Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Comunicação em tempos de internet

Desde que o mundo virtual apresentado pela tela do computador adquiriu uma maior importância em nossas vidas, ponho-me a pensar nas implicações disto no mundo pessoal e profissional. Em cidades pequenas há uma reação que revela um lado bastante conservador da sociedade, apegada ao oficialismo da informação, como se isto fosse regra geral e necessidade social. Neste contexto um tanto opressivo, a internet se transformou em meio de expressão, através de blogs e sites, rompendo o círculo da mídia tradicional, o rádio e o jornal.

Parcela da sociedade permanece refratária à rede mundial de computadores, num misto de conservadorismo e temor. Este segmento reticente em relação à internet é o mesmo que se acostumou com as opiniões encomendadas dadas principalmente pelas rádios e jornais locais e regionais. Este pouco interesse pela polêmica deixou marcas que são percebidas até hoje, pois reina apatia diante de fatos que exigiriam uma postura mais crítica da sociedade.

Novo fôlego a um jornalismo tão castigado

Os segredos de uma pequena cidade, o jogo sujo que é revelado, um WikiLeaks em proporções menores, todos são elementos de uma nova realidade da comunicação. Não se fala abertamente em mudar o mundo, mas em agir com as armas que são disponibilizadas. Artistas das palavras que brotam dos teclados, blogueiros podem fazer sua história sem estarem sob o controle editorial de chefes com pouca paciência, de um partido, ou organização.

É fácil ser um visionário diante de tudo o que ocorre na nossa frente. O certo é que o futuro reserva saltos tecnológicos ainda maiores, quando a internet chegar à televisão de todos os lares, do mais rico ao mais modesto.

Antes aprendizes de feiticeiro em computadores que tinham internet discada, hoje os internautas navegam em banda larga, podendo criar material, editar e publicar como se fosse um passe de mágica. Escrevemos artigos, fazemos reportagens e assim damos um novo fôlego ao jornalismo, tão castigado nestes últimos 30 anos pela concentração corporativa da mídia e artificialismo do noticiário.

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Jornalista e funcionário público, Osório, RS