Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Das bancas para a sala de aula

Ponto para as revistas voltadas a adolescentes. Pelo menos na Inglaterra. A Qualifications and Curriculum Authority (QCA), entidade que regula o sistema educacional no país, acaba de indicar as publicações como uma ferramenta útil para o aprendizado dos jovens. Na primeira edição do guia de orientação à educação pessoal, social e de saúde, divulgado no início deste mês, os professores são encorajados a parar de criticar as revistas e usá-las como material para lições sobre sexo e relacionamentos.

Algumas escolas no Reino Unido baniram revistas para adolescentes de seus territórios. Alegam que elas promovem promiscuidade e o culto a ‘corpos perfeitos’ e, com isso, aceleram o crescimento das crianças. Já a QCA afirma que elas são populares entre os jovens e podem ajudar na abordagem crítica de temas que os afetam.

A entidade defende que as revistas – assim como programas de TV e artigos tirados de jornais – podem ser usadas como pano de fundo para o questionamento de determinados assuntos. O guia afirma que os professores podem pedir que os alunos escrevam respostas e conselhos a partir de cartas de leitores, por exemplo.

Puberdade e relacionamentos

A partir de matérias nas revistas, crianças entre 7 e 11 anos podem ser estimuladas a escrever sobre temas como a chegada da puberdade, com todas as suas complicações e descobertas. Pela análise dos artigos e imagens, jovens entre 12 e 14 anos podem discutir como a mídia retrata os adolescentes e como isso os atinge.

Porta-voz da QCA afirmou que as orientações seguem pedidos de professores que não são especialistas em educação de saúde. ‘É importante que as crianças tenham consciência de que crescer é uma experiência positiva onde elas terão a oportunidade de ter mais responsabilidades. O uso de revistas e jornais permite que professores atraiam a atenção dos alunos de uma maneira relevante e excitante para garantir que eles tenham informação suficiente para fazerem escolhas conscientes’, completou. Informações de Liz Lightfoot [The Daily Telegraph, 4/11/05].