Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Distribuição de notícias e democratização da informação

Foi preciso o amadurecimento da internet como meio de comunicação, o surgimento de ferramentas como blogs, Wikis e YouTube e a popularização de câmeras digitais para o público em geral perceber que os ditos meios de comunicação oficiais ou grande mídia, como alguns preferem, sempre foram, na verdade, meios de distribuição de notícias e informações conforme seus entendimentos do que é ou não notícia (valor-notícia) e o que é ou não de seu interesse comercial divulgar (na verdade, as duas coisas estão relacionadas).

Hoje, com um batalhão de repórteres por todos os lados (o cidadão comum com sua máquina digital), estamos mais próximos do que podemos chamar de comunicação ou democratização da informação. Quem é a imprensa oficial para questionar a ética e a capacidade técnica deste cidadão em publicar a sua notícia? Que atire a primeira câmera…

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Parte da imprensa brasileira discute a formalização, finalmente, de suas preferências políticas. Alguns grandes jornais começam a assinar suas matérias com a sigla de seus partidos e fazem isso se baseando em experiências internacionais. Eu fico me perguntando: há uma grande esquizofrenia nisso tudo. Pois ao mesmo tempo em que a imprensa se preocupa com a internet e com a descentralização dos emissores de notícias (cidadão-repórter), quer declarar-se oficialmente como uma imprensa não-isenta, parcial e que confere apoio a A, B ou C. Era para ser justamente o contrário. Mais do que nunca, um veículo que se consagre com as máximas que se aprende na academia de jornalismo poderia ser uma ovelha desgarrada do bando, para ser percebida e preferida pelo público que, cada vez mais, irá se informar e criticar este tipo de ‘jornaleco eleitoral’. Suicídio? (Rodrigo Souto Vasconcellos, comunicólogo, Brasília, DF)

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Ne terça-feira [28/10], assistia ao programa Estúdio i da Globo News quando fui surpreendida, em pleno horário de almoço, com a cena de uma mulher sendo esfaqueada debaixo do chuveiro (uma cena do filme Psicose) no meio de uma matéria que mostrava Dilma Rousseff em campanha. Imediatamente veio a minha mente a palavra ‘assassina’. Pensei que estava ficando louca ou que era um daqueles truques de mensagem subliminar. A apresentadora e o seu convidado fizeram piada e a justificativa foi um suposto erro – logo na Globo, que é impecável tecnicamente. Achei lamentável e um desrespeito com a candidata e com os telespectadores. Vejam abaixo a gravação e que fique o alerta sobre o que mais pode vir por aí de uma mídia desesperada com a possível vitória de Dilma. (Débora Junqueira, jornalista, Belo Horizonte, MG)

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No Brasil, quem é ficha limpa e quem não é? A coisa parece menos ética que política, pois o jeitinho brasileiro, para o bem ou para o mal, é algo fenomenal. Ficha limpa ou ficha suja – depende do ponto de vista.

Envolvidos no mensalão, absolvidos pelos pares, são ficha limpa ou suja que foi alvejada?

E aquelas contas aprovadas nos tribunais porque os tais são amigos chegados?

Na política brasileira há mais mistérios do que pode imaginar nossa teimosa esperança de ver no país cândidos deputados que entendam na política – realmente – a arte de fazer o bem! (José de Azevedo, jornalista e pastor evangélico, São Mateus do Sul, PR)

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Gostaria de chamar a atenção para um artigo escrito no blog do jornalista Augusto Nunes. Em texto divulgado em seu blog, que é hospedado pelo site da revista Veja, o jornalista utiliza uma verve extremamente preconceituosa contra o presidente da República e o candidato Tiririca, que está sendo acusado de analfabetismo. Chamo a atenção para o texto pelo simples fato de que um veículo de grande circulação está ajudando a divulgar ideias explicitamente preconceituosas e intolerantes. (Gabriel Caio Borges, estudante de jornalismo, Vitória, ES)

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Comunicólogo, Brasília, DF