Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

EUA alertam imprensa sobre ameaças no país

Após a prisão por espionagem de um jornalista americano no Sudão, o Departamento de Estado dos EUA alertou as companhias de mídia nacionais a evitarem viajar ao país sem a permissão de Cartum. O alerta lembra aos cidadãos americanos da ‘contínua ameaça de terrorismo no Sudão’ e ressalta a necessidade de se obter corretamente os documentos de viagem antes de tentar entrar no país.


‘O governo sudanês exige que qualquer pessoa que queira entrar na região de Darfur, ou queira tirar fotografias ou realizar outras funções jornalísticas em qualquer lugar do Sudão, obtenha permissão especial para fazê-lo’, declarou o Departamento, lembrando que o aviso inclui jornalistas, fotógrafos e outros profissionais de mídia.


A conturbada região de Darfur sofre com constantes e violentos conflitos desde que uma rebelião comandada por minorias étnicas buscando autonomia teve início em 2003. O episódio levou a uma onda de repressão por uma milícia islâmica apoiada pelo governo. Os confrontos já deixaram 300 mil mortos e forçaram 2.5 milhões de pessoas a abandonar suas casas.


Estrangeiros detidos


Segundo informações do Departamento de Estado, cinco estrangeiros, incluindo dois americanos, foram presos no início de agosto logo após entrarem em Darfur sem a documentação exigida. No caso que chamou mais atenção, o jornalista Paul Salopek, ganhador do prêmio Pulitzer, foi preso quando fazia uma reportagem para a revista National Geographic. Ele foi acusado por um tribunal local de espionagem criminal, reportar informação falsa e entrar no Sudão sem visto e, se condenado, pode ser sentenciado a anos de prisão.


Segundo nota da AFP [31/8/06], a secretária assistente de Estado para assuntos africanos, Jendayi Frazer, discutiu o caso de Salopek com o presidente sudanês, Omar al-Beshir, durante visita a Cartum no fim de semana passado. Ela afirmou a repórteres na quinta-feira (31/8) que o presidente e o ministro do Exterior, Lam Akol, disseram que vão analisar o caso do jornalista.