Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Educação e o direito de se manifestar

O Observatório da Imprensa é, por excelência, o sítio em que o leitor pode exercer com certa liberdade a crítica da imprensa, veiculando comentários e lançando um olhar mais atento sobre os meios de comunicação – para tanto basta a ‘observação’ e a pertinência dos comentários, dentro dos parâmetros do site.

Em razão disso, os artigos veiculados tratam geralmente da maneira como foram abordados, noticiados pela mídia, os fatos durante a semana – mas não se restringem a isso, daí talvez a (im)pertinência de se comentar antecipadamente, com todo o risco inerente a isso, a paralisação dos professores do estado de São Paulo, com manifestação marcada para a próxima sexta-feira, 24/08, na Praça da Sé, em São Paulo.

Talvez fosse mais conveniente aguardar o desdobramento da manifestação do professorado e, principalmente, a cobertura e o tratamento dispensados pela imprensa – mas vale lembrar que costuma prevalecer certo silêncio em relação a estes temas, mesmo se tratando (ou justamente por isso) de um ato em favor da escola pública, por melhorias na estrutura das escolas, das condições de trabalho dos professores e por melhores salários (já que o governo paulista sequer abriu negociações salariais).

Ficar atento

Deve-se ficar atento, portanto, ao comportamento da imprensa, da mídia, em relação ao ‘acontecimento’ da próxima sexta-feira – uma vez que a última manifestação/protesto da categoria, em conjunto com os servidores da saúde e da polícia militar, ocorrida em 17 de abril deste ano (comentadas em dois artigos neste Observatório, ‘A paralisação e o silêncio de sempre’, em 24/04/07, e ‘A relevância do tema em pauta’, em 01/05/07) mereceu nada menos que o silêncio ‘cúmplice’ da maioria dos meios de comunicação.

É consenso que somente através da educação se podem trazer mudanças significativas para a mentalidade de um país – na sua maneira de planejar o futuro, construir o presente, distribuir suas riquezas com igualdade de oportunidades e formar cidadãos, no sentido amplo da palavra – e isso não se faz sem a valorização dos professores, do ensino e de melhores condições materiais das escolas públicas.

Há de se ficar atento, portanto, à cobertura da manifestação, da pauta de reivindicações dos professores, bem como ao comportamento do governo estadual e seu ‘projeto’ para a educação no estado – depois, é só exercer o seu direito de manifestar-se neste espaço, como cidadão e leitor.

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Funcionário público, Jaú, SP