique celebrar a ‘conquista’ brasileira, já advertiu que não pretende poupar gastos na Copa.


A torcida brasileira -pela importância do futebol no país e pela tradição da seleção pentacampeã- merece uma Copa no Brasil. Mas o evento só se justificará se marcar uma mudança na atitude de dirigentes e autoridades. É preciso prestar contas e minimizar o gasto público.’


 


Janio de Freitas


O bonde


‘Governadores em viagem à Suíça contribuem para o propósito de desviar bilhões das necessidades prementes


EM POSES e cores para todos os gostos, hoje a TV e amanhã os jornais vão brindar-nos com imagens de um grupo de governadores, encabeçado por seu presidente, em viagem à Suíça sob a justificativa geral de fazer ‘lobby’ pela indicação do Brasil para sede da Copa do Mundo de 2014. O motivo citado é uma falsidade: o Brasil é candidato único, logo, não era necessária pressão alguma, a Fifa ficou sem alternativa. O que as imagens vão mostrar, de fato, não é um grupo de governadores com seu presidente, aquele que lhes solta verbas em troca de agrados, é o bonde dos irresponsáveis.


Bem à maneira carioca, assaltantes do Rio deram esse nome -bonde- ao tipo, digamos, de operação em que agem uns seguindo os outros, todos orientados para o mesmo objetivo. O bonde que se mostra na Suíça é uma contrafação do bonde carioca. De olho no duplo objetivo de agradar a Lula e de explorar os entusiasmos ingênuos dos seus eleitorados, o grupo de governadores está contribuindo para o propósito irresponsável de desviar vários bilhões das necessidades mais prementes, para uma espécie de festa que não faz falta ao Brasil.


O arrazoado que a Fifa recebeu com o compromisso do governo brasileiro é um amontoado de mentiras. Tanto sobre condições já existentes para sustentar a candidatura à Copa, entre as quais estão referências à infra-estrutura e à segurança absolutamente forjadas, como sobre disponibilidades do país para cumprir as exigências em construção de estádios e de mais e gigantesca infra-estrutura pelo país afora, para os eventos da Copa e para os alegados milhões de torcedores estrangeiros.


Tostão, hoje tão admirável no jornalismo quanto foi no futebol, anteontem lembrou na Folha, em ponderações sobre a Copa no Brasil, o gasto gigantesco com o Pan no Rio. O gasto admitido é superior a quatro vezes o custo apresentado para trazer os jogos. E não está incluída grande parte das obras presentes no custo orçado, mas não saídas do papel, como o metrô da Barra. Nunca foi apresentado o custo final e verdadeiro do Pan: é uma verificação que o Ministério Público Federal e o do Estado do Rio devem à população e à sua própria respeitabilidade. O que se sabe de certo é que os dados oficiais não são confiáveis, ou por incompletos alguns, ou porque falsos. Sem falar nas manipulações que multiplicaram custos de obras e equipamentos como milagres do padrão de moralidade nacional.


O tal saldo, em turismo para o Pan e em aumento formidável dos visitantes futuros, não houve. O saldo em melhorias para a cidade, idem, porque não houve as tais obras. O saldo para o esporte está em um centro esportivo que a prefeitura nem ao menos conseguiu arrendar por uma ninharia, e lá está, na Barra, com o custo por se pagar e com a manutenção significando novos custos -e entregue aos mosquitos da dengue na Barra. O novo estádio de futebol, um dos milagres da multiplicação de custos, foi arrendado ao Botafogo para um ou dois jogos por semana, enquanto o Maracanã, há 57 anos uma bomba de sugar recursos públicos, fica ocioso na maior parte das semanas.


A Olimpíada de 2004 custou à Grécia US$ 12 bilhões. Iria pagar-se com o turismo imediato, os patrocínios e, nos anos vindouros, com o incentivo adicional aos atrativos gregos para visitantes estrangeiros com poder aquisitivo. Além do imenso rombo, por não se cumprir nenhuma das previsões de receita, a Grécia recebeu da Olimpíada um outro problema financeiro, sobre o qual nem cogitara: a vasta estrutura de construções esportivas e equipamentos não encontra uso que a justifique, mas o custo de conservação pesa muito nos recursos públicos.


Enrolado na CPMF, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, admitia ontem o aumento das verbas para a saúde, como retribuição aos votos oposicionistas, ‘em mais 1%, depois até 2%, 3%’. Embora criada para financiar a saúde, a CPMF só é destinada a tal fim, pelo governo da justiça social, em 42% do total arrecadado. A oferta de Mantega, portanto, com base na arrecadação de R$ 40 bilhões, representaria aumento entre R$ 400 milhões e R$ 1,2 bilhão para a saúde. Não há como fazer comparação com o custo da Copa, porque o seu custo orçado é mentiroso, e o acréscimo da roubalheira usual é imprevisível. Nem é preciso comparar: a oferta de Mantega subscreve a indigência dos serviços de saúde no país, no tratamento tanto aos pacientes como aos médicos, enfermeiros, hospitais e escassos postos de saúde.


Isso, porém, é motivo de inquietação para pessoas responsáveis, ou simplesmente pessoas. Não move o bonde dos irresponsáveis.’


 


ARGENTINA
Marcos Nobre


Um país normal


‘‘BARCELONA’ é uma revista de humor argentina que surgiu em 2003. Sobre as eleições, saiu-se com o seguinte: ‘Que barbaridade esse povo que valoriza mais os direitos humanos do que o preço do tomate’.


Porque a campanha da oposição não foi muito além de discutir o preço dos tomates e das batatas. E o governo de Néstor Kirchner teve como uma de suas prioridades a reabertura dos processos para apurar crimes cometidos durante a ditadura militar.


Não que Cristina Kirchner tenha dito muita coisa. Fez uma campanha minimalista. Deu apenas uma entrevista coletiva e fez um giro internacional em plena campanha.


Foram além dos legumes apenas a cobertura e as análises da campanha eleitoral. Mas, no geral, apresentaram o favoritismo de Cristina Kirchner como se fosse um defeito essencial do povo argentino: decidir pela continuidade das políticas implantadas desde 2003.


O analista político James Neilson resumiu esse estado de coisas um tanto surreal: ‘O eleitorado decidiu há muito tempo que não está interessado em mudar e, por isso, se nega a deixar-se influir por detalhes como uma corrupção galopante, inflação em alta e uma crise energética que, com certeza, se agravará. Esses e outros temas, em um país normal, seriam mais do que suficientes para garantir a derrota do governo’.


É difícil imaginar o que possa ser um ‘país normal’. Enumerar uma longa lista de problemas -e eles não faltam à Argentina- não serve de explicação para o que quer que seja, muito menos para a eleição de Cristina Kirchner.


Há razões de sobra para criticar o governo Kirchner. Mas o fato é que os governos de Duhalde e de Néstor Kirchner conseguiram o que ninguém se arriscava a prever: que a Argentina fosse se recuperar da hecatombe da década Menem. O curioso é que as análises mencionem isso como se não tivessem feito mais do que sua obrigação.


A pergunta seria então: por que temas tão decisivos para o futuro da Argentina não foram discutidos a fundo durante a campanha? Pois é sabido que, para garantir a continuidade, Cristina Kirchner terá mesmo de mudar: será obrigada a fazer um profundo ajuste fiscal, controlar a inflação e encaminhar a solução da crise energética. Terá de colocar a economia argentina de volta no cenário internacional.


O eleitorado argentino considerou que um governo que conseguiu a extraordinária recuperação dos últimos anos é o mais bem preparado para enfrentar esses próximos desafios. Se vai conseguir ou não, só será possível saber nos próximos quatro anos. Porque ‘país normal’ não existe em lugar nenhum do mundo.’


 


GOVERNO
Letícia Sander


Comissão de Ética desaprova elo comercial entre Gil e Itaú


‘A Comissão de Ética Pública, ligada à Presidência da República, julgou ‘impróprio’ o estabelecimento de vínculos comerciais entre o ministro Gilberto Gil (Cultura) e o Banco Itaú. Gil autorizou o uso de uma versão da sua música ‘Pela Internet’ num anúncio.


No comercial, outro cantor, com a voz parecida com a de Gil, interpreta a música, que já havia sido tema de propaganda do banco antes que o compositor integrasse o governo Lula.


O anúncio foi tema de reunião da comissão. Pelo fato de o grupo Itaú ter atuação na área cultural (é dono do Itaú Cultural), sob jurisdição do ministro, a comissão julgou impróprio o estabelecimento de ‘vínculos comerciais no interesse privado entre Gil e essa instituição’.


E recomendou ao ministro que, no futuro, evite relações ‘com quem tenha interesses passíveis de serem atingidos por ação ou omissão do Ministério’. Não haverá punição.


A Folha contatou a assessoria do ministro ontem e foi informada de que Gil estava em viagem oficial à Colômbia.


O Itaú disse que o anúncio, que divulga o serviço Bankline, foi uma ‘reedição da campanha desenvolvida para o lançamento desse canal em 1997, quando foi utilizada com grande sucesso a música ‘Internet’.’


 


TV PÚBLICA
Folha de S. Paulo


PSDB: Tasso agora exige a suspensão da TV Pública


O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), fez ao ministro Guido Mantega (Fazenda) nova exigência para que partido concorde em votar a favor da emenda da CPMF: quer que o governo abra mão da TV Brasil, para provar sua disposição de conter os gastos públicos.’


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


65 mil e subindo


‘Nas manchetes de Folha Online, Terra e demais, ‘Bolsa bate marca de 65 mil pontos’. Nos telejornais, enunciados como, na Band, ‘para variar, dia de novo recorde na Bolsa’. Pelas agências internacionais, a explicação de sempre, o preço das commodities -com as ‘empresas materiais’ Vale e Petrobras à frente. Outra, ‘a aposta em corte do juro americano’. Que sai amanhã, com já previsto novo recorde aqui.


Ao fundo, pelas mesmas agências, ‘economistas cortam a previsão de inflação’ para o ano, no Brasil.


MAIS ARMADA


No espanhol ‘El Economista’, ‘preparados, prontos, já!’. Era o início da reportagem sobre a participação da Repsol YPF no leilão da Agência Nacional de Petróleo, noticiado antes pelo também espanhol ‘Cinco Días’. O Brasil é das ‘principais apostas estratégicas’ da empresa de petróleo.


SLIM FIXO


No site Infobae e outros argentinos, a notícia de que Carlos Slim, da Telmex/Embratel /Net, vai investir também na Argentina, ainda que ‘significativamente’ ou quase 20 vezes menos do que por aqui. Novidade maior: vai investir agora em telefonia fixa, em seu embate com a Telefônica.


POTÊNCIAS HERBÍVORAS


A ‘Economist’ registrou, também uma e outra agência, sem maior repercussão fora da Europa e dos emergentes. O European Council on Foreign Relations soltou pesquisa Gallup com 57 mil em 52 países -e a conclusão de que as ‘potências herbívoras’ estão em alta, na opinião pública global. ‘O termo’, diz a revista, ‘descreve o tipo de potência emergente cujo avanço é bem-vindo de forma ampla no mundo. Assim, o Brasil é bastante popular.’ Também a Índia e a África do Sul. E a União Européia. A razão é não se mostrarem ‘ameaças militares’, ao contrário dos EUA.


SEM REI


‘Lula lidera delegação de estrelas’, no título da AP para a cerimônia de hoje na Fifa. O ‘Jornal Nacional’ destacou que falam o escritor Paulo Coelho e o jogador Romário.


Na France Presse, o ex-craque Michel Platini perguntou de Pelé e disseram que a CBF não se dá com ele. ‘Mas ele é o futebol brasileiro!’, reclamou.


NEM LEI


Ricardo Teixeira falou ao Terra que ‘a Fifa não vai permitir’ CPI. Os deputados Arlindo Chinaglia e Sílvio Torres responderam que ela sai, sim.


Mais um pouco e o presidente da Fifa dizia que ‘casos de investigação não têm nada a ver com isso’, ou seja, a escolha do país para sede, e ‘podem ser resolvidos depois’.


O QUE QUEREM OS INGLESES


Um dia antes e os ingleses Reuters, ‘Financial Times’, com eco na BBC, previam ‘caos’ para a Copa no Brasil, candidato único para 2014.


Ontem, nos mesmos e nos também ingleses ‘Telegraph’, ‘Guardian’, ‘Independent’, ‘Times’ e nos canais Sky e ITV, ‘Fifa abre a porta para candidatura da Inglaterra à Copa’ de 2018. Caiu ontem, na Suíça, a rotatividade que garantia o evento na América do Sul. Por todo lado, o primeiro-ministro Gordon Brown saudou a decisão e prometeu ‘apoio total do governo’.


DA FÉ AO FURTO


A ‘Time’ escreve sobre o ‘grande aumento’ no furto de arte sacra no Rio, em São Paulo, Salvador. Das igrejas barrocas ‘pingando ouro, prata e arte, muito hoje se foi’.


HADDAD LÁ


O espanhol ‘El País’, em sua crescente cobertura da América Latina, fez uma longa entrevista com o ministro Fernando Haddad, que prometeu, em cerca de 15 anos, ‘uma educação média comparável à dos países da OCDE’, as nações mais ricas. E cobrou ‘cooperação’ das mesmas.’


 


INTERNET
Folha de S. Paulo


Rival do YouTube inicia teste nos EUA com novos parceiros


‘O serviço on-line de vídeos Hulu, formado por dois conglomerados de mídia americanos e elaborado para concorrer com o YouTube, iniciou ontem um teste privado nos EUA com dois novos parceiros: Sony e MGM.


O lançamento oficial deve ocorrer no início do ano que vem. O teste é feito com usuários selecionados a partir de um cadastro feito no site Hulu.com.


A joint venture entre a NBC Universal e a News Corp., de Rupert Murdoch, passa a oferecer também conteúdo dos novos parceiros. O site oferecerá cerca de 90 programas de TV das quatro empresas e de outros parceiros de menor porte. Os títulos disponíveis incluirão alguns dos programas atuais de grande audiência, como ‘Heroes’ e ‘Simpsons’.


A estréia de Hulu ocorre em meio a tensões entre empresas de entretenimento e sites populares de vídeos, como o YouTube, no qual clipes sem autorização freqüentemente são exibidos.’


 


OBITUÁRIO
Willian Vieira


Elisabete Hart, a eterna voz do Oscar


‘Quem viu a entrega do Oscar pela TV Globo nas décadas de 1980 e 1990 tem na memória a voz de Maria Elisabete Figueiredo Hart. Sem mostrar o rosto, a intérprete virou sinônimo do evento na televisão brasileira.


Por mais de 15 anos ela recebeu elogios por sua pronúncia e entonação, e críticas, por traduzir cada detalhe da cerimônia, inclusive as piadas. Aos poucos tornou-se mais sintética. Dizem os críticos mais ácidos que, com o passar dos anos, dava para ouvir o som local do teatro onde acontece o Oscar.


Nascida no Rio de Janeiro, Hart foi para os Estados Unidos viver com o marido, onde ficou por dez anos. Tinha orgulho de ter aprendido inglês não na escola, mas na vida.


Sua voz ecoou pela primeira vez em 1981, quando narrou, ao vivo, o casamento do príncipe Charles com a princesa Diana. Já em 1983 virou intérprete do Oscar na Globo -onde participou também da primeira transmissão simultânea de uma guerra, a do Golfo, em 1991, traduzindo direto da CNN.


Hart tinha dois filhos, três netos e duas paixões: o samba da Mangueira, que a levou para o sambódromo por seguidos 13 anos, e o futebol do Flamengo, que acompanhava no Maracanã. Ela morreu ontem de câncer, aos 64 anos, no Rio.’


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Globo exibirá série americana sobre prisão


‘Um dos segredos da Globo para a programação do primeiro trimestre de 2008 é a série ‘Prison Break’. A emissora acaba de comprar as duas primeiras temporadas do programa norte-americano, já exibidas no Brasil pelo canal Fox.


Drama de elevada qualidade técnica, ‘Prison Break’ conta a história de um engenheiro civil que, para salvar seu irmão da pena de morte, assalta um banco e vai preso. Na penitenciária, com as plantas da prisão tatuadas no próprio corpo, começa a executar um plano para libertar o irmão e provar sua inocência. Para tanto, alia-se a grupos de criminosos.


Vencedora do Globo de Ouro de 2006 nas categorias série dramática e ator dramático, ‘Prison Break’ deverá ser exibida pela Globo em janeiro.


A Globo também comprou as novíssimas ‘Burn Notice’ (que estreou dia 2 de outubro no canal FX), sobre um espião desempregado, e ‘Saving Grace’, ainda inédita na TV paga brasileira _a Fox só deve apresentá-la em janeiro. Estrelada por Holly Hunter (‘O Piano’), ‘Saving Grace’ é sobre uma detetive autodestrutiva que recebe a visita de um anjo e muda seu comportamento. Não há previsão de quando os seriados irão ao ar na Globo. É bem provável que nem sejam exibidos.


A Globo renovou os direitos de ‘24 Horas’, que irá ao ar no primeiro trimestre, e de ‘Os Simpsons’. A emissora também adquiriu ‘Bones’.


TRAÇO NEWS A Record anda sondando emissoras abertas de baixa audiência, como a TV Gazeta e a CNT, para alugar horários e transmitir parte da programação da Record News. É que a emissora de notícias, ‘escondida’ no canal 42 (UHF) de São Paulo, não decolou. Oscila entre 0,1 e 0,2 ponto no Ibope.


ALELUIA A ‘Santa Missa’ com padre Marcelo Rossi foi de novo o programa de maior ‘share’ da Globo no domingo. Com quatro pontos, foi sintonizada por 48,3% dos televisores ligados no horário (6h). O ‘Fantástico’, com 27, teve 42% de share.


AO VIVO A Globo enviou dois repórteres a Zurique para cobrirem o anúncio do Brasil como sede da Copa de 2014, hoje.


DESESPERO A Globo já exibiu dois dos filmes do pacote da Columbia (Sony) para 2008 (‘Hitch’ e ‘Triplo X 2’). Como os filmes já estavam disponíveis para TV aberta e o contrato tinha sido assinado, a emissora, que está bem desfalcada de cinema, resolveu antecipar as exibições.


PACOTE O ‘Metrópolis’ (TV Cultura, 19h30) exibe hoje um compacto do Tim Festival em São Paulo. Terá uma música de cada banda. A de Björk será legendada, para facilitar a compreensão do inglês da islandesa.


BOA NOTÍCIA Para os fãs do The Killers que não agüentaram esperar pela apresentação da banda (às 4h de ontem), a MTV exibirá um especial de 30 minutos do show, em data ainda indefinida.’


 


Marco Aurélio Canônico


Anima Mundi vira atração do Canal Brasil


‘Veículo consolidado de exibição e estímulo à animação brasileira, o festival Anima Mundi, que teve sua 15ª edição neste ano, abre mais uma frente importante com sua entrada na grade do Canal Brasil.


A partir de hoje, o canal por assinatura passa a exibir o programa ‘Anima Mundi Brasil’, que promete ser um espaço permanente para a exibição de curtas-metragens nacionais de animação. É proposta bem-vinda, porque a produção brasileira na área não pára de crescer e a TV é o principal veículo, contando inclusive com canais especializados em desenhos.


O programa estréia com uma divisão temática (uma subdivisão etária também cairia bem), agrupando curtas das 15 edições do festival em blocos semanais de cerca de meia hora cada um, com temas como ‘Terror e Suspense’, ‘Comédia Bizarra’ e ‘Cidade Partida’.


A estréia faz uma homenagem a alguns pioneiros, entre eles um dos diretores do Anima, Marcos Magalhães, que tem seu premiado ‘Meow!’ (1981) exibido.


A sessão de hoje também resgata o ótimo ‘Super-tição’ (1986), divertido curta de Stil, que passeia pelo folclore e pelas crendices nacionais. Completando o bloco está ‘Adeus’ (1988), de Céu D’Ellia, uma história da criação do universo, com visual futurista e impressionante qualidade técnica.’


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